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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Habilidades do futuro: especialistas dão dicas a quem quer se preparar para novas oportunidades de trabalho

Estudo recente aponta que 40% das habilidades exigidas atualmente no mercado de trabalho devem mudar até 2030
 

O relatório sobre o Futuro do Trabalho 2025, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, aponta mudanças no mercado de trabalho: 22% dos empregos que conhecemos hoje vão deixar de existir até 2030 e novas vagas serão impulsionadas por avanços tecnológicos, mudanças demográficas, tensões geoeconômicas e pressões econômicas.

Apesar das mudanças, 170 milhões de novas oportunidades de emprego serão criadas, enquanto 92 milhões de postos de trabalho devem fechar, resultando em um aumento de 78 milhões de empregos. O relatório indica que as habilidades tecnológicas, especialmente em Inteligência Artificial (IA), big data, segurança cibernética, energias renováveis e engenharia ambiental, terão um rápido crescimento na demanda no Brasil.

Aproximadamente 40% das habilidades exigidas no trabalho devem mudar e 63% dos empregadores já identificam essa questão como um obstáculo crucial. Luciano Freire, pró- reitor do Centro Universitário Facens e mestre em Segurança Cibernética, explica que a evolução das tecnologias já impacta todas as carreiras, especialmente em tarefas específicas. “Atualmente, por exemplo, existem IAs que auxiliam na análise de vulnerabilidades em sistemas, tornando o trabalho dos especialistas em segurança mais eficiente. Esse tipo de avanço pode ser observado em diversas áreas, como negócios, saúde, engenharia, direito e tecnologia. Para que os profissionais se mantenham competitivos no mercado, será essencial atualizar-se constantemente e incorporar novas tecnologias em suas atividades. Por isso, é fundamental adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo e adaptação constante. Na Facens, mais 90% dos estudantes formandos nestas áreas em crescimento estão empregados”. 

O relatório estima que, globalmente, cerca de 59% da força de trabalho precisará de requalificação (reskilling) ou aprimoramento das habilidades (upskilling) até 2030. Paralelamente, as habilidades humanas, como criatividade, resiliência, flexibilidade, agilidade, pensamento analítico, liderança e colaboração, continuarão sendo críticas. A combinação de ambos os tipos de habilidades será cada vez mais essencial em um mercado de trabalho em rápida evolução. 

Para Patrícia Cardoso, Especialista em Carreiras no Centro Universitário Facens, as soft skills, ou habilidades comportamentais, podem ser desenvolvidas em qualquer contexto – seja na vida pessoal, no ambiente acadêmico ou no trabalho. “O grande diferencial está na disponibilidade para ouvir, refletir e ajustar comportamentos. Sem essa abertura, a mudança não acontece. Afinal, soft skills não são apenas talentos inatos, mas habilidades que se constroem e se refinam ao longo da vida”, afirma. Confira outras dicas da especialista: 

  1. Faça atividades em grupo: “Esportes são um bom exemplo já que naturalmente nos desafiam a exercer liderança, colaboração e resiliência. Quanto mais nos envolvemos, mais essas competências se aprimoram. O segredo é conviver com pessoas de perfis diferentes dos nossos, pois são elas que nos tiram da zona de conforto e impulsionam nosso crescimento”, explica.
  2. Participe de projetos acadêmicos ou voluntários: Para a especialista é importante interagir com pessoas novas: “Lidar com diferentes formas de pensar fortalece a adaptação, empatia e comunicação. Mas, para isso, é essencial estar aberto ao aprendizado e disposto a enxergar novas perspectivas”.
  3. Aproveite as oportunidades no trabalho: “Nesse ambiente, somos desafiados diariamente. A convivência com colegas, gestores e clientes oferece inúmeras oportunidades para desenvolver inteligência emocional, pensamento crítico e resolução de problemas. Cada interação pode ser um aprendizado valioso – basta estar atento e disposto a evoluir”, finaliza.

Digitalização de processos: será que já chegamos nessa fase?


Nos últimos anos, as discussões sobre transformação digital ocuparam um lugar de destaque em praticamente todos os setores, desde pequenas empresas familiares até grandes corporações multinacionais. Fala-se em automação, em inteligência artificial, na adoção de plataformas em nuvem e em modelos de negócio disruptivos que priorizam o uso de dados.

Contudo, quando olhamos mais de perto, percebemos que muitas dessas iniciativas, embora importantes, acabam sendo implantadas de forma compartimentada, ou seja, cada departamento tenta resolver suas próprias demandas de maneira isolada. Isso levanta uma questão fundamental: será que podemos considerar que já chegamos à era em que todos os processos corporativos são efetivamente digitalizados? 

Para entender melhor o cenário atual, é preciso diferenciar a transformação digital propriamente dita da digitalização de processos de ponta a ponta. A primeira está ligada à adoção de tecnologias que, de certa forma, modernizam a organização e trazem melhorias significativas, como a automatização de marketing ou o uso de ferramentas para análise de dados. A segunda, por sua vez, exige uma visão sistêmica, capaz de unir os fluxos de trabalho entre diferentes setores e criar uma cadeia de processos coesa e 100% digital. 

