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quinta-feira, 6 de março de 2025

É hora de rever a segurança digital

Cibersegurança orientada a processos abre novas possibilidades para proteção de sistemas críticos, especialmente no setor de infraestrutura 

 

A tecnologia operacional e os sistemas de controle são a espinha dorsal da infraestrutura de serviços essenciais que vão de água e energia ao setor financeiro. No passado, esses sistemas atuavam desconectados de redes externas, criando uma barreira natural a invasões e reduzindo os riscos de segurança. Hoje, não mais.

A conectividade global e a integração de sistemas de IoT e cloud computing às infraestruturas críticas aumentaram exponencialmente a eficiência dos negócios, mas também abriram a possibilidade de riscos nunca vistos. E esse é um caminho sem volta: quanto mais as redes se conectam, mais ataques focados em sistemas de controle se tornam frequentes.

Se voltar ao passado de sistemas que só podiam ser acessados fisicamente é uma utopia, precisamos encarar de frente o problema de segurança que só se tornará mais sério no futuro. É preciso aproveitar as oportunidades trazidas pelo monitoramento em tempo real para melhorar a resposta a incidentes a partir de três pontos: uma detecção aperfeiçoada, uma contenção mais rápida e uma análise mais eficaz pós-incidente.

Em nossa visão, essas oportunidades só poderão ser aproveitadas a partir de uma nova perspectiva: a cibersegurança orientada a processos.


Hora de mudar de paradigma

As soluções tradicionais de segurança costumam focar nos sistemas de rede, nos ativos de TI e nos sistemas de controle. Essa abordagem, porém, ignora uma camada não programável, onde se produzem processos físicos como temperatura, pressão e movimentos mecânicos. O uso da cibersegurança orientada a processos busca fechar essa brecha, focando no monitoramento e na proteção direta de processos físicos que estão na base das operações críticas.

A cobertura dessa camada física permite proteger sensores que medem as variáveis ambientais e os equipamentos que realizam tarefas como a abertura de válvulas. Trata-se de sistemas que não possuem autenticação ou capacidade de criptografia – e, portanto, não respondem como sistemas programáveis tradicionais, mas são sensíveis a outros tipos de ataque, como a injeção de dados falsos (ataques do tipo Aurora).

Ao analisar continuamente os parâmetros operacionais e compará-los às condições de referência, esse enfoque permite que as empresas detectem anomalias que indiquem atividades maliciosas. Como exemplo, temos:

  • Ransomware: a visibilidade operacional continua válida, quando as camadas tradicionais se tornam comprometidas;
  • Injeção de dados falsos: a possibilidade de fazer referência cruzada para retroalimentação permite encontrar discrepâncias e identificar manipulações de dados;
  • Ataques Aurora: o monitoramento de dados permite detectar desvios sutis nos parâmetros dos processos, antes que danos mecânicos ocorram.

Dessa maneira, ao fechar a brecha das camadas de processo físico, a cibersegurança orientada a processos garante uma proteção ampla à infraestrutura crítica operacional – algo que as camadas programáveis não conseguem realizar.


Quatro pontos de melhoria

Com o uso da cibersegurança orientada a processos, as empresas de infraestrutura crítica podem melhorar sua resposta a incidentes em quatro aspectos essenciais:

  • Preparação: a segurança orientada a processos melhora a preparação das organizações, pois acrescenta uma camada de monitoramento de processos físicos em tempo real que funciona mesmo se os sistemas computacionais estiverem comprometidos.
  • Detecção: a inclusão da camada de equipamentos físicos na estrutura a ser protegida aumenta consideravelmente a precisão da detecção de anomalias. Torna-se possível identificar mais rapidamente alguma discrepância, uma vez que as informações de nível superior podem ser comparadas em tempo real aos dados físicos.
  • Contenção: o combate aos ataques se torna mais eficaz, pois aumenta a capacidade de isolar sistemas afetados sem interromper a operação como um todo. Dessa forma, é possível encontrar mais rapidamente a causa raiz dos problemas e minimizar o impacto de ciberataques.
  • Atividades posteriores: as informações de processos físicos amplificam a capacidade de revisões posteriores aos incidentes, oferecendo uma fonte extra de dados detalhados para a análise da causa raiz e a erradicação de brechas de segurança.

Com o aumento da sofisticação dos ataques cibernéticos, o enfoque orientado a processos abre caminho para uma série de melhorias necessárias para que as empresas abordem os desafios de segurança contemporâneos. Esse paradigma fecha as brechas críticas de detecção, contenção e recuperação, dando mais resiliência às empresas e permitindo uma rápida adaptação a um cenário mais complexo e volátil. Adotar essa abordagem é essencial para empresas de infraestrutura, especialmente quando se pensa em uma proteção operacional de longo prazo



Leidivino Natal - CEO Global da Stefanini Cyber

Amir Samoiloff - CEO da SIGA


O futuro da tecnologia pode ser mais feminino?

Mulheres são minoria no setor, mas o cenário está mudando



A presença feminina na tecnologia sempre foi tema de debate — e com razão. Somos maioria na população brasileira, temos níveis de escolaridade mais elevados, segundo o IBGE, mas essa qualificação não se reflete no mercado de trabalho, especialmente no setor de tecnologia. Hoje, ocupamos apenas 12,3% das vagas em TI, conforme dados do Caged.

Mas há sinais de mudança. E, como profissional da área há mais de dez anos, posso afirmar com entusiasmo: nunca vi tantas mulheres ocupando espaços importantes, dos times técnicos até posições de liderança e C-Level. De acordo com a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), a participação feminina na tecnologia cresceu 1,5 ponto percentual em relação à masculina nos últimos dois anos.

Sim, ainda é tímido, mas é um avanço. O caminho para uma participação equitativa segue longo e desafiador, e é fundamental discutirmos os obstáculos e as soluções que podem acelerar essa transformação.

