Endócrino alerta para a obesidade como uma das causas
“A falta de libido
é um dos principais sintomas que faz os homens procurarem o médico, porém, o
hipogonadismo, que é a falta da testosterona, pode vir acompanhado de outros
sintomas como perda de cabelo, diminuição da barba, falta de energia, de
disposição, o homem fica deprimido e desanimado. Pode haver uma mudança
corporal, com maior acúmulo de gordura na barriga e perda de massa muscular. As
alterações do sono e as metabólicas, como hipertensão e colesterol, também
podem estar entre os sinais da deficiência hormonal”, alerta Dr. Felipe Henning
Gaia Duarte, endocrinologista presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional
São Paulo (SBEM-SP).
Ele explica ainda
que a obesidade pode provocar uma série de alterações hormonais e inflamatórias
que podem acabar produção do testosterona, portanto, o hipogonadismo acaba
sendo uma situação muito comum, dada a alta prevalência da obesidade (basta ver
estatísticas do Atlas Mundial de Obesidade 2023, clique aqui).
A dosagem do nível
de testosterona do sangue é o exame principal para que se possa avaliar se, de
fato, os sintomas estão relacionados a baixa deste hormônio, mas há observações
importantes. “Não é tão simples assim avaliar o nível da testosterona. Temos
que analisar em conjunto com os valores da proteína SHBG. Esta proteína carrega
a testosterona no sangue, portanto alterações no seu valor vão impactar na dosagem
da testosterona total. Obesidade e diabetes descontrolado, por exemplo, podem
alterar os níveis de SHBG. Além disto, é necessário avaliar outros hormônios,
pois alterações nestes também podem levar a redução dos valores de testosterona”,
explica Dr. Felipe.
Os sintomas da
falta de hormônio masculino são muito parecidos com os sintomas relacionados ao
estresse do cotidiano, por isso a necessidade dos exames para diagnóstico
completo.
Como
dosar a testosterona?
“É importante seguir algumas recomendações, pois a testosterona sofre influência até de alimentos e do horário do dia em que ela é coletada. A dosagem deve ser realizada entre as 6 e 9 horas da manhã, em razão do ritmo circadiano. O paciente deve estar em jejum, pois a ingesta de carboidratos e gorduras pode reduzir os níveis deste hormônio. Também deve-se lembrar de orientar o paciente para suspender biotina (caso ele use), cerca 3 dias antes do exame, pois a biotina, que tem sido usada com frequência para crescimento de unhas e cabelo, interfere na análise laboratorial”, complementa Dr. Leonardo Parr, endocrinologista da SBEM-SP.
SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo
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