A grande questão aqui é que, muitas vezes, a transformação digital em si é encarada como um grande guarda-chuva, mas, se não houver esforço para integrar essas soluções, o resultado pode ser apenas uma coleção de “silos digitais”, onde cada departamento opera com ferramentas isoladas, sem qualquer comunicação contínua com o restante da empresa. Dessa forma, a digitalização de processos – entendida como a capacidade de substituir fluxos manuais, papéis, retrabalhos e lacunas de informação por rotinas digitais seguras e confiáveis – ainda está longe de ser uma realidade para muitas organizações.

 

Transformação digital em silos

Há quem argumente que a transformação digital em silos seja apenas uma etapa inicial. Ou seja, é normal que departamentos como vendas, marketing ou TI sejam os primeiros a adotar soluções avançadas, já que a demanda por tecnologia nesses setores costuma ser mais urgente. Contudo, o problema surge quando essas iniciativas não se comunicam e não seguem um roteiro estratégico de crescimento. É como ter um motor de última geração num carro cujos pneus estão carecas: a parte mais moderna não garante que o veículo inteiro funcionará bem, pois há componentes críticos que não receberam a devida atenção. 

É muito comum, por exemplo, vermos empresas investindo pesado em plataformas de CRM para melhorar o relacionamento com o cliente e, ao mesmo tempo, manter processos de pagamento, faturamento ou mesmo recursos humanos de forma manual e desconexa. Essas disparidades geram gargalos que, no fim do dia, podem inviabilizar a efetividade daquela ferramenta de CRM, porque os dados acabam não sendo sincronizados com a área financeira ou com a área operacional. Assim, a organização não consegue ter uma visão única do cliente ou dos processos, e o uso de dados para a tomada de decisão fica prejudicado.

 

Digitalização de processos e integração: por que isso é importante?

Imagine uma empresa que ainda lide com uma infinidade de documentos em papel, exigindo que cada um seja assinado manualmente por diversas instâncias, depois digitalizado e arquivado em sistemas diferentes. Agora, contraste essa realidade com outra, na qual os documentos já nascem digitais e transitam por um fluxo de aprovação automatizado, notificando automaticamente os responsáveis a cada etapa, armazenando versões anteriores e permitindo assinaturas eletrônicas com validade legal. Nesse segundo cenário, não apenas o tempo de processamento é reduzido drasticamente, mas também se ganha em segurança, rastreabilidade e conformidade regulatória. 

O grande diferencial de digitalizar processos de ponta a ponta não está apenas na redução de custos operacionais – embora esse seja um fator relevante –, mas sim na criação de um ecossistema integrado que permite uma tomada de decisão mais ágil e baseada em dados confiáveis. Se cada departamento utiliza ferramentas isoladas, fica muito mais difícil compilar as informações para gerar insights sobre o desempenho do negócio como um todo. Já quando os processos são unificados, os dados podem ser coletados, tratados e analisados em tempo real, abrindo espaço para análises preditivas que ajudam a antecipar problemas e identificar oportunidades. 

Outra grande vantagem é a mitigação de riscos, especialmente em um cenário em que a segurança da informação e a privacidade de dados são cada vez mais reguladas por legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa. Quando um processo é digitalizado, fica mais fácil implementar políticas de criptografia, backup automático e controle de acessos. Isso reduz consideravelmente a probabilidade de vazamentos, perda de documentos e fraudes. Além disso, a conformidade legal torna-se mais simples de ser demonstrada perante órgãos fiscalizadores, já que todas as interações ficam registradas e auditáveis. 

Não podemos esquecer o impacto na experiência do cliente, tanto interno quanto externo. Clientes finais tendem a valorizar empresas que oferecem interações rápidas e eficientes, sem exigir que eles preencham formulários em papel ou façam ligações intermináveis para resolver pendências. Por outro lado, os colaboradores também se beneficiam de fluxos de trabalho mais leves, que eliminam retrabalhos e manuseio de documentos físicos. Isso melhora a satisfação interna, a produtividade e até mesmo a retenção de talentos, pois profissionais que trabalham com tecnologias atualizadas têm a sensação de fazer parte de uma organização inovadora.

 

Caminhos para a digitalização efetiva e as perspectivas futuras

Uma maneira de encarar esse cenário é entender que a digitalização de processos deve ser um projeto corporativo de abrangência total, que envolva todas as lideranças e, idealmente, tenha apoio direto do C-level (como CEOs, CFOs e CIOs). 

Isso garante que a migração do analógico para o digital seja conduzida não apenas pela vontade de um ou outro departamento, mas sim como um valor estratégico que perpassa toda a organização. Da mesma forma, esse apoio top-down ajuda a vencer eventuais resistências e a priorizar investimentos de maneira mais consistente, o que facilita muito a adoção de novas plataformas e metodologias. 

Uma vez que o processo de digitalização esteja na estratégia do negócio, é hora de colocar o plano em prática. O primeiro passo rumo a uma digitalização efetiva é mapear toda a cadeia de processos, identificando gargalos, redundâncias e oportunidades de automação. Isso requer um trabalho de consultoria ou de equipes internas que conheçam profundamente cada etapa do negócio. Sem esse diagnóstico, corre-se o risco de investir em ferramentas que não dialogam com as reais necessidades da organização. 

