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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Refrigerantes zero ou sucos naturais: o que realmente é mais saudável?

A comparação entre refrigerantes zero e sucos naturais é comum no imaginário popular. Muitos acreditam que as versões “zero açúcar” são opções melhores por conterem menos calorias, mas a realidade é mais complexa. Apesar de não conterem açúcar, os refrigerantes zero são ricos em aditivos químicos, como adoçantes artificiais, corantes e conservantes, que, segundo estudos, podem impactar negativamente a microbiota intestinal e aumentar o risco de problemas metabólicos a longo prazo. 

Já os sucos naturais, apesar de apresentarem mais calorias devido aos carboidratos das frutas, como frutose, sacarose e glicose, são fontes valiosas de vitaminas, minerais e antioxidantes essenciais para a saúde. No entanto, a melhor maneira de consumir frutas é in natura, pois a fruta fresca oferece fibras e promove benefícios metabólicos mais significativos do que o suco. Ainda assim, para hidratar-se, a água continua sendo a opção mais recomendada. 

“A disseminação de informações equivocadas pode influenciar escolhas alimentares que prejudicam a saúde. Em tempos de 'infodemia', conteúdos sem embasamento científico podem se espalhar mais rápido que a verdade”, alerta Erika Carvalho, presidenta do Conselho Federal de Nutrição. “Assim como no combate às notícias falsas, quando se trata de alimentação, o foco deve estar em informações confiáveis e em escolhas baseadas na ciência”, reforça. 

A qualidade nutricional deve ser o principal critério ao escolher entre essas opções. Substituir sucos naturais por refrigerantes zero pode privar o organismo de nutrientes essenciais, reforçando a importância de escolhas alimentares que priorizem saúde, e não apenas calorias. Decisões conscientes exigem informações confiáveis e orientação de profissionais qualificados, como nutricionistas, que são fundamentais para esclarecer dúvidas e auxiliar na construção de uma alimentação equilibrada.

Embora a internet ofereça acesso rápido a informações, é necessário cautela diante da disseminação de mitos e desinformações. Escolhas alimentares devem considerar não apenas o número de calorias, mas também a qualidade nutricional e os impactos a longo prazo na saúde. O equilíbrio e a variedade continuam sendo pilares essenciais para uma vida saudável e sustentável.

 

Luta contra o HIV: é possível falar sobre o HIV em relações não monogâmicas?

Em aplicativos de encontros como o Gleeden, que conta com 1,2 milhões de usuários no Brasil, o espaço para falar sobre saúde sexual tem ganhado cada vez mais importância

 

Nos últimos anos, a não monogamia tem ganhado maior visibilidade e aceitação, com muitas pessoas buscando formas de se relacionar além do modelo tradicional de casal. Nesse contexto, questões de saúde sexual, como o HIV, tornam-se um tema central nas conversas e dinâmicas de convivência. As relações não monogâmicas, que podem envolver múltiplos parceiros sexuais, destacam a necessidade de refletir cuidadosamente sobre como prevenir a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
 

A sexóloga Luciane Cabral, colaboradora do Gleeden no Brasil, app de encontros não monogâmicos número 1º na América Latina, explica que cuidar da saúde sexual exige que as pessoas em relações não monogâmicas adotem práticas seguras, como a realização de exames periódicos, permitindo que os parceiros conheçam seu estado de saúde e tomem as precauções necessárias. "As pessoas em relações não monogâmicas costumam dialogar com maior frequência sobre temas relacionados à sexualidade, incluindo desejos, práticas sexuais, fetiches e, de forma integral, questões de saúde íntima e sexual. Essas conversas geralmente abrangem a prevenção de doenças, a periodicidade dos exames e o acompanhamento regular de controles médicos". 

"Manter-se em dia com os cuidados relacionados à saúde íntima é essencial para aproveitar a liberdade sexual de forma responsável. Nesse contexto, é fundamental minimizar os riscos por meio da realização periódica de exames. Além disso, em situações de exposição ou maior vulnerabilidade, é recomendável buscar orientação de um infectologista sobre o uso de métodos preventivos, como a PrEP (profilaxia pré-exposição) ou a PEP (profilaxia pós-exposição)", afirma a sexóloga. 

A adesão ao tratamento antirretroviral (TAR) tem permitido que as pessoas que vivem com o HIV mantenham uma carga viral indetectável, o que, segundo especialistas, significa que o HIV não pode ser transmitido a outras pessoas. Isso representa um grande avanço, mas também exige que cada indivíduo se comprometa a manter seu tratamento em dia e pratique uma comunicação transparente com seus parceiros. 

Outro tema relacionado ao HIV em relações não monogâmicas é o estigma social que precisa ser desconstruído. Para muitas pessoas, o diagnóstico do vírus ainda traz uma carga emocional e social significativa. No entanto, ao priorizar a saúde sexual nas conversas e tratar o HIV com mais naturalidade, essas relações podem ser vividas de forma mais aberta e sem medo de julgamentos. 

"A educação e o diálogo aberto sobre prevenção, exames e tratamento são fundamentais para que a experiência sexual, monogâmica ou não, seja segura e prazerosa para todos. Em aplicativos de encontros não monogâmicos como o Gleeden, que já conta com mais de 1,2 milhões de usuários no Brasil, o espaço para falar sobre saúde sexual tem sido cada vez mais valorizado", acrescenta Silvia Rubies, Diretora de Comunicação e Marketing Latam do Gleeden. 

