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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

IA é fator-chave para melhorar jornada do paciente no atendimento hospitalar


O setor de Saúde no Brasil tem amadurecido, com a fusão de empresas e a criação de grandes grupos – que muitas vezes, já concentram mais de uma marca sob sua administração. O crescimento e modernização da rede privada de Saúde no país colocou algumas instituições no mapa dos melhores hospitais do mundo – mas essas instituições ainda precisam ter um olhar mais atento à experiência do paciente em todos os passos da sua jornada. 

E, por incrível que pareça, o setor hospitalar ainda deixa de olhar para os pontos iniciais de contato do atendimento: telefone, e-mail ou chat. E justamente o primeiro ponto de contato muitas vezes define a percepção do paciente sobre a qualidade do serviço prestado – o que tem feito muitos hospitais começarem a reconhecer a importância de investir em tecnologias avançadas para melhorar essa etapa crucial da jornada do paciente.  

A digitalização e a automatização desses canais de comunicação não só aumentam a eficiência, mas também melhoram significativamente a experiência do paciente. Por exemplo, sistemas de resposta automática podem fornecer informações imediatas sobre horários de consulta, procedimentos médicos, e até mesmo responder a perguntas frequentes, reduzindo o tempo de espera e a frustração dos pacientes.

 

A entrada da IA no atendimento hospitalar

Um levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) em 2023, em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS), apontou que ao menos 55,1% dos respondentes já investiram, nos últimos dois anos, em soluções que têm a Inteligência Artificial (IA) como base para a entrega de valor no que tange à resolução de problemas – destes, apenas 12% declaram que já utilizam para processos como a criação de chatbots de atendimento.  

Embora haja iniciativas realizadas por instituições de grande porte no Brasil, a pesquisa revela que o setor de Saúde ainda não tem adotado a tecnologia em larga escala para melhorar o atendimento. E existem exemplos bastante sólidos da aplicação da tecnologia: o uso de assistentes virtuais têm ajudado os hospitais a diminuir consideravelmente a fila de espera no atendimento, ao executar triagens iniciais e direcionar pacientes para os departamentos corretos com muito mais agilidade que um atendente humano.  

Hospitais no Brasil já foram muito mais longe com a aplicação de IA, ao usar processamento de linguagem natural para interpretar as solicitações dos pacientes, e fornecer respostas precisas – o que também impactou diretamente no nível de satisfação no que tange ao atendimento.  

Além disso, o uso de IA pode ajudar a coletar e analisar dados em tempo real, fornecendo insights valiosos sobre o comportamento dos pacientes e ajudando os hospitais a ajustar suas operações para melhor corresponder às suas necessidades. Por exemplo, é possível monitorar quais são as perguntas mais frequentes ou os horários de pico de chamadas, permitindo uma melhor alocação de recursos humanos e tecnológicos para atender à demanda. 

Outro benefício significativo do uso de IA no atendimento telefônico é a capacidade de oferecer suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana. Assistentes virtuais e chatbots estão sempre prontos para atender as necessidades dos pacientes, o que é particularmente importante em situações de emergência ou fora do horário comercial. Isso não apenas aumenta a acessibilidade dos serviços de saúde, mas também reduz a carga de trabalho da equipe de atendimento, permitindo que se concentrem em casos mais complexos que realmente necessitam de intervenção humana.

 

Poder de análise

Além das respostas automatizadas, a IA pode ser utilizada para prever e mitigar problemas antes que eles ocorram. Por exemplo, algoritmos podem analisar padrões de chamadas e identificar potenciais gargalos ou períodos de alta demanda, permitindo que os gerentes de hospitais tomem medidas proativas para garantir que o atendimento permaneça fluido e eficiente. 

E essa capacidade de análise não se restringe somente a dados estruturados. Sistemas de inteligência artificial também são capazes de interpretar sentimento, a partir de interações de voz ou texto, com as tecnologias de speech analytics – tanto do paciente, quanto do agente do call center – o que pode trazer luz à novas formas de personalização, bem como indicativos importantes de qualidade no atendimento.  

A personalização, inclusive, é possível a partir da integração de outras fontes de dados ao sistema de call center que opera com IA para o atendimento. Isso é possível com o acesso do histórico do paciente, preferências e necessidades específicas. Essa personalização pode se manifestar de várias formas, desde a oferta de lembretes de consultas programadas até sugestões de serviços adicionais que possam beneficiar o paciente.

 

Desafios à implementação da IA

No entanto, a implementação das novas tecnologias baseadas em Inteligência Artificial no setor hospitalar não está isenta de desafios. Entre eles, destacam-se a resistência à mudança por parte dos funcionários e a necessidade de treinamento adequado para a equipe, para que possam trabalhar de forma eficiente com as novas tecnologias. Além disso, a integração dos novos sistemas com as infraestruturas tecnológicas já existentes nos hospitais pode ser complexa e demandar investimentos significativos. 

Para superar esses desafios, é fundamental que os hospitais adotem uma abordagem estratégica e gradual na implementação da IA. Isso inclui a realização de pilotos para testar a eficácia das novas tecnologias, a capacitação contínua dos funcionários e a comunicação transparente sobre os benefícios esperados. É igualmente importante garantir que as soluções de IA sejam complementares e não substitutivas do atendimento humano, oferecendo um equilíbrio que combine eficiência tecnológica com a empatia e o toque humano que são essenciais no setor de saúde. 

Em conclusão, a adoção da Inteligência Artificial no atendimento telefônico dos hospitais brasileiros tem o poder de transformar a forma como os pacientes interagem com os serviços de saúde. Com a capacidade de oferecer um atendimento mais rápido, eficiente e personalizado, essas tecnologias têm melhorado a experiência do paciente e otimizam as operações dos hospitais.  

Embora haja desafios a serem enfrentados, os benefícios potenciais são significativos e indicam um futuro promissor para o atendimento de saúde no Brasil. Na medida em que mais instituições adotam essas inovações, espera-se que o setor de saúde continue a evoluir, colocando os pacientes no centro de suas operações e proporcionando um serviço de excelência.

  



Claudia Andrade - Especialista em Design Conversacional da Nexcore by Selbetti
Selbetti Tecnologia

 

Dezembro Laranja: quando uma pinta pode ser câncer de pele?