Em seguida, é fundamental priorizar os processos que geram mais valor ou que têm maior impacto na satisfação do cliente. Essa priorização ajuda a demonstrar resultados mais rápidos, criando uma cultura de confiança e engajamento em torno da digitalização. 

Outro aspecto importante é a escolha de tecnologias escaláveis. Optar por soluções que ofereçam integração via APIs, por exemplo, permite que as empresas adicionem novos módulos e funcionalidades conforme a demanda cresça. Dessa forma, evita-se o problema de criar novas “ilhas digitais” que, mais uma vez, não conversam entre si. Além disso, é preciso olhar com atenção para a arquitetura de dados, garantindo que existam padrões para armazenamento e governança das informações. Sem esses cuidados, a empresa pode acabar com um volume gigantesco de dados que não traz qualquer inteligência ao negócio. 

A mudança cultural também não pode ser deixada de lado. A digitalização efetiva exige que gestores e colaboradores compreendam os benefícios dessa transformação, abandonem a mentalidade de “sempre fizemos assim” e estejam dispostos a aprender continuamente. Investir em programas de treinamento, workshops e comunicação interna é essencial para quebrar barreiras e promover a adesão. Além disso, é recomendado que haja um acompanhamento constante de métricas que demonstrem o valor das mudanças, como a redução de tempo em determinados processos, a economia de recursos e o aumento na satisfação dos clientes. Esses indicadores fornecem provas concretas de que o caminho adotado faz sentido. 

Quanto às perspectivas futuras, vale considerar que a digitalização de processos é apenas a base para inovações ainda mais transformadoras. Uma vez que a empresa conta com fluxos totalmente digitais, pode explorar soluções de inteligência artificial, automação robótica de processos (RPA) e análise preditiva. Com a IA, por exemplo, é possível automatizar tarefas complexas e até mesmo criar sistemas capazes de tomar decisões baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina. A RPA, por sua vez, pode lidar com grandes volumes de tarefas repetitivas, liberando os colaboradores para funções mais estratégicas. Já a análise preditiva permite antecipar tendências e comportamentos, possibilitando que a empresa seja proativa em vez de reativa. 

A digitalização completa de processos também abre caminho para novos modelos de negócio. Empresas que antes dependiam de processos manuais para interagir com clientes e fornecedores podem, ao se digitalizar, criar produtos e serviços completamente novos, voltados a experiências digitais. Isso gera diferenciais competitivos e pode até mesmo permitir a entrada em mercados globais, especialmente quando a infraestrutura tecnológica está preparada para escalar e atender demandas de diferentes regiões. Por exemplo, o comércio eletrônico explodiu nos últimos anos exatamente porque as cadeias de valor se digitalizaram em grande parte, indo muito além de apenas criar um site para vendas: envolve integrações com sistemas de logística, pagamento, análise de dados, marketing automatizado e suporte ao cliente. 

Em síntese, a resposta para a pergunta “será que já chegamos nessa fase de digitalização de processos?” ainda é “depende”. Existem empresas que já deram saltos significativos e podem se orgulhar de ter uma cadeia praticamente toda integrada. Outras ainda estão engatinhando, presas a rotinas fragmentadas e silos departamentais. O fator comum, porém, é a consciência de que o mercado não vai aguardar quem está atrasado. A competitividade, a eficiência e até mesmo a sustentabilidade de um negócio caminham lado a lado com a capacidade de digitalizar processos de forma abrangente e integrada. Assim, mais do que uma tendência, a digitalização deixa de ser uma escolha e se torna uma obrigação para quem deseja prosperar em um mundo cada vez mais marcado pela inovação e pela velocidade das mudanças. 



Inon Neves - vice-presidente da Access
Access


Com alta dos preços, Impostômetro chega aos 20 anos registrando R$ 1 trilhão

 

IMAGEM: César Bruneli

Painel da ACSP completa duas décadas com o objetivo de informar e conscientizar o contribuinte sobre o peso dos impostos no dia a dia. O primeiro trilhão deste ano foi alcançado com cinco dias de antecedência na comparação com 2024 

No dia 20 de abril, o Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) completa 20 anos contabilizando em tempo real os impostos, taxas e contribuições pagos à União e aos governos estaduais e municipais pelos brasileiros. 

A alta da inflação, em especial dos alimentos, levou o painel eletrônico a registrar R$ 1 trilhão às vésperas do seu aniversário, às 18h04 do último domingo (30/03), na virada de março para abril. A marca foi atingida cinco dias antes de 2024. Em 2023, a mesma marca foi registrada em 26 de abril, o que demonstra como a arrecadação começou acelerada em 2025.

Criado em 2005 pela ACSP, o Impostômetro nasceu com o objetivo de chamar a atenção dos contribuintes para a grande parcela da sua renda que é destinada ao pagamento de tributos. Hoje, o painel é uma referência nacional, copiada em diversas regiões do Brasil e até mesmo ponto turístico para quem circula pelo Centro Histórico da Capital paulista. 

