Campanha
Novembro Azul reforça a conscientização sobre a diabetes doença que já afeta
mais de 16 milhões de brasileiros. Dra. Tassiane Alvarenga endocrinologista e
metabologista desmistifica os principais mitos e verdades da condição
Durante todo o Novembro Azul,
mês mundial de conscientização e combate ao diabetes, especialistas reforçam a
importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Segundo dados do Vigitel
2023, a diabetes afeta 10,2% da população brasileira, com predominância
ligeiramente maior entre mulheres. Estima-se que o país tenha 16,6 milhões de
pessoas com a doença, colocando o Brasil em sexto lugar no ranking mundial, e
que cerca de 5 milhões de brasileiros convivam com o diabetes sem diagnóstico.
Para esclarecer dúvidas e
combater mitos que ainda cercam a doença, a endocrinologista e metabologista
Dra. Tassiane Alvarenga, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia (SBEM), explica o que é verdade e o que é mito e oferece
orientações práticas para quem desconfia estar desenvolvendo a condição.
“Você pode escolher o bom
controle dessa doença todos os dias, não só nesta data. Plantar um estilo de
vida saudável para colher saúde e qualidade de vida é uma decisão diária”,
reforça a médica.
1) Diabetes tem causa genética
Verdade.
Há uma influência genética significativa no desenvolvimento da diabetes. Ter um
parente de primeiro grau com a doença aumenta consideravelmente as chances de
também desenvolvê-la. “O diabetes tipo 2 tem uma predisposição genética maior
que o tipo 1. Se um dos pais tem diabetes, o risco de o filho desenvolver é
três vezes maior. Se pai e mãe possuem a condição, o risco sobe para seis
vezes”, explica a Dra. Tassiane.
2) Diabetes geralmente não causa sintomas
Verdade.
Em cerca de 50% dos casos, a doença é assintomática nas fases iniciais e
intermediárias, o que dificulta o diagnóstico precoce, segundo a
endocrinologista.
3) Comer muito doce causa diabetes
Mito.
A maior parte dos casos de diabetes cerca de 90% é do tipo 2, relacionado a
fatores combinados como predisposição genética, ganho de peso, alimentação
inadequada e sedentarismo. “A ingestão de doces contribui para o excesso
calórico, que leva ao ganho de peso. Mas, o problema não está apenas nos doces:
alimentos como pães, massas, arroz e outros ricos em carboidratos também
favorecem o aumento de peso e, consequentemente, o risco de diabetes”, pontua a
especialista.
Segundo ela, o principal fator
de risco para desenvolver o diabetes tipo 2 ao longo da vida é o ganho de peso,
especialmente quando aliado à falta de atividade física.
4) Todo produto diet é liberado para
diabéticos
Mito.
É essencial entender a diferença entre produtos diet e light.
Os alimentos diet são formulados para grupos com necessidades específicas e
indicam ausência de determinado nutriente, geralmente o açúcar, mas nem sempre.
“É importante verificar se o nutriente retirado realmente foi o açúcar, e não
gordura, sódio ou outro componente”, orienta a médica.
Mesmo sem açúcar, o produto
pode conter outras formas de carboidrato, como frutose, lactose, amido ou
maltodextrina, que também interferem na glicemia. “O mais importante é consumir
com moderação e sempre checar a quantidade total de carboidratos no rótulo”,
recomenda a endocrinologista.
Já os produtos light têm
redução mínima de 25% em algum nutriente ou nas calorias totais, mas isso não
significa que sejam livres de açúcar.
“A redução pode vir da
diminuição de gordura, proteína ou carboidrato. Ou seja, nem todo produto light
é adequado para quem tem diabetes”, alerta a Dra. Tassiane.
5) Tenho diabetes e vou ter problemas nos
rins, olhos e coração
Mito.
“O bom controle da glicemia é capaz de evitar todas as complicações crônicas do
diabetes”, garante a médica.
6) Estresse pode aumentar a glicose no
sangue
Verdade.
De acordo com a especialista, o estresse pode elevar a glicose por dois motivos
principais. “O primeiro é hormonal: o estresse crônico aumenta o cortisol,
hormônio que eleva a gordura abdominal e, com isso, o risco de diabetes. O
segundo é comportamental: o estresse leva à ansiedade e à busca por alimentos
calóricos, como bolos, chocolates e massas”, explica.
Quem deve investigar se tem diabetes?
- Pessoas acima de 45 anos;
- Adultos com IMC acima de 25
kg/m²;
- Sedentários;
- Quem tem histórico familiar de
diabetes tipo 2;
- Pacientes com hipertensão
arterial;
- Pessoas com colesterol ou
triglicerídeos altos;
- Indivíduos com acantose
nigricans (manchas escurecidas e aveludadas no pescoço, virilhas e axilas
— sinal de sobrecarga do pâncreas);
- Crianças com sobrepeso e
fatores de risco.
Como é feito o diagnóstico?
- Teste de Glicemia;
- Teste oral de tolerância à glicose
(75g de glicose e nova dosagem após 2 horas);
- Hemoglobina glicada, que mostra
a média da glicemia dos últimos 3 meses;
- Teste DXT acima de 200 mg/dL,
em presença de sintomas como sede excessiva, urina em excesso e perda de
peso.
A endocrinologista ressalta que, para quem já faz tratamento, é fundamental ajustar a medicação de forma individualizada. “O ideal é usar medicamentos que controlem a glicemia e auxiliem na perda de peso. A obesidade é um dos grandes fatores que fortalecem a doença”, orienta a Dra. Tassiane.
Dra. Tassiane Alvarenga – ENDOCRINOLOGISTA E METABOLOGISTA - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia – UFU; Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP; Residência Médica em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM USP); Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM; Membro da Endocrine Society, SBEM e ABESO; Faz parte do Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Passos. Sobrepeso e Obesidade. Compulsão Alimentar e Ansiedade; Obesidade Infantil; Diabetes Mellitus e Pré Diabetes: Controle da glicemia e prevenção de complicações como Retinopatia , Neuropatia , Nefropatia , Infarto do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC); Dislipidemias ( Colesterol); Doenças da tireoide ( Hipo e Hipertireoidismo, Nódulos na Tireóide); Osteopenia e Osteoporose; Seguimento pré e pós operatórios de cirurgia bariátrica; Check-up e Avaliação de rotina; Baixa Estatura; Distúrbios da Menstruação, Distúrbios da Puberdade, Crescimento e Desenvolvimento sexual; Síndrome dos Ovários Policísticos; Reposição hormonal na Menopausa e Andropausa.
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