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quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A importância da atividade física durante a gravidez

Especialistas abordam o tema, trazendo informações e dicas de como manter uma rotina de exercícios saudável e segura durante a gestação

 

O dia 15 de agosto é considerado o Dia da Gestante, e a prática de exercícios durante a gravidez não é apenas benéfica para a sua saúde, mas também para o bem-estar do seu filho. Ainda que movimentar-se mais do que o necessário possa ser consideravelmente mais difícil durante a gravidez, manter uma rotina de exercícios é extremamente proveitoso para você e seu bebê em crescimento. É recomendável manter essa rotina durante os nove meses, ainda que com algumas precauções de segurança para se manter saudável e não acarretar nenhum dano prejudicial à gestação.  

Uma das dúvidas mais comuns é referente ao quão seguro é fazer exercícios durante a gravidez, e Yara Caldato (@yaracaldato), ginecologista regenerativa, funcional e estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Belém, afirma que todas as mulheres que não apresentam contra-indicações devem ser incentivadas a realizar atividades aeróbias, de resistência muscular e alongamento. As mulheres devem escolher atividades que apresentam pouco risco de perda de equilíbrio e de trauma. De acordo com ela, o trauma direto ao feto é raro, mas é prudente evitar esportes de contato ou com alto risco de colisão.  

“Deve-se tomar o cuidado de não se exercitar vigorosamente em climas muito quentes e de prover a hidratação adequada, de modo a não prejudicar a termorregulação da mãe”, comenta Yara 

A ginecologista aponta que as mulheres sedentárias apresentam um considerável declínio do condicionamento físico durante a gravidez. Além disso, a falta de atividade física regular é um dos fatores associados a uma susceptibilidade maior a doenças durante e após a gestação.  

Há um consenso geral na literatura científica de que a manutenção de exercícios de intensidade moderada durante uma gravidez não-complicada proporciona inúmeros benefícios para a saúde da mulher. 

Exercícios resistidos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, complicações na gestação ou relativas ao peso do feto ao nascer. Consequentemente, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais decorrentes desse período.  

A atividade física aeróbia auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabetes gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina. 

A prática de exercícios acarreta riscos potenciais para o feto em situações em que a intensidade do exercício seja muito alta, criando um estado de hipóxia para o feto, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em situações de hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de crescimento intra-uterino e prematuridade.  

Há algumas evidências de que a participação em exercícios de intensidade moderada ao longo da gravidez pode aumentar o peso do bebê ao nascer, enquanto que exercícios mais intensos e com grande frequência, mantidos por longos períodos da gravidez, podem resultar em crianças com baixo peso.  

Guilherme Renke (@endocrinorenke), sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), pesquisador e mestre, endocrinologista e médico do esporte, mestre em cardiologia, no entanto, evidencia que uma rotina regular de exercícios só deve ser nutrida caso você seja saudável e sua gravidez seja devidamente normal, sem nenhuma complicação ou risco. "É importante discutir quaisquer precauções com o seu médico durante a consulta de pré-natal, manter-se hidratada ao longo do dia e sempre manter água próxima enquanto malha, preocupando-se em evitar atividades que possam causar superaquecimento, principalmente durante o primeiro trimestre", alerta. 

O personal trainer Lincoln Cavalcante (@lincolncavalcante), fundador da Neuro Performance EMS e criador do método TOP10Rounds, conhecido por treinar celebridades, completa ao dizer que as piores situações ocorrem principalmente na gestação de risco, com o exemplo de gestantes com descolamento da placenta, hipertensão arterial, diabetes gestacional, e principalmente na gestante que era sedentária, e resolveu praticar exercício na gravidez.  

No caso da gestante que já era ativa e não tem nenhum risco, o exercício físico é muito bem vindo, pois melhora a capacidade de oxigenação celular, oferece maior aporte nutricional ao bebê e melhor recuperação pós parto.  

Segundo Lincoln, alguns exercícios são melhores para as grávidas, sendo eles:  

·         Breve passeios;

·         Corridas leves;

·         Natação/hidroginástica;

·         Ciclismo Reclinado;

·         Ioga pré-natal ou pilates;

·         Treinamento de resistência com pesos e faixas de exercício;

·         Treinadores elípticos e outras máquinas de cardio fixas;

·         Exercícios de Kegel; 

Outros benefícios são citados por Guilherme, como a melhora da saúde física; controle do estresse; redução nos níveis de pressão arterial; redução dos níveis de açúcar no sangue; manter níveis baixos de colesterol; ajuda no controle de peso e da gordura corporal, além da melhora na qualidade de vida.

 

“As gestantes precisam passar por consulta multiprofissional, antes de iniciar a realização de exercícios físicos. Pois eles vão variar de acordo com o perfil de cada uma. Irá ser avaliado o histórico dessa paciente, se já praticava ou não atividade física, se há alguma contra indicação para determinados exercícios. De maneira geral, todas as gestantes serão estimuladas a praticar, porém cada uma dentro do limite e indicações precisas”, orienta Yara

 

Além destes, mais cuidados devem ser tomados. Segundo Lincoln, existem alguns exercícios contra indicados de forma absoluta na gestação, como por exemplo, os saltos, luta com impacto corporal, e exercícios de alta intensidade. “Podemos dar um exemplo do exercício abdominal, ele é indicado, porém mais de 2 minutos deitada com a barriga pra cima a partir dos 5 meses (20 semanas) pode tornar incômodo e afetar a passagem do sangue devido a pressão feita na veia cava inferior, é isso pode afetar a oxigenação do bebê”, diz o personal.

 

Então, o ponto de atenção, é a fase gestacional e qual é o perfil da gestante que está praticando atividade física, e por isso se torna fundamental o trabalho interdisciplinar entre o profissional de educação física e o médico.