"Além de facilitar a conexão entre pessoas com interesses semelhantes, o aplicativo promove o intercâmbio de informações sobre prevenção e cuidados, ajudando a construir uma comunidade mais responsável e saudável. A transparência sobre o estado de saúde e o compromisso com a proteção mútua contribuem para criar um ambiente de confiança, onde as pessoas podem explorar sua sexualidade com respeito e segurança", conclui a executiva.


Gleeden
https://pressroom.gleeden.com/brasil/


Metade da vida na menopausa? Como a Medicina Funcional Integrativa resgata a vitalidade das mulheres

Mais de 29 milhões de brasileiras enfrentam o climatério e a menopausa. A Medicina Funcional Integrativa se apresenta como uma abordagem personalizada e eficaz para melhorar a qualidade de vida nesta fase.

 

Cerca de 30% das mulheres brasileiras estão em idade de climatério ou menopausa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa fase, que pode começar a partir dos 35 anos, traz desafios físicos e emocionais significativos, como ondas de calor (relatadas por 73,1% das mulheres, conforme a revista científica Climateric), insônia e alterações de humor. Além disso, 82% das mulheres sofrem com ansiedade e depressão durante esse período, segundo levantamento da plataforma Plenapausa.

A mulher brasileira vive, em média, até os 80,5 anos, segundo o IBGE. Com a menopausa consolidada a partir da quarta década de vida, muitas passam quase metade da vida lidando com mudanças que impactam diretamente sua saúde e qualidade de vida.

“A menopausa não deve ser encarada apenas como uma etapa da vida, mas como uma oportunidade de cuidar melhor da saúde e viver plenamente. É um momento que exige atenção, conhecimento e escolhas baseadas em evidências científicas para resgatar a vitalidade perdida ao longo dos anos”, destaca Márcia Alvernaz, médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia e diretora clínica da Integrative.


O cuidado integral

A Medicina Funcional Integrativa é uma abordagem que busca entender a saúde de maneira completa, levando em conta a individualidade de cada paciente. Ao invés de focar apenas no alívio de sintomas isolados, ela investiga as causas subjacentes das condições e trabalha para corrigir desequilíbrios no organismo. Por exemplo, a queda abrupta de hormônios femininos, além de deficiências nutricionais ou problemas metabólicos que intensificam sintomas como fadiga, ondas de calor e alterações de humor.

Essa prática combina ciência e personalização, avaliando o paciente em sua totalidade – corpo, mente e coração – por meio de um levantamento detalhado de sua história clínica, hábitos de vida e exames laboratoriais avançados. Com base nesses dados, são definidos pilares fundamentais do cuidado, como uma alimentação ajustada às necessidades individuais, estratégias para melhorar o sono, modulação hormonal, prática de atividade física adequada e técnicas para a gestão do estresse. “A ideia é tratar a pessoa como um todo, entendendo suas particularidades para restaurar o equilíbrio e promover uma saúde plena, em vez de apenas aliviar sintomas”, explica a médica.


Resultado e pleno

Mulheres tratadas com a Medicina Funcional Integrativa relatam avanços significativos em diversos aspectos de sua saúde. Dados da Plenapausa mostram que esse tipo de abordagem contribui para melhorar o humor, aumentar a disposição e regular o sono, proporcionando um impacto positivo em sua qualidade de vida.

“Quando tratamos a menopausa com um olhar integrativo, ajudamos as mulheres a se reconectarem com sua energia e projetos. Esse processo transforma não só sua saúde, mas também sua perspectiva sobre essa fase da vida”, conclui Márcia Alvernaz.


Reta final: dicas essenciais para evitar lesões e melhorar seu desempenho na Corrida de São Silvestre


Cuidados fundamentais para fortalecer o corpo, prevenir problemas e garantir uma performance segura durante a prova mais tradicional do Brasil

 

A 99ª edição da tradicional corrida São Silvestre, que ocorre no dia 31 de dezembro, é uma das provas mais emblemáticas do Brasil, com 15 km de distância e uma participação que, em 2023, contou com mais de 32 mil corredores. Para a edição de 2024, a expectativa é que esse número ultrapasse 35 mil atletas. Com tantas pessoas se preparando para a prova, é fundamental que os corredores adotem um treinamento adequado, não apenas para melhorar o desempenho, mas também para prevenir lesões comuns durante os treinos e na competição. 

De acordo com o ortopedista Dr. Fábio Datti, do Hospital Santa Catarina - Paulista, a preparação para uma corrida como a São Silvestre exige cuidados especiais. "É uma prova de 15 km, o que exige um tipo de preparação mais focada. Existem protocolos específicos de treinamento que envolvem o aumento gradual da quilometragem nas semanas que antecedem a prova, além de treinos de força e exercícios corretivos. O treinamento adequado não se resume à corrida, mas inclui a musculação, que fortalece as articulações e prepara o corpo para os impactos da corrida”, explica. O médico também ressalta que a musculação contribui para a melhora do condicionamento cardiovascular e tem efeito anti-inflamatório, o que contribui para uma maior qualidade de vida e prevenção de lesões. 

