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sexta-feira, 7 de março de 2025

DOENÇA RENAL CRÔNICA AVANÇA MAIS DE 57% EM 10 ANOS

Neste Dia Mundial do Rim, a DaVita Tratamento Renal, maior rede de clínicas de hemodiálise do país, destaca a importância de atuar pela promoção da saúde e cuidado com os crescentes fatores de risco

 

A doença renal crônica registrou um salto de 57,6% nos últimos 10 anos, levando mais de 155 mil brasileiros a dependerem de hemodiálise, segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia¹. O avanço é reflexo dos principais fatores de risco, que também registraram alta nos últimos anos e seguem em crescimento. Neste Dia Mundial do Rim, celebrado na próxima quinta-feira (13), o Dr. Bruno Zawadzki, nefrologista e diretor médico nacional da DaVita Tratamento Renal, a maior rede de clínicas de hemodiálise do país, alerta para a necessidade de cuidados estruturais para promoção da saúde e prevenção da doença renal. 

A doença renal crônica é uma condição irreversível, em que a função renal está parcial ou totalmente comprometida. Sem conseguir filtrar o sangue adequadamente, o organismo acumula líquido e toxinas, gerando um quadro clínico potencialmente fatal. São necessárias sessões regulares de hemodiálise, geralmente duas ou três por semana, com duração em torno de quatro horas cada, para substituir a função dos rins. 

Uma das alternativas de tratamento é o transplante renal, mas atualmente o total de procedimentos é inferior a 5% do total de pacientes com DRC². Para a maioria, a diálise se torna um tratamento contínuo, com implicações no cotidiano, em vista da frequência das sessões e eventuais efeitos adversos. 

A crescente incidência de DRC reflete uma questão estrutural de saúde, que está diretamente relacionada ao aumento de fatores de risco como obesidade, diabetes, hipertensão e o envelhecimento da população. Dados recentes mostram que mais de 56% dos brasileiros estão com excesso de peso³, e cerca de 10% da população vive com diabetes, com um aumento de um ponto percentual em apenas dois anos4. Já a hipertensão arterial afeta 27,9% dos brasileiros, sendo mais prevalente entre os idosos, com 62,5% dos maiores de 65 anos diagnosticados com essa condição4. 

Estudos também indicam a poluição atmosférica como um fator adicional que pode prejudicar a saúde renal. Pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Amsterdã identificaram o impacto negativo da poluição no funcionamento dos rins, ampliando as preocupações sobre o ambiente como um fator de risco. 

Em resposta a esse cenário preocupante, Dr. Zawadzki destaca que a solução para a crise da DRC passa por mudanças nos hábitos de vida da população. Alimentação saudável, exercícios físicos regulares, controle de peso, monitoramento de doenças como diabetes e hipertensão, e envelhecimento saudável são medidas essenciais para prevenir e controlar o risco de danos aos rins. Além disso, ele enfatiza a importância dos check-ups regulares e da conscientização sobre a saúde renal, que deve ser uma prioridade tanto para os indivíduos quanto para os gestores de saúde pública e privada. 

Pacientes que possuem fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial, obesidade, histórico familiar de DRC e idade acima de 60 anos, devem incluir nos seus exames de rotina um teste de sangue para medir a creatinina—parâmetro que indica indiretamente a função dos rins (estimativa da taxa de filtração glomerular) - e um exame de urina para detectar a perda de proteína (albumina), um dos primeiros sinais de lesão renal. 

“O Dia Mundial do Rim é uma oportunidade para colocarmos a saúde renal na agenda de todos. A conscientização é a chave para prevenir a doença e reverter o quadro crescente de doença renal crônica que vive o Brasil”, conclui Dr. Bruno Zawadzki. 