A exigência de constante atualização profissional, a carga horária extensa e a dificuldade de conciliação entre vida pessoal e profissional são aspectos que pesam ainda mais para as mulheres na TI. Esses fatores, somados às barreiras culturais, dificultam tanto o ingresso quanto a permanência feminina no setor. Para mudar esse cenário, precisamos de políticas corporativas que promovam flexibilidade, programas de mentoria e redes de apoio focadas no crescimento feminino dentro da tecnologia.

E não se trata apenas de justiça social. Equipes diversas entregam resultados melhores. Diversidade impulsiona a criatividade, amplia pontos de vista e aprimora a resolução de problemas. Promover a inclusão feminina, portanto, não é apenas necessário - é uma estratégia inteligente para qualquer empresa que deseja inovar e se destacar.

A educação também desempenha um papel fundamental nesse processo. Incentivar o interesse de meninas em disciplinas como ciência, engenharia e matemática desde a educação básica pode ampliar as oportunidades futuras. Além disso, a visibilidade de mulheres em cargos de liderança é essencial para inspirar novas gerações. Representatividade importa. Quando jovens enxergam histórias de sucesso protagonizadas por mulheres, passam a se ver nesse lugar.

A própria tecnologia pode — e deve — ser aliada nesse processo. Ferramentas de recrutamento baseadas em inteligência artificial podem ajudar a reduzir vieses inconscientes. Plataformas de análise de diversidade permitem que empresas identifiquem e corrijam disparidades salariais. E as comunidades online têm sido fundamentais ao oferecer apoio, networking e oportunidades de crescimento para mulheres no setor.

Minha maior expectativa para quem deseja ingressar no mercado de tecnologia é que deixem para trás o estigma de que esse é um ambiente masculino. O que realmente conta são a competência e o conhecimento. O setor está cada vez mais aberto à diversidade, e é fundamental que mais mulheres ocupem esse espaço com confiança e determinação.

O futuro da tecnologia depende da inclusão e da diversidade. Quanto mais mulheres, mais forte, criativo e justo será o setor. Que venham mais conquistas. Vamos juntas?

 


Adriele Domingues - especialista em Novos Negócios na SIS Innov & Tech, empresa de inteligência tecnológica em inovação e transformação digital

 

BOLETIM DAS RODOVIAS

Tráfego é lento na Ayrton Senna

 

A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo no início da tarde desta quinta-feira (6).

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Operação 5x5 - Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

Tráfego normal, sem congestionamento.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

Tráfego normal nos dois sentidos da Rodovia Raposo Tavares (SP-270). Na Rodovia Castello Branco (SP-280), há lentidão do km 25+500 ao km 24+500 sentido capital, sentido interior o tráfego é normal.

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

Há lentidão do km 21 ao km 17 no sentido capital, no sentido interior o tráfego é normal.

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.


Você sabe qual a diferença entre curso profissionalizante e técnico

Camilo Carvalho, diretor da Prepara Cursos, explica as principais características das qualificações e como escolher a certa para a trajetória profissional

 

Com o início de um novo ano letivo, começa a busca por qualificação para se destacar profissionalmente durante 2025. Os cursos técnicos e profissionalizantes são perfeitos para adquirir conhecimentos práticos e entrar no mercado de trabalho de forma mais ágil.

De acordo com a pesquisa realizada em 2024 pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), apesar de somente 20% das pessoas com ensino superior estarem desempregadas, 70% das empresas relatam dificuldade para encontrar profissionais com habilidades específicas no setor de serviços. Segundo dados do Censo Escolar divulgado pelo MEC (Ministério da Educação) em 2023, o ensino técnico profissional cresceu 12% destacando o fato de ser um modelo educacional mais acessível.

Mesmo com esses benefícios, a Prepara Cursos percebe que muitos estudantes não conhecem as diferenças entre o ensino técnico e profissionalizante, dificultando a escolha do curso ideal para momento da carreira. Pensando nisso, Camilo Carvalho, diretor da marca, explica a diferença entre cursos técnicos e profissionalizantes.


O que é um curso profissionalizante?

Os cursos profissionalizantes são focados em preparar o estudante para desenvolver atividades práticas em uma área específica. Em muitos casos, são oferecidos por instituições privadas e têm como objetivo desenvolver habilidades específicas para o mercado de trabalho como atendimento ao cliente, design gráfico, culinária, vendas, entre outras áreas. Perfeitos para quem busca uma capacitação rápida.


Qual a duração do curso profissionalizante?

A modalidade oferece uma capacitação mais flexível e de curta duração, possibilitando a realização em semanas ou poucos meses. Durante o período de estudo, não é necessário que o aluno esteja no ensino médio, ampliando a possibilidade para pessoas de diferentes faixas etárias e níveis educacionais.


Quais as vantagens?

Entre as vantagens, há fatores como valores mais acessíveis devido a curta duração, proporcionando um melhor custo-benefício ao aluno. Além disso, com o objetivo de aumentar a chance de empregabilidade, os cursos são formatados para atender as demandas do mercado de trabalho. E para permitir que a escolha seja feita de acordo com os interesses e as demandas de cada estudante, existe uma variedade de opções profissionalizantes em diferentes áreas. Por ser uma capacitação rápida, essa é uma alternativa ideal para quem busca uma transição de carreira ou se qualificar rapidamente para ingressar no mercado de trabalho.


O que é um curso técnico? 

Os cursos técnicos têm o objetivo de preparar o estudante para atuar em áreas específicas do mercado, e combina teoria e prática, proporcionando uma educação completa e voltada para as demandas de setores produtivos como saúde, tecnologia, indústria, comércio, entre outros.  O diploma de técnico habilitado é reconhecido em todo o país, possibilitando o profissional a desempenhar funções mais complexas na área de formação. Perfeito para quem busca uma qualificação sólida e pretende ingressar rapidamente no mercado de trabalho em uma profissão regulamentada. 


