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terça-feira, 4 de novembro de 2025

Interações medicamentosas: o perigo invisível que pode custar vidas

A morte do cantor Lô Borges acende o alerta para um risco comum, mas muitas vezes ignorado: o uso simultâneo de medicamentos e substâncias que podem causar efeitos graves. O farmacêutico é o profissional mais próximo da população e essencial para evitar esses acidentes



A notícia da morte do cantor e compositor Lô Borges nesta semana trouxe à tona um tema que exige cuidado e informação: as interações medicamentosas. O termo técnico se refere a uma modificação da ação de um medicamento pela presença simultânea de outro, de alimentos, bebidas, substâncias naturais ou até vitaminas.

Essas interações podem alterar o efeito esperado do medicamento, aumentando ou reduzindo sua ação e, em alguns casos, causar reações adversas graves, hemorragias, crises hipertensivas, ou falência de órgãos. De acordo com especialistas, muitos desses casos poderiam ser evitados com a orientação adequada de um farmacêutico, profissional que está mais próximo da população e preparado para identificar riscos antes que eles ocorram.



Como as interações acontecem

As interações podem ocorrer de forma intencional e benéfica, quando o médico ou farmacêutico combina medicamentos para potencializar efeitos ou reduzir doses, mas também podem acontecer de maneira acidental, quando o paciente associa medicamentos por conta própria, sem orientação.

Nesses casos, os riscos são altos:

- Potencialização dos efeitos colaterais, como sonolência, sangramentos ou quedas bruscas de pressão;


- Diminuição da eficácia terapêutica, levando o paciente a acreditar que o medicamento “não está funcionando”;


- Complicações clínicas, como insuficiência renal, hepática ou crises hipertensivas.

Exemplos comuns de interações perigosas

· Anti-histamínicos com antiácidos: antiácidos contendo alumínio ou magnésio reduzem a absorção de anti-histamínicos como a fexofenadina.

· Ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios: aumentam o risco de sangramento gastrointestinal, especialmente em uso concomitante com corticosteroides ou anticoagulantes.

· Antibióticos como rifampicina / rifabutina e anticoncepcionais orais: reduzem a eficácia do anticoncepcional, podendo levar à gravidez indesejada.

· Ácido acetilsalicílico (AAS) em casos de dengue: pode provocar hemorragias graves e até a morte.

· Laxantes de uso contínuo: causam desidratação, alterações metabólicas e dependência.

· Antiácidos e dor de estômago: podem mascarar sintomas de doenças graves, como úlceras, tumores ou até infarto, ao aliviar temporariamente a dor e retardar o diagnóstico.

· Vitaminas em excesso: podem causar intoxicações, como hipertensão craniana em crianças por excesso de vitamina A.

· Erva de São João com sinvastatina: reduz a eficácia do medicamento para colesterol.

· Valeriana e sedativos: potencializam a depressão do sistema nervoso central, levando à sonolência intensa ou confusão mental.

· Antibióticos como a eritromicina e medicamentos para hipertensão (como nifedipina): podem causar queda brusca da pressão arterial.

Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos de associações perigosas, que incluem desde medicamentos de uso contínuo até fitoterápicos e suplementos vendidos livremente.


Medicamentos e alimentos também interagem

Nem sempre as interações envolvem dois medicamentos. Alimentos e bebidas também podem modificar a ação dos medicamentos:

· Leite e antibióticos (tetraciclina; doxiciclina ou fluoroquinolonas): reduzem o efeito do antibiótico.

· Vitamina C em excesso e vitamina B12: a vitamina C pode inativar a B12.

· Álcool e medicamentos para pressão, sono ou dor: aumentam o risco de desmaios, quedas e intoxicações.


O papel essencial do farmacêutico

O farmacêutico é o profissional de saúde mais acessível à população e tem papel fundamental na prevenção de interações perigosas. Ele é o elo entre o paciente, o médico e o medicamento e pode identificar riscos antes que o problema aconteça. Antes de iniciar um novo tratamento, o ideal é informar ao farmacêutico todos os medicamentos, suplementos e chás utilizados. Esse simples diálogo pode evitar reações graves e até salvar vidas.

“A automedicação e o uso combinado de medicamentos sem orientação ainda são práticas muito comuns no Brasil. O farmacêutico está preparado para orientar o paciente sobre o uso correto e seguro dos medicamentos”, reforça a Dra. Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP).


Como evitar problemas

· Nunca misture medicamentos sem orientação profissional.

· Informe sempre ao médico ou farmacêutico todos os medicamentos, vitaminas e produtos naturais que utiliza.

· Leia a bula e siga as recomendações de horários e doses.

· Evite automedicação.

· Em caso de dúvida, oriente-se o farmacêutico.


Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF-SP

 

Perda súbita de visão exige atendimento oftalmológico de urgência

Freepik
Sintoma pode ser causado pelo bloqueio do fluxo sanguíneo na artéria central da retina por um êmbolo; a demora no diagnóstico eleva o risco de AVC ou infarto 


Perda de visão súbita, visão embaçada ou surgimento de pontos pretos no campo visual podem ser sintomas de oclusão arterial da retina, uma emergência médica que pode causar cegueira irreversível. Ocorre um bloqueio do fluxo sanguíneo na artéria central da retina, camada de tecido localizada na parte mais interna do olho que é responsável por detectar a luz e a converter em sinais elétricos enviados pelo nervo óptico ao cérebro, para serem interpretados como imagens.

A oclusão arterial da retina pode ser provocada por um coágulo de sangue ou por depósitos de colesterol ou cálcio que se desprendem e viajam pela corrente sanguínea. “Estes êmbolos podem ter origem nas artérias carótidas ou na aorta, ser provenientes de problemas nas válvulas cardíacas, ou causados por doenças autoimunes e leucemias. Enquanto se deslocam há risco de provocarem o fechamento da artéria oftálmica ou da artéria central da retina ou seus ramos”, esclarece o Prof. Dr. Michel Farah, oftalmologista do H.Olhos Unidade Ceosp , Hospital de Olhos da Rede Vision One. 