 

DaVita


8 de março – Dia Internacional da Mulher

Como os hormônios influenciam decisões e percepções femininas
 

A relação entre o ciclo menstrual, intuição e saúde mental é um tema cada vez mais explorado pela ciência. Estudos recentes indicam que os hormônios oscilantes ao longo do mês podem impactar significativamente a forma como as mulheres tomam decisões, percebem o mundo ao seu redor e lidam com suas emoções. Para a psicóloga Tatiane Mosso, compreender essas variações pode ser uma ferramenta poderosa para melhorar a produtividade, a autoestima e o bem-estar emocional.
 

Antes da menstruação

Por outro lado, a fase luteal, que antecede a menstruação, é marcada pelo aumento da progesterona, podendo gerar uma maior sensibilidade emocional, introspecção e necessidade de descanso. "Não é incomum que as mulheres se sintam mais vulneráveis ou questionem suas próprias capacidades nessa fase. No entanto, ao entender que essa é uma resposta biológica natural, é possível acolher essas emoções sem julgamentos e ajustar a rotina para respeitar essas mudanças", ressalta a psicóloga.
 

Após a menstruação

"Durante a fase folicular, que ocorre logo após a menstruação, os níveis de estrogênio aumentam, o que pode contribuir para uma sensação de maior disposição e criatividade. Já na fase ovulatória, muitas mulheres relatam sentir-se mais confiantes e intuitivas, o que pode influenciar escolhas e interações sociais", explica.
 

Oscilações hormonais

Algumas pesquisas sugerem ainda que as oscilações hormonais influenciam a forma como o cérebro processa informações, tornando as mulheres mais propensas a confiar em suas percepções instintivas em determinados momentos do ciclo. "A intuição pode ser compreendida como um mecanismo natural de processamento rápido de informações que já estão armazenadas no inconsciente. Ao reconhecer padrões emocionais e comportamentais ao longo do ciclo, é possível utilizar essa capacidade a favor do autoconhecimento e da tomada de decisões", complementa.
 

Entender o próprio ciclo menstrual pode ajudar mulheres a planejarem melhor suas atividades, respeitarem seus momentos de maior ou menor energia e desenvolverem estratégias para manter a autoestima equilibrada. "Ao observar os padrões emocionais e fisiológicos individuais, cada mulher pode criar uma relação mais positiva consigo mesma, aproveitando os pontos fortes de cada fase e se permitindo descanso quando necessário", finaliza a especialista.




Tatiane Mosso - Psicóloga com aprimoramento clínico em Fenomenologia-Existencial pela PUC-SP e especialização em psicologia clínica na perspectiva Fenomenológico-Existencial pelo Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro – IFEN
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Epilepsia: sintomas, tratamento e quando buscar ajuda

Neurologista da Unimed Araxá, Yvely Iunes Akel, esclarece dúvidas sobre o distúrbio neurológico que afeta milhões de pessoas no mundo

 

A epilepsia é um distúrbio neurológico crônico que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo e pode se manifestar de diversas formas, desde crises discretas até episódios mais intensos. A doença ainda carrega muitos estigmas e dúvidas. Para esclarecer as principais questões sobre a epilepsia, seus sintomas, tratamentos e quando procurar ajuda médica, conversamos com a neurologista da Unimed Araxá, Yvely Iunes Akel. Na entrevista a seguir, ela explica como identificar os sinais da doença, quais são os tratamentos disponíveis e os cuidados necessários para quem convive com essa condição.


 

O que é a epilepsia?


Epilepsia é um distúrbio neurológico crônico caracterizado pela predisposição persistente de ocorrência de crises epilépticas afetando cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo. Existem muitos tipos de epilepsia. Em algumas pessoas, a causa pode ser identificada. Em outras, a causa não é conhecida. A doença atinge pessoas de todos os gêneros, raças, etnias e idades.


 

Quais são os sintomas?


Os sintomas da epilepsia podem variar muito. Algumas pessoas podem perder a consciência durante uma crise, enquanto outras não. Algumas pessoas olham fixamente por alguns segundos. Outras podem contrair repetidamente os braços ou as pernas, movimentos conhecidos como convulsões.


 

Uma única convulsão é suficiente para diagnosticar epilepsia?


