Estudos apontam que cerca de 70% dos casos são
identificados em estágios avançados da doença, o que reduz as chances de cura;
pacientes devem procurar por um cirurgião-dentista ao menor sinal de alteração
na cavidade oral 
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Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica
que 15,1 mil novos casos de câncer de boca sejam diagnosticados por ano no
Brasil, durante o triênio 2023-2025. Embora a doença possua altas chances de
identificação precoce, uma vez que as alterações na cavidade oral podem ser
percebidas com facilidade pelo próprio paciente, ainda é alto o índice de
diagnóstico tardio da doença. Estudos apontam que cerca de 70% dos casos são
identificados com tumores em fases avançadas, o que reduz as chances de cura.
Por esse motivo, na Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal,
realizada no período de 1 a 7 de novembro, o Sistema Conselhos de Odontologia,
composto pelo Conselho Federal de Odontologia e os 27 Conselhos Regionais de
todo país, faz um alerta sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce
da doença. A orientação é de que, ao menor sinal de alteração na boca, o
paciente busque por um cirurgião-dentista, que é o profissional capacitado para
diagnóstico das patologias da cavidade oral.
O câncer bucal engloba os lábios, língua, gengivas e céu da boca,
sendo importante que a população esteja atenta aos sintomas iniciais da doença.
Entre os sinais de alerta estão: lesões que não cicatrizam por mais de 15 dias,
manchas vermelhas ou esbranquiçadas, sangramento, nódulos no pescoço e
rouquidão persistente. Nos casos mais avançados, observa-se ainda dificuldade
de mastigar, engolir e falar, assim como de movimentar a língua.
Fatores de risco e prevenção
Entre os principais fatores de risco para o câncer de boca estão
uso de tabaco e álcool, especialmente a associação entre os dois; exposição
prolongada ao sol sem proteção labial aumenta o risco de câncer de lábio; sexo
oral sem proteção com infecção pelo papilomavírus humano (HPV); além de lesões
crônicas na boca causadas por próteses mal ajustadas ou outros traumas
repetidos. A má higiene bucal também está ligada a um maior risco de
desenvolvimento da doença.
Para prevenção do câncer oral, a população deve evitar
comportamentos associados aos fatores de risco, manter uma boa rotina
alimentar, rica em vitamina D, e realizar a prática constante de exercícios
físicos. O combate ao estresse e o sono reparador também são fatores
importantes de prevenção de câncer no geral.
Uma boa rotina de higiene oral também está entre as ações de
prevenção ao câncer de boca. Além disso, é fundamental que sejam mantidas
visitas regulares ao cirurgião-dentista, de forma preventiva, ou sempre que
forem notadas alterações na cavidade bucal.
O papel da Odontologia
O Sistema Conselhos de Odontologia ressalta que os cirurgiões-dentistas
estão entre os profissionais mais capacitados para a identificação e
diagnóstico de anormalidades na cavidade bucal, uma vez que conhecem toda as
características comuns das estruturas da boca, como textura, cor, formato e os
tipos de alteração que podem ocorrer, e que por isso podem identificar lesões
precocemente. Além de diagnosticar a lesão, o cirurgião-dentista realiza o
encaminhamento para o tratamento oncológico.
Os tratamentos de câncer de boca podem ser de três tipos
diferentes: a cirurgia, que pode ser realizada pelos cirurgiões-dentistas
especialistas em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, e a quimioterapia
e a radioterapia, realizadas por equipes médicas. A Odontologia ainda possui
papel fundamental no cuidado das possíveis sequelas dos tratamentos, sendo que
os cirurgiões-dentistas fazem parte da equipe multidisciplinar que realiza o
atendimento integral do paciente.
10 anos da Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal
A Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal está prevista na
Lei Federal nº 13.230/2015, que em dezembro completa 10 anos. A legislação
prevê a realização da campanha anualmente, sempre na primeira semana de
novembro, como os objetivos de estimular ações preventivas e campanhas
educativas relacionadas ao câncer bucal; promover debates e outros eventos
sobre as políticas públicas de atenção integral aos portadores de câncer bucal;
apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol
do controle do câncer bucal; além de difundir os avanços técnico-científicos
relacionados ao câncer bucal.
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