O crescimento das notificações no
Brasil, especialmente no Sudeste, segue tendência mundial, devido a quedas nas
coberturas vacinais. A incidência dos casos tem sido maior em menores de um ano
de idade 1-4
Segundo
estudos, a transmissão das mães para os bebês é uma das formas mais comuns de
infecção, sendo responsáveis por, aproximadamente, 39% dos casos. A imunização
das gestantes com a dTpa é uma das medidas de prevenção recomendadas 6,9,15
Somente no primeiro semestre de 2024, o
Brasil já teve mais de cem casos confirmados de coqueluche, número que aponta
um aumento nos registros da doença.1 No Estado de São Paulo, por
exemplo, foram 78 casos em apenas seis meses comparados aos 54 casos no ano de
2023 inteiro.1 O Rio de Janeiro registrou aumento de mais de 300%,
com 34 confirmações da doença até julho contra oito registros no ano anterior.2
Minas Gerais também aponta crescimento, com 15 confirmações este ano ante às 13
do ano passado.3 Os casos têm sido notificados em diversos grupos
etários, com maior incidência nos menores de um ano de idade.3,4 De
acordo com uma nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde, estes dados ainda
não refletem um pico epidêmico, porém, mostram que o país está acompanhando a
tendência de aumento de relatos da doença, que já vem sendo registrado na
Europa, Ásia, Oceania e Américas, principalmente, em razão de quedas nas coberturas
vacinais.4
A coqueluche, conhecida popularmente
como “tosse comprida”, é uma doença infecciosa aguda de transmissão por
gotículas, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que ocorre,
principalmente, em bebês menores de um ano de idade e crianças e que pode
evoluir para formas graves especialmente nos lactentes menores, que ainda não
completaram o esquema de vacinação primário de rotina, que começa aos 2 meses
de idade e finaliza aos 6 meses.5,6 “Quanto mais novo é o bebê,
mais grave pode se tornar a doença, que é uma importante causa de
morbi-mortalidade em crianças. Devido justamente à gravidade acentuada em
recém-nascidos, a vacina dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche,
integra o calendário de vacinação da gestante como forma de prevenção da
coqueluche nos primeiros meses de vida do bebê, para preencher esta lacuna de
proteção”, comenta Dr. Marcelo Freitas, gerente médico de vacinas
da GSK.
Vacinação contra coqueluche
Com a imunização durante a gravidez, as
mães podem proteger seus bebês contra diversas doenças infecciosas, como a
coqueluche.10,14,15 “As gestantes devem se imunizar com a dTpa a partir
da 20ª semana de gravidez. Estudos demonstram que os anticorpos da gestante
exercem uma importante ação protetora sobre o bebê, até os 3 meses de idade. Já
numa futura gravidez, os níveis de anticorpos podem não permanecer altos o
suficiente para fornecer um nível adequado de proteção, mesmo se as gestações
forem próximas. Por isso, é importante que a mãe se vacine com a dTpa a cada
gestação”, explica Dr. Marcelo.
O Ministério da Saúde, a Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e a
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam a vacinação com dTpa a
partir da 20ª semana de gestação, a cada gestação. Já para gestantes nunca
vacinadas ou com histórico vacinal desconhecido, recomenda-se uma dose de dTpa
e o restante de doses faltantes para completar o esquema que deve ser feito com
a dT.15-17
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Imunizações, o esquema vacinal contra coqueluche para crianças menores de um
ano pode ser realizado com três doses da vacina pentavalente ou hexavalente,
que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae
do tipo b, hepatite B e poliomielite, administrada aos dois, quatro e seis
meses de vida. Dos 15 aos 18 meses e dos quatro aos seis anos de idade, são
realizados os reforços contra a doença. O reforço entre 4 e 6 anos pode ser
realizado com DTPa-VIP, dTpa-VIP, DTPa ou DTPw. O próximo reforço deve ser
feito com a vacina tríplice acelular do tipo adulto (dTpa) cinco anos depois,
preferencialmente entre 9 e 11 anos.7 Segundo a Sociedade Brasileira
de Imunizações, a vacina acelular (dTpa) é preferível à de células inteiras
(dTpw) devido à menor frequência e intensidade dos eventos adversos associados
à sua administração.7 No SUS, está disponível a vacina pentavalente
para o esquema primário e o reforço deve ser realizado com DTP aos 15 meses e 4
anos de idade.7
A Sociedade Brasileira de Imunizações
preconiza o reforço com dTpa a cada dez anos, para aqueles com esquema de
vacinação básico completo. Já para aqueles com esquema básico incompleto, é
recomendada uma dose de dTpa e o uso de dT, dupla bacteriana do tipo adulto, de
forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico. Não
vacinados e/ou pessoas com histórico vacinal desconhecido devem tomar uma dose
de dTpa e duas doses de dT no esquema 0-2-4 a 8 meses.8
Estratégia Cocoon
É importante alertar que os familiares
próximos são os principais transmissores da bactéria que causa a coqueluche
