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terça-feira, 2 de setembro de 2025

Setembro Amarelo: trajetória de escritora expõe riscos do diagnóstico tardio e da interrupção do tratamento da bipolaridade

Jovem mineira transforma sua experiência em ativismo e reforça a importância do acolhimento e medicação

 

No mês do Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, a escritora e palestrante mineira Marília Dan chama a atenção para um problema silencioso, mas recorrente: a demora em identificar corretamente transtornos mentais e a dificuldade de manter o cuidado de forma contínua. O atraso no diagnóstico retarda o início do acompanhamento adequado, enquanto a interrupção da terapia pode agravar crises e expor pacientes a situações de maior vulnerabilidade e risco.

A própria história de Marília ilustra a gravidade da questão. Antes de receber o diagnóstico definitivo de transtorno afetivo bipolar com sintomas psicóticos, passou por diferentes avaliações. Aos 14 anos, começou a ouvir vozes que acreditava serem de um vizinho e colega de escola — episódio que marcou o início de uma longa busca por explicações. Enquanto enfrentava bullying e perdia o interesse pelos estudos, recebeu, em 2015, o diagnóstico de esquizofrenia, seguido da classificação de bipolaridade no ano seguinte. Em 2021, durante uma internação psiquiátrica, foi classificada com o transtorno esquizoafetivo, o que foi descartado posteriormente. Hoje, aos 29 anos, Marília canaliza sua energia em literatura e palestras sobre saúde mental.

Em uma das fases mais delicadas da sua vivência, quando interrompeu a medicação, Marília enfrentou uma crise grave: ouviu vozes que a mandavam pular da janela do apartamento. Temendo por sua segurança, pediu que amigos trancassem todas as portas e janelas. No dia seguinte, decidiu buscar ajuda e se internou voluntariamente no Hospital Espírita André Luiz (HEAL), em Belo Horizonte (MG), referência nacional em saúde mental e dependência química.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo. No Brasil, dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, revelam um aumento de 43% nos casos de suicídio entre 2010 e 2019, passando de 9.454 para 13.523 registros.

O episódio, hoje relatado com clareza pela escritora, reforça a importância da adesão ao tratamento e do apoio de uma rede de acolhimento para a prevenção de situações de risco. Esse foi o ponto de virada de Marília. Durante os 57 dias de internação no HEAL, contou com o apoio da família e o suporte especializado, decisivos para sua recuperação. Desde então, com disciplina no cuidado e uso correto da medicação, ela não voltou a apresentar crises, consolidando um novo capítulo em sua vida pessoal e profissional.

“No Setembro Amarelo, é importante lembrar que quem enfrenta pensamentos suicidas ou crises emocionais não quer, de fato, morrer. O que existe é um sofrimento profundo, que pode se manifestar em quadros depressivos extremos ou até em alucinações, como aconteceu comigo. Mas tudo isso pode ser controlado e prevenido com diagnóstico correto, acompanhamento adequado e apoio. Buscar ajuda é fundamental e ninguém precisa enfrentar essa dor sozinho”, completa Marília.
 

Ativismo pela saúde mental

Além de compartilhar sua trajetória por meio da literatura, Marília Dan se dedica ao ativismo com a palestra “Marília Dan e a Saúde Mental no Cinema”, levando a discussão para escolas, empresas e espaços culturais. Em outubro, ela lança a segunda edição do livro “As Vozes na Minha Cabeça: minha história com o transtorno bipolar”, no qual relata em detalhes os episódios de alucinações auditivas e o impacto do transtorno em sua vida.

Com sua atuação, reforça a urgência de iniciativas que enfrentem o preconceito, ampliem o acesso à informação e incentivem o diálogo sobre saúde mental. Para Marília, o debate não pode se restringir a datas como o Setembro Amarelo ou o Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em outubro. “É uma pauta que precisa atravessar o cotidiano e inspirar mudanças permanentes na forma como lidamos com o tema. Mais do que falar sobre isso, quero mostrar que é possível ter uma vida plena e feliz após o diagnóstico, desde que se siga o tratamento adequado”, ressalta.  

 

Marília Dan - escritora, palestrante e ativista em saúde mental. Natural de Belo Horizonte (MG), passou um longo período convivendo com sintomas não identificados e sem tratamento adequado, até receber, aos 20 anos, o diagnóstico de transtorno afetivo bipolar com sintomas psicóticos. Transformou essa vivência em literatura e palestras, que mostram ser possível alcançar qualidade de vida e bem-estar emocional. Autora do livro “As Vozes na Minha Cabeça: minha história com o transtorno bipolar (2020)”, que ganhará nova edição em outubro de 2025, ela também iniciou a escrita de sua terceira obra, inspirada nos 57 dias de internação voluntária em um hospital psiquiátrico. Em sua palestra “Marília Dan e a Saúde Mental no Cinema”, conecta a própria trajetória a referências cinematográficas para promover reflexões sobre cuidado emocional, prevenção e enfrentamento de desafios.