 

Especialista explica como identificar pintas suspeitas e quais são os principais fatores de risco


O câncer de pele é uma doença muito comum, com estimativa de acometer mais de 200 mil brasileiros em 2024 segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente, representando cerca de 30% de todos os tumores malignos no país. Apesar de sua baixa letalidade, pode ter complicações graves e impacto na qualidade de vida, sobretudo em casos avançados, tornando essencial a conscientização e o diagnóstico precoce.1 Já o melanoma representa apenas 3% dos tumores de pele, mas é uma doença de maior letalidade, responsável por mais de 2 mil mortes no Brasil em 2020, e cuja incidência vem aumentando nos últimos anos. “Os principais sinais de alerta do câncer de pele são alterações de pintas ou manchas pré-existentes, como mudança de cor, tamanho, textura, ou o surgimento de sangramento ou coceira sobre a lesão. Por isso é tão importante conhecer e observar sempre a própria pele, para que as eventuais mudanças sejam notadas”, ressalta a oncologista Marina Sahade, do Hospital Sírio-Libanês. 

A história de Renata, gerente de enfermagem, destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de pele. Há oito anos, durante uma consulta dermatológica de rotina, foi orientada a realizar acompanhamentos anuais devido a uma lesão pré-cancerígena, mas acabou negligenciando a recomendação. Dois anos atrás procurou uma nova consulta devido a uma nova mancha no rosto, que foi considerada inofensiva, mas a médica encontrou uma outra pinta, que para Renata parecia insignificante, mas que se revelou um melanoma em estágio inicial. 

“Foi por insistência da médica, que decidiu examinar minha pele por completo, que o diagnóstico foi feito. Uma lesão que eu jamais suspeitaria acabou revelando o câncer mais agressivo de pele”, conta Renata. A detecção e remoção rápidas garantiram um desfecho positivo e transformaram sua visão sobre os cuidados com a saúde.

A oncologista ressalta que diagnóstico precoce, como o de Renata, é fundamental para aumentar as chances de cura, especialmente no caso do melanoma, que pode evoluir para metástase ao criar raízes profundas na pele. “Mesmo o melanoma, o tipo mais raro e agressivo de câncer de pele, tem elevada chance de cura quando descoberto no início”, afirma. 

Ela também destaca os avanços nos tratamentos. “Nos últimos anos a comunidade médica foi revolucionada pelos avanços nos tratamentos dos tumores de pele, sobretudo com a chegada das terapias alvo e imunoterapias. São tratamentos que podem ser usados tanto para o melanoma como para outros tumores de pele, mas que são reservados apenas para casos um pouco mais avançados. Os casos iniciais ainda são tratados apenas com cirurgia”, finaliza Marina. 

Desde o diagnóstico do câncer e a remoção da lesão, Renata iniciou acompanhamentos médicos regulares e passou a adotar uma rotina ainda mais rigorosa em relação à exposição solar, mesmo sem nunca ter o hábito de se expor diretamente ao sol devido à sua pele muito clara. “Evito ao máximo a exposição ao sol, principalmente nos horários de maior intensidade de radiação. Uso bloqueadores solares diariamente e, quando sei que estarei mais exposta, recorro a roupas especiais, chapéu e a uma medicação específica que preciso tomar dois dias antes”, relata. 

Marina ressalta que o principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição solar prolongada e repetitiva, especialmente durante a infância e adolescência. Contudo, ela destaca outros fatores de atenção. “Pessoas com pele, olhos e cabelos claros, que se queimam facilmente, têm maior predisposição, mas é fundamental lembrar que pessoas negras também podem desenvolver a doença. Além disso, imunossuprimidos, indivíduos com histórico familiar de câncer de pele e aqueles que utilizam câmaras de bronzeamento artificial estão no grupo de risco”, alerta. 

No caso de Renata, fatores como a pele clara e o histórico familiar – seu pai teve câncer de pele e carcinoma espinocelular – podem ter contribuído para o desenvolvimento da condição.

Por fim, Marina destaca a importância de datas como Dezembro Laranja, que reforçam a relevância das consultas de rotina com o dermatologista, que devem ser realizadas anualmente. “Em casos de lesões suspeitas, pode ser necessário um acompanhamento mais frequente, a cada três ou seis meses, para avaliar a evolução e determinar a necessidade de biópsia. Durante o check-up dermatológico, é crucial examinar toda a pele, incluindo o couro cabeludo e unhas”, orienta.

 


Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês
Saiba mais em nosso site.


Como evitar o impacto do final de ano na vida de adultos com autismo e TDAH?

O final do ano é, para muitos, um período de celebração e confraternização. No entanto, para adultos que convivem com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), essa época pode trazer grandes desafios que, se não manejados corretamente, tornam-se um verdadeiro caos. Segundo o Dr. Matheus Trilico, neurologista referência em TEA e TDAH em adultos, é crucial entender esses impactos para promover um ambiente mais inclusivo e acolhedor.

 

Dificuldades Sensoriais 

"Muitas pessoas com TEA apresentam suas dificuldades sensoriais acentuadas", explica o Dr. Trilico. Com o final do ano, sons de fogos de artifício, luzes piscantes e ambientes lotados podem intensificar essas sensibilidades, gerando sobrecarga sensorial. É importante criar espaços tranquilos em eventos e utilizar algumas estratégias, como protetores auriculares, para minimizar o desconforto.

 

Mudanças de Rotina 

O final de ano também vem acompanhado de alterações na rotina diária, algo que pode ser particularmente desafiador para pessoas com TEA e TDAH. "Pessoas com TEA geralmente encontram conforto em rotinas previsíveis. Desvios podem causar estresse significativo. Quem possui TDAH também precisa de rotina, embora tenha mais dificuldade em criá-la", informa o Dr. Trilico. Por isso, é aconselhável manter algumas constâncias diárias e comunicar antecipadamente quaisquer mudanças para suavizar a adaptação e o impacto negativo.