“Outra importante causa da oclusão arterial da retina é a arterite de células gigantes (ACG), uma inflamação das artérias que ocorre especialmente na cabeça e pescoço. Mais comum em pessoas acima dos 50 anos, a inflamação dos vasos sanguíneos causada pela ACG pode levar ao bloqueio da artéria central da retina ou de seus ramos e provocar perda de visão repentina e irreversível. Neste caso, é importante que seja tratada imediatamente com altas doses de corticosteróides, que são gradualmente reduzidas à medida que os sintomas melhoram”, explica o médico.

Apesar de gravíssima, a oclusão arterial da retina é pouco comum, afeta uma a cada mil pessoas, a maioria homens na faixa dos 60 anos, podendo aumentar em idades mais avançadas, com pico de risco máximo próximo aos 80 anos. De acordo com o oftalmologista, “é fundamental que seja feita uma avaliação cuidadosa para doenças sistêmicas, uma vez que há correlação dessas alterações com o aumento da incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco)”.

O Prof. Dr. Michel Farah alerta para os fatores de risco modificáveis mais importantes para prevenção da oclusão arterial da retina:

- Hipertensão arterial sistêmica;

- Gordura elevada no sangue e na massa corporal;

- Diabetes descontrolado;

- Doenças cardíacas;

- Tabagismo.

A agilidade no diagnóstico também é essencial para afastar o risco de quadros graves como o AVC, por isso é fundamental buscar um pronto-socorro oftalmológico em caso de sintomas. Em alguns casos, pode ser necessária uma avaliação multidisciplinar com clínico geral, cardiologista e reumatologista, para se evitar outras complicações da mesma origem em outros órgãos.

 

Existem alergias noturnas? Por que sintomas como espirros e coceira se intensificam no período?

Especialista traz soluções para garantir noites de sono tranquilas e livres dos sintomas alérgicos 

 

Durante o dia, tudo parece sob controle — o nariz não incomoda tanto, a pele não coça e a respiração flui normalmente. Mas basta anoitecer para que o cenário mude: espirros em sequência, nariz congestionado, coceira nos olhos e até crises de tosse passam a atrapalhar o sono. A sensação de que as alergias “acordam” com a noite é mais comum do que se imagina e afeta diretamente a qualidade do descanso e o bem-estar de quem sofre com as condições.

“É durante o período noturno que muitos sintomas de alergias respiratórias e de pele se intensificam”, explica Julinha Lazaretti, bióloga e cofundadora da Alergoshop, rede especializada no desenvolvimento de produtos hipoalergênicos. “Rinite, asma e dermatite atópica costumam piorar à noite. A pessoa se deita e começa a espirrar, sentir coceira no nariz ou na pele, o que compromete o sono e, consequentemente, o rendimento no dia seguinte.”

A intensificação dos sintomas à noite está relacionada a uma combinação de fatores. Entre eles, o acúmulo de ácaros e fungos nos quartos, a queda da temperatura, a posição deitada — que facilita a congestão nasal — e até as variações hormonais do corpo durante o sono, que influenciam a resposta alérgica.

 

Por que a noite?

Durante o sono, o corpo reduz naturalmente a produção de cortisol, hormônio com ação anti-inflamatória. Essa queda favorece a liberação de substâncias que intensificam as reações alérgicas. “Com menos cortisol circulante, o organismo tende a reagir mais fortemente aos agentes alergênicos, o que explica o aumento dos sintomas nesse período”, detalha Julinha.

O quarto também é o ambiente da casa com maior concentração de ácaros, fungos e poeira acumulada — principalmente em colchões, travesseiros, cortinas e tapetes. Esses micro-organismos prosperam em locais quentes e úmidos, e o contato prolongado durante a noite desencadeia crises alérgicas. “Os ácaros são responsáveis por cerca de 80% das alergias respiratórias, como rinite e asma. Eles se alimentam de células mortas da pele e se multiplicam facilmente em ambientes fechados”, explica a especialista.

Em paralelo, o ar tende a ficar mais frio e seco à noite, o que irrita as vias respiratórias e agrava a sensibilidade nasal. Somado a isso, a posição horizontal dificulta a drenagem da mucosa, aumentando a sensação de nariz entupido.

 

Como evitar?

Adotar medidas preventivas é essencial para garantir noites mais tranquilas. O uso de capas protetoras em colchões e travesseiros é uma das principais recomendações médicas e faz parte do Consenso Mundial de Tratamento da Asma e Rinite. As capas antiácaro funcionam como uma barreira física que impede o contato direto com os ácaros e seus dejetos, contribuindo para o controle dos sintomas e reduzindo a necessidade de medicamentos. As confeccionadas em PVC com espessura de 0,08 mm, por exemplo, oferecem conforto, toque macio e proteção contra líquidos, além de boa durabilidade e custo acessível.

Outra medida eficaz é a aplicação de um acaricida no ambiente, produto desenvolvido para eliminar e controlar ácaros, fungos e bactérias. A Solução ADF Plus da Alergoshop, por exemplo, é indicada para quem sofre de asma, rinite ou bronquite e pode ser usada em diversos tipos de superfícies, como tecidos, tapetes, cortinas e até pelúcias. Sua formulação não tóxica torna o uso seguro inclusive em quartos infantis. O controle regular desses micro-organismos contribui para a redução significativa dos agentes alergênicos.

Também é importante optar por cosméticos hipoalergênicos e com fórmulas seguras, especialmente para peles sensíveis. Produtos com Aloe Vera auxiliam na regeneração e hidratação natural, enquanto substâncias como Pró-Vitamina B5 (Pantenol) e Vitamina E promovem ação calmante e antioxidante, preservando a barreira cutânea. Formulações livres de parabenos, fragrâncias e substâncias potencialmente alergênicas reduzem o risco de irritações e mantêm a pele saudável, mesmo em pessoas com histórico de alergias.