 

Algumas das atividades a serem evitados são:  

·         Boxe;

·         Futebol;

·         Basquetebol;

·         Esportes com raquete;

·         Mergulho;  

A nutricionista Michelle Ferreira, do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), especialista em nutrição na saúde da mulher e fertilidade, indica as melhores opções de dieta para grávidas que praticam exercícios. De acordo com ela, a melhor dieta deve considerar as necessidades nutricionais da gestante, estando diretamente relacionadas às condições de saúde/nutrição e ao tipo de atividade desenvolvida durante a gestação. Deve ter o equilíbrio dos macro (carboidratos, proteínas e gorduras) e micronutrientes (Vitaminas e minerais), para que ocorra o crescimento e desenvolvimento fetal.

 

Embora muito se saiba sobre a nutrição do atleta e a nutrição durante a gravidez, ainda são escassos os estudos integrando os dois aspectos. Considera-se fundamental que diversos fatores relacionados às necessidades nutricionais na fase gestacional sejam observados, tais como: idade, paridade, intervalo interpartal, estado nutricional pré-concepção e atual, atividade ocupacional, tipo e intensidade do exercício físico, e fase gestacional dentre outros.

 

A especialista confirma que as gestantes podem tomar suplementos desde que orientados e prescritos pelo seu médico e/ou nutricionista.

 

“O whey protein, muitas vezes é utilizado independente se a gestante pratica atividade física, para complementar o aporte proteico necessário, importante para o desenvolvimento do bebê. Usando whey protein, podemos preparar shakes, que são bem aceitos por gestantes que tem enjoos e dificuldade de comer alimentos sólidos”, argumenta.

 

A creatina, vem sendo muito estudada devido seu efeito neuroprotetor, porém ainda não existem estudos com a dosagem segura e tolerada para gestantes.

 

O alerta deve ficar ligado quanto aos pré treinos que possuem cafeína na sua composição, pois o excesso de cafeína pode causar sérias alterações como diminuição do crescimento do bebê e até mesmo prematuridade.

 

 



FONTES:

Yara Caldato (@yaracaldato) - Ginecologista Regenerativa, Funcional e Estética, afiliada do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais)/Belém. CRM-PA 11627 - RQE 5066. Graduada em medicina pela Universidade do Estado do Pará, pós graduada em ginecologia e obstetrícia pela Universidade Federal do Pará. Especialista em ginecologia e obstetrícia, membro da Associação Brasileira de Ginecologia Regenerativa Estética e Funcional. Atualmente é médica obstetra na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, com atuação em patologias obstétricas de alto risco.

Guilherme Renke (@endocrinorenke) - sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais (@nutrindoideais), pesquisador e mestre, endocrinologista e médico do esporte, mestre em cardiologia. Sócio fundador do Instituto Nutrindo Ideais, médico formado pela Universidade Estácio de Sá, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Médico do Esporte com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Pós Graduado em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro, Mestre em Cardiologia (INC). Também possui aprimoramento em Endocrinologia pela Harvard Medical School, Post Graduate Course Obesity Medicine (Boston, EUA) e pelo American Board of Obesity Medicine (EUA). Dr. Renke também é pesquisador aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ (Inovações no esporte 2012).

Lincoln Cavalcante (@lincolncavalcante) - personal trainer fundador da Neuro Performance EMS e criador do método TOP10Rounds, conhecido por treinar celebridades - CREF: 18863 G RJ. Fundador da Neuro Performance EMS Training e Criador do método TOP10Rounds, Lincoln Cavalcante é Personal Trainer e está presente no mercado Fitness e Wellness há 15 anos. Ficou bastante conhecido por treinar Marina Ruy Barbosa e atualmente é responsável pela boa forma das celebridades Murilo Rosa, Lívian Aragão, Isabelle Drummond e da atleta pentacampeã Kyra Gracie. Com mais de 25 anos de experiência em artes marciais, o preparador físico é faixa preta de kickboxing e grau preto no Muay Thai. Além disso, ficou entre os 10 personal trainers mais requisitados do Brasil em 2016 pela GQ Magazine e em 2017 pela Revista Glamour. No âmbito de competições, Lincoln também se destaca: é tricampeão brasileiro, campeão sul-americano e campeão mundial de kickboxing. Levou seu trabalho para o exterior e fundou o Programa Funcional Fitness na San Diego Brazilian Jiu-Jitsu, Califórnia (EUA). Além disso, o personal é idealizador do protocolo de lutas Neuro Performance e com seu sucesso, abriu o seu primeiro estúdio para aplicá-lo.

Michelle Ferreira - nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais), especialista em nutrição na saúde da mulher e fertilidade. Nutricionista da equipe do Instituto Nutrindo Ideais, Michelle Ferreira é formada pela UGF 2006, pós graduada em nutrição funcional e esportiva, especializada em saúde da mulher e fertilidade.



REFERÊNCIAS:
SciELO - Brasil - Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal



Câncer de pulmão é um dos mais incidentes no Brasil, diagnóstico precoce contribui o aumento das chances de cura

O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são alguns dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença

 

O mês de agosto é marcado pela campanha de conscientização sobre o câncer de pulmão. O objetivo principal é alertar a sociedade sobre a importância do diagnóstico precoce da doença e os fatores de risco. O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte por neoplasias em todo o mundo. No Brasil, uma em cada cinco mortes por câncer são de pulmão, segundo Instituto Nacional do Câncer (INCA). 