 

Exigências Sociais Extras 

Um aumento nas reuniões sociais pode ser igualmente desafiador para adultos com TDAH e autismo, que podem se sentir rapidamente sobrecarregados. "A pressão para socializar pode exacerbar os sintomas tanto do autismo quanto do TDAH, como dificuldade em manter a concentração, seguir conversações complexas e um aumento da ansiedade nessas pessoas", enfatiza o neurologista. Estruturar encontros em pequenos grupos pode ser uma opção benéfica.

 

Expectativas e Pressões Festivas 

O final de ano também traz expectativas e pressões extras, tanto externas quanto internas, que podem impactar a saúde mental de indivíduos com TEA e TDAH. "Muitos podem sentir uma pressão para “se conformar” aos moldes sociais durante as festividades, o que pode ser uma fonte significativa de ansiedade e geradora de crises, principalmente nos autistas", destaca o Dr. Matheus.

 

Estratégias de Suporte 

Para mitigar os desafios desse período, Dr. Matheus Trilico recomenda: 

  • Planejamento Antecipado: Criar um calendário das atividades festivas para ajudar na antecipação e preparação. Incluir pausas programadas pode evitar sobrecarga e estresse.
  • Comunicação Clara: Informar amigos e familiares sobre as necessidades específicas para ajustar expectativas e criar um ambiente de apoio. Oferecer exemplos de como um ambiente confortável pode ser criado facilita o processo para todos, sendo importante também pedir apoio para manter a configuração desse ambiente durante os eventos.
  • Autocuidado e Tempos de Descanso: Incorporar pausas e momentos de auto distanciamento durante atividades intensas. Praticar técnicas de relaxamento, como exercícios de respiração profunda ou meditação guiada, pode ajudar a manter a calma e a concentração. 

"O final de ano pode ser desafiador, mas com ajustes adequados, também pode ser um tempo de alegria e celebração para indivíduos com TEA e TDAH. O Natal precisa ser celebrado com fé, respeito e amor, independente de quem você seja", conclui o especialista.  

Compreender e respeitar as necessidades particulares é fundamental para enriquecer essa experiência e promover o bem-estar.  

 


Dr. Matheus Luis Castelan Trilico neurologista - CRM 35805PR, RQE 24818. édico pela Faculdade Estadual de Medicina de Marília (FAMEMA); Neurologista com residência médica pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR); Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pelo HC-UFPR. Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista.


BOLETIM DAS RODOVIAS

Tarde de quinta-feira com congestionamento nas principais rodovias concedidas


A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo informa as condições de tráfego nas principais rodovias que dão acesso ao litoral paulista e ao interior do Estado de São Paulo no início da tarde desta quinta-feira (5).

 

Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI)

Operação 5x5 - Na rodovia Anchieta (SP-150), sentido capital, há lentidão do km 12 ao km 10. No sentido litoral e nos dois sentidos da Rodovia dos Imigrantes (SP-160), o tráfego normal.

 

Sistema Anhanguera-Bandeirantes

A Rodovia Anhanguera (SP-330), sentido capital, apresenta congestionamento do km 64 ao km 60 e lentidão do km 12 ao km 11+360. No sentido interior, o tráfego está congestionado do km 56 ao km 61. Na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), sentido capital, há congestionamento do km 15 ao km 13+360 e do km 60 ao km 55, no sentido interior há congestionamento do km 50 ao km 55.

 

Sistema Castello Branco-Raposo Tavares

Tráfego normal nos dois sentidos da Raposo Tavares (SP-270). Na Castello Branco (SP-280), sentido capital, há congestionamento do km 15 ao km 13+700 e lentidão do km 18 ao km 16. No sentido interior, o tráfego é normal.

 

Rodovia Ayrton Senna/Carvalho Pinto

Há congestionamento no sentido capital do km 21 ao km 17, no sentido interior o tráfego é normal.

 

Rodovia dos Tamoios

Tráfego normal, sem congestionamento.


Vazamento de informações sigilosas: uma ameaça ao exercício do Direito e à Justiça

O sigilo judicial é um princípio fundamental para a garantia da privacidade e da integridade das partes envolvidas em litígios sensíveis. No entanto, casos de vazamento de informações confidenciais têm sido noticiados com frequência pela mídia, sobretudo quando envolvem famosos e outros que despertam a atenção da opinião pública quanto aspectos de suas vidas pessoais e da esfera doméstica. 

No Brasil, o Código de Processo Civil e outras legislações específicas preveem a decretação do segredo de Justiça em processos que envolvem, entre algumas possibilidades, interesse público, ou a intimidade das partes, como em ocorrências de família, de infância e de juventude. A ferramenta também pode ser utilizada para resguardar processos criminais com a iminência de gerar grave repercussão social. 

A exposição pública de uma denúncia que deveria ser sigilosa não só desrespeita a vítima, como agrava a sua vulnerabilidade. Por exemplo: uma mulher, quando decide denunciar algo ou alguém, já enfrenta um caminho árduo de medo, de pressão, e, muitas vezes, pavimentado em vergonha. Quando informações que deveriam ser preservadas vêm a público, esta vítima é exposta a um julgamento social paralelo, o que coloca em risco a sua segurança e a sua saúde emocional. 

Ocorre que, quando é imposto o segredo de Justiça, apenas as partes envolvidas, seus advogados e autoridades competentes, em tese, têm acesso às informações que o processo abarca, o que leva à proteção da integridade dos dados e evita a divulgação pública, inconveniente e desautorizada de conteúdo sensível. 

Contudo, o vazamento de dados tem se tornado problema crescente e recorrente, especialmente na era digital. A quebra do direito fundamental à privacidade, inclusive, pode configurar crimes diversos, como a violação de sigilo funcional. Descrito no artigo 325 do Código Penal, este delito penaliza o funcionário público que revela fato sigiloso de que tenha ciência, unicamente, em razão do cargo que ocupa. A punição pode ser por danos morais e até materiais. 

Os profissionais do Direito também estão sujeitos ao Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A entidade veda a divulgação de conteúdo inerente a ações que estejam em segredo de Justiça. A violação ao sigilo pode resultar em sanções disciplinares - de advertências à suspensão do exercício profissional. 