 

Alergoshop
https://alergoshop.com.br/


Brasil já ultrapassa 12 mil novos diagnósticos de câncer de próstata em 2025

Campanha mundial destaca diagnóstico precoce; urologista do Hospital Japonês Santa Cruz detalha importância do exame preventivo 


O mês de novembro marca a campanha Novembro Azul, dedicada à conscientização sobre a saúde do homem, com foco especial na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata. A iniciativa busca quebrar tabus, ampliar o diálogo sobre o autocuidado masculino e incentivar a realização de exames preventivos que podem salvar vidas. 

De acordo com o Painel de Oncologia do Ministério da Saúde (DATASUS), que reúne os registros de diagnósticos oncológicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o câncer de próstata (CID C61) permanece entre os principais diagnósticos em homens no país. O levantamento aponta a ocorrência de 41.357 casos registrados em 2024 e 12.430 novos diagnósticos apenas entre janeiro e julho de 2025. A maioria dos casos ocorre em homens acima dos 60 anos, faixa etária em que o risco aumenta significativamente. 

“Muitos homens evitam procurar o médico por medo, vergonha ou desinformação. É fundamental compreender que o exame preventivo salva vidas. A consulta periódica com o urologista deve começar por volta dos 50 anos ou antes, em casos de histórico familiar da doença”, destaca o Dr. Antonio Neto, urologista do Hospital Japonês Santa Cruz. 

O câncer de próstata, geralmente assintomático em seus estágios iniciais, pode ser identificado por meio de exames simples, como o PSA (Antígeno Prostático Específico) e o toque retal. Quando o diagnóstico é feito precocemente, as chances de sucesso no tratamento superam 90%. 

Além da detecção precoce, o urologista reforça que a campanha Novembro Azul é um momento para repensar o estilo de vida e valorizar o autocuidado, incluindo alimentação balanceada, prática regular de atividade física, controle do estresse e abandono do tabagismo. “A saúde do homem vai muito além da próstata. É preciso olhar para o corpo e a mente como um todo. Cuidar do coração, da saúde metabólica e da saúde emocional é essencial para garantir bem-estar e longevidade. A prevenção é uma escolha diária”, ressalta o Dr. Antonio.

 

Tratamento

Quando diagnosticado precocemente, o tratamento do câncer de próstata apresenta altas taxas de cura e pode incluir cirurgia ou radioterapia, dependendo do estágio da doença e das condições de saúde do paciente. “O mais importante é que cada paciente seja avaliado individualmente, para que possamos escolher a abordagem mais eficaz, minimizando efeitos colaterais e preservando a qualidade de vida”, conclui.
 

 

Hospital Japonês Santa Cruz


Estrabismo em crianças pode sinalizar problemas neurológicos, alerta especialista

Imagem de pvproductions no Freepik
Comum na infância, condição pode causar danos permanentes à visão se não for tratado nos primeiros anos de vida

 


O estrabismo, condição caracterizada pela falta de paralelismo dos olhos, é uma das principais causas de perda visual evitável na infância. Apesar de comum, o problema ainda é cercado de desinformação e pode causar danos permanentes à visão se não for identificado e tratado precocemente. 

Segundo o Dr. Galton Carvalho Vasconcelos, oftalmologista do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte, a detecção e o tratamento precoce são fundamentais para garantir o desenvolvimento saudável da visão e da autoestima infantil. “O desenvolvimento visual acontece principalmente entre o nascimento e os sete anos de idade. Quando o estrabismo não é tratado nesse período, o cérebro tende a suprimir a imagem de um dos olhos para evitar a confusão entre as duas visões. Esse processo pode levar à ambliopia, uma perda funcional e permanente da visão”, explica o médico. 

Além dos impactos na saúde ocular, a condição pode comprometer o desenvolvimento emocional e social da criança. “Crianças com estrabismo podem sofrer isolamento e bullying desde muito cedo. Isso interfere na autoimagem, na autoestima e até na capacidade de se relacionar ao longo da vida. Há estudos que mostram que o estrabismo não tratado pode afetar a empregabilidade na vida adulta, especialmente entre as mulheres, que ainda enfrentam maior pressão estética”, observa o oftalmologista. 

Em casos diagnosticados após os sete anos — quando a visão já está completamente desenvolvida —, o estrabismo pode provocar visão dupla (diplopia) e confusão visual, o que impacta atividades como leitura, estudo, trabalho e direção de veículos. 

Segundo o especialista, o estrabismo também pode ser um sinal de outras condições mais graves. “Como os olhos estão diretamente conectados ao cérebro, essa situação pode indicar alterações neurológicas, endocrinológicas ou até traumas e tumores. Em alguns casos, é o primeiro sintoma visível de um problema maior”, alerta o Dr. Galton. 

A detecção precoce é o principal fator de sucesso no tratamento. “Quanto antes o estrabismo é identificado, maiores são as chances de alinhamento ocular adequado e recuperação da visão binocular, que é a visão tridimensional. O ideal é que o diagnóstico ocorra nos primeiros anos de vida, aproveitando a plasticidade cerebral da criança”, explica. 

Entre os sinais de alerta para os pais estão o fechamento frequente de um dos olhos, especialmente sob luz intensa, dificuldade de foco e alterações perceptíveis na direção do olhar. “O exame oftalmológico completo é essencial, e o teste do olhinho, realizado ainda na maternidade, também pode indicar indícios de estrabismo. Por isso, é fundamental manter o acompanhamento regular com o oftalmologista pediátrico”, reforça. 

O especialista lembra ainda que o estrabismo pode ter origem multifatorial — envolvendo herança genética, erros refrativos (como miopia ou hipermetropia), inflamações oculares ou alterações anatômicas. “Por mais simples que pareça, qualquer sinal deve ser investigado. A boa notícia é que, quando diagnosticado é tratado a tempo, o estrabismo tem grandes chances de correção completa e de recuperação da visão”, finaliza o Dr. Galton Carvalho Vasconcelos, oftalmologista do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte.


Novembro Azul: Comer doce demais causa diabetes?