Apesar da letalidade da doença, a taxa de sobrevida mudou ao decorrer dos anos. No Centro de Referência de Tumores de Pulmão e Tórax do A.C.Camargo Cancer Center, a taxa de sobrevida saltaram de 10,4%, em 2000, para 51,1% em 2017, nos homens e 18,8% (2000) passou a 59,0% (2017) nas mulheres. Esse impacto é resultado de uma estrutura que possibilita alta precisão diagnóstica, cuidado integrado e multidisciplinar para pacientes e tratamento personalizado considerando características clínicas individuais e o perfil biológico do tumor. 

“Uma das estratégias para evitar as consequências danosas do diagnóstico tardio é o rastreamento. Pessoas com mais de 50 anos, fumantes ou ex-fumantes que pararam de fumar há menos de 15 anos devem consultar seu médico sobre a indicação de rastreamento. Através de tomografia de tórax com baixa dose de radiação, podemos detectar câncer de pulmão em fases mais precoces, onde o sucesso do tratamento é maior. Indivíduos que fazem rastreamento anual com tomografia têm uma redução de 20% do risco de morrer por câncer de pulmão”, explica Dr. Jefferson Luiz Gross, líder do Centro de Referência em Tumores de Pulmão e Tórax no A.C.Camargo Cancer Center. 

Outros elementos também contribuem para os desafios contra a doença, como o tabaco, em suas várias formas de consumo, guarda relação direta com a incidência, seja ele industrializado, de palha com fumo em corda, charuto ou narguilé – os eletrônicos ainda não foram observados por tempo suficiente, mas também representam um risco. 

“O tabagismo é o principal fator de risco, não apenas ao fumante, mas às pessoas que convivem com esse perfil, a maioria dos diagnósticos de câncer de pulmão estão associados ao consumo do tabaco. O narguilé, por exemplo, quando há o consumo de vinte a oitenta minutos, equivale a 100 cigarros comuns “complementa o especialista. 

Há outros fatores de risco que vão além do cigarro, como a poluição ambiental, a queima de combustíveis fósseis, asbestos, arsênio, o uso de fogão à lenha em cozinhas e cômodos com pouca ventilação e alguns fatores genéticos.

 

A.C.Camargo Cancer Center
www.accamargo.org.br

 

Memória olfativa: uma nova esperança no tratamento de Alzheimer

 

Terapias aromáticas têm sido cada vez mais utilizadas para estimular identificação e recuperação de memórias em estágios avançados da doença; médico do Hospital Paulista explica as razões para o êxito 

 

A memória olfativa, que é a nossa capacidade de lembrar e associar cheiros a experiências passadas, vem sendo cada vez mais utilizada como ferramenta para o tratamento de pessoas com Alzheimer, assim como de outras doenças neurodegenerativas. 

Embora estas sejam condições bastante complexas, que afetam a memória e a cognição, o uso de aromas familiares e agradáveis tem demonstrado grande potencial na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. E isso também vem sendo confirmado por repetidos estudos, conforme destaca o Dr. Alexandre Yakushijin Kumagai, otorrinolaringologista do Hospital Paulista – referência em saúde de ouvido, nariz e garganta. 

"O estímulo à memória olfativa tem sido bastante utilizado como parte do tratamento de algumas doenças, em especial aquelas relacionadas ao sistema nervoso central, que é o caso do Alzheimer e outras similares. O objetivo principal é ajudar na identificação e recuperação de memórias em estágios avançados da doença, já que a memória olfativa costuma ser uma das últimas habilidades sensoriais a serem perdidas", explica o médico. 

Na prática, isto significa que a estimulação olfativa pode ajudar a ativar memórias antigas e promover o reconhecimento de pessoas, lugares e eventos marcantes da vida, proporcionando uma sensação de conexão com o passado, além de ajudar a manter um vínculo com o ambiente ao seu redor.

"Por estar intimamente ligada ao sistema límbico e ao hipocampo, que são áreas do cérebro responsáveis pela emoção e pela memória, a memória olfativa tem o poder de evocar lembranças e emoções vívidas de experiências passadas de uma maneira que outros estímulos sensoriais não conseguem. Por isso ela tão importante”, destaca o especialista.

 

Redução de ansiedade e estresse 

Além de auxiliar na evocação de memórias, o Dr. Alexandre ressalta que os estímulos olfativos podem ainda obter um efeito calmante e redutor de estresse. "Aromas como lavanda, camomila e hortelã são conhecidos por suas propriedades relaxantes. Para pessoas com Alzheimer, que frequentemente enfrentam ansiedade e mudanças de comportamento, criar um ambiente com esses cheiros pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar emocional." 

Contudo, o médico pondera que é sempre importante levar em conta as preferências individuais de cada paciente. Ou seja, o que funciona para uma pessoa pode não ter o mesmo efeito para outra. "Por isso, é sempre recomendável que os cuidadores e familiares consultem profissionais de saúde especializados para ajustar as abordagens às necessidades específicas de cada indivíduo", reforça.

 

Covid, lesões cerebrais e AVCs 

As terapias olfatórias também têm sido largamente utilizadas como complemento ao tratamento convencional de pós lesões cerebrais, acidentes vasculares cerebrais e Covid. 

No caso das lesões cerebrais e AVCs, o objetivo, sobretudo, é reativar áreas do cérebro eventualmente afetadas, melhorando a função cognitiva. Já em relação ao Covid, o foco é na reabilitação sensorial de quem teve o olfato/paladar prejudicados.

  

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia



UTIs: equipes multiprofissionais asseguram 84% de sobrevivência de pacientes

Por trás das histórias dos quase nove em cada dez brasileiros internados que recebem alta de UTIs, estão hospitais reconhecidos pela segurança assistencial e humanização do atendimento

 

Um ambiente onde médicos intensivistas e equipes multiprofissionais se dedicam incansavelmente a homens e mulheres no limiar da luta pela sobrevivência. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), a complexidade do tratamento se une à mais avançada tecnologia para garantir o melhor cuidado aos pacientes em estado grave. Ali, o silêncio é interrompido pelo som rítmico dos aparelhos, pelas conversas sussurradas entre profissionais e pelos passos rápidos no corredor. É nesse cenário de trabalho intenso e coordenado que quase nove em cada dez brasileiros internados recebem alta, conforme dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib).