É essencial que haja fiscalização rigorosa por parte do Poder Judiciário, do Ministério Público (MP) e da OAB, a fim de garantir que os envolvidos em processos sob segredo de Justiça cumpram, estritamente, as normas de confidencialidade. E, em caso de descumprimento, que se responsabilize e se puna os infratores. 

Além disso, a atuação das Corregedorias e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) deveria ser intensificada, por meio de investigações mais rigorosas e céleres, para a identificação dos responsáveis pelos vazamentos e a aplicação de sanções efetivas. 

É fundamental, ainda, que estes órgãos trabalhem em conjunto no aprimoramento dos sistemas de controle, com direito à adoção de auditorias periódicas sobre o acesso a processos sigilosos e à implementação de tecnologias que dificultem e impeçam o vazamento indevido de conteúdo ábdito e que esteja sob tutela da Justiça. 

A confidencialidade em processos judiciais é um pilar fundamental para o bom andamento da licitude em nosso País. O vazamento de informações, portanto, coloca em risco não apenas os direitos das partes envolvidas, mas, sobretudo, a confiança no sistema jurídico como um todo.

 

Dra. Alessandra Caligiuri Calabresi Pinto - advogada especialista em Direito da Mulher; em Direito da Família; em Direito Eleitoral; e em Defesa do Consumidor; é diretora da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Pinheiros; e consultora jurídica e diretora de Empreendedorismo Feminino e Social da Federação Empresarial de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp).


Inteligência Artificial nas escolas brasileiras: dos desafios ao futuro da educação

Opinião

A integração da Inteligência Artificial (IA) no ambiente escolar é uma tendência promissora para transformar o setor educacional brasileiro, pois oferece novas formas de aprendizagem e de personalização. Contudo, a adoção da tecnologia ainda enfrenta barreiras significativas no país, tanto no que diz respeito à infraestrutura e à formação de professores quanto às questões éticas e culturais envolvidas nesse processo. 

De acordo com a pesquisa "Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil", apenas 4,8% dos professores concordam parcial ou totalmente com o uso da IA na aprendizagem, e 39,2% afirmam já utilizar a tecnologia como ferramenta pedagógica regularmente. Esses dados revelam uma lacuna considerável entre a aceitação da tecnologia e sua aplicação nos ambientes de aprendizagem.
 

Desafios para a comunidade escolar e as famílias 

A falta de infraestrutura adequada em parte das instituições é um dos entraves para a adoção da IA. Muitas escolas não possuem equipamentos suficientes, internet de alta qualidade ou softwares que suportem o uso de ferramentas avançadas. Esse problema é especialmente visível em regiões mais carentes do país, onde a desigualdade tecnológica dificulta a integração da IA como uma ferramenta de aprendizagem. Além disso, a ausência de planejamento estratégico agrava essa situação, uma vez que a tecnologia, incluindo a IA, não está inserida em projetos pedagógicos de maneira coerente e integrada. 

Outro desafio nesse cenário é a adequação dos professores. Há uma crença equivocada de que os estudantes, por serem nativos digitais, já possuem uma fluência natural em tecnologia, o que muitas vezes impede um avanço mais significativo no uso da IA como ferramenta pedagógica. No entanto, não só os estudantes como também os professores precisam de formação específica para compreender e aplicar a IA de forma positiva. Isso inclui o domínio das ferramentas e a abordagem de temas como ética no uso da IA, design thinking e criatividade no ambiente de aprendizagem. 

Os educadores também precisam se familiarizar com a aprendizagem de computação presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que oferece diretrizes para a integração da tecnologia no currículo escolar. Contudo, essa familiarização por si só não basta; é necessário que os docentes recebam formação prática e contínua, que os capacite a utilizar as ferramentas de IA de maneira crítica e eficaz e a integrá-las de forma criativa, mantendo seu papel como mediador e orientador do processo de aprendizagem. 

As escolas, por sua vez, devem desenvolver um projeto pedagógico que contemple a tecnologia em todos os seus segmentos, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, incluindo a IA como parte dessa proposta. Além disso, esse projeto ainda deve ser construído em conjunto com toda a comunidade escolar, envolvendo professores, estudantes e pais. 

Do lado das famílias, os desafios são igualmente relevantes. Muitos pais temem que o uso da IA comprometa a privacidade e a segurança dos dados de seus filhos, além de questionarem o impacto da tecnologia no desenvolvimento emocional e social dos estudantes. Outras preocupações incluem a padronização da aprendizagem, que é marcada pela perda da individualidade no processo educativo, a possibilidade de substituição dos professores por máquinas e a diminuição da interação humana no processo. Para lidar com essas questões, é importante a adoção de uma comunicação aberta e transparente, além de garantir que a IA seja usada de forma complementar e não para substituir o papel dos educadores. 

A resistência à mudança também é um desafio a ser enfrentado por parte dos gestores escolares. Muitas vezes, a introdução de ferramentas de Inteligência Artificial pode ser vista como uma ameaça à prática docente tradicional, gerando receios quanto à sua eficácia e ao seu impacto. Para mitigar essa oposição, é fundamental que as instituições adotem estratégias que promovam a adesão e o engajamento, como abordar as preocupações e mitos em torno da IA e apresentar casos concretos de sucesso do uso da tecnologia na educação, a fim de construir uma relação de confiança e colaboração.
 

Implicações éticas 

Entre as principais implicações éticas da Inteligência Artificial na educação a serem consideradas pela comunidade escolar está a garantia da privacidade de dados e da segurança cibernética, além da equidade e inclusão. Isso, porque os algoritmos de IA podem perpetuar vieses existentes na sociedade, levando a desigualdades no acesso à educação e às oportunidades. 

Ainda é de extrema importância que as escolas utilizem a IA de forma responsável, respeitando a autonomia e a criatividade dos estudantes. Embora possa ser uma ferramenta poderosa, a Inteligência Artificial não deve ditar o processo de aprendizagem, limitando a capacidade dos estudantes de explorar e pensar criticamente. 

Da mesma forma, a tecnologia não deve substituir o professor, mas sim complementar seu trabalho, facilitando a personalização da aprendizagem e liberando-o para atender às necessidades individuais dos estudantes. Os educadores devem ser mediadores do conhecimento, promovendo a interação humana e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais.
 