Cresce número de pessoas com problemas de saúde mental; saiba onde procurar tratamento psicológico em São Paulo

 

Freepik

Setembro Amarelo chega reforçando a importância de cuidar da saúde mental. Dados nacionais indicam que cerca de 26,8% da população brasileira convive com algum transtorno, como ansiedade, depressão ou bipolaridade, mostrando a necessidade de prevenção e acolhimento.

Em São Paulo, a situação é igualmente preocupante. Estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a região metropolitana de São Paulo possui a maior incidência de perturbações mentais no mundo, com 29,6% da população afetada. Entre os transtornos mais comuns estão a ansiedade, que atinge 19,9% da população, e a depressão, que afeta 11% dos habitantes da Grande São Paulo.

As unidades da Anhanguera da Vila Mariana, Osasco, Santana, Taboão da Serra, Guarulhos e Pirituba promovem atendimentos psicológicos individuais e em grupo, voltados à prevenção ao suicídio e ao cuidado emocional. Quem deseja agendar atendimentos ou obter mais informações pode procurar as clínicas mais próximas.
 

Clínicas de Psicologia 

Na Vila Mariana, os atendimentos acontecem de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 22h. Para se inscrever, o interessado deve entrar em contato pelo telefone (11) 5085-9075 ou pelo site. O suporte tem valor social por sessão.  

Em Santana - zona norte de São Paulo, os atendimentos psicológicos acontecem de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 21h.  Informações sobre os atendimentos podem ocorrer pelo WhatsApp (11) 2972-9058. 

Na Faculdade Anhanguera de Guarulhos, os atendimentos psicológicos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 21h. Os interessados devem realizar inscrição prévia por um dos seguintes canais: formulário online (clique aqui), pelos telefones da clínica-escola: (11) 2107-1910 (também WhatsApp) ou presencialmente na própria clínica. 

Já na unidade de Pirituba, os atendimentos são oferecidos para todas as idades, a valor social, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 20h. As inscrições devem ser realizadas pelo formulário online (clique aqui). 

E a Clínica de Psicologia de Taboão tem atendimentos de psicoterapia para todas as idades, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, sendo necessário fazer inscrição prévia pelo telefone (11) 4097-6098.  

Na Clínica de Psicologia de Osasco, os atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 08h às 21h. Para ter acesso ao serviço é necessário inscrição prévia, os interessados devem entrar em contato pelos telefones (11) 3699-9046 e (11) 3699-9049. 


Desabafo de Cássio expõe dificuldades de inclusão escolar para crianças autistas em BH

Cássio, goleiro do Cruzeiro, relata dificuldade para matricula
 a filha com autismo em escola.
 
Foto: Reprodução/Instagram-Cássio

Goleiro do Cruzeiro relata recusa de escolas em receber a filha com TEA; caso reacende debate sobre desafios da inclusão na educação básica no Brasil 

 

O desabafo do goleiro Cássio, do Cruzeiro, ao relatar a dificuldade de matricular sua filha Maria Luiza, de 7 anos, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em escolas particulares de Belo Horizonte, reacendeu um debate urgente sobre inclusão escolar no país. A fala, publicada nas redes sociais na sexta-feira (21/8), repercutiu amplamente e expôs uma realidade enfrentada por milhares de famílias brasileiras.

Segundo o atleta, a recusa não foi por falta de vagas, mas pela ausência de preparo das instituições para receber sua filha. “Não estavam prontas para acolhê-la”, afirmou. A situação gerou comoção e levantou questionamentos sobre o cumprimento da legislação e o preparo das escolas para lidar com estudantes neurodivergentes.

Dados do Censo Escolar 2024, divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mostram que o número de alunos com TEA matriculados na educação básica cresceu 44,4% em relação ao ano anterior, passando de 636.202 para 918.877. O total de matrículas de estudantes da educação especial chegou a 2,1 milhões em 2024, um aumento de 17,2% em relação a 2023.

Ainda segundo o Inep, o percentual de alunos com deficiência incluídos em turmas regulares na faixa etária de 4 a 17 anos subiu de 93,2%, em 2020, para 95,7% em 2024.

Apesar dos avanços quantitativos, especialistas alertam que a presença em sala de aula não significa, necessariamente, inclusão de fato.