Campanha Novembro Azul reforça a conscientização sobre a diabetes doença que já afeta mais de 16 milhões de brasileiros. Dra. Tassiane Alvarenga endocrinologista e metabologista desmistifica os principais mitos e verdades da condição
 

Durante todo o Novembro Azul, mês mundial de conscientização e combate ao diabetes, especialistas reforçam a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Segundo dados do Vigitel 2023, a diabetes afeta 10,2% da população brasileira, com predominância ligeiramente maior entre mulheres. Estima-se que o país tenha 16,6 milhões de pessoas com a doença, colocando o Brasil em sexto lugar no ranking mundial, e que cerca de 5 milhões de brasileiros convivam com o diabetes sem diagnóstico.

Para esclarecer dúvidas e combater mitos que ainda cercam a doença, a endocrinologista e metabologista Dra. Tassiane Alvarenga, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica o que é verdade e o que é mito e oferece orientações práticas para quem desconfia estar desenvolvendo a condição.

“Você pode escolher o bom controle dessa doença todos os dias, não só nesta data. Plantar um estilo de vida saudável para colher saúde e qualidade de vida é uma decisão diária”, reforça a médica.
 

1) Diabetes tem causa genética

Verdade.
Há uma influência genética significativa no desenvolvimento da diabetes. Ter um parente de primeiro grau com a doença aumenta consideravelmente as chances de também desenvolvê-la. “O diabetes tipo 2 tem uma predisposição genética maior que o tipo 1. Se um dos pais tem diabetes, o risco de o filho desenvolver é três vezes maior. Se pai e mãe possuem a condição, o risco sobe para seis vezes”, explica a Dra. Tassiane.
 

2) Diabetes geralmente não causa sintomas

Verdade.
Em cerca de 50% dos casos, a doença é assintomática nas fases iniciais e intermediárias, o que dificulta o diagnóstico precoce, segundo a endocrinologista.
 

3) Comer muito doce causa diabetes

Mito.
A maior parte dos casos de diabetes cerca de 90% é do tipo 2, relacionado a fatores combinados como predisposição genética, ganho de peso, alimentação inadequada e sedentarismo. “A ingestão de doces contribui para o excesso calórico, que leva ao ganho de peso. Mas, o problema não está apenas nos doces: alimentos como pães, massas, arroz e outros ricos em carboidratos também favorecem o aumento de peso e, consequentemente, o risco de diabetes”, pontua a especialista.

Segundo ela, o principal fator de risco para desenvolver o diabetes tipo 2 ao longo da vida é o ganho de peso, especialmente quando aliado à falta de atividade física.

 

4) Todo produto diet é liberado para diabéticos

Mito.
É essencial entender a diferença entre produtos diet e light.
Os alimentos diet são formulados para grupos com necessidades específicas e indicam ausência de determinado nutriente, geralmente o açúcar, mas nem sempre. “É importante verificar se o nutriente retirado realmente foi o açúcar, e não gordura, sódio ou outro componente”, orienta a médica.

Mesmo sem açúcar, o produto pode conter outras formas de carboidrato, como frutose, lactose, amido ou maltodextrina, que também interferem na glicemia. “O mais importante é consumir com moderação e sempre checar a quantidade total de carboidratos no rótulo”, recomenda a endocrinologista.

Já os produtos light têm redução mínima de 25% em algum nutriente ou nas calorias totais, mas isso não significa que sejam livres de açúcar.

“A redução pode vir da diminuição de gordura, proteína ou carboidrato. Ou seja, nem todo produto light é adequado para quem tem diabetes”, alerta a Dra. Tassiane.
 

5) Tenho diabetes e vou ter problemas nos rins, olhos e coração

Mito.
“O bom controle da glicemia é capaz de evitar todas as complicações crônicas do diabetes”, garante a médica.
 

6) Estresse pode aumentar a glicose no sangue

Verdade.
De acordo com a especialista, o estresse pode elevar a glicose por dois motivos principais. “O primeiro é hormonal: o estresse crônico aumenta o cortisol, hormônio que eleva a gordura abdominal e, com isso, o risco de diabetes. O segundo é comportamental: o estresse leva à ansiedade e à busca por alimentos calóricos, como bolos, chocolates e massas”, explica.

Quem deve investigar se tem diabetes?

  • Pessoas acima de 45 anos;
  • Adultos com IMC acima de 25 kg/m²;
  • Sedentários;
  • Quem tem histórico familiar de diabetes tipo 2;
  • Pacientes com hipertensão arterial;
  • Pessoas com colesterol ou triglicerídeos altos;
  • Indivíduos com acantose nigricans (manchas escurecidas e aveludadas no pescoço, virilhas e axilas — sinal de sobrecarga do pâncreas);
  • Crianças com sobrepeso e fatores de risco.

Como é feito o diagnóstico?

  • Teste de Glicemia;
  • Teste oral de tolerância à glicose (75g de glicose e nova dosagem após 2 horas);
  • Hemoglobina glicada, que mostra a média da glicemia dos últimos 3 meses;
  • Teste DXT acima de 200 mg/dL, em presença de sintomas como sede excessiva, urina em excesso e perda de peso.

A endocrinologista ressalta que, para quem já faz tratamento, é fundamental ajustar a medicação de forma individualizada. “O ideal é usar medicamentos que controlem a glicemia e auxiliem na perda de peso. A obesidade é um dos grandes fatores que fortalecem a doença”, orienta a Dra. Tassiane. 



Dra. Tassiane Alvarenga – ENDOCRINOLOGISTA E METABOLOGISTA - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU; Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; Residência Médica em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM USP); Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM; Membro da Endocrine Society, SBEM e ABESO; Faz parte do Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Passos. Sobrepeso e Obesidade. Compulsão Alimentar e Ansiedade; Obesidade Infantil; Diabetes Mellitus e Pré Diabetes: Controle da glicemia e prevenção de complicações como Retinopatia , Neuropatia , Nefropatia , Infarto do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC); Dislipidemias ( Colesterol); Doenças da tireoide ( Hipo e Hipertireoidismo, Nódulos na Tireóide); Osteopenia e Osteoporose; Seguimento pré e pós operatórios de cirurgia bariátrica; Check-up e Avaliação de rotina; Baixa Estatura; Distúrbios da Menstruação, Distúrbios da Puberdade, Crescimento e Desenvolvimento sexual; Síndrome dos Ovários Policísticos; Reposição hormonal na Menopausa e Andropausa.