Não. A epilepsia é diagnosticada se você teve pelo menos duas convulsões não provocadas com pelo menos 24 horas de intervalo. As crises não provocadas não têm uma causa clara.


 

Qual é o tratamento?


O tratamento com medicamentos ou, às vezes, cirurgia pode controlar as crises para a maioria das pessoas com epilepsia. Algumas pessoas requerem tratamento para o resto da vida. Para outras, as crises desaparecem. Algumas crianças com epilepsia podem superar a condição com a idade.


 

Quais são os sintomas de uma crise?


Os sintomas de uma crise variam. Como a epilepsia é causada por uma atividade anormal no cérebro, as crises podem afetar qualquer processo cerebral. Os sintomas de uma crise convulsiva podem incluir:


• Confusão temporária;


• Períodos de olhar fixo;


• Rigidez muscular;


• Movimentos bruscos e incontroláveis dos braços e pernas;


• Perda de consciência;


• Sintomas psicológicos, como medo, ansiedade ou déjà vu.


Às vezes, pessoas com epilepsia podem apresentar mudanças em seu comportamento. Elas também podem ter sintomas de psicose. A maioria das pessoas com epilepsia tende a ter o mesmo tipo de crise todas as vezes. Os sintomas geralmente são semelhantes de episódio para episódio. Algumas pessoas com convulsões focais apresentam sinais de alerta nos momentos antes do início da crise. Esses sinais de alerta são conhecidos como aura. Os sinais de alerta podem incluir sensações no estômago ou emoções como medo. Algumas pessoas podem ter déjà vu. A aura também pode se manifestar como um gosto ou um cheiro. Em alguns casos, pode ser visual, com percepção de luz fixa ou piscante, cores ou formas. Algumas pessoas relatam tontura e perda de equilíbrio, enquanto outras podem ter alucinações.



Quando procurar ajuda médica?


Procure ajuda médica se ocorrer qualquer uma das seguintes situações durante uma crise:


●       A convulsão durar mais de cinco minutos.


●    A respiração ou a consciência não retornarem após a convulsão parar.


●       Uma segunda convulsão ocorre imediatamente.


●       Você tem febre alta.


●       Você está grávida.


●       Você tem diabetes.


●       Você se machucou durante a convulsão.


●       Você continua a ter convulsões, mesmo tomando medicamentos anticonvulsivantes.


●       Caso ocorra uma convulsão pela primeira vez.


Fibromialgia se controla com conscientização e diagnóstico precoce


Informação e tratamento adequado são essenciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes

 

A fibromialgia é uma síndrome crônica caracterizada por dor generalizada, fadiga intensa e distúrbios do sono, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. Embora não tenha cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem o controle dos sintomas e uma rotina mais equilibrada. 

A condição afeta principalmente mulheres entre 30 e 60 anos e pode ser confundida com outras doenças devido à sua ampla gama de sintomas. De acordo com o Dr. Marcelo Jerez, diretor do One Day Hospital e da Clínica Alphaview, "o diagnóstico precoce é essencial para garantir um tratamento eficaz. A dor constante, a fadiga extrema e os distúrbios do sono são sinais de alerta que não devem ser ignorados".

 

Sintomas e Diagnóstico

Os principais sintomas da fibromialgia incluem:

·         Dor generalizada e persistente por pelo menos três meses;

·         Fadiga extrema, mesmo após uma noite de sono;

·         Distúrbios do sono, como insônia ou sono não reparador;

·         Dores de cabeça frequentes;

·         Problemas de memória e concentração (conhecido como "fibro fog");

·         Sensibilidade aumentada à dor e ao toque. 

O diagnóstico é feito a partir da análise clínica, levando em conta os sintomas relatados pelo paciente e a exclusão de outras doenças que possam causar sintomas semelhantes. "Não existe um exame específico para a fibromialgia, mas médicos experientes podem identificá-la por meio de uma avaliação detalhada", explica o Dr. Marcelo Jerez.