Entre as lesões mais frequentes nos corredores estão as afecções nos pés, tornozelos, lombar, coluna e joelhos, com destaque para problemas como tendinite, fascite plantar, inflamação na canela, joanetes e cãibras musculares. De acordo com o Dr. Datti, as lesões traumáticas são as mais comuns e estão geralmente ligadas ao uso inadequado de calçados e à falta de preparo físico. “Lesões como distensões musculares e contusões podem ser evitadas com um bom treinamento de força e alongamento", esclarece. 

Para evitar essas lesões e garantir uma preparação mais eficiente para a São Silvestre, o treinamento deve ser gradual e adaptado às condições físicas de cada corredor. "Quanto mais bem preparado você estiver, menores são os riscos de lesão. O ideal é aumentar a quilometragem de forma progressiva, a cada duas semanas, sempre respeitando os limites do corpo. Contar com o apoio de um treinador ou de uma assessoria esportiva pode fazer toda a diferença no aprimoramento dos treinos e na prevenção de lesões", recomenda o especialista. 

Além disso, é fundamental adotar uma rotina de cuidados antes e durante a corrida. Confira algumas dicas para se preparar da melhor forma possível e evitar lesões:

 

Dicas para uma preparação segura e eficiente para corridas de rua: 

  • Aumente a quilometragem gradualmente: Adapte o volume de corridas ao seu ritmo, aumentando a distância aos poucos para evitar sobrecarga.
  • Inclua musculação na sua rotina: Exercícios de força ajudam a fortalecer as articulações e músculos, diminuindo o risco de lesões.
  • Mantenha uma alimentação balanceada: Uma dieta rica em nutrientes essenciais, com foco em carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis, é fundamental para sustentar o treinamento intenso e promover a recuperação.
  • Hidrate-se adequadamente: Manter-se bem hidratado antes, durante e após os treinos é essencial para prevenir cãibras e lesões.
  • Escolha o tênis certo: O uso de um calçado adequado ao seu tipo de pé e à sua forma de correr é crucial para evitar problemas nos pés e nas articulações.
  • Atenção ao treino de força: Exercícios específicos para fortalecer o core, as pernas e os músculos estabilizadores são essenciais para prevenir lesões durante a corrida.
  • Faça alongamentos regularmente: Alongamentos após os treinos ajudam a manter a flexibilidade e evitar lesões musculares.
  • Respeite seus limites: Não tente ultrapassar seus limites de forma abrupta. É importante ouvir o corpo e evitar o excesso de treinamento.
  • Utilize equipamentos de qualidade: Além do tênis, meias de compressão e roupas adequadas podem ajudar a melhorar o conforto e a performance, além de prevenir lesões.
  • Considere buscar orientação profissional: Se possível, conte com um treinador especializado ou uma assessoria esportiva para criar um plano de treinamento personalizado e adequado ao seu nível físico. 

Segundo Dr. Fábio Datti, do Hospital Santa Catarina – Paulista, ao seguir essas orientações juntamente com um plano de treinamento bem estruturado, o corredor estará mais preparado. “O importante é fazer a corrida em segurança, minimizando o risco de lesões e aproveitando ao máximo o seu desempenho na prova”, finaliza.

 

O alarmante crescimento dos erros médicos

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou recentemente um relatório revelador sobre a ocorrência crescente de erros médicos globalmente, com maior incidência entre indivíduos de camadas sociais mais pobres. Esses dados reforçam uma preocupação mundial em relação à qualidade do atendimento médico, especialmente em países de baixo e médio rendimento.  E o Anuário de Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), destacou um dado alarmante: cinco pessoas morrem a cada minuto no Brasil devido a erros médicos. 

O relatório da OMS também destaca que 40% dos pacientes em tratamento ambulatorial sofrem com erros médicos, enquanto esse índice cai para 10% no ambiente hospitalar. A situação é ainda mais crítica nos países de baixa e média renda, onde cerca de 2,6 milhões de pessoas morrem anualmente em decorrência de tratamentos inadequados.

 Um erro médico, quando adequadamente identificado, pode ser caracterizado de três formas: como imprudência, consistindo na tomada de condutas de forma precipitada, sem que haja justificativa nos protocolos científicos existentes; como negligência, na qual o profissional não realiza certas medidas exigíveis para o caso em questão; ou como imperícia, que consiste na prática de determinada atividade médica sem capacitação necessária. 

No Brasil, o problema reflete-se também no aumento de demandas judiciais. Em 2021, foram registradas 500 mil ações relacionadas à saúde, e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contabilizou aproximadamente 35 mil processos por erro médico, uma média de 95,8 processos diários. A ampliação do acesso à justiça e a conscientização dos direitos dos pacientes impulsionam esses números, destacando a urgência de medidas que assegurem a qualidade no atendimento e na formação médica. 

Esses dados reforçam a necessidade de iniciativas para melhorar o preparo dos profissionais de saúde, além de investimentos em segurança assistencial para reduzir o número de incidentes e garantir um atendimento digno a toda a população. 

A judicialização de um erro médico é um processo que visa buscar reparação judicial para danos causados por falhas no atendimento de saúde. Esse procedimento exige uma análise criteriosa e a apresentação de provas que demonstrem a ocorrência de erro, a responsabilidade do profissional de saúde ou da instituição, e o dano causado ao paciente. 