"Toda vez que a arrecadação tem uma performance mais forte, vira notícia. Então, o objetivo principal foi alcançado: fazer o cidadão saber o quanto paga de imposto. Mas não basta saber, é preciso entender que isso dá a ele direito de cobrar resultados, contrapartidas do governo sobre como os recursos são utilizados", diz Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP. 

A chegada ao trilhão no fim do primeiro trimestre de 2025, como registra o Impostômetro, continua a destacar mais do mesmo: sem o arrefecimento da inflação, que causa aumento das receitas, o aumento da carga deve continuar, afetando ainda mais o bolso dos consumidores, explica o economista. O reajuste de algumas alíquotas que haviam sido reduzidas, como a de combustíveis, também justifica esse aumento da arrecadação. Portanto, ainda que a economia continue a manter um crescimento modesto e a inflação já tenha sido bem mais alta, esses fatores acabam gerando 'um peso' sobre os preços.

"A inflação sozinha já seria um fator de aumento da carga tributária. Mas o problema maior é que agora temos um aumento da 'inflação da arrecadação', sem melhora nas contrapartidas, com o aumento de gastos não-essenciais pelo consumidor, e até muitos outros que não são justificáveis - como os 'penduricalhos' (benefícios financeiros complementares aos salários e pagos aos membros do judiciário). Tudo isso é pago pelo governo", completa Solimeo.

Mas há uma contradição ainda mais grave, entre a política fiscal e monetária, que não ajuda a melhorar esses indicadores: enquanto o Banco Central aumenta os juros para desacelerar a economia, o governo continua injetando dinheiro via FGTS e fazendo empréstimos para baixar a taxa de juros - exatamente no sentido contrário do que o BC determina para a política monetária, aponta o economista da ACSP. "A política dos juros altos penaliza a economia, os empresários e o consumidor com a alta nos preços e inflação gerada pela conduta do governo. Ou seja, pagamos imposto duas vezes." 


DUAS DÉCADAS DE TRANSPARÊNCIA

Localizado na rua Boa Vista, 51, no Centro Histórico da Capital paulista, o Impostômetro da ACSP foi inaugurado um dia antes do feriado de 21 de abril de 2005. A ideia era associar o painel com a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que em 1792 se rebelou contra a cobrança do quinto (imposto de 20% sobre o ouro produzido no Brasil) e a prática da derrama.

Tiradentes lutava pelo direito do povo e, com essa inspiração, o Impostômetro foi criado para os contribuintes e cidadãos terem o direito de saber e cobrar como o que é arrecadado é utilizado, pois é a partir deste montante que o governo cria capacidade para investir em áreas importantes para a população, como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura.

Marcel Solimeo lembra que desde a sua inauguração, o Impostômetro conquistou grande apelo. Ele chama atenção também para o crescimento do valor arrecadado nas três esferas de governo do país, pois houve um aumento bastante significativo após a inauguração do painel já que, na época, a carga tributária era inferior a 30% do PIB. Hoje, está na casa dos 35%.

Ou seja, de toda a riqueza que se produz no Brasil, mais de um terço se converte em impostos, taxas e contribuições. "E mesmo com todas as campanhas e todo o esforço em prol da conscientização por parte da população sobre a quantidade de impostos pagos diária, mensal e anualmente", reforça o economista, lembrando de iniciativas como a que a ACSP desenvolveu para ajudar o consumidor nessa conscientização, como o Imposto na Nota. 

Em 2024, o painel eletrônico da ACSP atingiu pela primeira vez a marca inédita de R$ 3,6 trilhões pagos em tributos. Neste ano, essa marca pode ser superada se o ritmo da arrecadação for mantido.

 

Karina Lignelli
https://diariodocomercio.news/publicacao/s/com-alta-dos-precos-impostometro-chega-aos-20-anos-registrando-r-1-trilhao



O dia depois do ataque hacker na empresa: saiba o que priorizar


A ocorrência de um incidente de segurança que resulte em uma invasão hacker é, sem dúvida, um dos maiores pesadelos para qualquer empresa hoje. Além do impacto imediato nos negócios, há implicações legais e de reputação que podem perdurar por meses ou até anos. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece uma série de requisitos que as empresas devem seguir após a ocorrência de tais incidentes. 

De acordo com um relatório recente da Federasul – Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul -, mais de 40% das empresas brasileiras já foram alvo de algum tipo de ataque cibernético. No entanto, muitas dessas empresas ainda enfrentam dificuldades para cumprir os requisitos legais estabelecidos pela LGPD. Dados da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) revelam que apenas cerca de 30% das empresas invadidas declararam oficialmente a ocorrência do incidente. Essa discrepância pode ser atribuída a diversos fatores, incluindo a falta de conscientização, a complexidade dos processos de conformidade e o medo de repercussões negativas na reputação da empresa.

 

O dia após o incidente: primeiros passos

Após a confirmação de uma invasão hacker, a primeira medida é conter o incidente para evitar a sua propagação. Isso inclui isolar os sistemas afetados, interromper o acesso não autorizado e implementar medidas de controle de danos. 

Em paralelo, é importante montar uma equipe de resposta a incidentes, que deve incluir especialistas em segurança da informação, profissionais de TI, advogados e consultores de comunicação. Essa equipe será a responsável por uma série de tomadas de decisões – principalmente as que envolvem a continuidade do negócio nos dias seguintes. 