Qual a duração do curso técnico?

O curso técnico tem uma duração média de um a três anos. Devido a formação de nível médio, regulamentada pelo MEC, eles podem ser realizados simultaneamente com o Ensino Médio ou após a conclusão.


Quais são as vantagens?

Neste caso, os benefícios estão relacionados ao custo, já que o preço de um curso técnico é geralmente menor do que em uma graduação, além de oferecer retornos rápidos. Outra vantagem é a alta empregabilidade, principalmente em setores como indústria, saúde e tecnologia, em que os profissionais técnicos são muito requisitados. Geralmente, nesta modalidade, há uma flexibilidade de estudo, permitindo que os alunos possam conciliar os estudos com o trabalho, por meio de opções que podem ser realizadas durante o período noturno. Além disso, o certificado técnico é reconhecido em todo o país, permitindo que o profissional atue em diferentes regiões do Brasil.


Qual curso escolher?

A decisão do curso dependerá dos objetivos pessoais e profissionais do estudante. Por exemplo, se o aluno prefere uma formação mais completa e regulamentada, que oferece um crescimento a longo prazo o curso técnico é a melhor opção. Já se desejar uma certificação rápida ou adquirir uma nova habilidade o curso profissionalizante será mais adequado.

 

 Prepara Cursos


Economia de água na prática: 7 dicas para começar hoje mesm

Freepik
Mudanças simples de hábitos no dia a dia como consertar vazamentos e cronometrar o tempo do banho são fundamentais para o futuro da água 

 

Um estudo do Instituto Trata Brasil de 2024 aponta que mais de 3,6 bilhões de m³ de água potável são desperdiçados anualmente apenas com os vazamentos. Esse volume seria suficiente para abastecer cerca de 54 milhões de brasileiros em um ano. Além disso, ao meio ambiente, a redução dessas perdas implicaria a disponibilidade de mais recurso hídrico para a população sem a necessidade de captação em novos mananciais.

“Atitudes simples do dia a dia podem ajudar a minimizar o desperdício de água tanto em residências como nas empresas. É preciso ter consciência de que se não cuidarmos hoje desse recurso, poderemos sofrer graves consequências no futuro próximo”, explica Yuri Verçosa, CEO da Foz Sustentável, empresa que tem o objetivo de resolver o problema do desperdício de água no Brasil. 

Confira as dicas dadas por Verçosa e comece hoje mesmo a fazer a diferença para o planeta.

  • Verifique e corrija quaisquer vazamentos - Infiltrações e vazamentos podem acontecer sem que você perceba e representar um elevado desperdício de água, além de dar um susto na conta que chega no final do mês. Como exemplo, uma torneira vazando pode desperdiçar até 40 litros de água por dia. Goteiras e manchas na parede são indícios que aparecem quando problemas maiores já se instalaram há mais tempo. Outros sinais são mofo, pintura com bolhas, pintura com aspecto umedecido e bolor. “Nesses casos, o ideal é buscar ajuda especializada, que utilizará o caça vazamentos inteligente, equipamento que acha vazamentos sem aquela quebração”, aconselha Yuri.
  • Economize ao escovar os dentes - As torneiras também são grandes responsáveis pelo desperdício. Escovar os dentes, lavar o rosto e as mãos com a torneira aberta pode representar um gasto de 12 litros de água. “Por isso, feche-as bem sempre que não estiver usando água e instale moduladores especiais que vão contribuir para evitar o desperdício”, explica o executivo.
  • Cronometre o banho - Um banho de 15 minutos pode gastar até 135 litros de água. “Se você reduzir o tempo embaixo do chuveiro para 5 minutos, apenas 45 litros são utilizados. Portanto, o ideal é optar por banhos rápidos, que durem o tempo necessário para fazer a higienização do corpo”, diz Yuri.
  • Ensaboe todas as louças de uma só vez - Antes de lavar a louça, retire os restos de comida com o apoio de um guardanapo ou toalha de papel e ensaboe todas de uma só vez, com a torneira fechada. Depois, faça o enxágue. “Outra dica é lavar os utensílios menos engordurados primeiro. Assim, a gordura não se espalha para os outros itens”, sugere Verçosa.
  • Limite o uso da máquina de lavar e reaproveite a água - O ideal é usar a máquina sempre cheia e em ciclos completos de lavagem. Então acumule mais roupas para lavar tudo de uma vez. Alguns eletrodomésticos mais modernos também oferecem um modo econômico, que gasta até 30% menos água e energia. Além disso, a água utilizada na máquina de lavar costuma ser descartada pelo ralo. No entanto, por conter apenas resíduos de sabão, na maioria dos casos, ela pode ser reaproveitada e servir para lavar pisos, o quintal, a calçada e até regar plantas. “Caso precise guardar essa água por alguns dias, o ideal é utilizar um pouco de cloro para evitar a proliferação de micro-organismos que causam mau cheiro”, explica Yuri.
  • Não lave calçadas com mangueira - Lavar a calçada com mangueira é uma atitude pouco consciente e pode representar um gasto de 120 litros de água. 
  • Lave o carro com baldes - Não use a mangueira para lavar o carro, opte por baldes, que evitam o desperdício. Outra forma de economizar é a ecolavagem, que deixa o veículo limpo e protegido com menos de um litro de água. “Basta ter dois panos de microfibra, um shampoo especial para lavagem e um borrifador com 400 ml de água”, ensina Verçosa.

O mercado disponibiliza tecnologias inovadoras, por meio de equipamentos eficientes, que contribuem para evitar em até 80% o desperdício de água, e podem ser adotadas por residências e empresas, como torneiras temporizadas, sistema em descargas de caixas acoplada, bloqueador de ar, chuveiro inteligente, entre outras soluções. 