“A recusa de matrícula, embora proibida por lei, ainda ocorre de forma disfarçada. Muitas escolas não sabem como adaptar seu espaço e sua prática pedagógica para atender adequadamente alunos com TEA”, afirma Alessandra Freitas, especialista em aprendizagem e alfabetização e fundadora do Eduka Todos.


A inclusão que vai além da matrícula

Com atuação em todo o Brasil, o Eduka Todos nasceu para apoiar escolas, professores e famílias na construção de ambientes realmente inclusivos. A plataforma oferece formações práticas, estratégias adaptadas e ferramentas de apoio para lidar com os desafios da educação de alunos neurodivergentes.

“No Eduka Todos, acreditamos na transformação por meio da inclusão, da educação e do apoio contínuo às famílias e aos profissionais. Trabalhamos para empoderar mães, capacitar professores e construir um futuro mais justo para todos”, explica Alessandra.

“Não basta dizer que a escola é inclusiva. É preciso saber como ser. Oferecemos um método claro e acessível para que instituições superem barreiras e avancem de forma concreta”, complementa.


Minas Gerais: estrutura cresce, mas práticas ainda enfrentam desafios

Minas Gerais tem registrado avanços em políticas de educação inclusiva. A rede estadual atende cerca de 50 mil estudantes com deficiência, entre eles crianças e adolescentes com TEA. Segundo a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, há mais de 1.480 salas de recursos multifuncionais distribuídas pelo estado, além de 47 Centros de Referência em Educação Especial Inclusiva (CREIs), um por Superintendência Regional de Ensino.

Em Belo Horizonte, algumas escolas estaduais têm se destacado por boas práticas inclusivas. É o caso da EE Laura das Chagas Ferreira e da EE Alberto Delpino, que vêm implementando reformas e recursos pedagógicos adaptados.

Apesar disso, Alessandra ressalta que a realidade ainda é desigual, sobretudo entre as redes pública e privada.

“O caso do Cássio é emblemático, mas está longe de ser isolado. Escuto relatos semelhantes todos os dias, principalmente de mães. Mas também vejo, na prática, que é possível transformar esse cenário com formação adequada, planejamento e intencionalidade pedagógica.”


Iniciativas legislativas e o papel da sociedade

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, tramita o Projeto de Lei 750/2019, que propõe campanhas de conscientização sobre a inclusão de pessoas com deficiência e TEA em escolas públicas e privadas. A proposta busca fortalecer a cultura da inclusão no ambiente escolar e combater o capacitismo institucional (Fonte: almg.gov.br).

Para Alessandra, a repercussão do caso é uma oportunidade para gerar mudanças estruturais:

“A fala de uma figura pública deu visibilidade a uma dor que muitas famílias enfrentam em silêncio. Precisamos aproveitar essa janela para avançar em políticas públicas, cobrar a aplicação da lei e, acima de tudo, mudar a cultura escolar. Inclusão é um direito, não um favor.” 

 

Alessandra Freitas - especialista em aprendizagem e alfabetização, com foco em educação inclusiva e desenvolvimento de estratégias pedagógicas para crianças com autismo. Fundadora do Eduka Todos, já impactou milhares de famílias, escolas e educadores com formações práticas e soluções acessíveis para a construção de ambientes escolares mais justos e inclusivos.


Saúde mental masculina: Um alerta silencioso


Ainda há um longo caminho a percorrer quando o assunto é a saúde mental dos homens. O modelo tradicional de masculinidade que valoriza força, resistência emocional e aparente invulnerabilidade levou muitos a esconderem suas dores. Mas esse silêncio, cultivado por anos, hoje cobra um preço alto.

Um estudo realizado pelo dr.consulta mostra que entre 2020 e 2025, as mulheres registraram 79.725 consultas de psicologia, representando 65,3% do total, enquanto os homens somaram 42.411 consultas (34,7%). Na psiquiatria, a diferença é ainda mais expressiva: foram 457.215 consultas realizadas por mulheres (66,9%) contra 225.531 por homens (33,1%). Possíveis razões para a busca médica ao invés da psicoterapia: soluções rápidas e medicamentosas, encaminhamentos pela rede de saúde, cultura e percepção de valor, questões de acesso e disponibilidade de agenda.

É fundamental entender que a saúde mental é tão vital quanto a saúde física. No entanto, muitos dos fatores que comprometem o bem-estar dos homens ainda são subestimados ou encarados como “fraqueza”: estresse crônico, sedentarismo, alimentação desequilibrada e o consumo excessivo de álcool, cigarro e medicamentos. Esses hábitos, muitas vezes naturalizados ou até incentivados pela sociedade, causam um impacto profundo e acumulativo na saúde masculina.