para os bebês. Como as mães costumam ser a pessoa que convive mais de perto
durante os primeiros meses de vida do recém-nascido, elas são a fonte mais
comum de infecção, sendo responsáveis pela transmissão, em aproximadamente 39%
dos casos. Cerca de 16% das contaminações acontecem através dos pais, entre 16%
e 43% dos irmãos e 5% através dos avós.6 Por isso, os contactantes mais
próximos do recém-nascido, como pais, irmãos, avós e cuidadores, também devem
estar com a imunização em dia para proteger os lactentes contra a coqueluche,
formando assim uma rede de proteção conhecida como “estratégia cocoon” ou
“estratégia casulo”.6,10
Para os contactantes de lactentes, é
recomendado o reforço da dTpa, em substituição à dT, cinco anos após a última
dose da vacina, para que, além da proteção individual, reduza a transmissão da
Bordetella pertussis para os mais suscetíveis a complicações,
como os recém-nascidos. A imunização deve ser feita antes do nascimento do bebê
para que todos já estejam protegidos no momento do nascimento. Mesmo quem já
teve coqueluche também deve se vacinar, já que a proteção conferida pela
infecção não é permanente.8 Manter bons hábitos de higiene, como
lavar as mãos com regularidade e cobrir o nariz e a boca ao tossir ou espirrar,
também podem ajudar a prevenir e conter a disseminação da doença.11
Vacinas são
seguras para as gestantes
A imunização de gestantes é uma prática
consolidada no Brasil e foi responsável pela eliminação de doenças infecciosas,
como o tétano materno e neonatal, e pela redução de hospitalizações e óbitos
por outras doenças, como a influenza e a coqueluche. As vacinas recomendadas
durante a gestação são inativadas, ou seja, são compostas por microrganismos
sem capacidade de gerar a doença.9,12,13
Por isso, é importante reforçar a
importância das vacinas recomendadas durante o período da gravidez: influenza,
contra gripe; dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche; dT,
que imuniza contra difteria e tétano; a vacina contra hepatite B; e a vacina
contra COVID-19. Todas estão disponíveis na rede pública de saúde de todo o
país, através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da
Saúde, além das unidades privadas de vacinação.14,15 “As vacinas
recomendadas durante a gestação têm como objetivo fortalecer o sistema
imunológico da gestante e proteger a saúde do bebê. Com a imunização, os
anticorpos da mulher são transferidos para a criança pela placenta e, após o
nascimento, por meio da amamentação”, finaliza Dr. Marcelo Freitas.
Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.
GSK
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Coqueluche. Tabela de casos de coqueluche. Disponível em <Link> Acesso em: 15 de julho de 2024;
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Secretaria de Estado de Saúde alerta para aumento no número de casos de coqueluche. Disponível em <Link> Acesso em: 15 de julho de 2024;
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS. Vacinação é a principal forma de prevenção à coqueluche. Disponível em <Link> Acesso em: 15 de julho de 2024;
BRASIL. Ministério da Saúde. Nota técnica. Alerta sobre o aumento global de casos de coqueluche. Disponível em <Link> Acesso em: 15 de julho de 2024;
PORTAL FAMÍLIA SBIM. Doenças. Coqueluche (pertussis). Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
WILEY, KE. et al. Sources of pertussis infection in young infants: A review of key evidence informing targeting of the cocoon strategy. Vaccine,31(4): 618-25, 2013;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação SBIm criança 2024/2025. Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação SBIm adulto 2024/2025. Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Vacinação de gestante: proteção em via dupla. Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Vaccines and Pregnancy Home. Vaccines & Pregnancy: Top 8 Things You Need to Know. Disponível em: <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PREVENÇÃO DE DOENÇAS INFECCIOSAS RESPIRATÓRIAS. Disponível em: <Link>. Acesso em 15 de julho de 2024;
BRASIL. Ministério da Saúde. Tétano Neonatal. Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Documento técnico. Imunização na gestação, concepção e puerpério. Disponível em: <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
BRASIL. Ministério da Saúde. Saiba quais vacinas devem ser administradas durante a gestação. Disponível em <Link> Acesso em: 15 de julho de 2024;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário de vacinação SBIm gestante 2024/2025. Disponível em <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024;
BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário Nacional de Vacinação. Disponível em: <Link>. Acesso em 15 de julho de 2024;
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA. Programa Vacinal para Mulheres. São Paulo: FEBRASGO, 2021. Disponível em: <Link>. Acesso em: 15 de julho de 2024.