O futuro da IA na educação 

Olhando para o futuro, as tendências apontam para uma personalização avançada no processo de aprendizagem. A IA poderá oferecer roteiros de estudo adaptativos, ajustados ao comportamento e às necessidades cognitivas de cada estudante, por exemplo. Assistentes virtuais e plataformas de tutoria inteligente também desempenharão um papel relevante. 

Outras inovações incluem a integração de realidade virtual e aumentada, criando experiências de aprendizagem mais imersivas e interativas que tornam os conteúdos mais engajadores e fáceis de compreender, e a IA que tornará os algoritmos mais transparentes e fáceis de auditar. A análise de dados realizada por Inteligência Artificial ainda apoiará a identificação de padrões de aprendizagem, permitindo que os professores façam ajustes pedagógicos mais precisos e eficazes. 

Para ilustrar todo poder e aplicabilidade da IA, algumas ferramentas que já estão sendo utilizadas nas instituições incluem plataformas de aprendizagem adaptativa (Khan Academy, Duolingo), sistemas de tutoria inteligente (Khanmigo) e ferramentas de criação de conteúdo personalizado (Google Classroom).
 

No panorama atual, a realidade brasileira exige considerar os desafios específicos da educação em relação à implementação da IA, como a desigualdade digital e a falta de recursos. No entanto, também é preciso destacar as iniciativas e projetos que estão sendo desenvolvidos no país para promover a integração da IA na educação, como programas de formação, desenvolvimento de ferramentas específicas e a criação de políticas públicas para impulsionar a inclusão digital. 

A adoção da IA nas escolas do país ainda é um caminho repleto de barreiras, mas também de grandes oportunidades. Para que a IA cumpra seu verdadeiro potencial na educação, é necessário um esforço conjunto entre escolas, professores, pais e governo, com investimentos em infraestrutura, formação continuada e projetos pedagógicos integrados. Só assim será possível garantir que a IA seja uma ferramenta inclusiva, ética e transformadora, capaz de preparar as novas gerações para os desafios do futuro, sem perder de vista a importância da interação humana e do desenvolvimento socioemocional.



Marcelo Vieira - Professor de Tecnologia Educacional do Colégio Santa Marcelina de São Paulo da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.


Planejamento financeiro para 2025: como começar o ano com sonhos e as finanças em dia

Com a proximidade do fim de 2024 e a perspectiva de 2025, muitos brasileiros começam a planejar as mudanças que desejam realizar, especialmente no campo financeiro. Para garantir que o novo ano seja, de fato, uma virada, é fundamental começar agora a priorizar sonhos e estabelecer um planejamento financeiro sólido. 

Segundo Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), a preparação financeira no final do ano é essencial para alcançar os objetivos no ano seguinte. “O final de ano é uma época de festas e comemorações, mas também é o momento ideal para refletir sobre o futuro financeiro”, analisa. 

Com o aumento das despesas, como presentes de Natal, viagens e contas de começo de ano (IPVA, IPTU, matrícula escolar, entre outras), muitos brasileiros se veem em dificuldades para iniciar o novo ciclo sem comprometer o orçamento. 

De acordo com Reinaldo Domingos, "o segredo para garantir que 2025 seja um ano de prosperidade financeira está em um planejamento antecipado e na priorização dos sonhos. Para que haja uma verdadeira virada financeira, é preciso começar com uma limpeza no orçamento e integrar a educação financeira à rotina diária."

 

Primeiros passos para organizar as finanças pessoais

Reinaldo Domingos orienta que, para começar 2025 com mais controle sobre as finanças, é fundamental adotar algumas práticas essenciais: 

  1. Registrar compromissos financeiros: "É importante anotar todos os compromissos que você terá no próximo ano, como datas comemorativas, IPVA, IPTU, matrícula escolar, entre outros. Dessa forma, você consegue se organizar e evitar surpresas no meio do caminho", afirma Domingos. Ele sugere utilizar uma agenda, caderno ou aplicativos de controle financeiro para registrar os gastos previstos.
  2. Estabelecer sonhos e objetivos: "Conversar com a família sobre os sonhos a serem realizados em 2025 e além é crucial. Divida-os em curto, médio e longo prazo, e associe cada sonho a um valor específico e a um plano de poupança para realizá-los." Segundo Domingos, ter uma meta clara ajuda a manter o foco financeiro.
  3. Análise de gastos: Segundo pesquisas recentes, muitas famílias gastam cerca de 20% a mais do que o necessário com despesas do dia a dia, como energia elétrica, alimentação e telefonia. "Fazer um diagnóstico financeiro é o primeiro passo para entender para onde está indo seu dinheiro. Isso inclui até mesmo pequenos gastos como café e gorjetas. Saber o destino de cada centavo é crucial para evitar desperdícios", explica o especialista.
  4. Elaborar um orçamento de sonhos e despesas: Para Domingos, o orçamento de 2025 deve ser baseado no princípio de que os sonhos devem ser priorizados antes das despesas. "É essencial garantir que você reserve uma parte do seu ganho para seus objetivos de vida, e só depois destine o restante para os compromissos mensais. Isso ajuda a manter o foco na realização dos sonhos e não no simples pagamento das contas."
  5. Poupar e investir com consciência: O especialista destaca a importância de poupar de forma inteligente para que os sonhos sejam alcançados. "O planejamento deve incluir o que você vai investir para realizar seus sonhos. Para o curto prazo, a caderneta de poupança ou Tesouro Direto são boas opções. Para o médio prazo, considere CDBs ou fundos de investimentos. Já para o longo prazo, vale a pena investir em previdência privada ou ações", orienta Domingos.
  6. Consumo consciente e ajuste no padrão de vida: Para evitar o endividamento, é fundamental viver dentro das suas possibilidades. "O consumo consciente é um dos pilares da educação financeira. Evitar compras por impulso e ajustar seu estilo de vida ao seu real padrão financeiro são atitudes que ajudam a garantir que o futuro seja seguro e próspero."

Reinaldo Domingos conclui: "A educação financeira não é apenas uma prática de cortar gastos, mas uma forma de entender as necessidades de cada pessoa, estabelecer metas realistas e investir de maneira eficiente. Com planejamento, é possível transformar 2025 no ano da virada financeira e alcançar os sonhos de forma tranquila e sustentável." 