“Temos uma plataforma e aplicativo de gestão inteligente com tecnologias como IoT e sistemas em nuvem, que disponibiliza um estudo de diagnóstico do potencial de economia onde é possível acompanhar o consumo de água 24 horas por dia, analisar alertas de vazamentos, conferir o alerta de pico caso haja um consumo excessivo de água, ficar de olho na meta e previsão de consumo para o mês, suporte, entre muitas outras funcionalidades”, finaliza o CEO da Foz Sustentável.

  

Foz Sustentável


Voto valorizado e cobrança do eleitor, caminhos para a mudança

É o básico, porém muitos de nossos políticos, ocupantes de cargos de comando nos poderes Executivo e Legislativo precisam ser periodicamente lembrados de que as escolhas democráticas do povo brasileiro nas urnas não terminam no dia seguinte ao de suas posses. 

 Ao contrário do que muitos deles pensam, a posse é meramente o início de suas obrigações de servir à população com ética, honestidade e competência, além do dever de prestar contas aos cidadãos que o elegeram, fazendo-o não somente durante o período eleitoral, quando se candidatam a novos mandatos. 

Isso tudo precisa ser reavivado, de tempos em tempos, porque nossos políticos parecem se esquecer disso logo que se sentam na cadeira do poder, assim como, passados poucos meses da eleição a maioria dos eleitores sequer se lembra em quem votou como seu representante no Congresso Nacional. É grave. 

Da mesma forma, é indefensável a permanência do fundo eleitoral, nos moldes atuais, com a grandiosidade financeira de cerca de R$ 5 bilhões para financiar as campanhas dos políticos. Trata-se de mais uma  imperfeição do sistema brasileiro, à qual se soma o Horário Eleitoral Gratuito, cuja gratuidade é apenas para os partidos e para os políticos, porque o tempo de exibição no rádio e na televisão custa caro e é custeado com recursos de tributos arrecadados de toda a população, inclusive daqueles com rendimento inferior a um salário-mínimo. 

Hoje, o bilionário Fundo Eleitoral, baseado no cumprimento da legislação vigente, tem em seu rateio 2% distribuídos de forma igual a cada um dos 29 partidos, representando R$ 3.421.395,54 por legenda e totalizando R$ 99.230.395,54. O rateio reserva outros 35% para distribuição  proporcional ao número de votos de cada partido na Câmara de Deputados. São, atualmente, R$ 1.736.531.921,95 distribuídos por 20 partidos, pois nove não tiveram votos suficientes para garantir ao menos uma cadeira na Câmara de Deputados. E dessa parcela de 35%, a maior parte (67%) fica com os sete maiores partidos (PL, PT, União Brasil, PSD, PP, MDB e Republicanos), beneficiados com as maiores verbas em 2024. 

Quase metade (48%) do valor do fundo, é distribuído em função das bancadas dos respectivos partidos na Câmara dos deputados (inclusive incorporações e fusões) e totalizou em 2024  R$ 2.381.529.492,96. Novamente os sete maiores partidos foram os mais aquinhoados: ficaram com R$ 1,84 bilhão, o correspondente a cerca de 78% dessa fatia. 

Finalmente, outros 15% restantes do fundo (R$ 744.227.966,55) são definidos em função da bancada no Senado, e, pelos critérios em vigor, os mesmos sete partidos foram aquinhoados com quase 75% do total desta parcela. 

Como pouco é divulgado no período eleitoral acerca da expressividade do valor dos fundos,  a população não se dá conta de que apenas sete partidos políticos detêm cerca de um terço (74% a 75%) do valor total. É óbvio que dificilmente os postulantes à Presidência da República, aos governos estaduais e às Prefeituras das grandes capitais serão lançados candidatos sem a aprovação dos dirigentes dos sete maiores partidos. Uma definição que remete à época da escolha dos donatários das capitanias hereditárias, nas primeiras décadas do Brasil Colônia. 

Cabe, portanto, um apelo direto às redes de comunicação, aos profissionais de jornalismo, radialistas, redes sociais, blogueiros, e influencers: o Brasil precisa muito de todos eles para levar esclarecimento sobre essa situação às parcelas mais pobre e menos escolarizada da população, ensinando que o cidadão, quando prioriza o voto para um deputado ou senador de um determinado partido, está aumentando muito a chance de eleger um prefeito, um governador e um presidente da República daquele mesmo partido ou de sua coligação, com maior probabilidade de ele ser filiado a uma das sete grandes legendas dominantes: PL, PT, União Brasil, PSD, PP, MDB, e Republicanos. 

É preciso valorizar mais e mais o Poder Legislativo, dignificar nossas escolhas que são tão importantes quanto à eleição do presidente da República ou de um governador. Necessária a consciência de que, ao eleger um parlamentar, está se abrindo uma grande janela para a escolha de candidato a presidente da República, governador ou prefeito das grandes capitais, pois a bancada é que dita quanto o partido recebe do fundo eleitoral. 

Para que o Brasil tome o rumo definitivo na direção do bem-estar da sociedade, é fundamental que a população faça enfática cobrança junto aos nossos políticos pelo fim da reeleição, pela mudança legislativa para tornar imprescritíveis os crimes praticados contra a administração pública e para a volta da prisão após condenação por decisão colegiada em segunda instância. Esses são os pré-requisitos para garantir novo rumo ao país e dar o pontapé inicial na luta pelo fim da corrupção. 

Ao contrário do que muita gente imagina, o Brasil não tem problemas financeiros capazes de incapacitar seu desenvolvimento. Este é um país rico em recursos naturais e em recursos humanos, com profissionais muito capacitados em todas as áreas, inclusive em tecnologia de ponta. Os maiores problemas brasileiros são de origem ética e política, agravados pela impunidade que transmite ao cidadão a falsa sensação de que não vale a pena ser honesto. Alterar esse quadro depende muito de um Congresso fortalecido por meio de deputados e senadores qualificados, sérios e comprometidos, com amplo apoio popular. 