“Novembro Azul” inspira reflexão sobre autocuidado e prevenção

O CRCSP incentiva os profissionais da contabilidade a cuidarem da saúde e realizarem exames preventivos 

 

O mês de novembro é marcado por ações voltadas à prevenção do câncer de próstata. Neste contexto, o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP) reforça a importância de incluir o autocuidado na rotina dos profissionais da contabilidade e de toda a sociedade. 

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 71 mil novos casos são diagnosticados todos os anos no país. Quando identificados no início, as chances de cura ultrapassam 90%. 

O CRCSP destaca que a prevenção começa com atitudes simples. Consultar o médico regularmente, realizar o exame de sangue que mede o PSA e o toque retal quando indicado são medidas essenciais. Manter hábitos saudáveis também ajuda: praticar atividades físicas, ter alimentação equilibrada e evitar o cigarro e o consumo excessivo de álcool. 

Para quem atua na Contabilidade, uma profissão marcada por prazos e rotinas intensas, cuidar da saúde é um ato de responsabilidade. Reservar tempo para consultas e exames é fundamental para garantir equilíbrio e qualidade de vida.   

Durante o Novembro Azul, o CRCSP reforça que falar sobre o tema é uma forma de quebrar tabus e incentivar o cuidado contínuo. A prevenção é uma escolha que protege vidas e deve fazer parte da rotina de todos. 


Saúde muscular em todas as fases da vida: especialistas do CEJAM explicam como preservar força, equilíbrio e bem-estar

Fisioterapeuta e nutricionista destacam a importância do exercício físico e da alimentação equilibrada para manter a massa muscular e prevenir lesões 


Manter os músculos fortes é essencial não apenas para o desempenho físico, mas também para a prevenção de doenças, lesões e para a preservação da autonomia nas atividades diárias. Segundo o fisioterapeuta do CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”) Kainã Silva, os cuidados com a musculatura devem começar desde a infância e se adaptar conforme cada fase da vida. 

“Todos os exercícios devem respeitar o estágio de desenvolvimento e as necessidades individuais. Em cada fase, o corpo demanda estímulos diferentes para se fortalecer e se manter saudável”, explica o especialista. 

O fisioterapeuta esclarece que na infância, a prioridade é estimular a coordenação motora e a força de maneira lúdica, com atividades como pular corda, correr e brincar com bola. E na adolescência, o foco passa a ser a conscientização corporal e o fortalecimento muscular, com esportes coletivos e treinos resistidos, sempre com suporte de um profissional. 

Já na fase adulta, o objetivo é prevenir lesões e manter ou aumentar a massa muscular, com práticas como musculação, pilates e treino funcional. Na terceira idade, a meta é preservar força, flexibilidade e equilíbrio, prevenindo quedas e garantindo autonomia. Nessa fase, ele indica exercícios com peso corporal, elásticos, halteres leves, treino de equilíbrio e alongamentos. 

“Em qualquer idade, o ideal é contar com a orientação de um profissional de educação física ou fisioterapeuta, especialmente para quem está iniciando. Esse acompanhamento é fundamental para adaptar as cargas, respeitar os limites do corpo e evitar lesões”, pontua Kainã. 

Ele alerta que alguns dos erros mais frequentes são o uso de cargas excessivas, técnica incorreta, ignorar dores ou desconfortos e seguir treinos prontos da internet sem supervisão profissional. “Cada pessoa tem uma estrutura e um ritmo diferente. O excesso de carga e a má execução podem causar sobrecarga articular e lesões musculares”. 

Em casos de dor, limitação de movimento ou recuperação após imobilização, é essencial adaptar os exercícios para evitar sobrecarga. Atividades de baixo impacto, como hidroginástica, bicicleta ergométrica e exercícios de apoio, são boas opções. “A fisioterapia ajuda a preservar a massa muscular, melhorar a circulação e reduzir inchaços, permitindo que o paciente retome a rotina com o mínimo de perda funcional”. 

O ideal é praticar atividades físicas de duas a três vezes por semana, intercalando os dias. “A regularidade é mais importante que a intensidade, especialmente para quem está começando. O alongamento deve fazer parte da rotina, pois contribui para a flexibilidade, redução da tensão muscular, alívio de dores crônicas e complementa o treino de força, prevenindo lesões”, enfatiza Silva.
 

Alimentação: o combustível essencial para fortalecer os músculos

De acordo com a nutricionista Dayse Moreira, do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), a alimentação é determinante para a construção e manutenção da massa muscular. “Proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais atuam em conjunto para garantir o bom funcionamento e o desempenho dos músculos”. 

As proteínas fornecem os aminoácidos necessários para a síntese muscular; os carboidratos geram energia; as gorduras boas ajudam na produção hormonal; e micronutrientes, como vitamina D, cálcio e magnésio. 

“A vitamina D é essencial para a função muscular e para a absorção de cálcio, que atua diretamente na contração muscular. Já o magnésio participa da síntese proteica e da função muscular adequada”, detalha a nutricionista. 

Dayse orienta que o consumo de proteínas deve ser ajustado conforme a fase da vida:

  • Infância: quantidades adequadas para o crescimento e desenvolvimento;
  • Vida adulta: cerca de 0,8 a 1 g/kg/dia para manutenção da massa muscular e do metabolismo;
  • Terceira idade: entre 1 e 1,2 g/kg/dia, ajudando a prevenir a perda de massa magra.