Em termos de conformidade com a LGPD, é preciso documentar todas as ações tomadas durante a resposta ao incidente. Essa documentação servirá como evidência de que a empresa agiu de acordo com os requisitos legais e poderá ser utilizada em eventuais auditorias ou investigações pela ANPD. 

Nos primeiros dias, a equipe de resposta deve realizar uma análise forense detalhada para identificar a origem da invasão, o método utilizado pelos hackers e o alcance do comprometimento. Este processo é vital não apenas para compreender os aspectos técnicos do ataque, mas também para coletar evidências que serão necessárias para reportar o incidente às autoridades competentes e também à seguradora – caso a empresa tenha realizado um seguro cibernético. 

Há aqui um aspecto muito importante: a análise forense também serve para determinar se os atacantes ainda estão dentro da rede da empresa – uma situação que, infelizmente, é muito comum, ainda mais se após o incidente a empresa estiver sofrendo algum tipo de chantagem financeira mediante a liberação de dados que os criminosos tenham eventualmente roubado. 

Além disso, a LGPD, em seu artigo 48, exige que o controlador de dados comunique à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e aos titulares dos dados afetados acerca da ocorrência de um incidente de segurança que possa acarretar risco ou dano relevante aos titulares. Esta comunicação deve ser feita em prazo razoável, conforme regulamentação específica da ANPD, e deve incluir informações sobre a natureza dos dados afetados, os titulares envolvidos, as medidas técnicas e de segurança utilizadas para a proteção dos dados, os riscos relacionados ao incidente e as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter ou mitigar os efeitos do prejuízo. 

Com base nessa exigência legal, é essencial, logo após a análise inicial, preparar um relatório detalhado que inclua todas as informações mencionadas pela LGPD. Nisso, a análise forense também ajuda a determinar se houve extração e roubo de dados – na extensão que os criminosos eventualmente estejam alegando. 

Este relatório deve ser revisado por profissionais de conformidade e pelos advogados da empresa antes de ser submetido à ANPD. A legislação também determina que a empresa faça a comunicação clara e transparente aos titulares dos dados afetados, explicando o ocorrido, as medidas tomadas e os passos seguintes para assegurar a proteção dos dados pessoais. 

A transparência e a comunicação eficaz, aliás, são pilares fundamentais durante a gestão de um incidente de segurança. A gestão deve manter uma comunicação constante com as equipes internas e externas, garantindo que todas as partes envolvidas estejam informadas sobre o progresso das ações e as próximas etapas.

 

Avaliação das políticas de segurança é ação necessária

Paralelamente à comunicação com as partes interessadas, a empresa deve iniciar um processo de avaliação e revisão de suas políticas e práticas de segurança. Isso inclui a reavaliação de todos os controles de segurança, acessos, credenciais com alto nível de acesso, bem como a implementação de medidas adicionais para prevenir futuros incidentes. 

Em paralelo à revisão e análise de sistemas e processos afetados, a empresa deve focar, também, na recuperação dos sistemas e na restauração das suas operações. Isso envolve a limpeza de todos os sistemas afetados, a aplicação de patches de segurança, a restauração de backups e a revalidação dos controles de acesso. É essencial garantir que os sistemas estejam completamente seguros antes de serem colocados de volta em operação. 

Uma vez que os sistemas estejam novamente operacionais, é preciso conduzir uma revisão pós-incidente para identificar lições aprendidas e áreas de melhoria. Esta revisão deve envolver todas as partes relevantes e resultar em um relatório final que destaque as causas do incidente, as medidas tomadas, os impactos e as recomendações para melhorar a postura de segurança da empresa no futuro. 

Além das ações técnicas e organizacionais, a gestão de um incidente de segurança requer uma abordagem proativa em relação à governança e à cultura de segurança. Isso inclui a implementação de um programa contínuo de melhorias em segurança cibernética e a promoção de uma cultura corporativa que valorize a segurança e a privacidade.

A reação a um incidente de segurança exige um conjunto de ações coordenadas e bem planejadas, alinhadas às exigências da LGPD. Desde a contenção inicial e a comunicação com as partes interessadas até a recuperação dos sistemas e a revisão pós-incidente, cada passo é essencial para minimizar os impactos negativos e garantir a conformidade legal. Mais do que isso, é preciso olhar de frente as falhas e corrigi-las – acima de tudo, um incidente deve levar a estratégia de cibersegurança da empresa a um novo patamar.

 

Ramon Ribeiro - CTO da Solo Iron

Solo Network
www.solonetwork.com.br


Gastômetro chega para monitorar o gasto público

divulgação


A nova ferramenta da ACSP, que será lançada oficialmente no próximo dia 23, vai medir em tempo real como a União, os Estados e Municípios utilizam os recursos públicos

"Pago, logo exijo". No mês em que o Impostômetro completa 20 anos, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) vão lançar a ferramenta Ga$to Brasil, já apelidada de "Gastômetro", no dia 23 de abril, no Pátio do Colégio, Centro Histórico da Capital Paulista. 