 

Samuel Hanan - engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002). Autor dos livros “Brasil, um país à deriva” e “Caminhos para um país sem rumo”. Site: https://samuelhanan.com.br


Reforma Tributária redefine a carga fiscal e exige novas estratégias das indústrias

Mudanças no recolhimento de tributos e gestão de créditos fiscais impõem desafios e oportunidades às empresas, destacam especialistas 

 

A aprovação da Reforma Tributária promete alterar de forma profunda a dinâmica tributária nas indústrias brasileiras. Ao redistribuir a responsabilidade pelo recolhimento de tributos ao longo da cadeia produtiva, a nova estrutura visa simplificar o sistema, mas traz uma série de desafios operacionais. Especialistas alertam para os impactos na gestão de fluxo de caixa, controle de créditos fiscais e na revisão de preços de mercadorias e serviços.

Renata da Silveira Bilhim, advogada tributarista com mais de 25 anos de atuação na área e professora da FGV, explica que a reforma pode trazer tanto riscos quanto oportunidades para o setor industrial. “A transferência da carga tributária para distribuidores, atacadistas e varejistas muda a lógica atual e exige uma adaptação rápida das empresas. Não se trata apenas de entender a nova legislação, mas de preparar os processos internos para um cenário mais complexo”, afirma.

Uma das mudanças mais significativas é o fim do sistema escritural de créditos tributários. No modelo atual, as empresas se creditam com base no valor destacado nas notas fiscais. Com a reforma, o crédito será gerado apenas após o pagamento efetivo do imposto pelo fornecedor. Isso, segundo Bilhim, pode gerar desequilíbrios no fluxo de caixa, especialmente para empresas com ciclos longos de recebimento financeiro. “O Split Payment, tecnologia que promete monitorar essas transações em tempo real, pode ser um avanço, mas ainda restam dúvidas sobre sua eficácia e abrangência a partir de 2026”, destaca.

O relacionamento com fornecedores será outro ponto de atenção. Empresas do Simples Nacional que optarem por não migrar para o regime regular de IVA não oferecerão crédito integral aos seus clientes industriais, o que pode influenciar diretamente na negociação de preços e contratos. “Indústrias podem pressionar seus fornecedores menores para que optem pelo regime regular, garantindo acesso a créditos plenos e evitando resíduos tributários que aumentariam os custos ao longo da cadeia”, explica Bilhim.

A indefinição em torno do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é outro elemento que pode impactar o planejamento das empresas. A Zona Franca de Manaus terá alíquotas de IPI reduzidas a zero a partir de 2027, mas a continuidade do imposto para outros estados ainda é uma incerteza. Essa falta de clareza, segundo Bilhim, torna difícil calcular a viabilidade econômica de fornecedores localizados fora da região. “Empresas terão de reavaliar suas cadeias de fornecimento, considerando alternativas como realocar parceiros estratégicos na Zona Franca ou renegociar preços com fornecedores tradicionais”, sugere a especialista.

O novo Imposto Seletivo (IS) também está no radar das indústrias. Embora tenha uma função extrafiscal, com foco em produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, a falta de definição clara sobre as alíquotas abre margem para possíveis distorções no mercado. Bilhim destaca que o IS pode se tornar uma ferramenta de arrecadação adicional e encarecer produtos. “Esse imposto pode pressionar margens de lucro e alterar a elasticidade da demanda, especialmente se a carga tributária final dos produtos for muito alta”, avalia.

As mudanças na precificação também não passarão despercebidas. A coexistência de tributos “por dentro” e “por fora” durante o período de transição, entre 2026 e 2033, exigirá adaptações nos sistemas de gestão e cálculos financeiros. “As empresas precisarão revisar contratos, renegociar preços de compra e atualizar seus ERPs para refletir as novas regras. A integração de tecnologias para realizar conciliações automáticas será uma necessidade, e não uma opção”, explica Bilhim.

Além disso, a logística pode se tornar um desafio estratégico. Fornecedores situados em regiões com menor competitividade tributária pode gerar custos adicionais ao longo da cadeia. “Se houver aumento na carga tributária por manter parceiros menos vantajosos, as indústrias terão de recalcular suas rotas de fornecimento e, em alguns casos, buscar alternativas no mercado internacional para diluir esses custos”, diz Bilhim.

Para se adaptar a esse cenário, será necessário adotar uma abordagem estratégica e multidisciplinar. Bilhim recomenda a criação de comitês internos dedicados à análise tributária, além de investimentos em tecnologia e reavaliação de investimentos logísticos. “O período de transição exige planejamento robusto. As empresas que se anteciparem poderão não apenas mitigar os impactos negativos, mas também identificar oportunidades de ganhos financeiros ao longo da adaptação”, conclui.

 



Renata da Silveira Bilhim - advogada tributarista há mais de 25 anos atuando nas áreas contenciosa e consultiva. Atuando como empresária, é sócia da Bilhim Educação e Consultoria Tributária, da Bilhim Treinamentos, empresária e investidora no ramo da construção civil. Além disso, é ex-conselheira do CARF, palestrante internacional, Doutora em Finanças Públicas, Tributação e Desenvolvimento pela UERJ e professora convidada nos cursos de MBA da FGV, EMERJ, PUC e IBMEC. 
É autora de inúmeros artigos e capítulos de livros, em destaque para os de sua integral autoria, como “Pragmatismo e Justificação da Decisão Judicial” e “Planejamento Tributário no CARF Pós-Zelotes”.
Para mais informações, visite o Instagram ou LinkedIn


Vakinha lança página de verificação para combater sites falsos

Plataforma intuitiva e acessível informa se o link é seguro para doar
 

Um em cada quatro brasileiros foi vítima de golpes digitais em 2024 (DataSenado) — um grande desafio a ser enfrentado por quem trabalha com serviços virtuais. Com o objetivo de combater sites falsos — também chamados de sites clone —, o Vakinha, maior site de doações online da América Latina, lançou uma página de verificação de links. 