Os números da Amib fazem parte do Projeto UTIs Brasileiras, que revela que a taxa de sobrevivência nesses ambientes chega a 84%, com uma concentração significativa de internações entre idosos. Para alcançar tais resultados, as unidades de saúde priorizam a segurança assistencial e a humanização do atendimento. É o que acontece nos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru que, pelo segundo ano consecutivo, figuram na lista de melhores UTIs do Brasil, divulgada pela Amib. O Hospital São Marcelino Champagnat foi contemplado com o selo Top Performer, sendo o único do Paraná a receber esse reconhecimento, enquanto o Hospital Universitário Cajuru obteve o título de UTI Eficiente.

"O nosso trabalho nas UTIs deve sempre ser baseado em evidências científicas e no constante avanço do conhecimento médico. Embora a tecnologia e os equipamentos de ponta sejam fundamentais, é a combinação disso com a execução meticulosa das práticas que assegura a precisão dos resultados", analisa a coordenadora das UTIs dos hospitais que fazem parte da frente de saúde do Grupo Marista, Viviane Chaiben. "A tomada de decisão deve focar no melhor para o paciente, considerando o prognóstico e antecipando problemas com estudo e alertas constantes. No contexto do SUS, destacamos a importância do atendimento de excelência e do toque humano insubstituível", complementa.


Histórias que marcam

Pacientes em estado crítico recebem não apenas cuidados médicos, mas também a dedicação e a expertise de profissionais empenhados em oferecer o melhor tratamento possível. Entre tantas histórias marcantes para aqueles que trabalham em UTIs, a médica intensivista Viviane Chaiben lembra especialmente do paciente Felipe Mader Vieira, que tem o mesmo nome de seu filho. Internado no Hospital Universitário Cajuru com um quadro abdominal grave e suspeita de câncer, Felipe passou por mais de seis reanimações cardiorrespiratórias e enfrentou cinco horas ininterruptas de cirurgia dentro da própria UTI. "Lembro de entrar na unidade, me deparar com ele sofrendo mais uma parada cardiorrespiratória e, naquele momento, afirmar para mim mesma que o paciente precisava sobreviver. Ele tinha apenas 16 anos e merecia ter a chance de tratar o câncer", recorda a médica.

Formados por profissionais de terapia intensiva, os times de resposta rápida atuam com agilidade nas UTIs, resolvendo emergências e otimizando cada segundo na luta pela vida. Eles contam com inovação, recursos técnicos e, principalmente, com a capacidade de tomar decisões ágeis e eficazes. No caso de Felipe, a atuação desse time foi crucial para sua sobrevivência e transferência para um hospital especializado no tratamento de câncer de intestino. "Após a transferência, continuei acompanhando a sua recuperação a distância e fiquei imensamente feliz ao receber a notícia de sua cura. Um tempo depois, fui surpreendida com um gesto de gratidão: docinhos que a família enviou para celebrar e expressar a alegria por ele estar bem e vivo", relata Viviane. 

Ao todo, foram quase três meses internado ininterruptamente em UTIs de hospitais de Curitiba (PR). Para o paciente Felipe, hoje com 20 anos, o trabalho incansável da equipe multiprofissional foi determinante para sua plena recuperação, permitindo-lhe retornar para casa e recomeçar sua vida. "Tenho um sentimento enorme de gratidão e carinho por quem me cuidou durante o meu processo de cura. Todo dia eu agradeço pela vida e por estar bem", compartilha. 


Trabalho em equipe

A rotina dos médicos intensivistas e das equipes multiprofissionais nas UTIs é uma combinação de ciência, humanidade e resiliência. Longe dos holofotes, eles trabalham dia e noite para restaurar o direito à vida, compreendendo a importância do esforço coletivo. "Cada membro da equipe multiprofissional desempenha um papel crucial, e a sinergia entre todos é indispensável para alcançar o bem-estar e a recuperação dos pacientes. Sabemos que não há espaço para o sucesso individual, e que a colaboração mútua entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas é o que garante uma abordagem integrada e eficaz no tratamento", explica a médica intensivista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru.

Com o aumento da expectativa de vida da população e o avanço das doenças crônicas, a demanda por leitos de UTI tem crescido significativamente. Por isso, Viviane Chaiben destaca que a terapia intensiva precisa estar no centro das operações hospitalares. "Ao coordenar o cuidado e otimizar o uso de todos os recursos e equipamentos disponíveis, o médico intensivista gerencia sistemas complexos de suporte, assegurando que cada aspecto do tratamento seja ajustado com precisão para maximizar a recuperação dos pacientes críticos. É fundamental oferecer um acolhimento integral que inclua as famílias, alivie a ansiedade e o sofrimento, e forneça uma compreensão clara das possíveis direções e perspectivas que se apresentam", finaliza.

  


Hospital São Marcelino Champagnat

Hospital Universitário Cajuru

 

Epidemia de Burnout: ascensão da Síndrome e a necessidade de diagnósticos precisos


A Síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, tem ganhado destaque nas discussões sobre saúde mental no ambiente de trabalho. O aumento significativo de casos tem preocupado tanto empregadores quanto profissionais de saúde. 

Dados do Ministério da Previdência Social revelam uma realidade alarmante no mercado de trabalho brasileiro: em 2023, 27 trabalhadores foram afastados diariamente devido a transtornos mentais e comportamentais relacionados ao trabalho. No total, foram concedidos 10.028 auxílios-doença por essas condições. O fenômeno do aumento nos diagnósticos de burnout, que atingiu o maior número dos últimos dez anos, tem sido um fator significativo para o crescimento de pedidos de demissão no país. 