Anunciado durante o Encontro Nacional de Integração do Associativismo, realizado na última segunda-feira (31/3) na Bahia, os números da nova ferramenta irão dividir espaço com os do Impostômetro, na fachada da ACSP, que passará a divulgar os resultados da arrecadação e dos gastos. Os dados também estarão disponíveis no site da ACSP.

A nova ferramenta foi elaborada por especialistas em contas públicas e permitirá o monitoramento em tempo real dos gastos públicos da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 

Assim como o Impostômetro, o Gastômetro tem o objetivo de ajudar a sociedade brasileira a compreender como os recursos públicos são utilizados, e os impactos disso na vida das pessoas, na renda do trabalhador e na geração de empregos. 

A ideia de criar a ferramenta, segundo o presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, está em sintonia com o momento que o Brasil vive: com o "Gasto Brasil", ou do governo, acima do orçamento fiscal.

"Isso significa que vai ser necessário ter aumento de tributos para poder pagar a conta, e isso vai cair em cima do contribuinte", afirma Ordine. "Então, antes que isso ocorra, nós vamos dar um grito de alerta, para mostrar à população que nós não queremos mais aumento de impostos, e que a única forma de fazer isso é pela verificação entre o que se gasta e o que se arrecada."

Guilherme Afif Domingos, secretário de projetos estratégicos do Governo de São Paulo e responsável pela implantação do Impostômetro em 2005, na ocasião em que ocupava o cargo de presidente da ACSP, afirmou, no encontro associativista, que a tecnologia será uma aliada importante no processamento e na exibição desses dados em tempo real na fachada da ACSP.

“Consultamos técnicos do Tesouro Nacional para garantir acesso a informações oficiais, permitindo que a população visualize os gastos de sua localidade e cruze dados, como benefícios previdenciários, Bolsa Família e créditos extraordinários”, explicou Afif.

A proposta é que as associações comerciais e as federações de todo o país adotem o Gastômetro, ampliando o alcance e permitindo recortes regionais e locais. “Nosso objetivo é levar transparência aos números que impactam diretamente a vida da população. Com a capilaridade da nossa rede associativista, podemos tornar essa iniciativa acessível a muitos municípios", destacou, na ocasião, Alfredo Cotait Neto, presidente da CACB.

Para Ordine, da ACSP, ter uma ferramenta como o Gastômetro não é só importante para a população local, mas para todo o Brasil. "Vai funcionar como um despertar. Temos que estar sempre atentos, pois não podemos deixar isso tudo na mão do governo, que decide o que deve fazer ou não deve fazer. Afinal, é preciso respeito pelo bolso do cidadão, do contribuinte."

Assim como o Impostômetro, o Gastômetro pretende conscientizar a população sobre onde as três esferas de governo aplicam os recursos, monitorando e contabilizando o ritmo dos gastos públicos para reforçar a responsabilidade dos gestores públicos no uso do montante arrecadado por meio de impostos e outras fontes.

A cerimônia de lançamento do Ga$to Brasil (Gastômetro) acontecerá às 14h do dia 23 de abril, na Rua Boa Vista, 51, no Centro Histórico da Capital paulista. 

 

Karina Lignelli
https://www.dcomercio.com.br/publicacao/s/gastometro-chega-para-monitorar-o-gasto-publico

 

Quer virar anime? Cuidado com a coleta de dados na trend de imagens em IA!

Com a popularização da criação de imagens no estilo Studio Ghibli usando IA, especialistas da Kaspersky alertam sobre os riscos de compartilhar fotos pessoais em plataformas e aplicativos

 

Nos últimos dias, a internet está inundada com a nova trend das imagens de anime no estilo do Studio Ghibli, criadas com ferramentas de Inteligência Artificial (IA) como o "Images for ChatGPT" da OpenAI. Antes de surfar no hype, é importante que esteja atento aos riscos de segurança e privacidade ao compartilhar fotos pessoais em plataformas e aplicativos de IA. Assim como vimos com FaceApp e Voilá Al Artist, o compartilhamento de informações pessoais, incluindo fotos, exige cautela e consideração cuidadosa. Veja abaixo as recomendações da Kaspersky a respeito de sua privacidade de dados. 

Nos últimos anos, a preocupação com a privacidade online tem crescido entre os internautas brasileiros. Uma pesquisa da Kaspersky em 2019 revelava um cenário alarmante, em que mais de 64% dos usuários da internet no Brasil admitiam não ler os termos de privacidade dos aplicativos e sequer ponderavam sobre o uso de seus dados pessoais. 

Já os dados mais recentes, de 2024, apontam que o percentual de brasileiros que ignoram as permissões de privacidade dos aplicativos diminuiu drasticamente, caindo para 36%. A comparação entre os dados de 2019 e 2024 destaca a evolução no comportamento dos internautas em relação à sua privacidade digital. 

Mesmo com essa melhora, a recomendação é que as pessoas não deixem de se atentar para eventuais riscos antes de aderir tendências digitais – como no recente caso das imagens no estilo Studio Ghibli. “É preciso ter consciência que esses dados estão armazenados em servidores de terceiros, e que também podem ser roubados por cibercriminosos e utilizados para a falsificação de identidades”, afirma María Isabel Manjarrez, pesquisadora de segurança da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. 