“É uma grande responsabilidade fazer conexões entre causas tão importantes e seus doadores. Assim como outras empresas, temos registrado aumento no número de pessoas que criam sites com nossas cores e logomarca. Muitas dessas páginas falsas confundem usuários. Por isso, decidimos criar a ferramenta, que traz ainda mais segurança para quem conta com a gente. Como garantimos a segurança das campanhas abertas no Vakinha, construímos uma ferramenta para quem recebe links de outros sites verificarem se são confiáveis ou não para doar”, explica Luiz Felipe Gheller, CEO do Vakinha.

Além da segurança, o Vakinha busca garantir transparência em transações acessíveis. “Queremos que as pessoas consigam, facilmente, criar uma vaquinha ou fazer uma doação com a certeza de que aquele investimento chegará ao destino”, afirma.

Para certificar que o link recebido tem segurança do Vakinha, basta entrar no site e seguir as seguintes etapas:

  • Cole o link recebido no campo de verificação de links;
  • Em seguida, clique em verificar;
  • Por fim, espere o resultado aparecer.

“É uma página bastante intuitiva e de simples navegação. Ela complementa o trabalho de segurança que desenvolvemos para evitar fraudes e violações”, completa Gheller. 

O CEO também sugere outros cuidados para evitar golpes:

  1. Use sempre a chave Pix do Vakinha para ter certeza que sua doação chegará ao destino certo. Lembrando que cada campanha possui uma chave Pix exclusiva, composta pelo ID da vaquinha e do complemento “vakinha.com.br”;
  2. Antes de confirmar qualquer pagamento, confira se o nome Vakinha aparece como beneficiário;
  3. O domínio do Vakinha é “vakinha.com.br”, desconfie de outras URL;
  4. Campanhas no Vakinha recebem doações por pix no site ou por chave estática e cartão de crédito;
  5. Se perceber algo estranho em um link recebido, denuncie.


Dia Internacional da Mulher: a busca pela paridade de gênero no mercado de trabalho avança, mas ainda enfrenta desafios

Mesmo com avanços legislativos, mulheres seguem sub-representadas em cargos de liderança e chegam a receber 25,2% a menos que homens

 

A luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho tem conquistado avanços, mas as mulheres ainda enfrentam desafios significativos para alcançar posições de liderança em diversos setores. De acordo com dados do Ministério das Mulheres e do Trabalho, elas recebem em média 19,4% a menos que os homens para exercer as mesmas funções. Em cargos de gerência e liderança, essa diferença pode chegar a 25,2%. 

O fato de a presença feminina em cargos estratégicos ainda ser inferior à masculina é reflexo de barreiras estruturais e culturais que persistem ao longo dos anos, de acordo com a advogada e especialista em gestão corporativa, sócia do escritório Vernalha e Pereira, Angélica Petian. 

“Precisamos de um compromisso real das empresas para criar ambientes de trabalho mais inclusivos. A implementação de programas de mentoria para mulheres, políticas de diversidade e canais de denúncia eficazes são essenciais para combater a desigualdade e ampliar as oportunidades”, destaca a advogada. 

A recente legislação trabalhista trouxe medidas importantes para combater a disparidade salarial e garantir mais equidade no ambiente profissional. Além da obrigatoriedade da igualdade de remuneração, foram estabelecidas regras de transparência salarial e sanções para empresas que não cumprirem as determinações. Empresas com 100 ou mais colaboradores devem divulgar relatórios periódicos com informações sobre critérios de remuneração e a distribuição de cargos por gênero. 

A desigualdade estrutural segue sendo um desafio global. Segundo o Fórum Econômico Mundial, a paridade de gênero em oportunidades e participação econômica só será alcançada em 267,6 anos, se mantido o ritmo atual de progresso. Esse dado reforça a necessidade de conscientização e ações efetivas por parte das empresas e da sociedade, promovendo campanhas de sensibilização, treinamentos sobre diversidade e inclusão, além da revisão de práticas corporativas. 

No Dia Internacional da Mulher, o debate sobre equidade de gênero no mercado de trabalho reforça a importância de ações concretas para superar as barreiras ainda existentes e construir um futuro mais justo e igualitário para todos no mercado de trabalho.


Maioria dos profissionais aponta remuneração não condizente com as exigências do cargo como principal causa de estresse no trabalho, revela pesquisa Michael Page

Levantamento inédito da consultoria detecta as causas do nível do esgotamento mental dos profissionais no ambiente corporativo

 

A remuneração não condizente com as exigências do cargo é a principal causa de estresse no trabalho para a maioria dos profissionais (58,7%). É o que revela recente pesquisa realizada pela Michael Page, uma das maiores consultorias especializadas em recrutamento de média e alta gerência, parte do PageGroup. De acordo com o estudo Guia Salarial 2025, o salário inapropriado ficou à frente do esgotamento mental causado pelo relacionamento ruim com colegas ou líderes (39,4%), pela falta de participação na tomada de decisões e falta de controle sobre os processos (37,8%) e falta de perspectivas de carreira (32,9%). 

O estudo apontou ainda que 36,5% dos colaboradores não se sentem amparados ou apoiados mentalmente e emocionalmente pela empresa em que trabalham, superando os que se sentem relativamente apoiados (30,5%), apoiados (20,2%) e muito apoiados (7,2%). 

“A preocupação com a saúde mental e o equilíbrio entre a rotina pessoal e profissional já são prioridade para a maioria dos profissionais. As empresas que demorarem para entender a importância dessas questões podem sofrer para encontrar talentos e engajar seus colaboradores a médio e longo prazo. É essencial que as organizações coloquem esse assunto como uma prioridade e entendam que um bom ambiente faz toda diferença para um desempenho profissional saudável”, afirma Stephano Dedini, diretor-executivo da Michael Page. 