 

Tratamento e Qualidade de Vida


Embora não haja cura para a fibromialgia, diversos tratamentos ajudam a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Algumas abordagens incluem:

·         Medicamentos para dor e relaxantes musculares prescritos por um especialista;

·         Terapias físicas, como fisioterapia e acupuntura;

·         Atividades físicas de baixo impacto, como caminhadas, ioga e hidroginástica;

·         Suporte psicológico para lidar com o impacto emocional da doença;

·         Alimentação balanceada e hábitos saudáveis para reduzir inflamação e fadiga. 

"O tratamento multidisciplinar é fundamental para que o paciente consiga retomar suas atividades diárias com menos dor e mais qualidade de vida. Na clínica Alphaview contamos com o Espaço Mulher com especialistas capacitados para auxiliar no manejo da fibromialgia e de outras doenças crônicas", ressalta o Dr. Marcelo Jerez.


 

Conscientização e Apoio


A informação e o suporte adequado são essenciais para que pacientes e familiares compreendam a fibromialgia e busquem atendimento médico diante de sintomas persistentes. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de um tratamento eficaz e de uma vida com mais bem-estar e autonomia.



Quando voltar à academia após a dengue?

Pixabay
Especialista explica que a recuperação deve ser responsável e o retorno aos exercícios de forma gradual 

 

Com o aumento dos casos de dengue no Brasil, muitas pessoas praticantes de exercícios físicos regularmente se questionam sobre quando podem retornar às atividades após contrair a doença. Para esclarecer essas dúvidas, conversamos com o Dr. Alexandre Pimenta, responsável técnico do Conselho Médico da Allp Fit, rede de academias.

Segundo o especialista, a dengue afeta diretamente o sistema imunológico e causa um intenso desgaste físico. Voltar aos treinos prematuramente pode comprometer a recuperação e trazer riscos à saúde. Assim, a retomada das atividades físicas deve seguir um cronograma gradual, respeitando os sinais do corpo.

"A Recuperação da dengue precisa ser levada a sério. O recomendável é que os pacientes aguardem entre 14 e 21 dias após o início dos sintomas para a recuperação inicial, período em que o foco deve ser exclusivamente no descanso completo", orienta o Dr. Alexandre Pimenta.

Durante esta primeira fase, é essencial manter-se hidratado e atento aos sinais vitais, evitando qualquer tipo de esforço físico, mesmo que pareça leve. "A fase aguda da dengue exige repouso absoluto. Durante este período, o corpo está combatendo o vírus e qualquer esforço adicional pode prolongar a recuperação", explica.

Após essa primeira fase, é fundamental passar por uma avaliação médica antes de retomar os exercícios. "Uma avaliação clínica pós-dengue vai incluir exames de sangue para verificar a normalização das plaquetas e enzimas hepáticas", recomenda o especialista. Isso é especialmente importante para pacientes que podem ter desenvolvido dengue hemorrágica, pois esses indivíduos apresentam fragilidade maior e necessitam de um tempo adicional para retornar às atividades físicas e cuidados para evitar possíveis sangramentos decorrentes de pequenos traumas habituais.

Somente com a liberação médica deve-se iniciar o retorno gradual às atividades. Dr. Alexandre sugere um cronograma em três semanas: "Na primeira semana, recomendo apenas atividades muito leves, como caminhadas curtas de 10 a 15 minutos. Na segunda semana, pode-se aumentar gradualmente a intensidade, com exercícios de baixo impacto. Já na terceira semana, é possível retornar às atividades habituais, mas ainda com carga reduzida, cerca de 50% do que estava acostumado antes da infecção."

Paciência e prudência são essenciais no retorno aos exercícios após a dengue. Respeitar os limites do corpo e seguir as orientações médicas é o caminho mais seguro para recuperar o condicionamento físico sem riscos à saúde. A Allp Fit, rede de academias, possui especialistas capacitados para orientar qualquer pessoa, independente do condicionamento físico, garantindo um retorno seguro e gradual à prática de atividades físicas após a recuperação da doença.