A predominância das mulheres em busca de acompanhamento em saúde mental não reflete apenas maior incidência de transtornos, mas também uma maior disposição a reconhecer problemas emocionais e buscar ajuda. Já os homens, muitas vezes, permanecem invisíveis nesse contexto, mesmo que exista sofrimento.

Dados do dr.consulta revelam que os transtornos mentais e comportamentais já representam 8,7% dos atendimentos em saúde, sendo a ansiedade responsável por 70% desses casos. Esses números acendem um alerta urgente: os homens estão adoecendo emocionalmente, mas ainda enfrentam resistência interna e externa para buscar ajuda. 

Diante desse cenário, é fundamental promover ações específicas voltadas ao público masculino para que eles entendam a necessidade de um acompanhamento assim como as mulheres. Além disso, é preciso reforçar o incentivo ao acompanhamento preventivo e regular, desconstruindo a ideia de que procurar ajuda é sinal de fraqueza. Pelo contrário, buscar apoio é um ato de coragem e responsabilidade consigo mesmo e com aqueles que convivem com o homem, seja na família, no trabalho ou em outros espaços sociais 



Paulo Yoo - Diretor de Experiência e Programas de Saúde do dr.consulta, empresa brasileira referência em saúde acessível e cuidado primário e secundário de qualidade.


IA substitui psicólogo? Cresce o uso de robôs de conversa como apoio emocional no Brasil

1 em cada 10 brasileiros usa inteligência artificial como espaço de desabafo

 

O brasileiro está cada vez mais usando o ChatGPT e outras plataformas de inteligência artificial (IA) para fazer terapia. Já são mais de 12 milhões de pessoas no país usando a tecnologia com esse propósito, segundo estimativa da agência de estudos de comportamento Talk Inc. A pesquisa também trouxe à tona uma tendência crescente no Brasil: 1 em cada 10 brasileiros recorre a chats de inteligência artificial para desabafar, buscar conselhos ou fazer terapia. 

A nova tendência apresenta o debate da inteligência artificial como uma opção ao tratamento terapêutico tradicional. Para muitos, a IA é um lugar de conforto e de inclusão por não ter os custos das terapias. Por outro lado, as inteligências artificiais possuem algoritmos ainda primários e tendenciosos, com inúmeros relatos de que a IA corrobora com tudo que é questionado, reforçando padrões e atuando de forma distante do que a medicina recomenda. 

O diretor do Hospital Heidelberg, referência nacional em tratamento psicológico e psiquiátrico, Roberto Ratzke, afirma que buscar apoio emocional exclusivamente por meio de uma inteligência artificial pode parecer prático, rápido, acessível, só que os riscos precisam ser avaliados. “Eles são programas que em geral elogiam e acabam não tendo o papel de mostrar e de causar desconforto no paciente. As pessoas buscam terapia para refletir e pensar no que está errado ou certo em suas vidas. Não existe terapia sem dor”, avalia. 

Segundo a psicóloga Brenda Marinello, também do Hospital Heidelberg, outro ponto de debate sobre a IA é a questão ética. “Quem vai garantir o sigilo da informação? Na terapia isso é lei. O contrato de uso da IA não é seguro”, diz Brenda.
 

Sentimentos e entendimento 

A inteligência artificial não sente como os humanos. Existe uma grande diferença entre compreender, entender uma emoção e sentir a emoção. “Sentir é corporal, atravessa nossa biologia e nossa história pessoal. A inteligência artificial pode reconhecer os padrões e devolver respostas, mas ela não percebe tom de voz, pausa, gestos ou silêncios que carregam significado”, conta. 

O chatbot irá simular uma empatia, as respostas serão acolhedoras de acordo com o que está sendo dito, sem acessar a experiência emocional de estar diante de outro ser humano. “Só no contato humano é possível um acolhimento genuíno, uma sensibilidade, uma presença real, uma empatia verdadeira. É muito comum a gente ouvir frases do tipo: eu falo mais com IA do que com meus amigos, eu sinto que ela me entende, eu desabafo com a IA. Isso diz muito sobre um vazio afetivo que muitas pessoas já carregam e que é preenchido com zero conflito”, reflete. Para a especialista, o risco maior é que a inteligência artificial reduza o desejo por vínculos humanos ao não oferecer riscos, confrontos, julgamentos ou frustrações. 

Porém, é por meio das relações humanas que se aprende a tolerar a frustração. Essa experiência é insubstituível porque ela nos dá base para suportar tanto a imperfeição alheia quanto a nossa. 