Em caso de erro médico, o paciente deve solicitar à instituição de saúde uma cópia do prontuário médico, o documento que contém o histórico de atendimentos, procedimentos realizados e medicações administradas. Esse documento é essencial como prova. Além disso, deve reunir exames laboratoriais, relatórios de imagem, laudos médicos e receitas que possam comprovar o tratamento recebido. E podem ser importantes outros documentos, como, anotações, receitas médicas, correspondências e qualquer documento que relate o atendimento e os sintomas. 

Outro fator essencial para comprovar o erro é a perícia médica. A perícia médica analisa tecnicamente se houve erro, imprudência, negligência ou imperícia por parte do médico ou da instituição. Em geral, a perícia é solicitada pelo juiz durante o processo. No entanto, alguns advogados podem indicar a realização de uma perícia preliminar, realizada por um perito particular, para fortalecer o pedido judicial. 

A conscientização sobre os direitos dos pacientes e o avanço da judicialização são sinais de que a sociedade está atenta, exigindo um atendimento mais seguro e responsável. Essa pressão, espera-se, deve incentivar a implementação de práticas mais rigorosas e seguras, resguardando não apenas a vida dos pacientes, mas também a integridade do sistema de saúde.



Natália Soriani - advogada e sócia do escritório Natália Soriani Advocacia

Quais são os sinais de alerta para doença renal crônica em crianças?

Nefropediatra explica como identificar sinais de DRC infantil, os tratamentos disponíveis e a importância da prevenção

 

A doença renal crônica (DRC) é definida pela alteração da função dos rins e das vias urinárias por mais de três meses e, embora seja mais comum em adultos, as crianças também podem ser acometidas. Diferente dos adultos, as principais causas de DRC em crianças variam conforme a faixa etária. 

Nos menores de cinco anos são mais frequentes as malformações congênitas do trato urinário, enquanto em crianças de idade escolar e adolescentes predominam a glomerulopatia, nome dado ao grupo de doenças que acometem os glomérulos, uma estrutura microscópica existente nos rins, responsável pela filtração do sangue e produção da urina. Além disso, podem acontecer sequelas de doenças adquiridas e enfermidades de caráter hereditário.[i] 

A promoção da saúde é um fator importantíssimo na prevenção da doença renal, assim como idas frequentes ao pediatra para acompanhar o desenvolvimento da criança, monitorar o consumo de água e dieta, com perfil e quantidade de nutrientes indicados para a idade. Com isso, é possível identificar de maneira precoce alterações da função renal. 

Alguns sinais de DRC podem ser identificados com mais facilidade como alterações de cor, quantidade e frequência urinária, presença de espuma na urina, edema facial ou em extremidades, déficit de crescimento ou alterações de pressão arterial. 

“É necessário medir a pressão em todos os atendimentos nas crianças acima de três anos e, caso haja algum fator de risco pessoal ou familiar, medir em qualquer idade. Também é indicado aferir a função renal através da dosagem da creatinina sérica sempre que identificar situações de risco, solicitar sumário de urina e procurar sinais precoces de doença renal, como pequenas quantidades de proteína na urina”, explica Gustavo Coelho Dantas, nefropediatra na DaVita Recife e coordenador de nefropediatria do Hospital Santa Joana de Recife. 

Para o especialista, o tratamento da doença renal crônica deve começar quando há suspeita ou qualquer alteração anatômica, de pressão ou nos exames laboratoriais, além de promover bons hábitos de saúde, controle da pressão arterial e até uso de medicamentos que possam evitar a progressão da doença renal para uma falência da função do órgão. 

“Quando a função renal fica abaixo de 30%, o tratamento conservador já inclui medicamentos para ajudar nas funções hormonais e de controle hidroeletrolítico e da acidose, que o rim passa a não exercer completamente,” afirma Dantas. “Quando essa função residual se aproxima de 15%, é preciso lançar mão dos métodos de substituição renal: a diálise peritoneal, a hemodiálise ou, assim que possível, o transplante renal”. 

Assim como na fase adulta, por ser uma condição crônica, a doença renal infantil muitas vezes pode ser uma jornada exaustiva e difícil, e o suporte familiar é um aliado imprescindível para que a criança tenha qualidade de vida e consiga realizar seu tratamento da melhor maneira possível.

  

DaVita Tratamento Renal  

 

[i] Sociedade Brasileira de Pediatria. Doença Renal Crônica em Pediatria: Diagnóstico e Prevenção, 2020. Disponível em: Link. Acesso em 04/10/2023. 


Daltonismo - o que é , causas da doença e tratamento

Médico oftalmologista explica  

 

O daltonismo, também chamado de discromatopsia, é uma condição genética que altera a capacidade de percepção das cores. “Pacientes daltônicos apresentam dificuldade em distinguir certas cores. Diferente do que muitos pensam, a grande maioria não enxerga o mundo “preto e branco” e os casos mais comuns são dificuldades em diferenciar vermelho e verde”, explica Dr. Rogério Ferrari,

Oftalmologista do Centro Médico Pastore ( RJ).  

 

O impacto pode ser desde um inconveniente na vida da pessoa. “ Há a dificuldade para escolher roupas que combinem ou interpretar mapas ou gráficos coloridos; até impactos mais sérios, já que algumas profissões requerem a distinção precisa de cores, como pilotos, eletricistas ou designers gráficos. Além disso, os pacientes podem apresentar, por exemplo, dificuldade na identificação dos sinais semafóricos, embora o daltonismo não impossibilite a obtenção da CNH”, explica o médico. 