Epilepsia e Estimulação Cerebral Profunda: como a tecnologia cirúrgica pode devolver a esperança aos pacientes?


O Dia Mundial de Conscientização Sobre a Epilepsia, lembrado em 26 de março, é uma data dedicada a ampliar a compreensão e o diálogo global sobre esse distúrbio neurológico crônico, que se manifesta por meio de crises epilépticas recorrentes, causadas por alterações na atividade elétrica do cérebro, e afeta pessoas de todas as idades, origens e estilos de vida.

Um dos tratamentos mais avançados para a condição é a Estimulação Cerebral Profunda (ou DBS – Deep Brain Stimulation, na sigla em inglês), um procedimento que está transformando a vida de pacientes com epilepsia refratária.

A epilepsia, que se manifesta devido a descargas elétricas anormais no cérebro, afeta pessoas de todas as idades, origens e estilos de vida. As crises variam de convulsões generalizadas a episódios mais sutis, como movimentos involuntários localizados ou perdas momentâneas de consciência. 

Determinar o tipo de epilepsia permite uma abordagem de tratamento mais eficaz. Embora as crises sejam controláveis em 70% dos pacientes com o uso de medicamentos antiepilépticos, pacientes com epilepsia refratária podem se beneficiar com tratamentos avançados. Nesse sentido, a DBS ganha força. 

Esse tratamento minimamente invasivo tem sido estudado há anos e foi detalhadamente abordado na revista Epilepsia, uma das principais publicações na área.1. Recentemente, a terapia passou por uma revisão sistemática2, que identificou um aumento na eficácia ao longo dos anos O procedimento envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro, como o núcleo talâmico ou o hipocampo, que são conectados a um neuroestimulador para modular a atividade neural. Esse aparelho recebe estímulos constantes, com o objetivo bloquear ou interromper os impulsos anormais de atividade elétrica no cérebro.

“A DBS tem sido eficaz em reduzir a frequência e intensidade das crises, com efeitos adversos mínimos, provocando melhora na qualidade de vida para pacientes que enfrentam limitações severas”, explica o Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião funcional e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia na Unicamp


Estigmatização da doença

Empoderar e dar visibilidade a pacientes, diagnóstico, tratamento, cuidados, prevenção e pesquisa em relação a esse distúrbio é uma iniciativa fundamental para desmistificar essa condição neurológica frequente e, ainda assim, pouco compreendida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo vivem com esse distúrbio - embora estudos sugiram que a cifra é ainda maior -, e metade dos pacientes vão ser estigmatizados em algum momento.

As causas da epilepsia são múltiplas e não completamente conhecidas, e incluem fatores genéticos, danos cerebrais provocados por traumatismos, infecções como meningite e encefalite, acidentes vasculares cerebrais, tumores e malformações congênitas. Em crianças, a epilepsia muitas vezes está associada ao desenvolvimento cerebral, enquanto em idosos, as crises frequentemente estão associadas a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. 

O enfrentamento de uma crise epiléptica requer conhecimento por parte da sociedade. Durante uma crise convulsiva, é necessário proteger o paciente para evitar ferimentos, afastar objetos que possam causar acidentes e posicionar a pessoa de lado para prevenir sufocamento e deixar que a saliva escorra. Jamais deve-se segurar seus movimentos ou colocar objetos ou os dedos em sua boca. “O ideal é permanecer ao lado do paciente e aguardar que a crise acabe, o que ocorre geralmente em até três minutos”, alerta o médico.

 



Dr. Marcelo Valadares - médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A Neurocirurgia Funcional é a sua principal área de atuação. Seu enfoque de trabalho é voltado às cirurgias de neuromodulação cerebral em distúrbios do movimento, cirurgias menos invasivas de coluna (cirurgia endoscópica da coluna), além de procedimentos que envolvem dor na coluna, dor neurológica cerebral e outros tipos de dor. O especialista também é fundador e diretor do Grupo de Tratamento de Dor de Campinas, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. No setor público, recriou a divisão de Neurocirurgia Funcional da Unicamp, dando início à esperada cirurgia DBS (Deep Brain Stimulation – Estimulação Cerebral Profunda) naquela instituição. Estabeleceu linhas de pesquisa e abriu o Ambulatório de Atenção à Dor afiliado à Neurologia.