Ela ressalta que as proteínas de origem animal são completas, pois contêm todos os aminoácidos essenciais. Já as proteínas vegetais podem ser combinadas. Leguminosas com cereais, por exemplo, ajudam a alcançar o mesmo valor nutricional. 

Para uma alimentação equilibrada, é preciso incluir no cardápio fontes de proteína, como ovos, carnes magras, iogurtes e leguminosas; carboidratos complexos, como arroz integral, aveia e batata; além de inserir frutas e verduras, que fornecem antioxidantes e minerais essenciais. 

A especialista também destaca a importância da hidratação adequada. “A desidratação pode comprometer a força, o desempenho e até o processo de recuperação muscular. Após os exercícios, é fundamental consumir alimentos que favoreçam a regeneração dos músculos”. 

Sobre a suplementação, Moreira explica que nem todos precisam recorrer a produtos como whey protein ou creatina. “Eles podem ser úteis em casos de treinos intensos ou quando há dificuldade em atingir as necessidades proteicas, mas a alimentação equilibrada deve vir em primeiro lugar. Além disso, o uso deve ser avaliado individualmente por um nutricionista ou médico, especialmente em crianças e idosos”, lembra. 

Ela acrescenta que dietas muito restritivas podem comprometer a ingestão de nutrientes, levando à perda de massa e força muscular e prejudicando o desempenho físico. “Para idosos com dificuldade em consumir proteínas, o ideal é fracionar as refeições ao longo do dia e priorizar alimentos de fácil digestão, como ovos, queijos, iogurtes, leite e leguminosas.” Quando necessário, a suplementação deve ser feita com acompanhamento profissional. 

“Manter músculos fortes é resultado de um conjunto de hábitos: alimentação equilibrada, hidratação constante, atividade física regular e descanso adequado. Não existe fórmula rápida, mas sim constância e cuidado”, conclui.

 

CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial

 

Novembro Azul: mais do que a saúde da próstata, um alerta para o cuidado integral do homem

Doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte masculina, respondendo por cerca de 70% das mortes globais 

 

O Novembro Azul, movimento global de conscientização sobre a saúde masculina, costuma destacar o câncer de próstata — responsável por 1,4 milhão de mortes de homens no mundo¹. Nos últimos cinco anos, dados da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), maior empresa do Brasil em diagnóstico por imagem, indicam que cerca de 15.314 homens realizaram exames voltados à próstata, de um total 315.562 exames de imagem. Mas a saúde do homem vai muito além dessa doença. Ela precisa ser encarada de forma integral, tanto pela sociedade quanto pelos profissionais de saúde.  

As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte masculina, respondendo por cerca de 70% das mortes globais², o que equivale a mais de 38 milhões de óbitos por ano, segundo dados de 20231. Transtornos mentais também impactam na saúde do homem. Dados do relatório publicado em 2022 pelo World Mental Health indicam que 970 milhões de pessoas vivem com algum transtorno mental, desse número, 47,6% são homens2, uma amostra que apresenta a necessidade de olhar para outras frentes da saúde do homem, muito além do câncer de próstata.   

De acordo com o Ministério da Saúde, mesmo com o aumento da expectativa de vida, os homens ainda vivem 7,1 anos a menos que as mulheres3. Esse dado afirma a realidade de que homens são menos frequentes em exames médicos do que mulheres. Dados da FIDI mostram que, anualmente, as mulheres representam 61% dos exames diagnósticos, enquanto os homens correspondem a 49%. O Ministério também destaca que os homens morrem mais do que as mulheres na maioria das causas de óbito e em todas as faixas etárias até os 80 anos.  

O tabu em relação às consultas médicas e exames preventivos impacta diretamente a qualidade e a expectativa de vida dos homens. “O Brasil é o único país da América Latina que possui uma política pública voltada especificamente à saúde masculina. Quanto mais cedo o homem adota hábitos saudáveis e realiza check-ups regulares, menores são as chances de enfrentar doenças graves”, afirma Dr. Harley de Nicola, médico, professor, especialista na saúde do homem e superintendente médico da FIDI 

A informação é o primeiro passo para quebrar tabus e promover uma mudança real no comportamento masculino em relação à saúde, para isso é essencial falar de saúde integral masculina sem preconceitos ou estigmas e incentivar a busca anual e regular por um médico especialista, pois cuidar da saúde é um gesto de força, não de fraqueza”, complementa Dr. Harley.    



FIDI - Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e filantrópicas.
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Referências

1. INCA. Estimativa 2023: incidência de câncer no Brasil. Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil

2. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento B, Souza MFM, et al. Estatística Cardiovascular – Brasil 2023. Arq. Bras. Cardiol. 2024;121(2):e20240079. Disponível em: https://abccardiol.org/article-keyword/insuficiencia-cardiaca/

3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World mental health report: Transforming mental health for all. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338

4. Ministério da Saúde. Saúde do Homem. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-do-homem

 

Semaglutida entra para o “hall da fama” da revista Time como uma das melhores invenções dos últimos 25 anos

O reconhecimento internacional da molécula reforça a necessidade de políticas que estimulem a inovação no país

 

A semaglutida, desenvolvida inicialmente para o tratamento do diabetes tipo 2 e hoje considerada uma das soluções mais promissoras no tratamento da obesidade e doenças crônicas graves, acaba de ser incluída pela revista TIME na lista das invenções mais icônicas dos últimos 25 anos — ao lado da vacina de mRNA contra COVID-19, do iPhone e do YouTube. 

A molécula ganhou popularidade ao ter sua efetividade comprovada no tratamento da obesidade e sobrepeso. A semaglutida segue sendo estudada como uma alternativa que poderá contribuir na melhora do quadro de pessoas que vivem com diversas doenças crônicas graves, com mais de 50 mil pacientes participantes de pesquisas clínicas que comprovam sua eficácia e segurança em todo o mundo. 

Para pacientes brasileiros, essa inovação representa esperança e qualidade de vida. Mas a chegada de outras terapias avançadas no país depende de um fator crítico: segurança jurídica e proteção da propriedade intelectual por meio de patentes consolidadas. 