 

A doença é hereditária e ligada ao cromossomo X, dessa forma, é mais comum em homens do que em mulheres. “Afeta cerca de 8% dos homens e apenas 0,5% das mulheres. Apesar de menos comuns e mais raro, o daltonismo pode ser adquirido ao longo da vida por doenças oculares ou lesões”, detalha o oftalmologista . 

 

“Temos três tipos principais, que alteram a percepção das cores de maneiras diferentes, variando também sua gravidade de acometimento. São eles:


-Deuteranopia: afeta a percepção da cor verde; 


-Protanopia: a forma mais comum, paciente tem dificuldade com o vermelho; 


-Tritanopia: menos comum, afeta a percepção do azul”, destaca Dr. Rogério Ferrari.

 

Geralmente o diagnóstico é realizado por meio de testes de visão das cores, “sendo o mais comum o Teste de Ishihara, em que a pessoa precisa identificar números ou formas em imagens compostas por pontos coloridos. Existem ainda outros exames complementares para confirmar o diagnóstico”, explica. 

 

“Infelizmente, não existe cura para o daltonismo, porém dispomos de soluções que melhoram a qualidade de vida, como lentes de contato ou óculos com lentes especiais que realçam a percepção das cores. Além disso, temos o suporte das tecnologias com aplicativos de celular que identificam cores e adaptam ambientes digitais. Ainda posso citar o sistema de identificação de cores chamado ColorAdd, um sistema que representa uma forma universal de se comunicar o nome de cada cor. O sistema cataloga cada cor com um símbolo, auxiliando os daltônicos a 'enxergar' as cores de forma simples”, destaca Dr. Rogério. 


 

Fonte: Rogério Ferrari - Oftalmologista do Centro Médico Pastore. Especialista em Catarata pela USP-SP - CRM 109074-7-RJ / RQE 35355

 

SAÚDE: 10 dicas para viagens de férias mais seguras e tranquilas

Medicina do Viajante pode auxiliar no planejamento em relação a situações de saúde antes, durante e depois da viagem, evitando contratempos 

 

Com o período de férias chegando, muitos brasileiros já planejam explorar novos destinos. Porém, antes de fazer as malas, é importante considerar não apenas o lazer, mas também a saúde. 

“Viajar para diferentes partes do mundo pode expor os turistas a condições de saúde diversas, desde doenças infectocontagiosas, como intoxicações alimentares, bacterianas, doenças virais e parasitárias, até desconfortos relacionados às condições climáticas, como calor, frio, altitude e profundidade extremos”, explica Natanael Adiwardana, infectologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D’Or. 

É nesse contexto que a Medicina do Viajante se torna uma grande aliada, ajudando a prevenir contratempos médicos e a garantir uma experiência segura e tranquila, já que fornece orientações personalizadas sobre os riscos de saúde associados ao destino escolhido. 

Com opções tão variadas pelo mundo, os cuidados também mudam conforme o local escolhido. Por exemplo, para quem viaja para a África ou algumas regiões da América do Sul, é imprescindível a vacinação contra febre amarela, obrigatória em muitos países. Já em destinos de alta altitude, como os Andes ou o Himalaia, há riscos associados ao mal da montanha, que podem ser prevenidos com aclimatação gradual, hidratação e, se necessário, o uso de medicamentos específicos. 

"É fundamental pesquisar sobre o local e as condições de saúde do destino e buscar um especialista para auxiliar na preparação. Considere os locais que permanecerá e também as atividades que pretende realizar, já que centros urbanos implicam em riscos diferentes de áreas de natureza, como rios, lagos, florestas e cavernas”, complementa o infectologista. 

Outro ponto essencial é planejar os deslocamentos e considerar o tempo de permanência em cada local, já que esses fatores influenciam diretamente nas medidas preventivas a serem adotadas. 

Além disso, o médico reforça a importância de contratar um seguro saúde, especialmente para viagens internacionais. “Diferentemente do Brasil, muitos países não possuem um sistema público de saúde. Assim, uma intercorrência, mesmo que sem internação hospitalar, pode acabar saindo muito caro”, alerta Dr. Natanael. 

O Hospital São Luiz Itaim, com mais de 80 anos de tradição na zona sul de São Paulo, oferece uma estrutura completa para atender pacientes em mais de 40 especialidades, incluindo medicina do viajante, consultas e exames no centro médico e de diagnósticos. 

Confira alguns cuidados essenciais para quem deseja se preparar adequadamente antes de viajar: 

1.   Consulta com um especialista: Agende uma consulta com um médico especializado em medicina do viajante pelo menos quatro semanas antes da viagem.

2.   Seguro saúde: Contrate um seguro que cubra despesas médicas, garantindo assistência em casos de emergência.

3.   Vacinas atualizadas: Verifique se as vacinas estão em dia e providencie aquelas recomendadas ou obrigatórias para o destino.

4.   Kit de primeiros socorros: Inclua medicamentos básicos, de uso contínuo, repelente de insetos, protetor solar e medicações prescritas no seu kit.

5.   Cuidados com alimentação: Evite alimentos crus ou água não tratada, reduzindo o risco de doenças transmitidas por alimentos.

6.   Adaptação ao clima: Leve roupas adequadas ao clima do destino e mantenha-se hidratado para evitar problemas relacionados às condições climáticas.