“E aqui também fica a pergunta, se o vínculo humano é esse espaço onde a gente pode ser frustrado e as mesmo assim ser amados, o que que vai acontecer com uma geração que aprende a se regular só com vínculos que nunca devolve frustração. Então, eu acredito que esse é um questionamento que a gente precisa começar a se fazer para estarmos preparados para lidarmos com isso”, afirma. 

Brenda reflete que a inteligência artificial pode ser utilizada como um apoio complementar, como registro de humor diário, mas nunca como um substituto de terapia ou de relações de cuidado. 

“Para quem usa de forma recorrente a inteligência artificial para este fim, vale uma reflexão. Se é um hábito, algo precisa de atenção”, completa.

 

Hospital Heidelberg


Sugestão de pauta: Nova atração gratuita no Escape 60'

A sala interativa "Missão Ciberland", desenvolvida em parceria com o Escape 60, estreia em setembro em São Paulo com foco em temas como cyberbullying, fake news e o uso excessivo de telas



Com o objetivo de conscientizar crianças e adolescentes sobre os riscos do ambiente digital e incentivar o uso responsável da tecnologia, a Fundación MAPFRE, em parceria com o Escape 60, lança o escape game “Missão Ciberland” — uma experiência gratuita e imersiva que transforma educação digital em um jogo colaborativo e dinâmico.

A atividade gratuita acontece de 3 de setembro a 3 de outubro, na unidade Henrique Schaumann do Escape 60, localizada em Pinheiros, São Paulo. Com duração de 30 minutos, a sala de escape “Ciberland” convida os participantes a embarcar em uma missão fictícia: o protocolo Ciberland foi ativado, e uma equipe de especialistas em cibersegurança precisa unir forças para enfrentar desafios inspirados em situações reais, como fake news, vazamento de dados, cyberbullying e o uso excessivo de telas.

De forma lúdica e envolvente, a proposta estimula o pensamento crítico, a empatia e a colaboração — habilidades essenciais para a navegação segura no mundo online. “No cenário em que vivemos, o ambiente digital é parte integrante da rotina das novas gerações. Por isso, é essencial que famílias, escolas e organizações atuem de forma conjunta na construção de uma cultura digital mais consciente. O Ciberland reforça nosso compromisso com a educação e a transformação social, ao oferecer uma experiência interativa que estimula o pensamento crítico sobre temas tão relevantes.” destaca Fátima Lima, representante da Fundación MAPFRE no Brasil.

Serão oferecidas 20 sessões diárias, com agendamento prévio pelo site do Escape 60. Para garantir a reserva gratuita, basta inserir o cupom FMAPFRE no momento da finalização. A iniciativa integra o programa educativo da Fundación MAPFRE, que desenvolve projetos de impacto nas áreas de educação, saúde e segurança.

“Acreditamos que a educação pode, e deve, ser divertida. Por isso, transformar um tema tão importante como a segurança digital em um jogo envolvente é uma forma de gerar impacto real entre os jovens”, completa Jeannette Galbinski, diretora de marketing do Escape 60’.

Esta edição marca a evolução do projeto Ciberland, que já contou com exposições de sucesso no Museu Catavento e na Sabina Escola Parque do Conhecimento, agora adaptado para um formato ainda mais imersivo, que potencializa o engajamento e o aprendizado.

 

SERVIÇO

Missão Ciberland – Escape Game by Fundación MAPFRE e Escape 60

Local: Escape 60 — Unidade Henrique Schaumann

Data: De 3 de setembro a 3 de outubro de 2025

Endereço: Rua Henrique Schaumann, 717 – Pinheiros, São Paulo – SP

Duração: 30 minutos

Custo: Gratuito — Vagas limitadas, com agendamento prévio pelo site https://escape60.com.br/missao-ciberland-by-fundacion-mapfre/

 


Escape 60’
Para outras informações, confira o site.


Fundación MAPFRE

Natal de Joinville terá espetáculo de abertura em duas noites



Apresentações serão nos dias 15 e 16 de novembro,

a partir das 19h30, em frente à Prefeitura 

 

O Natal de Joinville 2025 já tem data para começar e a primeira novidade desta edição é a realização do espetáculo de abertura em duas noites consecutivas: dias 15 e 16 de novembro. As apresentações que marcam a estreia oficial do evento serão realizadas às 19h30, em frente à Prefeitura. 

Outra boa notícia é a duração do evento. Neste ano, o Natal de Joinville será ampliado para 51 dias, nove dias a mais de diversão, lazer e encantamento. 