De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de afastamentos por burnout saltou de 178 em 2019 para 421 em 2023, um aumento impressionante de 136% em apenas quatro anos. No entanto, a complexidade do diagnóstico e a confusão com outras doenças mentais têm dificultado a identificação e o tratamento adequado, como ressalta o Dr. Vicente Beraldi, médico especialista em medicina do trabalho. 

Dr. Vicente Beraldi destaca que "a questão do Burnout é muito mais complexa do que as pessoas pensam. Há uma grande confusão sobre o que realmente é essa síndrome e o que são outras doenças relacionadas à saúde mental. Muitas vezes, problemas pessoais são trazidos para o ambiente de trabalho, mas não necessariamente se configuram como Burnout." 

A síndrome de Burnout é caracterizada por sintomas como cansaço excessivo, dor de cabeça, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos negativos e físicos, como pressão alta, dores musculares e problemas gastrointestinais. Para as empresas, o impacto é significativo, resultando em exaustão de energia, distanciamento mental ou negativismo relacionado ao trabalho e redução da eficácia profissional.

 

Diagnóstico e confusões 

"A falta de um diagnóstico claro e o tratamento inadequado podem prejudicar tanto a empresa quanto o colaborador. É essencial diferenciar Burnout de outras condições como ansiedade e depressão para que o tratamento seja eficaz", explica Beraldi. "O acompanhamento por profissionais especializados, como psiquiatras e médicos do trabalho, é crucial para um diagnóstico preciso." 

O Ministério da Saúde recentemente atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo o Burnout. Essa inclusão traz importantes mudanças, como o direito ao auxílio-doença acidentário e aposentadoria por invalidez para aqueles que comprovadamente desenvolvem a síndrome. A nova postura destaca a necessidade de reconhecimento dos fatores psicossociais ligados à gestão organizacional e às condições do ambiente corporativo. 

Diversos fatores no ambiente de trabalho podem contribuir para o desenvolvimento do Burnout:

1. Metas acirradas e prazos apertados: Transformam o ambiente de trabalho em um campo hostil.

2. Diversidade geracional e cultural: Gera choques sociais e culturais dentro das empresas.

3. Conciliação do bem-estar com expectativas financeiras: O desafio de alcançar o bem-estar dos colaboradores enquanto se mantém o alinhamento com expectativas financeiras. 

Dr. Vicente Beraldi enfatiza a necessidade de criar ambientes mais justos e colaborativos: "A prevenção é crucial para manter a saúde mental e a qualidade de vida dos colaboradores, contribuindo para ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos."

 

Para prevenir o Burnout, Beraldi recomenda:

1. Estabelecimento de objetivos: Definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal.

2. Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Participar de atividades de lazer.

3. Atividades físicas regulares: Praticar exercícios regularmente.

4. Cuidados com a saúde mental: Evitar substâncias nocivas, não se automedicar e garantir uma boa qualidade de sono.


Congelamento de óvulos e preservação da fertilidade: o futuro está só começando

O mundo está em constante transformação, mudando de forma irreversível e abandonando antigos estilos de vida, culturas e modos de organização social. Essas mudanças ocorrem gradualmente até se tornarem parte integrante do cotidiano, redefinindo a maneira como vivemos em sociedade. Nesse contexto de inovação, destaca-se uma questão de grande relevância global: as transformações na preservação da fertilidade para homens e mulheres, com profundo impacto na vida das pessoas.

De um lado, os avanços tecnológicos da medicina reprodutiva tornaram possível o tratamento da infertilidade e, de outro, asseguraram às mulheres a possibilidade de investir em suas carreiras, adiando o sonho da maternidade para um momento mais oportuno. De acordo com o Data SUS, no ano 2000, somente 9,1% dos bebês nascidos no Brasil eram filhos de mulheres acima de 35 anos. Passados 20 anos, esse percentual quase duplicou, chegando a 16,5%.

Desde o primeiro nascimento através da fertilização in vitro, estima-se que mais de 9 milhões de bebês tenham sido gerados por meio dessa técnica. Inicialmente destinada apenas para casos de infertilidade, hoje também é uma opção para aqueles que desejam adiar a paternidade, permitindo que escolham o momento ideal para formar uma família.

A reprodução assistida avançou significativamente com o desenvolvimento tecnológico, que aprimorou tratamentos médicos, laboratoriais e equipamentos. No Brasil, a qualidade dos serviços e da assistência em preservação da fertilidade é comparável à dos melhores centros do mundo.

Não há dúvidas de que o aumento na demanda por procedimentos de congelamento de óvulos e preservação da fertilidade refletem as mudanças socioculturais em curso, enquanto os avanços médicos e científicos nessa área respondem diretamente a essas transformações.

Atualmente, além do congelamento de óvulos, a fertilização in vitro é essencial para quem enfrenta limitações biológicas para ter filhos. O processo inclui a coleta de gametas, fecundação em laboratório e transferência dos embriões para o útero. Os avanços na criopreservação também permitem que as mulheres congelem óvulos indefinidamente, possibilitando gravidez tardia ou após tratamentos que afetem a fertilidade.

Adiar a gravidez após os 35 anos requer conhecer a reserva ovariana. Se for adequada, o congelamento de óvulos permite escolher o melhor momento para engravidar. O processo é relativamente simples, com alta taxa de sobrevivência e qualidade dos óvulos após o descongelamento, garantindo uma opção segura para o planejamento da maternidade.