Referências:

1: FISHER, Robert; SALANOVA, Vicenta; WITT, Thomas; et al. Electrical stimulation of the anterior nucleus of thalamus for treatment of refractory epilepsy. Epilepsia, Hoboken, v. 51, n. 5, p. 899-908, maio 2010. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20331461/. Acesso em: 19 jan. 2025.

2: BAHADORI, Amir Reza; JAVADNIA, Parisa; DAVARI, Afshan; et al. Efficacy and safety of deep brain stimulation in drug resistance epilepsy: A systematic review and meta-analysis. Neurosurgical Review, [s.l.], v. 47, n. 1, p. 855, 19 nov. 2024. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39557745/. Acesso em: 19 jan. 2025.


Cólica menstrual: quando devemos nos preocupar com a dor?

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Ginecologista Loreta Canivilo explica as possíveis causas da cólica intensa e quando buscar ajuda médica

 

A cólica menstrual é uma queixa comum entre as mulheres, mas, quando a dor se torna intensa e interfere na rotina, pode ser um sinal de alerta. Algumas condições, como endometriose e miomas uterinos, podem estar por trás das cólicas excessivas e devem ser investigadas. Estudos apontam que cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil sofrem com endometriose, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose (SBE).


Por que sentimos cólica durante a menstruação?

A dor menstrual ocorre devido à liberação de prostaglandinas, substâncias que estimulam a contração do útero para eliminar o endométrio — camada que reveste o útero e descama durante a menstruação.

"É um processo natural do organismo, mas, quando a dor é muito intensa, incapacitante ou não melhora com analgésicos comuns, pode indicar problemas ginecológicos", explica a ginecologista Loreta Canivilo.


Quando a cólica é um sinal de alerta?

Nem toda cólica é motivo de preocupação, mas alguns sinais indicam a necessidade de avaliação médica, como:

  • Dores intensas que impedem atividades diárias;
  • Cólica que piora ao longo dos anos;
  • Sangramento intenso e irregular;
  • Dor pélvica fora do período menstrual;
  • Falta de resposta a medicamentos convencionais.

"Condições como endometriose, adenomiose, miomas e síndrome dos ovários policísticos podem estar associadas à dor intensa. O diagnóstico precoce é essencial para garantir qualidade de vida e evitar complicações", ressalta a ginecologista.

Uma das principais causas de cólica intensa é a endometriose, uma doença inflamatória em que um tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, causando dor severa e, em alguns casos, infertilidade. A endometriose afeta 10% das mulheres em idade fértil, mas muitas demoram anos para obter um diagnóstico correto.

"Muitas mulheres convivem com dores fortes achando que é normal, mas nem sempre é. O diagnóstico da endometriose pode levar anos, o que agrava os sintomas e compromete a qualidade de vida. Quanto antes identificarmos a doença, melhor o controle dos sintomas e das complicações", alerta Canivilo.


O que fazer diante da cólica excessiva?

Se a dor for persistente ou incapacitante, é fundamental buscar um ginecologista para investigação e tratamento adequado. Além do uso de medicamentos, mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática de exercícios e técnicas de relaxamento, podem ajudar a amenizar o desconforto.