No Brasil, a concessão de patentes pode levar mais de 10 anos, segundo dados do Tribunal de Contas da União (TCU)¹, enquanto países como China concedem patentes em apenas 15,6 meses (pouco mais de 1 anos)². Essa demora compromete mais da metade do período de exclusividade da patente, reduzindo o retorno sobre investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), desestimulando a chegada de novas terapias e investimentos no Brasil.

 

Impacto econômico e social do ciclo virtuoso da inovação

Cada novo medicamento inovador aprovado pode gerar até R$ 4,2 bilhões por ano em oportunidades para o mercado de genéricos — um impacto estimado entre R$ 20 e R$ 22 bilhões a cada cinco anos³. Sem um ambiente regulatório previsível, o Brasil corre o risco de perder investimentos, talentos e, principalmente, atrasar o acesso dos pacientes a novos remédios que salvam vidas.

 

O papel do legislativo

O país discute uma atualização da lei de propriedade intelectual que amplia a segurança jurídica para inovadores e mitiga os impactos negativos da burocracia para garantir acesso a terapias avançadas e atrair investimentos, enquanto uma molécula para tratamento de diabetes e obesidade é reconhecida como uma das maiores invenções dos últimos 25 anos. 

A tramitação do Projeto de Lei 2.210/2022, contendo a Emenda 4, que propõe a modernização da lei de propriedade intelectual, é crucial para garantir a previsibilidade e competitividade necessárias para atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento científico, econômico e social no país. 

“O impacto disso na saúde do brasileiro é imensurável — não há como calcular o valor de uma vida. Quando o ambiente não favorece a inovação, a consequência é o aumento das desigualdades: maior dificuldade para incorporar novas terapias no SUS, menor ingresso de medicina de ponta e uma sociedade que perde oportunidades de avanço em saúde e qualidade de vida”, afirma Leonardo Bia, Vice-presidente de Assuntos Corporativos da Novo Nordisk. 

A Novo Nordisk, líder global em inovação e com mais de R$ 8 bilhões investidos no Brasil, entre 2024 e 2025, reafirma seu compromisso com o país e com a busca por soluções inovadoras que transformem a vida de milhões de pessoas. O ciclo completo de desenvolvimento de um novo medicamento pode levar entre 10 e 15 anos. Durante esse tempo, a empresa realiza diversas fases de testes clínicos, que incluem milhares de pacientes. 

"Investimos com confiança aqui porque acreditamos no talento dos pesquisadores, na força das nossas parcerias locais e na capacidade de levar soluções que salvam vidas. Mas isso só se consolida se houver uma estrutura que valorize a ciência, garanta segurança jurídica e proteja o ecossistema de inovação. A segurança jurídica incentiva o investimento em pesquisa e desenvolvimento, beneficiando pacientes e impulsionando o país", conclui Bia.

  


Novo Nordisk
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Referências

¹ Acórdão 1199/2020 - TCU

²China National Intellectual Property Administration Media Perspective China Accelerates Patent Review Process to Improve Innovation Protection

³.Cartilha de Propriedade Intelectual - Interfarma

 

Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal: CFO alerta sobre importância do diagnóstico precoce

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Estudos apontam que cerca de 70% dos casos são identificados em estágios avançados da doença, o que reduz as chances de cura; pacientes devem procurar por um cirurgião-dentista ao menor sinal de alteração na cavidade oral 


Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica que 15,1 mil novos casos de câncer de boca sejam diagnosticados por ano no Brasil, durante o triênio 2023-2025. Embora a doença possua altas chances de identificação precoce, uma vez que as alterações na cavidade oral podem ser percebidas com facilidade pelo próprio paciente, ainda é alto o índice de diagnóstico tardio da doença. Estudos apontam que cerca de 70% dos casos são identificados com tumores em fases avançadas, o que reduz as chances de cura. 

Por esse motivo, na Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, realizada no período de 1 a 7 de novembro, o Sistema Conselhos de Odontologia, composto pelo Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais de todo país, faz um alerta sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença. A orientação é de que, ao menor sinal de alteração na boca, o paciente busque por um cirurgião-dentista, que é o profissional capacitado para diagnóstico das patologias da cavidade oral. 

O câncer bucal engloba os lábios, língua, gengivas e céu da boca, sendo importante que a população esteja atenta aos sintomas iniciais da doença. Entre os sinais de alerta estão: lesões que não cicatrizam por mais de 15 dias, manchas vermelhas ou esbranquiçadas, sangramento, nódulos no pescoço e rouquidão persistente. Nos casos mais avançados, observa-se ainda dificuldade de mastigar, engolir e falar, assim como de movimentar a língua.
 

Fatores de risco e prevenção

Entre os principais fatores de risco para o câncer de boca estão uso de tabaco e álcool, especialmente a associação entre os dois; exposição prolongada ao sol sem proteção labial aumenta o risco de câncer de lábio; sexo oral sem proteção com infecção pelo papilomavírus humano (HPV); além de lesões crônicas na boca causadas por próteses mal ajustadas ou outros traumas repetidos. A má higiene bucal também está ligada a um maior risco de desenvolvimento da doença. 

Para prevenção do câncer oral, a população deve evitar comportamentos associados aos fatores de risco, manter uma boa rotina alimentar, rica em vitamina D, e realizar a prática constante de exercícios físicos. O combate ao estresse e o sono reparador também são fatores importantes de prevenção de câncer no geral. 

Uma boa rotina de higiene oral também está entre as ações de prevenção ao câncer de boca. Além disso, é fundamental que sejam mantidas visitas regulares ao cirurgião-dentista, de forma preventiva, ou sempre que forem notadas alterações na cavidade bucal.
 

O papel da Odontologia

O Sistema Conselhos de Odontologia ressalta que os cirurgiões-dentistas estão entre os profissionais mais capacitados para a identificação e diagnóstico de anormalidades na cavidade bucal, uma vez que conhecem toda as características comuns das estruturas da boca, como textura, cor, formato e os tipos de alteração que podem ocorrer, e que por isso podem identificar lesões precocemente. Além de diagnosticar a lesão, o cirurgião-dentista realiza o encaminhamento para o tratamento oncológico. 