Quando a mulher decide engravidar, os óvulos congelados são descongelados e podem ser utilizados todos de uma vez ou em quantidade pré-definida. Esses óvulos são então fertilizados com espermatozoides do parceiro ou de doadores em uma clínica de reprodução assistida. Embora o congelamento possa ser feito em qualquer idade, é recomendado realizá-lo antes dos 35 anos para garantir a melhor qualidade dos óvulos e aumentar as chances de sucesso na gravidez.

O ovário, com uma vida útil de cerca de 40 anos, começa com aproximadamente 400 mil óvulos e usa cerca de 480 mil ao longo da vida reprodutiva. A cada ovulação, entre 250 e 1.000 óvulos são perdidos. Assim como uma árvore frutífera produz flores que nem todas se transformam em frutos, o congelamento de óvulos resgata aqueles que seriam naturalmente perdidos.

A mulher pode congelar óvulos quantas vezes precisar, salvando aqueles que seriam descartados mensalmente. A quantidade e a qualidade dos óvulos são essenciais, e muitas começam o congelamento aos 32 anos, embora também seja possível aos 37 ou 38 anos, após avaliação da reserva ovariana. Com uma quantidade adequada de óvulos, é possível garantir a preservação da fertilidade para o futuro.

O congelamento de embriões é uma opção para quem deseja adiar a maternidade, permitindo verificar a fecundação e a qualidade do embrião. No entanto, isso pode limitar a flexibilidade da mulher, pois, se a fertilização ocorrer e a idade avançar, os embriões pertencem ao casal. Em caso de divórcio, a mulher não poderia usar esses embriões com um novo parceiro.

A medicina continua a avançar, e em breve poderemos prever quais óvulos têm maior probabilidade de se tornarem embriões viáveis. Com essa tecnologia, será possível selecionar os melhores óvulos para congelamento, reduzindo a quantidade necessária e aumentando as chances de sucesso. O futuro da fertilidade está apenas começando.

  


Marcos Sampaio - médico ginecologista, especialista em reprodução assistida e diretor da clínica Origen BH.


Dia Nacional do Combate ao Fumo: conscientização pode salvar vidas

 Médicos do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), dão dicas para se abandonar do vício, que mata oito milhões de pessoas no mundo anualmente


O tabaco mata mais de oito milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo: sete são decorrentes do consumo direto; 1,2 milhão são de fumantes passivos. Os dados são da Organização Mundial da Saúde (OMS). E para levar informações e promover a conscientização sobre os malefícios do cigarro e outros derivados, foi instituído, em 1986, o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto.
 

O médico Vinícius Conceição, do Vera Cruz Oncologia, em Campinas (SP), destaca que, embora haja um dia dedicado à causa, o trabalho deve ser permanente. “É importante alertar a população sobre os perigos do cigarro e incentivar aqueles que fumam a buscar apoio para abandonar o vício, promovendo uma vida mais saudável e livre do tabaco”, enfatiza. 

O tabagismo é considerado uma das principais causas evitáveis de mortes no mundo. “Aumenta significantemente o risco de desenvolver uma série de doenças graves que acometem principalmente os pulmões, como o câncer e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), além de doenças cardíacas, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e outros tipos de cânceres, como os de boca, garganta, esôfago e bexiga”, enumera o oncologista.

 

Pulmão

Informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que 90% das mortes em decorrência do câncer de pulmão têm relação com o tabagismo. Também destaca que mais de 32,5 mil casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão devem ser registrados por ano no Brasil, no triênio de 2023 a 2025. 

Em meio a esses dados alarmantes, o pneumologista Ronaldo Macedo, do Vera Cruz Hospital, em Campinas, explica que o tumor de pulmão é também um dos mais evitáveis. “Como o cigarro está relacionado a um número muito alto de óbitos por câncer de pulmão (90%), parar de fumar é a medida inicial mais importante para a redução do risco de desenvolver a doença”, orienta. Importante lembrar que não apenas o fumante, mas as pessoas que convivem no mesmo ambiente, ou seja, os fumantes passivos, também são beneficiadas ao deixar de se expor à fumaça. 

Segundo o pneumologista, os primeiros benefícios após abandonar o cigarro, começam a ser percebidos em alguns minutos pelo organismo. “Dentro de apenas 20 minutos, a pressão arterial e a frequência cardíaca do ex-fumante começam a se normalizar. Em 24 horas, o risco de um ataque cardíaco já começa a diminuir. Ao longo do tempo, a função pulmonar melhora, o risco de doenças cardíacas e câncer diminuem significativamente, e a qualidade de vida em geral aumenta”, destaca, para estimular quem pretende iniciar a jornada e abandonar de vez o vício. 

Macedo orienta que o primeiro passo é definir como se deseja passar por este processo: parada imediata, quando se determina uma data e, a partir dela não se fuma mais; ou parada gradual, na qual se estipula a quantidade de cigarros consumidas no dia e diminui dia a dia, até zerar. “Este é um processo individual, que deve levar em consideração como cada um se sente melhor com relação ao abandono do vício. O importante é que se tenha apoio da família e dos amigos”, destaca. 

Momentos críticos fazem parte do processo. “Síndrome de abstinência, que inclui a fissura (vontade intensa de fumar), dor de cabeça, irritabilidade, tonteira, alteração do sono, tosse, indisposição gástrica e outros sintomas que podem variar de pessoa para pessoa. Também é possível que não se tenha nenhum sintoma. Em média, quando se manifestam, os sintomas duram de uma a duas semanas”, diz o pneumologista. 

Outro ponto importante é não ter medo de recaídas. “A recaída pode ocorrer, mas não deve ser encarada como um fracasso. Se acontecer, recomece, preste atenção ao motivo que o levou a voltar a fumar e corrija a rota. De modo geral, o fumante tenta abandonar o vício cerca de três ou quatro vezes até conseguir definitivamente. O que importa é se dar várias chances”, recomenda.

