Perito em crimes digitais, Wanderson Castilho, dá dicas práticas para prevenir ou reverter essas situações
Com o Dia das Crianças se aproximando, a internet se torna um verdadeiro mar de ofertas com produtos irresistíveis para os meninos e meninas. São brinquedos pequenos, grandes, físicos ou, até mesmo, digitais que encantam os olhos e os fazem querer tudo o que veem pela frente. Muitos deles têm fácil acesso a dispositivos digitais, como celulares e tablets, onde são bombardeados por propagandas diretas e indiretas.
No entanto, este acesso facilitado pode causar muitas situações inesperadas para os pais, como quando os pequenos acabam fazendo compras em aplicativos, mesmo que sem querer, seja usando cartões cadastrados ou por meio de pix. Isso pode acontecer quando, por exemplo, um jogo solicita uma compra dentro da própria plataforma ou ao clicarem em algum anúncio, mesmo que apenas por curiosidade.
“Essas situações são mais comuns do que parecem, já que as crianças começam a ter acesso aos dispositivos digitais cada vez mais cedo. Por isso, é necessário que os pais se lembrem que, embora os filhos saibam mexer em um celular, por exemplo, eles ainda são imaturos para entenderem as complicações advindas das compras online. Dependendo da idade, eles sequer entendem o conceito do que é pagar por algo”, alerta o perito em crimes digitais, Wanderson Castilho.
Por isso, algumas medidas são necessárias para garantir que as crianças naveguem pela internet de forma segura e, principalmente, sem comprometer o orçamento da família. “Para as crianças mais velhas, os pais precisam conversar e explicar quais os riscos de se estar online. Isso vale para tudo, desde golpes às compras por acidente”, diz Castilho.
Além disso, o perito ressalta que nenhuma informação pessoal — deles ou de nenhum familiar — deveria estar salva em aparelhos que são usados pelos pequenos já que muitos criminosos direcionam suas ações online para atingir crianças, pois sabem que será mais fácil extrair informações delas devido à inocência natural da idade.
“O uso de senhas fortes que só os responsáveis tenham conhecimento
também é indicado, mas pode ser perigoso caso a opção ‘salvar senha’ esteja
ativada”, ressalta o perito. Portanto, é preferível ter que digitar todos os
dados e senhas manualmente a cada nova compra online, em vez de deixar as
informações armazenadas automaticamente. Isso garante maior segurança e evita
que compras indesejadas sejam feitas por engano.
E como recuperar o prejuízo caso a compra já tenha sido realizada?
Contudo, se no seu caso a compra já foi realizada, não se preocupe, você não está sozinho. Muitos pais enfrentam esse problema e, felizmente, existem maneiras de lidar com a situação. Segundo Wanderson, o primeiro passo é sempre identificar as compras na fatura do cartão — ou no extrato do banco, caso seja pix —, anote o valor, a data e a origem das transações.
Depois, entre imediatamente em contato com o suporte ao cliente da empresa responsável, pois muitas oferecem o reembolso se o erro for relatado rapidamente. Caso a companhia não resolva o problema, notifique a operadora do cartão sobre as compras não autorizadas. Muitas delas têm políticas específicas para lidar com situações como essas e podem reembolsar os valores.
Wanderson Castilho - perito cibernético e físico utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Análise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA ). Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners ). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos. Saiba mais em: www.enetsec.com