Especialista explica por que a sociedade faz uma leitura equivocada dos jovens no ambiente profissional
A Geração Z, que contempla os nascidos entre 1995 e
2009, está cada vez mais presente no mercado de trabalho, com um perfil que vem
desafiando os modelos tradicionais de gestão de pessoas. Entre as críticas
atribuídas à geração, estão comportamentos e preferências que fogem do padrão
da maioria das empresas. Mas será que ter maneiras de pensar e objetivos
diferentes das gerações anteriores é errado?
Segundo o escritor e palestrante Dado
Schneider, especialista em Geração Z e cooperação entre gerações, além de os
jovens serem “feitos de outro material” e crescerem com a internet, eles têm o
desejo de viver experiências e não de acumular bens. “Por essas e outras acabam
tendo uma relação diferente com o trabalho, mas longe de serem maus profissionais”,
enfatiza.
Para desmistificar as principais afirmações em
torno da Geração Z no trabalho, Dado elencou 5 mitos sobre a vida profissional
dos jovens e explicou por que são compartilhados de maneira equivocada.
Confira:
1. A Geração Z não tem
comprometimento
Embora seja comum ouvir que a Geração Z é pouco
disposta a trabalhar e não aceita regras, é uma inverdade dizer que não tem
comprometimento. Os jovens, que normalmente contam com o apoio dos pais para se
manterem, não veem o trabalho apenas como uma fonte de renda, mas como uma
oportunidade de fazer a diferença na sociedade. Além disso, muitos buscam
equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o que pode ser confundido com
falta de dedicação, mas, na verdade, reflete uma nova maneira de enxergar produtividade
e saúde mental.
2. Eles não ficam em uma única
empresa
Outro mito é de que os jovens não querem permanecer
por muito tempo em uma mesma empresa. Ainda que eles valorizem mais
flexibilidade do que estabilidade e procurem experimentar lugares novos, não se
pode generalizar. Se encontrarem empresas que ofereçam uma cultura alinhada com
os seus valores, que falem de maneira clara e compreendam suas prioridades no
ambiente de trabalho, eles podem sim fazer carreira em uma única empresa e
ainda contribuir muito com as gerações anteriores.
3. Preferem trabalhar sozinhos
A ideia de que a Geração Z prefere trabalhar
isolada também é equivocada. Apesar de serem nativos digitais e dominarem
tecnologias, eles valorizam o trabalho colaborativo. A verdade é que as
tecnologias acabam otimizando o trabalho em equipe, diminuindo a necessidade da
mesma interação da década passada, por exemplo. A questão é que o mundo mudou e
isso não é um problema da Geração Z.
4. Geração Z não está
interessada em cargos de liderança
Há quem diga que a Geração Z não se importa com
cargos de liderança. No entanto, dados mostram o contrário. De acordo com um
levantamento recente do Instituto da Oportunidade Social (IOS), 64% da GenZ têm
o desejo de ocupar cargos de liderança. O que acontece é que eles querem ser
líderes, mas de empresas saudáveis, comprometidas com diversidade, bem-estar,
sustentabilidade, entre outras causas.
5. Eles não têm paciência para
aprender com os mais experientes
Muitos acreditam que a Geração Z não tem paciência
para aprender com profissionais mais experientes e preferem fazer tudo do seu
jeito, mas será que os mais velhos estão dispostos a ensinar? Aqui está uma
grande lacuna nas empresas: promover a cooperação entre as gerações. Somente
escutando e se esforçando para aprender a linguagem e a maneira de pensar da
outra geração é que teremos um ambiente de trabalho mais colaborativo,
produtivo e atrativo para a geração Z.