 

Apoio e tratamento

Já Conceição afirma que abandonar o cigarro é um desafio de inúmeras fases e possível de enfrentar com apoio e recursos adequados. “Existem diversas estratégias e tratamentos disponíveis para ajudar os fumantes a superar o vício, incluindo terapias comportamentais, medicamentos, grupos de apoio e programas de cessação do tabagismo. É importante que os fumantes saibam que não estão sozinhos e que há ajuda disponível para tornar a jornada rumo a uma vida sem cigarro mais fácil e bem-sucedida”, diz. 

“O Dia Nacional de Combate ao Fumo é um momento crucial para reforçar a importância de uma vida livre do tabaco. Ao promover a conscientização sobre os perigos do cigarro e os benefícios de parar de fumar, esperamos inspirar mais pessoas a tomar a decisão de abandonar o vício e adotar um estilo de vida mais saudável”, conclui o oncologista.



Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br



Vera Cruz Hospital

 

Pés gelados e circulação: será que é só frio mesmo?

Condição pode não ter relação apenas com o clima, mas com problemas vasculares. Entenda quando ficar alerta ao problema

 

Andar de meias pela casa o dia todo, calça de pijamas, chá ou café sempre quentes. Um cenário aconchegante, exceto por uma sensação: pés gelados. Para algumas pessoas, temperaturas mais baixas, ou até mesmo amenas, podem representar um desconforto maior, principalmente nas extremidades do corpo. Esses sintomas são comuns durante os períodos mais frios, sobretudo ao longo do inverno. No entanto, quando nem o aquecimento com meias, luvas e cobertores funciona, é preciso ficar atento. 

Primeiro, é necessário compreender o que ocorre com o corpo durante os climas mais frios. No geral, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos, em uma reação que faz parte da própria defesa natural do organismo. 

“A vasoconstrição, uma diminuição do diâmetro da parede do vaso, é a primeira reação da nossa circulação devido às temperaturas frias, para exatamente diminuir a perda de calor corporal para mantermos a nossa temperatura basal”, explica a médica Allana Tobita, cirurgiã vascular membro da SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia vascular).
 

Gelados mesmo sem frio 

Conforme a SBAVC, existem casos em que as pessoas podem apresentar a sensação das extremidades geladas, mesmo em situações de clima ameno ou quente. Isso pode ocorrer devido a pouca ingestão de água ou em pacientes obesos, hipertensos, diabéticos, tabagistas, entre outros. O período mais frio também aumenta o risco do agravamento de doenças vasculares. 

“Em situações de doenças vasculares, essa vasoconstrição pode ser um fator de gatilho para manifestações de vasculites, mudança de coloração do membro, dormência nas polpas digitais e até obstrução ou entupimento vascular, por conta dessa diminuição de fluxo sanguíneo. Por isso, essa época é um momento de maior índice de infartos e eventos cardiovasculares, exatamente por essa redução do diâmetro da parede vascular, ocasionando uma menor oferta de fluxo sanguíneo”, detalha a médica Allana.
 

Confira cinco sinais para ficar atento 

Existem alguns sinais comuns que devemos ficar atentos em relação ao frio persistente nas extremidades do corpo:
 

Mãos: podem mudar de coloração durante o frio de forma temporária e transitória, de forma fisiológica, mas devem retornar ao normal após aquecidas. Mãos frias permanentemente podem gerar lesão vascular, como obstrução, entupimento de microvasos e causar danos na pele, muscular ou nervoso.
 

Não é normal: quando alteram a coloração da pele de forma persistente, ficando escurecidas, arroxeadas ou pálidas.
 

Sensibilidade: a alteração de cor na pele pode ser associada ou não a perda de sensibilidade, ou até aparecimento de dor local, com diminuição da mobilidade.
 

Pacientes: se a pessoa possui alguma doença vascular diagnosticada, ela deve ficar atenta a sintomas como dores repentinas em uma das pernas, aparecimento de inchaço, peso, cansaço nos membros inferiores, presença de hematomas, escurecimento da pele, dor ao caminhar, perda de sensibilidade do membro, câimbras, queimação nas pernas ou planta dos pés e até perda de pelos nos membros.
 

Importante: quando os sintomas não passam com o aquecimento tradicional, por meio de luvas, cobertores, meias ou aquecedores, é aconselhável consultar um médico.
 

Como evitar problemas de circulação 

São diversos fatores que contribuem para a saúde dos vasos sanguíneos, além do acompanhamento médico periódico. Alguns hábitos podem trazer benefícios, como:
 

Prática de exercícios físicos: essa é uma atividade recomendada na prevenção de diversas doenças. O fortalecimento dos músculos propicia a melhora do sistema circulatório e a queima de gordura, essenciais para a melhor fluidez e oxigenação do sangue. Além disso, diminui a retenção de líquidos.
 

Hidratação: beber água ajuda a eliminar toxinas do corpo, diminui a viscosidade do sangue e melhora a circulação. Este hábito contribui também para a saúde dos rins e diminuição do risco de cálculos renais.
 

Alimentação saudável: comidas leves, como baixos teores de gordura, ricas em fibras e baixo teor de açúcar evitam os processos que entopem os vasos.
 

Uso de meias de compressão 

Uma alternativa para quem deseja buscar conforto nas pernas é o uso das meias de compressão. Esses itens são utilizados no tratamento de inchaço, problemas de circulação, fadiga e conseguem aliviar sintomas causados pelo frio. Existem diversos tipos, que podem ser usados diariamente e modelos que são recomendados conforme avaliação médica. As meias de compressão também colaboram para a circulação saudável em diferentes situações do cotidiano, auxiliando na prevenção de doenças venosas, diminuindo a sensação de cansaço muscular e aumentando o conforto dos usuários. Dentre as mais bem avaliadas do mercado estão as meias da SIGVARIS GROUP, empresa global com soluções inovadoras e de alta qualidade em terapia de compressão médica, podem se adequar a qualquer necessidade pessoa, desde viagens longas, a esportes e pós-cirúrgicos, com eficácia o tratamento de doenças venosas e linfáticas. A companhia possui um amplo portfólio, com produtos que podem ser usados pelos mais diversos perfis de pessoas.