Por exemplo, as imagens podem ser utilizadas para fraudar reconhecimento facial, que é cada vez mais utilizado para acessar diversos tipos de produtos, inclusive os de instituições financeiras. Hoje sabe-se que criminosos conseguem extrair características faciais e outros dados biométricos a partir de uma foto original, e tais informações podem ser utilizadas para fins de reconhecimento facial ou para criar perfis detalhados dos usuários

"É fundamental entender como as empresas estão usando as fotos que você envia para gerar as imagens no estilo Ghibli", comenta Manjarrez. "Elas estão armazenando as fotos? Estão usando-as para treinar seus algoritmos de IA? Estão compartilhando-as com terceiros? Incentivamos os usuários a lerem atentamente os termos de privacidade e as políticas de segurança das plataformas e aplicativos que utilizam IA para gerar imagens, para que seja uma escolha consciente ao oferecer esses dados. Entenda como suas fotos serão usadas, armazenadas e protegidas".

 

Para se manter seguro, a Kaspersky recomenda:

  • Leia os Termos de Privacidade: Antes de usar uma ferramenta de IA para gerar imagens, revise cuidadosamente os termos de privacidade da plataforma.
  • Limite o compartilhamento: Evite compartilhar fotos sensíveis ou informações pessoais ao usar essas ferramentas.
  • Use imagens genéricas: Se possível, use imagens genéricas ou fotos de paisagens em vez de fotos de rosto.
  • Esteja ciente das permissões: Verifique as permissões que o aplicativo solicita antes de instalá-lo.
  • Use uma solução de segurança confiável: Utilize um software de segurança abrangente que proteja seus dispositivos contra malware e outras ameaças cibernéticas.

Para mais informações de cibersegurança, acesse o blog da Kaspersky.
 



Kaspersky
Mais informações no site


Entenda como prevenir e minimizar os riscos em incêndios em sistemas fotovoltaicos

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Casos recentes em painéis solares reforçam a necessidade de medidas de segurança para minimizar danos e proteger patrimônios


Os sistemas fotovoltaicos instalados em telhados são uma solução sustentável e eficiente para a geração de energia, mas, como qualquer instalação elétrica, exigem cuidados específicos para evitar riscos. Embora raros, incêndios envolvendo painéis solares podem ter consequências significativas, afetando patrimônios e colocando vidas em perigo. Casos recentes no Brasil e no exterior reforçam a necessidade de prevenção e segurança nessas instalações. 

Em 16 de janeiro de 2024, um incêndio atingiu uma edificação industrial em Araquari, Santa Catarina, destruindo cerca de 30m² do telhado onde os painéis solares estavam instalados. O Corpo de Bombeiros utilizou aproximadamente 15 mil litros de água para controlar as chamas, demonstrando a complexidade desse tipo de ocorrência. 

Outro incidente ocorreu em março de 2024, também em uma indústria no interior de Santa Catarina, com características semelhantes: o fogo atingiu a estrutura e também demandou um volume significativo de água para ser controlado. Esses episódios reforçam a necessidade de atenção redobrada com a instalação e manutenção dos sistemas fotovoltaicos. 

Os especialistas apontam que alguns dos principais fatores que podem contribuir para o risco de incêndio em sistemas fotovoltaicos incluem a instalação inadequada, a manutenção insuficiente e o uso de componentes de baixa qualidade. Profissionais sem a qualificação necessária podem cometer erros como conexões mal executadas, sobrecarga de circuitos e uso indevido de materiais, aumentando o risco de curtos-circuitos.

Além disso, a falta de inspeções regulares pode impedir a identificação precoce de problemas, como cabos danificados e conexões soltas. O uso de materiais não certificados ou incompatíveis também pode comprometer a segurança e a eficiência do sistema. 

Para minimizar esses riscos e garantir a segurança das instalações fotovoltaicas, a adoção de boas práticas é essencial. Entre as principais recomendações estão a contratação de profissionais qualificados, garantindo que o projeto e a instalação sejam realizados por empresas certificadas e em conformidade com as normas técnicas vigentes; a utilização de equipamentos certificados, priorizando componentes que atendam aos padrões internacionais de qualidade e segurança; e a realização de manutenção periódica, com inspeções frequentes para detectar falhas antes que se tornem problemas graves. 

É importante investir em sistemas de proteção contra surtos elétricos, dispositivos de detecção de incêndio e estratégias adequadas de combate. Também é fundamental capacitar as equipes de emergência, treinando brigadistas e bombeiros para lidar com incêndios envolvendo painéis solares de maneira eficaz.
 

Seguro como aliado 

Diante dos riscos envolvidos, o seguro para instalações fotovoltaicas surge como uma solução essencial para garantir a proteção financeira e operacional das empresas e residências que adotam essa tecnologia. Marco Lopes, da REP Seguros, destaca: "Contar com um seguro adequado para sistemas fotovoltaicos é uma estratégia inteligente para minimizar prejuízos e garantir que a produção de energia limpa não seja comprometida por eventuais incidentes." 

O seguro pode cobrir danos estruturais, prejuízos financeiros decorrentes da interrupção da geração de energia e custos de reposição dos equipamentos. 

