Fisioterapeuta e nutricionista destacam a importância do exercício físico e da alimentação equilibrada para manter a massa muscular e prevenir lesões
Manter os músculos fortes é essencial não apenas para o desempenho físico, mas
também para a prevenção de doenças, lesões e para a preservação da autonomia
nas atividades diárias. Segundo o fisioterapeuta do CEJAM (Centro de Estudos e
Pesquisas “Dr. João Amorim”) Kainã Silva, os cuidados com a musculatura devem
começar desde a infância e se adaptar conforme cada fase da vida.
“Todos os
exercícios devem respeitar o estágio de desenvolvimento e as necessidades
individuais. Em cada fase, o corpo demanda estímulos diferentes para se
fortalecer e se manter saudável”, explica o especialista.
O fisioterapeuta
esclarece que na infância, a prioridade é estimular a coordenação motora e a
força de maneira lúdica, com atividades como pular corda, correr e brincar com
bola. E na adolescência, o foco passa a ser a conscientização corporal e o
fortalecimento muscular, com esportes coletivos e treinos resistidos, sempre
com suporte de um profissional.
Já na fase adulta,
o objetivo é prevenir lesões e manter ou aumentar a massa muscular, com
práticas como musculação, pilates e treino funcional. Na terceira idade, a meta
é preservar força, flexibilidade e equilíbrio, prevenindo quedas e garantindo
autonomia. Nessa fase, ele indica exercícios com peso corporal, elásticos,
halteres leves, treino de equilíbrio e alongamentos.
“Em qualquer
idade, o ideal é contar com a orientação de um profissional de educação física
ou fisioterapeuta, especialmente para quem está iniciando. Esse acompanhamento é
fundamental para adaptar as cargas, respeitar os limites do corpo e evitar
lesões”, pontua Kainã.
Ele alerta que
alguns dos erros mais frequentes são o uso de cargas excessivas, técnica
incorreta, ignorar dores ou desconfortos e seguir treinos prontos da internet
sem supervisão profissional. “Cada pessoa tem uma estrutura e um ritmo
diferente. O excesso de carga e a má execução podem causar sobrecarga articular
e lesões musculares”.
Em casos de dor,
limitação de movimento ou recuperação após imobilização, é essencial adaptar os
exercícios para evitar sobrecarga. Atividades de baixo impacto, como
hidroginástica, bicicleta ergométrica e exercícios de apoio, são boas opções.
“A fisioterapia ajuda a preservar a massa muscular, melhorar a circulação e
reduzir inchaços, permitindo que o paciente retome a rotina com o mínimo de
perda funcional”.
O ideal é praticar
atividades físicas de duas a três vezes por semana, intercalando os dias. “A regularidade
é mais importante que a intensidade, especialmente para quem está começando. O
alongamento deve fazer parte da rotina, pois contribui para a flexibilidade,
redução da tensão muscular, alívio de dores crônicas e complementa o treino de
força, prevenindo lesões”, enfatiza Silva.
Alimentação:
o combustível essencial para fortalecer os músculos
De acordo com a
nutricionista Dayse Moreira, do Hospital Geral de Itapevi, gerenciado pelo
CEJAM em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde
de São Paulo (SES-SP), a alimentação é determinante para a construção e
manutenção da massa muscular. “Proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis,
vitaminas e minerais atuam em conjunto para garantir o bom funcionamento e o
desempenho dos músculos”.
As proteínas
fornecem os aminoácidos necessários para a síntese muscular; os carboidratos
geram energia; as gorduras boas ajudam na produção hormonal; e micronutrientes,
como vitamina D, cálcio e magnésio.
“A vitamina D é
essencial para a função muscular e para a absorção de cálcio, que atua
diretamente na contração muscular. Já o magnésio participa da síntese proteica
e da função muscular adequada”, detalha a nutricionista.
Dayse orienta que
o consumo de proteínas deve ser ajustado conforme a fase da vida:
- Infância: quantidades adequadas para o crescimento e
desenvolvimento;
- Vida adulta: cerca de 0,8 a 1 g/kg/dia para manutenção da
massa muscular e do metabolismo;
- Terceira idade: entre 1 e 1,2 g/kg/dia, ajudando a prevenir a
perda de massa magra.
Ela ressalta que
as proteínas de origem animal são completas, pois contêm todos os aminoácidos
essenciais. Já as proteínas vegetais podem ser combinadas. Leguminosas com
cereais, por exemplo, ajudam a alcançar o mesmo valor nutricional.
Para uma
alimentação equilibrada, é preciso incluir no cardápio fontes de proteína, como
ovos, carnes magras, iogurtes e leguminosas; carboidratos complexos, como arroz
integral, aveia e batata; além de inserir frutas e verduras, que fornecem
antioxidantes e minerais essenciais.
A especialista
também destaca a importância da hidratação adequada. “A desidratação pode
comprometer a força, o desempenho e até o processo de recuperação muscular.
Após os exercícios, é fundamental consumir alimentos que favoreçam a
regeneração dos músculos”.
Sobre a
suplementação, Moreira explica que nem todos precisam recorrer a produtos como
whey protein ou creatina. “Eles podem ser úteis em casos de treinos intensos ou
quando há dificuldade em atingir as necessidades proteicas, mas a alimentação
equilibrada deve vir em primeiro lugar. Além disso, o uso deve ser avaliado
individualmente por um nutricionista ou médico, especialmente em crianças e
idosos”, lembra.
Ela acrescenta que
dietas muito restritivas podem comprometer a ingestão de nutrientes, levando à
perda de massa e força muscular e prejudicando o desempenho físico. “Para
idosos com dificuldade em consumir proteínas, o ideal é fracionar as refeições
ao longo do dia e priorizar alimentos de fácil digestão, como ovos, queijos,
iogurtes, leite e leguminosas.” Quando necessário, a suplementação deve ser
feita com acompanhamento profissional.
“Manter músculos
fortes é resultado de um conjunto de hábitos: alimentação equilibrada,
hidratação constante, atividade física regular e descanso adequado. Não existe
fórmula rápida, mas sim constância e cuidado”, conclui.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial

Nenhum comentário:
Postar um comentário