Portanto, a hora de agir é agora. Ao começar a planejar suas finanças com antecedência e adotar hábitos conscientes, o próximo ano pode ser um marco importante para a conquista de objetivos, estabilidade financeira e uma vida mais tranquila.

 

Reinaldo Domingos - PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN) e da DSOP Educação Financeira. Ele também é autor de diversos livros sobre o tema, incluindo o best-seller Terapia Financeira. Domingos tem se destacado por suas palestras e orientações sobre como aplicar a educação financeira de forma prática no dia a dia.


Agressão a criança autista em escola expõe desafios da educação inclusiva

A recente notícia de um menino anos sendo agredido dentro de uma escola chocou a comunidade educacional. O incidente teve as imagens liberadas, revelando uma cena perturbadora.

 

Apesar da presença de uma auxiliar na sala de aula, a agressão aconteceu sem nenhuma interferência da outra educadora. O caso tem sido amplamente discutido entre as instituições de ensino, evidenciando os desafios enfrentados na implementação de uma educação verdadeiramente inclusiva.

De acordo com o Censo Escolar realizado pelo MEC, em 2022, o número de matrículas de estudantes com deficiência, Transtorno do Espectro Autista e altas habilidades/superdotação é de 1,3 milhão de pessoas, sendo que apenas 40,1% das escolas públicas e 57,1% das escolas privadas possuíam salas com recursos multifuncionais, espaços essenciais para o atendimento educacional especializado

O acesso à educação e o direito à aprendizagem são garantias constitucionais universais, previstas a todos os brasileiros como dever do Estado e da família. No entanto, a diversidade de experiências, habilidades, contextos e capacidades entre os estudantes é uma realidade que ainda precisa ser celebrada por meio de práticas educacionais inclusivas.

A coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Pedagógica do Centro Universitário São Camilo, Gleidis Guerra, ressalta que os desafios são muitos para pais e professores e que mesmo com os avanços legais e as políticas públicas voltadas para a educação inclusiva, a formação inicial e continuada dos docentes ainda deixa a desejar no que diz respeito à preparação para trabalhar com a diversidade em sala de aula. Muitos professores se sentem inseguros e despreparados para atender às necessidades específicas dos estudantes com deficiência, e as escolas não possuem infraestrutura adequada para recebê-los, embora sejam obrigadas por lei a matriculá-los.

"Em uma sala com 40/50 crianças, o professor não dá conta nem daqueles que não têm deficiência. É uma questão da educação como um todo. Se ela não é aprimorada dificilmente vamos melhorar a educação para a pessoa que tem deficiência”, afirmou.

Segundo ela, para reverter esse cenário é fundamental investir na formação inicial e continuada dos professores, capacitando-os a compreender as especificidades das diferentes deficiências e a desenvolver estratégias pedagógicas eficazes para a inclusão. Além disso é necessário garantir o suporte de uma equipe multidisciplinar nas escolas, bem como a disponibilidade de recursos e tecnologias assistivas que possibilitem a acessibilidade e a participação ativa dos alunos com deficiência. 

Gleidis Guerra também destaca que a formação dos futuros profissionais de ensino é iniciada ainda dentro do curso de Pedagogia, mas na prática, quando o professor finalmente chega à sala de aula, se depara com uma realidade muito diferente do que foi repassado em um único semestre da disciplina de educação inclusiva. "Um professor mal formado, desvalorizado, que tem que trabalhar três turnos, acaba sendo sobrecarregado. Essa realidade gera frustrações tanto para os professores quanto para os alunos com deficiência e suas famílias."

Além disso, a falta de suporte e de recursos nas escolas também contribui para o despreparo dos professores. A ausência de profissionais especializados, como psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais dificulta a identificação precoce das necessidades dos estudantes e a implementação de um plano de atendimento individualizado.

As escolas também precisam melhorar a infraestrutura física e aumentar o investimento para incentivar o ensino adequado para alunos com deficiência sem segregação dentro da sala de aula.  A educadora reforçou o papel das famílias dentro deste processo, que se inicia ainda no momento da matrícula escolar. "Os pais devem conhecer os seus direitos e denunciar casos de negação de matrícula, preconceito e falta de estrutura para receber os seus filhos com deficiência", afirma Gleidis Guerra. 

Para a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Pedagógica do Centro Universitário São Camilo, somente com o esforço conjunto entre o Poder Público, as instituições de ensino e a sociedade será possível superar os desafios da educação inclusiva no Brasil. Ela destaca que é fundamental que as famílias se empoderem e exijam que os direitos de seus filhos com deficiência sejam respeitados. Denunciar casos de negação de matrícula, preconceito e falta de infraestrutura adequada nas escolas é um passo importante para pressionar por mudanças.

Ela ressalta que a responsabilidade pela construção de uma educação verdadeiramente inclusiva é de toda a sociedade. O Poder Público precisa investir na formação de professores, na disponibilização de recursos e na criação de políticas públicas efetivas. As instituições de ensino, por sua vez, devem se comprometer em adaptar suas práticas e estruturas para acolher a diversidade de estudantes e a comunidade em geral deve se engajar na promoção do respeito e da valorização das diferenças.

 



Gleidis Guerra - coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Pedagógica do Centro Universitário São Camilo e é uma das colaboradoras do E-book Orientações e Sugestões Práticas para Professores - Estratégias pedagógicas para inclusão do Ensino Superior, editado pelo Centro Universitário São Camilo, que pode ser acessado gratuitamente pelo Link abaixo:

https://saocamilo-sp.br/_app/views/publicacoes/outraspublicacoes/Orienta%C3%A7%C3%B5es%20e%20sugest%C3%B5es%20pr%C3%A1ticas%20para%20professores.pdf

Seis dicas rápidas para organizar suas finanças no dia a dia

Envato

A organização financeira é um assunto assustador para muitas pessoas. Pensar em boletos, inflação, investimentos, aposentadoria e outros temas correlatos pode trazer angústia e ansiedade, principalmente para quem não entende muito sobre finanças. Mesmo assim, de acordo com o Banco Central, em 2024 a saúde financeira média do brasileiro subiu 0,5 ponto em relação ao ano anterior, chegando a 56,7 pontos (numa escala de 0 a 100). Essa é a maior pontuação dos últimos três anos, o que significa que lidar com o dinheiro vem deixando de ser um problema para boa parte da população.