“Apesar da segurança dos sistemas fotovoltaicos ser alta, medidas preventivas são fundamentais para evitar incêndios e preservar tanto o investimento quanto a segurança das instalações. Com a combinação de boas práticas de instalação e manutenção, somadas à proteção oferecida por um seguro especializado, é possível garantir a eficiência e segurança dessa solução energética sustentável”, finaliza.


Como declarar compra e venda de imóveis e veículos no Imposto de Renda?

Prazo de entrega da Declaração do Imposto de Renda vai até 30 de maio 

 

Quem realizou a compra ou venda de imóveis e/ou veículos em 2024 precisa declarar essas movimentações na Declaração do Imposto de Renda 2025. Para auxiliar os contribuintes, a IOB, que une Inteligência em legislação e Tecnologia avançada para resolver os desafios de contadores e empresas, explica o passo a passo do preenchimento dessas informações na Declaração. 
 

Declaração de veículos 

A declaração de veículos vendidos ou adquiridos varia de acordo com a data das operações. Se o veículo vendido foi adquirido antes de 2024, ele deverá ser baixado da ficha “Bens e Direitos”, repetindo-se o valor que constou na declaração de 2024, na coluna “Situação em 31.12.2023 (R$)”, deixando-se em branco o campo “Situação em 31.12.2024 (R$)”. No campo “Discriminação” deve-se mencionar a venda do veículo, informando-se o nome e o CPF do comprador, a data da venda, bem como o valor pelo qual foi vendido. Deve ser informado, ainda, o número do Renavam do veículo no campo correspondente.    

Por outro lado, se o veículo foi adquirido e vendido em 2024, os campos “Situação em 31.12.2023 (R$)” e “Situação em 31.12.2024 (R$)” devem ser deixados em branco. Os demais dados devem ser preenchidos conforme indicado acima.  Além disso, o contribuinte deve verificar se a venda do veículo não gerou um ganho de capital.   

Segundo Daniel de Paula, Coordenador de Imposto de Renda da IOB, caso seja apurado ganho de capital, o imposto deveria ter sido recolhido até o último dia útil do mês seguintes ao da venda, exceto no caso de o veículo ter sido vendido por valor igual ou inferior a R$ 35.000,00, hipótese em que a operação está isenta do imposto e deve ser declarada na ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis”, sob o código “05”. 

Por fim, veículos adquiridos em 2024 devem ser informados na ficha “Bens e Direitos”, deixando-se em branco o campo “Situação em 31.12.2023 (R$)”, informando-se no campo “Situação em 31.12.2024 (R$)” o valor pelo qual veículo foi adquirido. 

  

Declaração de imóveis 

Já quem comprou um imóvel deve ir até a ficha “Bens e Direitos”, no grupo “01 - Bens Imóveis”. Em seguida, basta informar o código correspondente ao imóvel, como por exemplo “11 - Apartamento” ou “12 - Casa”. Será preciso ainda informar IPTU, data de aquisição, endereço, área total do imóvel, se está registrado em cartório, matrícula do imóvel e nome do Cartório.  

No campo “Discriminação”, será preciso incluir a informação sobre a forma de aquisição do imóvel (à vista ou financiado), de quem foi comprado (CPF ou CNPJ e nome), valor de entrada e valor financiado. Caso o imóvel tenha passado por construção, ampliação ou reforma, é importante detalhar os serviços e valores gastos. Para finalizar, no campo “Situação em 31/12/2023” e no campo “Situação 31/12/2024” é só informar o valor pago até cada uma destas datas. Se a aquisição ocorreu no próprio ano de 2024, o campo “Situação em 31/12/2023” ficará zerado.   

“Em caso de imóvel financiado, também não há mistério. Basta informar no campo “Discriminação” que o imóvel é financiado, o valor de entrada e o valor do financiamento. No campo “Situação 31/12/2023", deve-se informar o valor da entrada mais as parcelas pagas até esta data e, no campo "Situação em 31/12/2024", deve-se informar o valor de 31/12/2023 somadas as parcelas pagas até 31/12/2024”, esclarece Daniel.  

Por fim, para declarar a venda de um imóvel em 2024, no campo de 31/12/2023, o contribuinte deve informar o valor que constava antes e zerar o campo “Situação em 31/12/2024”. No campo “Discriminação”, deve preencher com as informações da transação e do comprador, são elas: valor da venda, ganho de capital (se houver), nome e CPF/CNPJ do comprador, IPTU, matrícula do imóvel e nome do cartório onde a venda foi registrada.   

Para verificar se houve ganho de capital, ou até o enquadramento em alguma situação de isenção do imposto, o contribuinte deve fazer o download do Programa de Ganhos de Capital (GCAP 2024) e apurar o ganho de capital, e caso não se enquadre em nenhuma isenção, será calculado o valor do imposto devido, bem como imprimir o Darf para efetuar o pagamento. Daniel lembra que o imposto sobre o ganho de capital deve ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao da alienação, em que o pagamento do imposto fora do prazo sujeita o contribuinte ao pagamento de multa de até 20% ao valor do lucro imobiliário.  
 


IOB - Tecnologia e Inteligência

 

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