Segundo Camila Araújo Duarte, presidente do Instituto Natal Joinville, a sessão extra do espetáculo de abertura do Natal 2025 e a programação geral estendida em mais de uma semana vão permitir que um número ainda maior de moradores e turistas prestigiem o evento. “Os joinvilenses e visitantes já podem reservar as datas em suas agendas porque o espetáculo de abertura e as atrações deste ano serão inesquecíveis.” 

O secretário de Cultura e Turismo de Joinville, Guilherme Gassenferth, avisa que o evento será encantador. “A cada ano, o Natal de Joinville fica ainda mais especial. Para 2025, a programação está sendo planejada com muito carinho porque nossa principal motivação é proporcionar uma experiência encantadora para moradores e turistas.” 

Além das duas noites de abertura e da ampliação no calendário do evento, o Natal de Joinville terá outras surpresas. A programação vem sendo preparada há meses pelo Instituto Natal Joinville e pela Secult. “Estamos ansiosos para compartilhar tudo o que teremos neste ano, mas, por enquanto, o que podemos antecipar é que estamos preparando um evento lindo e cheio de atrações para toda a família”, avisa Camila.

Chegando em sua quinta edição, o Natal de Joinville é promovido pela Prefeitura e realizado pelo Instituto Natal Joinville. No ano passado, mais de 40 mil pessoas prestigiaram o espetáculo de abertura e aproveitaram, em 42 dias, mais de 20 atrações, todas gratuitas. O evento também é reconhecido por sua programação diversa, acessível e inclusiva.

 

Tudo o que você precisa saber na reta final do Enem 2025

Com um pouco mais de 2 meses para a prova, especialista reforça a importância de organização, equilíbrio e atualização constante; veja dicas e calendário do exame
 

Faltam cerca de dois meses para o Enem 2025, marcado para os dias 9 e 16 de novembro. Principal porta de entrada para universidades públicas e privadas em todo o país, o exame exige não apenas conhecimento, mas também estratégia, preparo emocional e rotina bem-organizada

Para Hugo de Almeida, diretor do PB Colégio e Curso, que aparece entre os melhores do ranking Enem 2024 no Rio de Janeiro, este é um momento importantíssimo para consolidar conteúdos e manter o equilíbrio até a prova

“Na reta final do Enem, nesse tempo que falta, a gente já está chegando no final dos conteúdos que são trabalhados ao longo do ano. Em breve, todos os preparatórios entram na fase de revisão. É hora de consolidar os assuntos que caem com mais frequência, principalmente de acordo com a carreira e a universidade escolhida”, explica. 

Segundo Hugo, a estratégia precisa ser personalizada e consciente do sistema de avaliação.

“Se o candidato é de Direito, Humanas e Linguagens vão ter mais peso em boa parte das faculdades. Se é de Medicina, Ciências da Natureza exigem dedicação maior. Para Engenharias, Matemática se torna central. Por isso, é importante revisar com foco nos pesos de cada área, fechar os conteúdos que caem com mais frequência e garantir um bom desempenho também no TRI, que é o principal sistema de discriminação de notas do Enem.”
 

A redação Nota 1.000 

A prova de redação segue sendo um dos maiores desafios. Para Hugo, ela exige capacidade argumentativa e repertório atualizado

“Ter opinião é fácil, o difícil é sustentar a opinião. O candidato precisa estar antenado com os grandes fatos e movimentos históricos que estamos vivendo: mundo pós-pandemia, mudanças na economia global, entrada da inteligência artificial na rotina. Tudo isso pode aparecer como pano de fundo na redação.” 

Mais do que decorar fórmulas, é essencial acompanhar notícias, podcasts e reportagens de fontes confiáveis

“Uma das competências mais difíceis é justamente a de argumentar. Quanto mais repertório, mais condições o aluno terá de defender sua opinião e propor uma intervenção crítica e viável, que é o objetivo da redação do Enem.” 

Hugo recomenda que os candidatos reservem tempo para se atualizar, mesmo nos dias corridos de estudo.

“A prova de redação é uma prova crítica e de intervenção. Para propor uma solução, você precisa compreender muito bem aquele assunto. Quanto mais notícias, mais informações, mais argumentos e repertório o candidato terá para sustentar sua opinião.”
 

Estudo x vida social: como equilibrar

Outro dilema comum entre estudantes e famílias é a relação entre rotina de estudos e lazer. Segundo Hugo, o segredo está no equilíbrio. 

“Carreiras como Medicina, Direito e Engenharias exigem dedicação quase de atleta. Mas lazer não precisa ser excluído, ele é até fundamental para a saúde mental. A questão é escolher atividades que não atrapalhem os estudos. Uma caminhada, academia ouvindo podcast, cinema com amigos, jogo de tabuleiro, tudo isso é válido. Já festa virando a madrugada, claro, atrapalha.” 