Mas, ainda que o resultado geral seja positivo, quase metade dos entrevistados (48,3%) relatou ter uma saúde financeira baixa, muito baixa ou ruim, o que dá fortes sinais de desorganização. Em meio à correria do dia a dia pode ser desafiador e complexo encontrar tempo para organizar as contas. Especialistas indicam, no entanto, que algumas atividades rápidas podem ser incorporadas no cotidiano e fazer uma diferença significativa no planejamento financeiro. O professor dos programas de MBA em Controladoria e Finanças da Universidade Positivo (UP) Marco Aurélio Pitta aponta seis dicas simples para melhorar sua saúde financeira.


  1. Calcule sua renda

Para se organizar financeiramente, é fundamental, antes de qualquer coisa, saber o valor da sua renda líquida após os descontos, como os impostos. "O funcionário CLT sofre uma série de descontos como imposto de renda, INSS, vale transporte e plano de saúde, entre outros. Vale a pena entender a primeira linha do seu fluxo de caixa", sugere.


  1. Calcule seus gastos

"Uma vez que você entende seus rendimentos, chega a hora de saber para onde seus gastos são direcionados. Utilizar estratégias de categorização de gastos é bastante útil, dividindo as contas entre fixas e variáveis." Por exemplo, uma parcela de aluguel é um gasto fixo, enquanto uma viagem pode ser considerada uma despesa variável. O especialista ainda indica subdividir essas categorias, a fim de avaliar como priorizar a destinação do dinheiro, entre os gastos obrigatórios e os não necessários. "E não podemos esquecer de poupar. Ter uma reserva é essencial para manter uma saúde financeira mais estável", alerta.


  1. Planeje seu orçamento financeiro

Depois de definir as entradas e saídas financeiras, pode ser a hora de desenhar as projeções das suas finanças, que são atividades que podem ajudar a pensar em planos de ação e como realizá-los. "A partir desse ponto a pessoa pode refletir como aumentar a entrada de recursos, reduzir as despesas e até pensar como economizar para fazer com que aquele sonho saia do papel", detalha o professor.


  1. Busque investimentos variados

Ao determinar os pontos anteriores, chega o momento de pensar no futuro. "Construir uma reserva de emergência é essencial para uma vida mais tranquila. Entretanto, também é preciso entender onde aplicar as suas sobras financeiras", detalha Pitta, que recomenda conversar com profissionais de confiança e especialistas no assunto para pensar em voos mais altos.


  1. Peça CPF na nota

Ao pagar por um produto ou serviço, o especialista aconselha a sempre pedir para que o CPF seja incluído na nota. Esse simples hábito pode gerar novas entradas ou até mesmo uma redução de impostos, especialmente naquelas contas de início de ano, como IPTU, IPVA, etc.


  1. Desapegue de bens que não utiliza mais

Muitas pessoas têm algum tipo de eletrodoméstico ou outros itens parados em casa, que podem ser transformados em uma renda extra por meio de uma venda em sites de produtos usados, por exemplo. "A dica é: desapegue. Esse dinheiro a mais vai aumentar o seu fluxo financeiro e dar uma maior tranquilidade para lidar com as contas", indica o contador.

A chave de sucesso para uma vida financeira confortável é composta por várias atitudes no dia a dia, pequenas ou não, que vão desde uma boa organização das rendas e gastos até o planejamento de orçamentos e investimentos de longo prazo. "Todas as ações que realizamos no dia a dia fazem diferença na nossa saúde financeira. Por isso é importante ficar de olho mesmo nessas pequenas tarefas que podemos incluir na nossa rotina, que podem melhorar todo o planejamento financeiro", finaliza Pitta. 



Universidade Positivo
up.edu.br/

 

Fique tranquilo e esqueça a expectativa de vida de 76,4 anos do IBGE


Se você está lendo este texto, a expectativa de vida em 2023 de 76,4 anos divulgada pelo IBGE já não lhe diz respeito. O motivo é bem simples: ela é válida apenas para quem nasceu em 2023. O cálculo da expectativa de vida considera que de todas as crianças que nasceram em 2023, muitas delas infelizmente não chegarão à vida adulta mais avançada.

Por este fato que Martin Henkel, CEO da SeniorLab e que estuda o mercado de consumo 60+ e é autor do livro SHOPPER60+ que apresenta os caminhos para construir relações com este consumidor. Martin chama a atenção para um dado que ameniza a preocupação que quem já tem 76 anos e aponta que devemos olhar para a expectativa de sobrevida também gerada pelo IBGE. 

Nela se considera quanto tempo em média uma pessoa viverá a partir de uma determinada idade. A tabela observa ambos os sexos, homens e mulheres.

· Quem tinha 60 anos em 2023 tem uma expectativa de vida de 82,6 anos. Se for mulher, 84,2 anos e se for homem 80,8 anos.

· Quem tinha 70 anos em 2023 tem uma expectativa de vida de 85,2 anos. Se for mulher, 86,3 anos e se for homem, 84 anos.

· Quem tinha 80 anos em 2023 precisa se preparar para uma expectativa de vida de 89 anos. Se for mulher, 89,5 e se for homem, 88,3 anos. 

São estes dados que devem compor a estratégia de marcas, produtos e serviços que querem se aproximar e vender ao consumidor 60+, adverte Henkel. São 6,2 anos a mais entre a expectativa de vida ao nascer e a expectativa de vida para quem tem hoje 61 anos. Isso demonstra em números o quanto vale focar neste consumidor que de cara, é muito diferente dos 60+ de 20 anos atrás. Os seniores de hoje integram o grupo que quando era adolescente viu o nascimento do rock´n´roll no mundo e foi o grande transgressor comportamental mudando códigos, convenções e regras de estilo de vida, completa Henkel.