7.   Cuidados em viagens longas: Para trajetos de longa duração, como voos intercontinentais, levante-se e movimente-se durante o percurso e se necessário use meias de compressão para evitar trombose venosa profunda. Beba água regularmente para manter-se hidratado.

8.   Atenção especial para grupos vulneráveis: Crianças, idosos e gestantes precisam de cuidados adicionais. Planeje roteiros menos exaustivos, evite atividades de alto risco e consulte um médico previamente para garantir que o itinerário seja seguro e adequado.

9.   Saúde mental em viagens: Viajar pode ser estressante, especialmente em destinos distantes ou desconhecidos. Planeje bem o itinerário, mantenha documentos organizados, leve medicamentos de uso contínuo e reserve momentos de descanso para evitar sobrecarga emocional.

10.               Atenção no retorno: Algumas doenças podem levar dias ou semanas para se manifestar. Fique atento a sintomas como febre, diarreia ou dores persistentes e procure um médico, se necessário. 

“Algumas doenças são de difícil diagnóstico por não serem comuns em nossa região. Portanto, o seguimento com o infectologista especialista em medicina de viagem é importante após o retorno, caso a pessoa apresente algum desconforto ou sintoma”, destaca o especialista.


Com essas orientações, é possível minimizar os riscos e aproveitar a viagem de forma plena. “A medicina do viajante é a chave para garantir que sua aventura seja inesquecível pelos motivos certos. Viaje com segurança, cuide de sua saúde e aproveite ao máximo suas férias!”, finaliza Dr. Natanael.

 

Sistema de neuroproteção neonatal em recém-nascidos ajudou a salvar mais de 1.000 bebês em São Paulo

Com mais de 70 mil horas de monitoramento e equipes especializadas, abordagem é responsável por detectar riscos de forma precoce, evitando mortes e sequelas neurológicas

 

Em um cenário em que a tecnologia é aliada à esperança, oito hospitais municipais de São Paulo, que contam com o programa Parto Seguro, uma parceria entre o Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM) e a Secretaria Municipal da Saúde, com o apoio da PBSF (Protecting Brains & Saving Futures) unem esforços para transformar destinos e salvar vidas. 

Com mais de 1.000 casos monitorizados em mais de 70 mil horas de monitoramento, a implantação de protocolos específicos de neuroproteção tem sido determinante para salvar vidas de bebês de alto risco, incluindo prematuros, proteger o cérebro e preservar o futuro dessas crianças. 

Capaz de detectar ameaças silenciosas ao cérebro dos bebês, como a asfixia perinatal e crises convulsivas, mesmo em estágios subclínicos, essa abordagem já se mostrou crucial em quase 85% dos casos monitorados desde maio de 2023. Seu impacto é profundo, pois reduz a mortalidade e as chances de sequelas neurológicas nesses recém-nascidos, mudando o destino de centenas de crianças e suas famílias. 

Para o Dr. Gabriel Variane, neonatologista e fundador da PBSF, é crucial o papel desempenhado por esse modelo de saúde digital. “Além de possibilitar diagnósticos mais rápidos e precisos, a plataforma de saúde digital permite a implementação de múltiplos protocolos de cuidados neurocríticos, avaliados remotamente por uma equipe médica especializada disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Esse suporte contínuo não só assegura intervenções mais eficazes, mas também oferece uma rede de apoio fundamental para famílias em momentos de extrema vulnerabilidade”, diz.
 
Entre os destaques dos oito hospitais monitorados está o Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes Altenfelder Silva, conhecido como “Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha”. A instituição já soma aproximadamente 300 bebês monitorados e mais de 18 mil horas de monitoramento, tornando-se uma das maiores referências entre os hospitais atendidos. 

"O marco de 1.000 bebês é uma evidência de como a colaboração entre instituições pode transformar a vida e o bem-estar dos recém-nascidos. Seguimos em nossa missão em oferecer os melhores recursos aos mais vulneráveis, garantindo que cada bebê tenha o melhor começo de vida possível", destaca a Dra. Anatália Basile, coordenadora geral da Maternidade Segura Humanizada CEJAM.

 

O cuidado que envolve a família 

Os protocolos de neuroproteção e o treinamento das equipes são fundamentais para salvar as vidas desses pacientes, assim como a participação da família no processo de cuidado e recuperação dos bebês. Denise Suguitani, diretora da ONG Prematuridade.com, ressalta a importância desse processo no cuidado neonatal.

“A família também é parte do tratamento. A garantia do direito aos pais estarem junto com seus bebês na UTI Neonatal é prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. A presença dos pais, o cheiro, o toque, a voz, faz toda a diferença. O impacto disso é de longo prazo com impactos positivos para a vida toda desse bebê. Os pais devem estar o maior tempo possível com seus filhos e compartilhar o cuidado com a equipe ao longo do tempo de internação”, explica.

 

Risco no Brasil e no mundo

No Brasil, estima-se que 20 a 30 mil crianças por ano nascem com problemas de oxigenação no cérebro, também conhecida por asfixia perinatal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o quadro representa 23% de todas as mortes de recém-nascidos, tornando-se a terceira maior causa de óbitos neonatais no mundo. Essa condição pode ocorrer um pouco antes, durante ou logo após o parto.