Ele defende que o lazer seja “bem dimensionado”

“O aluno precisa ter momentos de respiro, mas que sejam compatíveis com o ano de vestibular. A gente sugere sempre lazer saudável: esporte, academia, caminhadas, cinema, conversa com amigos. Isso ajuda a manter a mente em ordem. Mas o lazer precisa ser planejado para não prejudicar a rotina de estudo.”
 

Organização e tranquilidade no dia da prova

Mais do que revisar conteúdo até a última hora, Hugo acredita que o diferencial no dia do Enem está no bem-estar emocional

“Só passa no Enem quem chega feliz e sem culpa. O candidato precisa sentir que fez tudo que estava ao alcance. Dormir bem, se alimentar corretamente e manter uma rotina organizada fazem uma diferença enorme.”

Ele reforça que, na reta final, o segredo é fechar ciclos de estudo para não carregar ansiedade para a prova

“Não deixe de finalizar seus estudos de Física, não deixe de revisar redações. Use o tempo com qualidade e feche seus ciclos. Quando o aluno chega ao Enem sentindo que entregou tudo, ele fica bem para dar o seu melhor.” 

E resume com a frase que repete sempre aos vestibulandos:

“No dia do Enem, o que faz diferença é estar leve, seguro e sem culpa. Quem chega sereno, com o sentimento de dever cumprido, consegue brilhar.”
 

8 dicas de ouro para a reta final do Enem

  • Revise os conteúdos mais cobrados, priorizando as áreas com maior peso para sua carreira e universidade-alvo.
  • Monte um cronograma realista de estudos até novembro, incluindo revisões e simulados.
  • Treine redações semanais, sempre focando em argumentação e proposta de intervenção.
  • Atualize-se sobre o mundo: leia jornais, ouça podcasts e debata temas sociais.
  • Cuide da saúde física e mental: sono regulado, alimentação equilibrada e atividade física são aliados.
  • Reserve momentos de lazer saudáveis, mas que não comprometam a rotina.
  • Feche ciclos de estudo: finalize conteúdos e revisões para não levar ansiedade para a prova.
  • Controle a ansiedade: encare o Enem como parte de um processo, não como um único dia decisivo.


Serviço — Enem 2025


Datas

  • 1º dia — 9 de novembro

Redação, Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias.

  • 2º dia — 16 de novembro

Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias.



O que levar

Documento oficial com foto

Caneta esferográfica preta (transparente)

Cartão de confirmação da inscrição

Água e lanche leve
 


Horários

  • Portões abrem às 12h e fecham às 13h (horário de Brasília)
  • Prova começa às 13h30

“Para quem estudou bastante, a reta final é hora de mostrar tudo o que foi feito ao longo do ano. O mais importante é chegar ao Enem leve, sereno e feliz, com a cabeça no lugar e o sentimento de dever cumprido. É assim que o candidato consegue dar o seu melhor.”, finaliza Hugo de Almeida, diretor do PB Colégio e Curso.

 

Engenharia perde espaço entre jovens: só 12% querem seguir carreira na área

Pesquisa CIEE/Instituto Locomotiva mostra que dificuldades com matemática, altos custos e interesse por outras áreas afastam estudantes dos cursos de Engenharia


Engenheiros desempenham papel fundamental em setores estratégicos da sociedade, como infraestrutura, energia, tecnologia e indústria. No entanto, dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que o Brasil enfrenta uma crise na formação desses profissionais, com um déficit estimado em 75 mil engenheiros. 

Nesse contexto, o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que há 61 anos atua na inclusão de jovens na economia produtiva, encomendou ao Instituto Locomotiva uma pesquisa nacional para compreender a percepção dos jovens sobre a área de Engenharia. 

O levantamento, realizado com 1.150 estudantes do Ensino Médio, trouxe números inéditos e preocupantes: apenas 12% demonstram interesse em cursar Engenharia — o que equivale a cerca de 2,3 milhões de jovens no Brasil, segundo estimativas baseadas na PNAD 2024. Um dado que chama atenção é que mais de um terço dos entrevistados afirmam sentir insegurança com matérias que envolvem matemática. 

A pesquisa também aponta um grave problema educacional: 79% dos estudantes acreditam que falhas na educação básica desmotivam o início ou a continuidade de cursos de graduação. Entre aqueles que pretendem cursar Engenharia, as dificuldades financeiras e o interesse por outras áreas aparecem como principais motivos para uma possível desistência.

 

Outros destaques da pesquisa

 

Ciências Exatas perdem espaço para Humanas na preferência por cursos superiores

·         49% preferem disciplinas de Humanas, contra 28% que optam por Exatas.