 

SIGVARIS GROUP


Dia da Gestante: o papel essencial do diálogo entre médico e paciente

FEBRASGO destaca a importância da comunicação na elaboração do plano de parto e no apoio contínuo durante o pós-parto, garantindo cuidado integral e humanizado à saúde da mulher e do bebê.

 

O Dia da Gestante, celebrado em 15 de agosto, é uma data dedicada a reconhecer e valorizar este momento especial na vida das mulheres. É uma oportunidade para destacar a importância dos cuidados com a saúde e o bem-estar das gestantes, além de promover a conscientização sobre as mudanças significativas que ocorrem durante a gravidez. Essas mudanças abrangem não apenas o aspecto físico e emocional, mas também impactam a vida profissional, social e familiar das mulheres. Neste contexto, a Federação das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), reforça a importância do diálogo entre médico e paciente para garantir todo o apoio necessário durante essa fase. 

Um exemplo sobre a importância dessa relação entre o profissional da saúde e a gestante é a elaboração do plano de parto, que nada mais é do que um documento com a descrição das preferências da paciente referentes ao parto. O Dr. Ricardo Porto Tedesco, membro da FEBRASGO, explica que o objetivo do plano de parto é garantir que o atendimento seja respeitoso e alinhado com as preferências da paciente. 

“A gestante pode discutir as opções de parto disponíveis com o médico e outros detalhes como se deseja permanecer em jejum ou não, quem gostaria de ter como acompanhante, se prefere se movimentar durante o parto, se gostaria de ouvir uma seleção de músicas específicas e se prefere um ambiente com pouca luz, sempre visando proporcionar uma experiência de parto que atenda às suas necessidades e desejos”, diz.

O especialista comenta que antes do parto, não é necessário que a paciente permaneça em jejum, nem que suspenda os medicamentos que está usando, exceto em situações específicas. Por exemplo, para pacientes que tomam anticoagulantes ou insulina, é essencial seguir as orientações individuais fornecidas pelo médico. 

O documento é um guia, sendo importante que a paciente compreenda que o plano de parto é uma ferramenta para comunicação clara e colaboração entre a paciente e a equipe médica, mas que todas as ações previstas serão respeitadas desde que não coloquem em risco a vida da mãe e do bebê. 

Sobre o local do parto, a FEBRASGO defende que ele aconteça no hospital. Junto com a equipe médica responsável, a gestante será assistida de forma acolhedora e a segurança é significativamente maior em um ambiente hospitalar. Os profissionais estão preparados para agir prontamente diante de situações adversas que possam surgir, como sofrimento fetal agudo durante as contrações uterinas, picos hipertensivos ou sangramentos não normais. “Como imprevistos podem acontecer, a capacidade da equipe para intervir de maneira eficaz é essencial para a segurança da mãe e do bebê em ambiente hospitalar”, reforça. 

Outro aspecto importante sobre o diálogo entre médico e paciente está na informação. O médico explica que é importante para a gestante conhecer o seu corpo e saber identificar os sinais que indicam o início do trabalho de parto. “O sinal clínico de que o trabalho de parto começou é a presença de contrações ritmadas, com uma contração a cada três a quatro minutos, acompanhadas de cólicas”, diz. 

Quando a paciente entende o que está acontecendo, ela sabe que o trabalho de parto pode durar várias horas e que não há necessidade de urgência, correria ou estresse. Identificar os sinais corretos é crucial, pois a internação precoce pode prejudicar o sucesso do parto vaginal. “Muitas vezes, ao internar-se muito cedo, a paciente pode enfrentar horas ou até dias de angústia, o que pode levar à desistência da tentativa de parto vaginal e, consequentemente, à realização de uma cesárea que poderia ter sido evitada. A principal recomendação é que ela se mantenha tranquila e confiante durante esse período”, explica.

 

O relacionamento entre médico e paciente continua no pós-parto 

Atualmente, fala-se no "quarto trimestre" da gestação, referindo-se ao período logo após o nascimento do bebê. Enquanto os nove meses de gravidez são divididos em três trimestres, o quarto trimestre abrange o período pós-parto, quando o suporte que a mulher recebia durante a gravidez se torna menos frequente, mas a relação ente médico e paciente continua neste período. 

Esta fase pode ser extremamente desafiadora, pois a mulher enfrenta diversas dificuldades, como a insegurança no cuidado com o recém-nascido, a privação do sono e os desafios da amamentação. A adaptação da pega do bebê ao mamilo e o ajuste à nova rotina podem ser especialmente difíceis, exigindo paciência e apoio para encontrar um equilíbrio. 

O médico destaca que a mulher deve receber o mesmo apoio e suporte no pós-parto que teve durante a gestação. Ele explica que é comum a partir do terceiro ou quarto dia após o parto, que a mulher experimente uma sensação de melancolia, geralmente no final do dia. “Ela pode sentir vontade de chorar sem entender muito bem a razão, mesmo que as coisas estejam indo bem. É importante esclarecer que esse sentimento é normal e não deve ser confundido com depressão pós-parto. Normalmente, essa sensação de melancolia se resolve espontaneamente dentro de duas a três semanas após o parto. Por isso, o diálogo com a paciente é muito importante, do início ao fim”, finaliza Tedesco.

 

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