PBSF - Protecting Brains & Saving Futures

 

IA é fator-chave para melhorar jornada do paciente no atendimento hospitalar


O setor de Saúde no Brasil tem amadurecido, com a fusão de empresas e a criação de grandes grupos – que muitas vezes, já concentram mais de uma marca sob sua administração. O crescimento e modernização da rede privada de Saúde no país colocou algumas instituições no mapa dos melhores hospitais do mundo – mas essas instituições ainda precisam ter um olhar mais atento à experiência do paciente em todos os passos da sua jornada. 

E, por incrível que pareça, o setor hospitalar ainda deixa de olhar para os pontos iniciais de contato do atendimento: telefone, e-mail ou chat. E justamente o primeiro ponto de contato muitas vezes define a percepção do paciente sobre a qualidade do serviço prestado – o que tem feito muitos hospitais começarem a reconhecer a importância de investir em tecnologias avançadas para melhorar essa etapa crucial da jornada do paciente.  

A digitalização e a automatização desses canais de comunicação não só aumentam a eficiência, mas também melhoram significativamente a experiência do paciente. Por exemplo, sistemas de resposta automática podem fornecer informações imediatas sobre horários de consulta, procedimentos médicos, e até mesmo responder a perguntas frequentes, reduzindo o tempo de espera e a frustração dos pacientes.

 

A entrada da IA no atendimento hospitalar

Um levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) em 2023, em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), apontou que ao menos 55,1% dos respondentes já investiram, nos últimos dois anos, em soluções que têm a Inteligência Artificial (IA) como base para a entrega de valor no que tange à resolução de problemas – destes, apenas 12% declaram que já utilizam para processos como a criação de chatbots de atendimento.  

Embora haja iniciativas realizadas por instituições de grande porte no Brasil, a pesquisa revela que o setor de Saúde ainda não tem adotado a tecnologia em larga escala para melhorar o atendimento. E existem exemplos bastante sólidos da aplicação da tecnologia: o uso de assistentes virtuais têm ajudado os hospitais a diminuir consideravelmente a fila de espera no atendimento, ao executar triagens iniciais e direcionar pacientes para os departamentos corretos com muito mais agilidade que um atendente humano.  

Hospitais no Brasil já foram muito mais longe com a aplicação de IA, ao usar processamento de linguagem natural para interpretar as solicitações dos pacientes, e fornecer respostas precisas – o que também impactou diretamente no nível de satisfação no que tange ao atendimento.  

Além disso, o uso de IA pode ajudar a coletar e analisar dados em tempo real, fornecendo insights valiosos sobre o comportamento dos pacientes e ajudando os hospitais a ajustar suas operações para melhor corresponder às suas necessidades. Por exemplo, é possível monitorar quais são as perguntas mais frequentes ou os horários de pico de chamadas, permitindo uma melhor alocação de recursos humanos e tecnológicos para atender à demanda. 

Outro benefício significativo do uso de IA no atendimento telefônico é a capacidade de oferecer suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana. Assistentes virtuais e chatbots estão sempre prontos para atender as necessidades dos pacientes, o que é particularmente importante em situações de emergência ou fora do horário comercial. Isso não apenas aumenta a acessibilidade dos serviços de saúde, mas também reduz a carga de trabalho da equipe de atendimento, permitindo que se concentrem em casos mais complexos que realmente necessitam de intervenção humana.

 

Poder de análise

Além das respostas automatizadas, a IA pode ser utilizada para prever e mitigar problemas antes que eles ocorram. Por exemplo, algoritmos podem analisar padrões de chamadas e identificar potenciais gargalos ou períodos de alta demanda, permitindo que os gerentes de hospitais tomem medidas proativas para garantir que o atendimento permaneça fluido e eficiente. 

E essa capacidade de análise não se restringe somente a dados estruturados. Sistemas de inteligência artificial também são capazes de interpretar sentimento, a partir de interações de voz ou texto, com as tecnologias de speech analytics – tanto do paciente, quanto do agente do call center – o que pode trazer luz à novas formas de personalização, bem como indicativos importantes de qualidade no atendimento.  

A personalização, inclusive, é possível a partir da integração de outras fontes de dados ao sistema de call center que opera com IA para o atendimento. Isso é possível com o acesso do histórico do paciente, preferências e necessidades específicas. Essa personalização pode se manifestar de várias formas, desde a oferta de lembretes de consultas programadas até sugestões de serviços adicionais que possam beneficiar o paciente.

 

Desafios à implementação da IA

No entanto, a implementação das novas tecnologias baseadas em Inteligência Artificial no setor hospitalar não está isenta de desafios. Entre eles, destacam-se a resistência à mudança por parte dos funcionários e a necessidade de treinamento adequado para a equipe, para que possam trabalhar de forma eficiente com as novas tecnologias. Além disso, a integração dos novos sistemas com as infraestruturas tecnológicas já existentes nos hospitais pode ser complexa e demandar investimentos significativos. 

Para superar esses desafios, é fundamental que os hospitais adotem uma abordagem estratégica e gradual na implementação da IA. Isso inclui a realização de pilotos para testar a eficácia das novas tecnologias, a capacitação contínua dos funcionários e a comunicação transparente sobre os benefícios esperados. É igualmente importante garantir que as soluções de IA sejam complementares e não substitutivas do atendimento humano, oferecendo um equilíbrio que combine eficiência tecnológica com a empatia e o toque humano que são essenciais no setor de saúde. 