·         O nível médio de segurança com matemática é de apenas 5,2 (em uma escala de 0 a 10).

 


Matemática e custos afastam jovens da Engenharia

·         22% dos que rejeitam a área citam dificuldades com matemática como principal motivo.

·         Entre os interessados em cursar Engenharia, apenas 16% se sentem “muito seguros” com cálculos.

·         8 em cada 10 estudantes consideram os cursos de Engenharia caros, fator que pode levar à desistência.

·         23% dos interessados no curso apontam dificuldades financeiras como o principal motivo para eventual abandono.

 


Top 3 motivos de desinteresse pela Engenharia

1.   46% — Interesse por outras áreas;

2.   22% — Dificuldades com matemática ou disciplinas que envolvam cálculos;

3.   8% — Dificuldades financeiras.

 

Link da pesquisa: RelatórioCIEE _Engenharia_250725 (1).pdf

 

Robótica e IA: uma aliança indispensável para formar mentes do futuro


Muito se fala sobre a velocidade com que a inteligência artificial (IA) vem evoluindo e sobre o impacto que terá em todos os setores da sociedade. No campo da educação, por exemplo, essa discussão é ainda mais sensível. Afinal, se a IA já é capaz de escrever textos, resolver problemas complexos e até tomar decisões autônomas, por que continuar robótica nas escolas e cursos extracurriculares? 

A resposta pode parecer contraintuitiva, mas é simples: quanto mais a IA avança, mais essencial se torna o ensino de robótica. A robótica educacional não é apenas um primeiro contato com máquinas e sistemas automatizados, ela é um verdadeiro laboratório de habilidades humanas e tecnológicas indispensáveis para o presente e futuro. 

De acordo com um estudo do Centro Universitário Eniac, a sinergia entre IA e robótica tem se mostrado uma das frentes mais potentes da transformação digital. No entanto, esse mesmo estudo também aponta que, sem o fator humano, ou seja, sem o desenvolvimento de pensamento crítico, criatividade e capacidade de resolução de problemas, a tecnologia perde parte de seu propósito. 

A robótica, nesse contexto, vai muito além da construção de dispositivos com sensores e motores. Ela ensina como pensar de forma crítica, estruturar soluções, trabalhar em equipe e, principalmente, como programar e controlar tecnologias que, assim como a IA, operam a partir de dados e lógica. Quando uma criança monta e programa um robô, ela está não só aprendendo conceitos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, mas também desenvolvendo uma visão de mundo orientada para inovação e protagonismo. 

É fundamental entender que a IA é uma ferramenta. E como qualquer ferramenta poderosa, ela precisa de operadores preparados, éticos e conscientes. A educação é um dos primeiros passos para formar essa nova geração de operadores: pessoas capazes de compreender, criar e melhorar tecnologias de forma ativa e não apenas consumi-las passivamente. 

Na Ctrl+Play, rede de escolas de tecnologia especializada em programação e robótica para crianças e adolescentes, por exemplo, é possível identificar que alunos que aprendem sobre tecnologia desenvolvem autonomia e pensamento computacional desde cedo. Eles serão os futuros profissionais que vão trabalhar lado a lado com sistemas de IA, contribuindo com uma perspectiva humana que nenhuma máquina é capaz de oferecer sozinha. 

Além disso, as aulas favorecem um aprendizado “mão na massa" e lúdico, estimulando o engajamento e a curiosidade natural dos estudantes. Em vez de apenas falar sobre algoritmos e teorias, eles podem vê-los em ação, em vez de apenas estudar lógica, eles a aplicam para resolver problemas reais. E esse processo, mais do que técnico, é profundamente pedagógico. 

Em um mundo onde a inteligência artificial avança a cada dia, a robótica educacional é o treinamento que prepara as mentes humanas para comandar essa tecnologia — e não apenas segui-la. Enquanto a IA simboliza o salto tecnológico, a robótica garante que haja pessoas capazes de dar direção a esse salto. Ignorar seu ensino seria como abrir mão de ensinar leitura em uma sociedade que vive de interpretar códigos. O futuro da educação será, inevitavelmente, tecnológico — mas, acima de tudo, continuará sendo humano. E é nessa interseção que a robótica se torna indispensável.
  


Henrique Nóbrega - diretor da Ctrl+Play, franquias de tecnologia e inovação que oferece cursos de robótica e programação para o público a partir de 7 anos. Há 10 anos no mercado, a rede faz parte do grupo educacional CNA+ desde novembro de 2023 e, atualmente, conta com mais de 150 unidades em operação.



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