Para elaborar a pesquisa, a Michael Page consultou, no ano passado, cerca de 6,8 mil profissionais e empresas de todo o Brasil para entender quais são suas reais impressões sobre o mercado atual. Os executivos entrevistados ocupam cargos que vão desde posições de suporte à gestão até diretoria. A pesquisa procurou entender como os profissionais enxergam sua carreira, a posição do empregador no seu desenvolvimento profissional e outros fatores que completam a remuneração.

 

Outros fatores que desencadeiam estresse no trabalho 

Além de questões salariais, relacionamento e perspectivas de carreira, o excesso de trabalho e jornadas longas também se destacam como causas significativas de insatisfação, impactando 32,5% dos profissionais.
 

Nível diário de estresse no ambiente corporativo 

A pesquisa também procurou entender qual é o nível diário do esgotamento mental dos profissionais no ambiente de trabalho. Metade dos respondentes (50,5%) afirmou ter um moderado grau de estresse por dia, superando a média dos que têm um índice alto (24,2%), baixo (17,8%), muito alto (5,9%) e nulo (1,6%). 

"Cerca de um em cada quatro profissionais enfrenta altos níveis de estresse no trabalho. Para mitigar esse impacto, é essencial que as organizações adotem abordagens proativas, como programas de bem-estar mental e suporte emocional estruturado. Criar uma cultura de suporte e diálogo contínuo fortalece o ambiente corporativo e reduz a rotatividade, ao mesmo tempo que promove resiliência e engajamento. O investimento em saúde mental dos colaboradores deve ser visto como um fator estratégico para o crescimento sustentável da empresa", finaliza Dedini.


Cozinhas industriais e comerciais: a importância da inspeção e do laudo técnico para evitar risco

 

Sem uma inspeção adequada, esses ambientes podem apresentar riscos graves, e o engenheiro mecânico desempenha um papel fundamental na prevenção desses problemas 

 

Cozinhas de alta demanda, como industriais e comerciais, exigem não apenas boas práticas de higiene e segurança alimentar, mas também um olhar técnico especializado para outros aspectos que muitas vezes podem passar despercebidos e apresentam a possiblidade de gerar riscos graves, como incêndios e até mesmo a contaminação dos alimentos.

De acordo com Daniel Lemos, engenheiro mecânico, mentor e fundador da empresa Engenhando Soluções, inspeções feitas por engenheiros mecânicos capacitados são a chave para garantir a segurança em cozinhas industriais e comerciais. “Dois problemas principais são recorrentes nesses espaços: o acúmulo de gordura nas coifas e a falta de manutenção dos sistemas de exaustão. E o risco mais grave é o de incêndio. A gordura que se acumula nas coifas é altamente inflamável e, sem a devida limpeza, pode pegar fogo facilmente”, explica.

Além disso, ele alerta também para a possibilidade de contaminação dos alimentos. “Se essa gordura começar a pingar, pode cair diretamente sobre os alimentos que estão sendo preparados, comprometendo a qualidade e a segurança alimentar.”

Durante uma inspeção, o engenheiro mecânico verifica diversos pontos da estrutura da cozinha. “Nós avaliamos a limpeza e o funcionamento das coifas, o sistema de exaustão, as tubulações, motores, os dampers corta fogo e até mesmo a chaminé”, explica Lemos. A segurança da cozinha como um todo também é analisada, garantindo que todos os equipamentos operem corretamente e dentro dos padrões adequados.


Falta de regulamentação e principais desafios

Apesar de todos os riscos envolvidos nesse tipo de ambiente, a fiscalização de cozinhas industriais e comerciais ainda é precária. “A regulação é mais comum em shoppings e redes de fast food, mas em restaurantes menores ainda vemos muitas cozinhas com acúmulo excessivo de sujeira”, afirma. Segundo ele, não há uma legislação específica para a inspeção desses espaços, mas existem normas técnicas voltada para sistemas de exaustão de cozinhas, por exemplo, que podem ser seguidas pelos profissionais da área.

“Esse é um mercado interessante para o engenheiro mecânico autônomo prestar seus serviços, mas justamente devido à falta de uma legislação específica, é interessante que ele busque seguir os passos de um engenheiro que já está no mercado, já entende sobre essa área, conhece os possíveis riscos e conta uma experiência sólida para passar para ele”, explica Lemos.


Quem precisa desses serviços?

Segundo Daniel Lemos, os principais clientes para a inspeção e emissão de laudos desse tipo são, obviamente, os restaurantes, e também estabelecimentos que contam cozinhas industriais. “Redes de fast food e praças de alimentação demandam esse tipo de serviço regularmente. Além disso, restaurantes de rua e hospitais e hotéis são alguns exemplos de negócios que precisam de inspeção técnica para garantir a segurança e a conformidade em suas cozinhas”.


Oportunidade para engenheiros mecânicos

Para os engenheiros mecânicos que desejam atuar nesse nicho, a dica é buscar capacitação e conhecer bem o mercado. “O primeiro passo é estudar as normas técnicas aplicáveis. Depois, é essencial entender quem são os clientes, quais são suas necessidades e como o engenheiro pode ajudá-los”, recomenda Lemos. Ele também reitera que os profissionais precisam acompanhar engenheiros mais experientes para absorver conhecimento prático.

“Com uma demanda crescente, esse tipo de serviço representa uma oportunidade promissora para engenheiros mecânicos que queiram atuar de maneira autônoma, oferecendo seus serviços para um setor que precisa primar pela segurança”, finaliza Daniel Lemos.

 

Centro de Referência e Apoio à Vítima: mais de 360 mulheres vítimas de crimes recebem apoio mensalmente em SP

Programa da Secretaria da Justiça e Cidadania oferece suporte psicológico, social e jurídico a vítimas diretas e indiretas de feminicídio, homicídio e latrocínio 

 

O Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI), da Secretaria da Justiça e Cidadania, atende mensalmente cerca de 360 mulheres impactadas por crimes contra a vida, como feminicídio, homicídio e latrocínio. O programa presta assistência às vítimas diretas e indiretas, oferecendo acolhimento especializado e gratuito.