Em conclusão, a adoção da Inteligência Artificial no atendimento telefônico dos hospitais brasileiros tem o poder de transformar a forma como os pacientes interagem com os serviços de saúde. Com a capacidade de oferecer um atendimento mais rápido, eficiente e personalizado, essas tecnologias têm melhorado a experiência do paciente e otimizam as operações dos hospitais.  

Embora haja desafios a serem enfrentados, os benefícios potenciais são significativos e indicam um futuro promissor para o atendimento de saúde no Brasil. Na medida em que mais instituições adotam essas inovações, espera-se que o setor de saúde continue a evoluir, colocando os pacientes no centro de suas operações e proporcionando um serviço de excelência.

  



Claudia Andrade - Especialista em Design Conversacional da Nexcore by Selbetti
Selbetti Tecnologia

 

Dezembro Laranja: quando uma pinta pode ser câncer de pele?

 

Especialista explica como identificar pintas suspeitas e quais são os principais fatores de risco


O câncer de pele é uma doença muito comum, com estimativa de acometer mais de 200 mil brasileiros em 2024 segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos no país. Apesar de sua baixa letalidade, pode ter complicações graves e impacto na qualidade de vida, sobretudo em casos avançados, tornando essencial a conscientização e o diagnóstico precoce.1 Já o melanoma representa apenas 3% dos tumores de pele, mas é uma doença de maior letalidade, responsável por mais de 2 mil mortes no Brasil em 2020, e cuja incidência vem aumentando nos últimos anos. “Os principais sinais de alerta do câncer de pele são alterações de pintas ou manchas pré-existentes, como mudança de cor, tamanho, textura, ou o surgimento de sangramento ou coceira sobre a lesão. Por isso é tão importante conhecer e observar sempre a própria pele, para que as eventuais mudanças sejam notadas”, ressalta a oncologista Marina Sahade, do Hospital Sírio-Libanês. 

A história de Renata, gerente de enfermagem, destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele. Há oito anos, durante uma consulta dermatológica de rotina, foi orientada a realizar acompanhamentos anuais devido a uma lesão pré-cancerígena, mas acabou negligenciando a recomendação. Dois anos atrás procurou uma nova consulta devido a uma nova mancha no rosto, que foi considerada inofensiva, mas a médica encontrou uma outra pinta, que para Renata parecia insignificante, mas que se revelou um melanoma em estágio inicial. 

“Foi por insistência da médica, que decidiu examinar minha pele por completo, que o diagnóstico foi feito. Uma lesão que eu jamais suspeitaria acabou revelando o câncer mais agressivo de pele”, conta Renata. A detecção e remoção rápidas garantiram um desfecho positivo e transformaram sua visão sobre os cuidados com a saúde.

A oncologista ressalta que diagnóstico precoce, como o de Renata, é fundamental para aumentar as chances de cura, especialmente no caso do melanoma, que pode evoluir para metástase ao criar raízes profundas na pele. “Mesmo o melanoma, o tipo mais raro e agressivo de câncer de pele, tem elevada chance de cura quando descoberto no início”, afirma. 

Ela também destaca os avanços nos tratamentos. “Nos últimos anos a comunidade médica foi revolucionada pelos avanços nos tratamentos dos tumores de pele, sobretudo com a chegada das terapias alvo e imunoterapias. São tratamentos que podem ser usados tanto para o melanoma como para outros tumores de pele, mas que são reservados apenas para casos um pouco mais avançados. Os casos iniciais ainda são tratados apenas com cirurgia”, finaliza Marina. 

Desde o diagnóstico do câncer e a remoção da lesão, Renata iniciou acompanhamentos médicos regulares e passou a adotar uma rotina ainda mais rigorosa em relação à exposição solar, mesmo sem nunca ter o hábito de se expor diretamente ao sol devido à sua pele muito clara. “Evito ao máximo a exposição ao sol, principalmente nos horários de maior intensidade de radiação. Uso bloqueadores solares diariamente e, quando sei que estarei mais exposta, recorro a roupas especiais, chapéu e a uma medicação específica que preciso tomar dois dias antes”, relata. 

Marina ressalta que o principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição solar prolongada e repetitiva, especialmente durante a infância e adolescência. Contudo, ela destaca outros fatores de atenção. “Pessoas com pele, olhos e cabelos claros, que se queimam facilmente, têm maior predisposição, mas é fundamental lembrar que pessoas negras também podem desenvolver a doença. Além disso, imunossuprimidos, indivíduos com histórico familiar de câncer de pele e aqueles que utilizam câmaras de bronzeamento artificial estão no grupo de risco”, alerta. 

No caso de Renata, fatores como a pele clara e o histórico familiar – seu pai teve câncer de pele e carcinoma espinocelular – podem ter contribuído para o desenvolvimento da condição.

Por fim, Marina destaca a importância de datas como Dezembro Laranja, que reforçam a relevância das consultas de rotina com o dermatologista, que devem ser realizadas anualmente. “Em casos de lesões suspeitas, pode ser necessário um acompanhamento mais frequente, a cada três ou seis meses, para avaliar a evolução e determinar a necessidade de biópsia. Durante o check-up dermatológico, é crucial examinar toda a pele, incluindo o couro cabeludo e unhas”, orienta.

 


Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
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