Os tratamentos de câncer de boca podem ser de três tipos diferentes: a cirurgia, que pode ser realizada pelos cirurgiões-dentistas especialistas em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, e a quimioterapia e a radioterapia, realizadas por equipes médicas. A Odontologia ainda possui papel fundamental no cuidado das possíveis sequelas dos tratamentos, sendo que os cirurgiões-dentistas fazem parte da equipe multidisciplinar que realiza o atendimento integral do paciente.
 

10 anos da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal

A Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal está prevista na Lei Federal nº 13.230/2015, que em dezembro completa 10 anos. A legislação prevê a realização da campanha anualmente, sempre na primeira semana de novembro, como os objetivos de estimular ações preventivas e campanhas educativas relacionadas ao câncer bucal; promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores de câncer bucal; apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol do controle do câncer bucal; além de difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer bucal.



Novembro roxo: lei estabelece diretrizes para cuidado e acompanhamento de bebês prematuros

Campanha reforça a importância de pré-natal e acompanhamento após a alta de bebês que nascem antes do previsto 

 

Nem todo bebê chega no tempo previsto. Quando ele nasce “antes da hora”, o cuidado oferecido já em seus primeiros minutos de vida faz toda a diferença. Por isso, o Novembro Roxo, dedicado à conscientização sobre a prematuridade, entrou este ano para o calendário brasileiro, com a aprovação da Lei Federal 15.198/2025, que instituiu o Dia Nacional da Prematuridade (17 de novembro), a Semana da Prematuridade e o mês de mobilização pela causa.  

A nova legislação estabelece diretrizes para a atenção durante o pré-natal e para o acompanhamento após a alta hospitalar, além de incentivar campanhas educativas e capacitação de profissionais de saúde. As medidas, diz a pediatra neonatologista Renata Castro, coordenadora assistencial da UTI neonatal do Hospital e Maternidade Sepaco, são fundamentais,  já que o Brasil está entre os países com maior número de nascimentos prematuros no mundo, de acordo com a Organização Mundial dum fenômeno que, segundo a médica, reflete desigualdades de acesso ao pré-natal e à assistência neonatal de alta complexidade. 

“Muitas mulheres encontram dificuldades para fazer o pré-natal. Após o parto, outro desafio é conseguir acompanhar os filhos que permanecem internados. Precisamos fortalecer as redes de cuidado", diz Renata, acrescentando que “é preciso garantir a cada bebê prematuro a oportunidade de se desenvolver plenamente. Hoje, o foco não é apenas fazer o bebê sobreviver, mas permitir o melhor desenvolvimento possível, com ênfase em neuroproteção, nutrição e vínculo afetivo desde os primeiros instantes”, explica.

 

Fatores de risco 

O parto prematuro, definido pela Organização Mundial da Saúde como aquele que ocorre antes de 37 semanas de gestação, pode ocorrer por uma série de fatores, como infecções, ruptura de membranas, hipertensão, pré-eclâmpsia ou diabetes. O acompanhamento durante o pré-natal é fundamental para o controle de doenças crônicas e o tratamento de infecções, podendo evitar o parto antes da hora. Outras medidas a serem tomadas pelas gestantes para evitar o risco,  além do acompanhamento contínuo, são evitar o tabaco, manter alimentação equilibrada, praticar atividade física, cuidar da saúde emocional e respeitar o intervalo entre gestações (que depende de avaliação individualizada, feita pelo médico, de acordo com a saúde da mulher e de como foi sua gestação anterior),

 

Conheça os desafios do bebê prematuro 

O parto prematuro impõe ao recém-nascido o desafio de adaptar-se ao ambiente extrauterino antes do amadurecimento completo de seus órgãos. No curto prazo, podem surgir complicações respiratórias, infecções e dificuldades de alimentação. A longo prazo, há risco de distúrbios motores e déficits cognitivos, mas os avanços têm permitido que prematuros extremos alcancem um desenvolvimento saudável quando acompanhados por equipes multiprofissionais. 

Entre as práticas que reduzem complicações estão o uso do sulfato de magnésio antes do parto, a ventilação gentil (forma delicada de ajudar o bebê prematuro a respirar, usando métodos menos invasivos e ajustes mínimos para proteger seus pulmões sensíveis) e o clampeamento tardio do cordão umbilical (prática de esperar alguns segundos antes de cortá-lo, permitindo que o bebê receba sangue extra da placenta, rico em ferro e nutrientes que favorecem sua saúde e desenvolvimento). O leite humano é considerado o “primeiro medicamento” do prematuro, e o método canguru, que estimula o contato pele a pele e o protagonismo dos pais, melhora o ganho de peso, reduz infecções e fortalece o vínculo familiar.  

Os cuidados, diz Renata, devem continuar após a alta hospitalar, com consultas regulares, reabilitação e vacinação atualizada — incluindo proteção contra o vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de hospitalização em prematuros.

 

Mobilização global 

Além da mobilização nacional, o Brasil também se une à campanha global do Dia Mundial da Prematuridade, promovida pela OMS e pela Global Foundation for the Care of Newborn Infants (GFCNI). Este ano, o tema global do Dia Mundial da Prematuridade 2025 é “Garanta aos prematuros começos saudáveis para futuros brilhantes” (“Give preterm babies a strong start for a brighter future”). A campanha é uma iniciativa da GFCN) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), com participação de uma rede internacional de organizações de pais de bebês prematuros — da qual a ONG Prematuridade.com representa o Brasil.

A mensagem deste ano reforça a importância de garantir aos prematuros um início de vida com cuidado contínuo, humanizado e de qualidade, desde o nascimento até os primeiros anos de desenvolvimento, etapa decisiva para promover saúde e bem-estar ao longo da vida.

 

Hospital e Maternidade Sepaco


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