Esposas, mães e avós que perderam entes queridos, além de mulheres que sobreviveram a tentativas de feminicídio, encontram no CRAVI um espaço de amparo e reconstrução. O serviço também atende homens, mas são as mulheres que buscam apoio com maior frequência.

De acordo com a coordenadora do CRAVI, Luane Natalle, entre 2020 e 2024, o programa realizou mais de 37 mil atendimentos, sendo a maioria voltada a mulheres afetadas por violência doméstica e feminicídio, tentado ou consumado.

“O CRAVI é o único serviço no estado dedicado ao acolhimento de vítimas de crimes contra a vida. Nosso maior retorno é a transformação que essas pessoas vivenciam, recuperando sua autonomia e autoestima para reescreverem suas histórias”, destaca Luane.

Criado em 1998, o CRAVI já realizou mais de 80 mil acolhimentos e está presente em nove cidades paulistas: São Paulo (Capital), Araçatuba, Santos, São Vicente, Barueri, Caieiras, Guarulhos, Suzano e Pindamonhangaba. Além dos atendimentos individuais, promove palestras, rodas de conversa e eventos que fortalecem a superação e a prevenção da violência.

 

CRAVI promove atividades especiais pelo Dia Internacional da Mulher 

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o CRAVI realizará uma série de eventos voltados às vítimas atendidas e ao público em geral:

  • 07 de março, às 10h - CRAVI Guarulhos

Palestra: "Prevenção à violência e atendimento à vítima - abordagem e serviços", em parceria com o Núcleo de Prevenção à Violência (NPV).

  • 12 de março, às 14h30 - CRAVI Barueri

Roda de conversa: "Mulheres e o Mundo do Trabalho: Independência Financeira e Superação dos Ciclos de Violência", no Núcleo SBB de Atendimento Social (Av. Sargento José Siqueira, 164, Jardim Paraíso).

  • 14 de março, às 14h - CRAVI Pindamonhangaba

Palestra: "Ser a melhor versão de si" - Reflexões sobre violência, luto, inteligência emocional e autoconhecimento. O evento terá apoio da Secretaria da Mulher e Direitos Humanos, Sebrae e Programa Emergencial de Auxílio ao Desempregado (PEAD), na Rua Cel. José Antônio Salgado, 101, Bosque da Princesa.

  • 20 de março, às 9h - CRAVI Guarulhos

Roda de conversa: Encontro com o Grupo de Luto Recomeçar, que oferece suporte emocional e incentivo ao convívio social para mulheres em processo de superação. Local: Rua Vera, nº 60, Jardim Santa Mena.


Aprenda a gerir como uma mulher

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Não só a reforma da lei, mas também das instalações permitiu a entrada das mulheres no ensino superior ainda nos tempos do Império. A Reforma do Ensino de 1879 reconhecia o direito das mulheres de se inscreverem em cursos superiores, mas cabia às instituições fazer as adaptações necessárias para recebê-las, inclusive garantindo banheiros e lugares separados nas aulas.

100 anos depois, a presença feminina nas universidades se tornaria cada vez mais comum, com as oportunidades de trabalho se expandindo além do magistério, da enfermagem e do secretariado.

Em 1980, as mulheres já eram responsáveis por 45% dos diplomas de nível superior. Embora ainda concentradas em atividades de pedagogia, saúde, letras e artes, elas já começavam a se aventurar pela administração e pelo direito. Logo estariam galgando postos no mundo corporativo.

Contudo, ao penetrarem nesse ambiente, que para elas era novo, muitas mimetizavam o comportamento e a aparência de seus colegas masculinos. Quem se lembra da moda das ombreiras? Combinadas com a saia lápis e o escarpim, impunham uma presença de poder e glamour.

Impactante, a imagem da “mulher empoderada” provocava emoções variadas. Admiração, medo e inveja predominavam. Raramente gerava simpatia, confiança e empatia. Daí o estereótipo da mulher executiva mandona e sem coração, como a personagem de Meryl Streep em O Diabo Veste Prada. Essas mulheres haviam ido muito além do modelo masculino de liderança. Haviam se tornado “poderosas chefonas”.

O custo desse tipo de empoderamento – que reproduzia o pior do modo de gerir dos homens – foi o surgimento de uma geração de mulheres solitárias e monofocadas na carreira. E qual foi o benefício para o ambiente de trabalho? Questionável...

Hoje, 60% das pessoas com nível superior no Brasil são mulheres. Elas, inclusive, já superaram o número de homens com diplomas em negócios, administração e direito. Enquanto isso, o mundo do trabalho se transforma. “Assédio moral” e “burnout” viraram expressões corriqueiras.

A maioria dos jovens diz não querer cargos de liderança. Grande parte deles nem estuda nem trabalha e, pior, quase 5 milhões sequer gostariam de trabalhar.

Onde foi parar o glamour do poder? Há uma percepção entre os jovens de que o salário não garante mais a independência. Da mesma forma, cargos de liderança não garantem status. Parece que flexibilidade e senso de propósito motivam mais do que título e recompensa financeira.

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Temos um problema complexo aqui. Se a sociedade precisa do funcionamento das empresas e das organizações, como transformá-las em ambientes atraentes para as pessoas?

É necessária uma nova forma de gerir, em que a confiança e a autonomia superem o medo e a hierarquia. Vale notar que a palavra “gerir” tem origem no latim gerere, que também está na raiz de “gerar” e de “gestação”.

Essas são capacidades ancestrais femininas. Não seria o caso, nesse momento crítico, de nós – homens e mulheres – nos despirmos de nossas ombreiras e aprendermos a gerir como uma mulher? 


Marcia Esteves Agostinho - doutora em Engenharia e autora do livro Gerir como um cientista (Matrix Editora)


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