 

 

Dra. Loreta Canivilo - A médica ginecologista, obstetra e gineco-endocrinologista Loreta Canivilo é especialista em reposição hormonal feminina, estética íntima feminina e no tratamento de doenças do útero e endométrio. A profissional possui diversas pós-graduações em instituições de referência, como o Hospital Sírio-Libanês, onde se especializou em Reprodução e Ginecologia Endócrina, e o Hospital Albert Einstein, onde estudou Medicina em Estado da Arte. Também é especialista em Nutrologia e Endocrinologia pela Faculdade Primum, referência em educação médica. Nas redes sociais, Loreta já acumula mais de 70 mil seguidores (@draloreta), oferecendo conteúdos explicativos sobre saúde da mulher, gestação, reposição hormonal e implantes. Além disso, é idealizadora de um projeto social, em parceria com o Instituto Primum — onde também ministra aulas —, que promove atendimento gratuito de saúde feminina para mulheres em situação de vulnerabilidade.


Falta de ar, chiado no peito e tosse são alguns dos sintomas da asma


A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias e atinge cerca de 10% da população brasileira. A doença ainda é causa de morte no Brasil. As crises de asma podem ser desencadeadas ou intensificadas por diversos fatores como ácaros da poeira, mofo, polens, infecção respiratória por vírus, excesso de peso, rinite, medicamentos e predisposição genética.

Os principais sintomas da asma em decorrência da inflamação dos brônquios são: 

·         Falta de ar

·         Chiado no peito

·         Tosse

·         Sensação de cansaço

·         Dor no peito (manifestação clínica normalmente acentuada após esforço físico e até mesmo ao falar e rir) 

“Embora a asma não tenha cura, ela pode ser controlada com o tratamento adequado. Isso envolve o uso de medicamentos prescritos pelo especialista e o seguimento do tratamento composto por corticosteroides inalados para controle da inflamação brônquica, redução de sintomas e das crises. Essas medicações não devem ser abandonadas, nem tampouco retiradas do tratamento do paciente com asma sem a devida supervisão médica. A falta de controle da doença pode resultar em crises graves e levar até à morte”, alerta o Coordenador do Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr. Herberto Chong.

 

Além do abandono do tratamento pelo paciente, há uma série de lacunas no cuidado da asma que requerem intervenção, como o custo e acesso aos medicamentos. Outros desafios apontados por Dr. Chong são:   

·         Igualdade de acesso ao diagnóstico e tratamento

·         O conhecimento da asma e a conscientização da doença entre os profissionais de saúde

·         A prescrição de inaladores e o monitoramento da adesão e capacidade de uso desses dispositivos

·         A conscientização do público em geral (que não tem asma) e dos profissionais de saúde de que a asma é uma doença crônica e não aguda

 


ASBAI - Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
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DIA DA MULHER: Autocuidado na terceira idade aumenta vitalidade e qualidade de vida

 

À medida que envelhecemos, a importância de manter uma rotina de autocuidado se torna ainda maior devido às modificações do organismo próprias do envelhecimento e ao aumento da frequência de doenças nesse período da vida. No entanto, não se limita apenas a cuidar da saúde física. É preciso ter um olhar cuidadoso sobre a saúde mental e emocional, que são aspectos essenciais para uma longevidade saudável e com qualidade. Para a terceira idade, o autocuidado é uma ferramenta poderosa que ajuda a manter a independência, vitalidade e a qualidade de vida.

Manter uma rotina regular de exercícios físicos é vital. Atividades como caminhadas, hidroginástica, pilates e/ou musculação são válidas e podem ser adaptáveis a diferentes níveis de condição física e podem ajudar a manter a mobilidade, a força muscular e a saúde cardiovascular de pessoas com mais de 60 anos . Além disso, cuidar da alimentação, optando por uma dieta rica em frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais e com baixa ingestão de sal e açúcar, pode prevenir problemas de saúde como diabetes e doenças cardiovasculares.

O autocuidado também inclui cuidar dos pensamentos e do raciocínio. Atividades que envolvem aprender algo novo podem ajudar a manter a mente ativa e auxiliar na formação de novas conexões cerebrais, reduzindo o risco de doenças como a demência da doença de Alzheimer. Além disso, manter uma vida social ativa, conversar regularmente com amigos e familiares, participar de grupos de atividades ou eventos comunitários, pode combater a solidão e a depressão, bem como evitar a sensação de inutilidade, problemas frequentes na velhice.