 


Martin Henkel - especialista em marketing e consumo para o público 60+, pioneiro no mercado da longevidade no Brasil. Fundador da SeniorLab Mercado e Consumo 60+ e professor convidado na Fundação Getúlio Vargas, ele criou o conceito Aging in Market, ajudando empresas a entenderem melhor o mercado prateado. Autor de A Trilha da Longevidade Brasileira e SHOPPER60+, ele também cocriou o Terra da Longevidade Produtos. Henkel atua como consultor de grandes empresas e é cofundador de eventos focados em negócios e inovações na economia prateada, como o Senior Living Meeting.

 

Novo programa gratuito da Amazon em parceria com a Nexa e DIO capacita profissionais em Análise de Imagens e Texto com IA

São 10 mil bolsas de estudo para especialização em soluções de IA generativa com ferramentas da AWS, como SageMaker Canvas, Amazon Rekognition, Amazon Transcribe e Amazon Textract

 

A parceria entre a Amazon (AWS), Nexa e DIO lança um novo bootcamp que transforma a forma como desenvolvedores e profissionais de cloud se especializam em integração de inteligência artificial generativa. O programa, que oferece 10 mil bolsas de estudo, foi criado para capacitar profissionais a integrar soluções usando as mais avançadas ferramentas de IA generativa da AWS, com foco no uso prático de serviços como Amazon Textract. 

Com conteúdo avançado e apenas 10h de duração, a trilha é pensada para profissionais que já atuam no mercado, e querem adicionar habilidades que melhoram a produtividade no trabalho, sem tempo a perder. Ele explora uma ampla variedade de funcionalidades, desde o reconhecimento, análise, transcrição de voz, textos e imagens, com aulas práticas sobre ferramentas de IA generativa da AWS. 

O Amazon Textract é um serviço de machine learning (ML) que usa o reconhecimento óptico de caracteres (OCR) para extrair automaticamente texto, o Amazon Transcribe é um serviço de reconhecimento automático de fala (ASR) que facilita para os desenvolvedores adicionar recursos de conversão de fala em texto para suas aplicações e o Amazon Rekognition automatiza o reconhecimento de imagens a análises de vídeos para suas aplicações sem exigir experiência em ML. 

Ao final do programa, os graduados poderão seguir se qualificando para oportunidades de trabalho em tecnologia e estarão visíveis para empresas interessadas em contratar profissionais com habilidades em IA e cloud na Talent Match, a plataforma de contratação da DIO.

 A inscrição é gratuita e pode ser feita até 19/01 pelo link: https://www.dio.me/bootcamp/analise-avancada-imagens-texto-ia-aws

Empresas usam tecnologia para tornar contratações mais ágeis em 2025

Recrutamento com IA e análise comportamental desponta como solução para reduzir turnover e atrair talentos ideais


Com o mercado de trabalho mudando em alta velocidade, 2025 já aponta como um ano em que as ferramentas de recrutamento e seleção vão se tornar ainda mais indispensáveis. As empresas têm apostado em tecnologias que deixam os processos mais rápidos e certeiros, ajudando a encontrar os candidatos certos, diminuir as demissões e facilitar a vida do RH. Afinal, contratar bem tem impacto direto na produtividade e nos resultados das organizações.

Um levantamento da McKinsey mostrou que empresas que priorizam o bem-estar dos funcionários têm até 1,5 vezes mais chances de alcançar melhores resultados financeiros. Essa ligação entre boas práticas de gestão e sucesso nos negócios também passa pelas contratações. Ao usar ferramentas avançadas, é possível escolher profissionais alinhados tanto às necessidades da vaga quanto à cultura da empresa.

Alisson Souza, CEO e fundador da abler, explica que a tecnologia já não é só uma opção. “As empresas precisam de processos mais inteligentes para contratar. Hoje, não basta olhar para o currículo; é essencial entender o perfil comportamental e cultural do candidato. Isso ajuda a evitar desligamentos precoces e também a criar um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo”, comenta.

A inteligência artificial tem sido uma grande aliada nesse processo. Ela consegue analisar milhares de currículos em minutos, identificar talentos promissores e até realizar as primeiras entrevistas. Empresas como a Unilever, por exemplo, já utilizam IA para acelerar as contratações, economizando tempo e dinheiro, além de ampliar a diversidade nos times.

Além de encontrar bons candidatos, as empresas também estão mais preocupadas com a experiência de quem participa dos processos seletivos. Isso porque, se o candidato se sente bem tratado, ele tem mais chances de manter uma boa relação com a marca. De acordo com a IBM, candidatos que tiveram uma experiência positiva durante o recrutamento são mais propensos a se tornarem novos clientes, enquanto experiências ruins de candidatos afetam a marca negativamente.

A busca ativa por talentos também está ganhando espaço. Segundo o LinkedIn Talent Solutions, 70% da força de trabalho global é formada por pessoas que não estão procurando emprego ativamente, mas que poderiam se interessar por uma boa proposta. Dessas, 89% estariam dispostas a conversar caso fossem abordadas diretamente. 

Para Alisson Souza, esse avanço traz um impacto direto na forma de montar equipes. “Com a tecnologia, é possível acessar talentos que antes pareciam fora do alcance. Isso amplia as possibilidades e ajuda a criar equipes mais diversas e alinhadas com os objetivos da empresa. Essa diversidade também reflete em melhores resultados”, avalia o especialista.

As ferramentas de recrutamento e seleção, ao que tudo indica, vão ser protagonistas em 2025. Empresas que aproveitarem essas soluções estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do mercado e criar ambientes de trabalho mais conectados e produtivos.

 

Alisson Souza - Trabalha há 15 anos no mercado de Tecnologia, sendo os oito últimos no mercado de Recrutamento e Seleção, onde foi Gestor de Tecnologia da Informação em uma das maiores consultorias de Recrutamento e Seleção do Brasil. Pós-graduado em Startups e Future Management pela HSM University, é apaixonado por inovação, negócios digitais e R&S. No final de 2017 co-fundou a abler, plataforma para Recrutamento e Seleção (SaaS – ATS) 100% focada no aumento de produtividade e consequentemente na redução do tempo de fechamento das vagas. Neste negócio já auxiliou mais de 300 clientes a fechar 110 mil vagas na média, em 15 dias.



abler
software de recrutamento e seleção
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