O pertencimento e a fé são elementos cruciais que ajudam a fortalecer a autoestima e a resiliência. Manter-se conectado com a comunidade e cultivar relacionamentos significativos contribui para um senso de pertencimento. Paralelamente, a fé oferece um alicerce espiritual que pode proporcionar conforto, esperança e um propósito maior, guiando o indivíduo em momentos de desafio e celebrando os momentos de alegria.

Por fim, outro aspecto importante do autocuidado é o indivíduo idoso se sentir bem em relação a sua aparência, considerando as mudanças corporais próprias do envelhecimento. Manter a autoestima e a segurança em relação acomo prefere se apresentar às pessoas é fundamental. Sentir-se bem com cabelo tingido ou grisalho, com unhas com esmalte ou sem e com roupas confortáveis quer sejam justas ou folgadas, é uma conquista importante e representa um carinho e cuidado por si mesmo.

Assim, adotar práticas regulares de autocuidado físico e mental e estabelecer uma rotina de consultas médicas regulares para avaliar sobre as medicações e controle das doenças crônicas são essenciais para um envelhecimento com qualidade. Cuidar de si é fundamental para qualquer pessoa, mas para os idosos, ele se torna uma chave essencial para uma vida saudável e feliz.

 



Dra. Gisane Cavalcanti - geriatra do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe)


Dia Mundial do Sono: médicos alertam para a importância da qualidade do sono

Noites bem dormidas melhoram os parâmetros de saúde

 

O Dia Mundial do Sono acontece em março e é organizado pela Sociedade Mundial do Sono (World Sleep Society) com o objetivo de promover o engajamento dos profissionais de saúde e a conscientização da população quanto à qualidade do sono e sua repercussão para a saúde e bem-estar. No Brasil, a Semana do Sono acontecerá entre 14 e 20 de março de 2025 com uma programação dedicada a trazer informações qualificadas e atualizadas, promovendo debates sobre o tema. 

Segundo especialistas, um padrão de sono satisfatório é importante para o desempenho nas atividades cotidianas e para consolidação de memória e aprendizados. “O ritmo acelerado de informações na atualidade, as preocupações excessivas e a sobrecarga de atividades podem ser fatores estressores que deflagram alterações comportamentais e fisiológicas que podem prejudicar a qualidade do sono”, considera a médica psiquiatra Rafaela Silva. 

Estima-se que quase metade da população global seja afetada por algum tipo de distúrbio relacionado ao sono. Constituem uma ampla gama de condições e entre as mais comuns, destacam-se a insônia, a apneia do sono. Os distúrbios do sono podem afetar o funcionamento físico, mental, social e emocional e sua avaliação e manejo adequados são fundamentais para promoção da saúde e qualidade de vida. 

As queixas relacionadas ao sono estão entre as mais comuns e é fundamental que sejam adequadamente avaliadas, uma vez que tanto podem  ser fator de risco como podem ser consequência de diversas doenças crônicas, como hipertensão, cardiopatias, diabetes, obesidade e transtornos mentais, como depressão e ansiedade”, afirma Rafaela Silva, também Gerente Médica da Lundbeck Brasil. 

A abordagem deve ser multimodal e individualizada, incluindo intervenções comportamentais e mudanças de hábitos e rotinas, com as medidas de higiene do sono. Tratamentos mais eficazes podem melhorar os resultados no controle e desfechos das doenças crônicas, inclusive aquelas que acometem o sistema nervoso central (SNC). 

“Com a crescente prevalência de distúrbios do sono, é fundamental que a população saiba do protagonismo da qualidade do sono para o bem-estar e qualidade de vida. Promover o diagnóstico e o tratamento adequado são agentes fundamentais e o Dia Mundial do Sono é uma oportunidade para reforçar a necessidade de investir na saúde do sono e seu impacto positivo para a sociedade”, reforça a psiquiatra.

 

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