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terça-feira, 5 de março de 2024

5 plantas que afastam o mosquito da dengue

Manjericão 
Freepik

Com um aumento de mais de 445% nos casos da doença em comparação ao mesmo período do ano passado, a adoção de métodos naturais de prevenção torna-se essencial

 

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já superou os 740 mil casos de dengue, representando um aumento de mais de 445% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 165.839 casos. Diante desse recorde, torna-se crucial reforçar as medidas de prevenção. Uma estratégia simples e com um aroma agradável envolve o cultivo de plantas aromáticas em casa, que podem ajudar a afastar o mosquito transmissor da dengue. Isso porque o aroma dessas plantas e ervas interfere nos sensores olfativos dos insetos, afastando-os das pessoas. “Os mosquitos são atraídos por substâncias químicas exaladas pelo nosso corpo, como o dióxido de carbono, durante a respiração”, explica Giovani Lucas Miranda, professor de Ciências e Biologia do Colégio Positivo. Isso explica a proximidade dos mosquitos com a cabeça humana. “É uma área de intensa eliminação de gás carbônico, substância química que atrai os pernilongos”, acrescenta o professor. E, segundo ele, alguns aromas, afastam o mosquito, servindo como repelente e um método eficaz de combate à dengue.

Lavanda 
Freepik

Plantas como sálvia, melissa, citronela, manjericão e lavanda são reconhecidas pelos óleos essenciais que funcionam como repelentes naturais contra mosquitos e outros insetos. “Compostos como o citronelol, presente na citronela, e o linalol, encontrado na lavanda, afetam os sensores olfativos dos mosquitos, dificultando a capacidade de localizarem humanos para picar. O manjericão contém eugenol, e a sálvia possui tujona e cineol, que podem ter efeitos tóxicos e irritantes nos sensores olfativos dos insetos, desestimulando a permanência deles nas áreas onde essas plantas estão presentes”, detalha o especialista. Portanto, os óleos essenciais dessas plantas também podem ajudar a repelir pernilongos, incluindo o Aedes aegypti, responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya. Mesmo não sendo uma solução definitiva, contribuem para a redução da presença desses insetos nas áreas habitadas.


Conhecendo as propriedades de cada planta

  1. Sálvia (Salvia officinalis): rica em óleos essenciais como cineol, borneol e tujona, conhecidos pelas propriedades repelentes de insetos. Além do uso tradicional na culinária devido ao aroma forte, a sálvia é aplicada no tratamento de problemas digestivos e inflamações da boca e garganta, possuindo também propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
  2. Melissa (Melissa officinalis) ou erva-cidreira: conhecida pelas propriedades calmantes, a melissa contém óleos essenciais como citral, neral e geraniol, que ajudam a repelir insetos. É de fácil cultivo e atrai abelhas, beneficiando a polinização do jardim.
  3. Citronela (Cymbopogon nardus): o óleo essencial é um dos repelentes de mosquitos mais eficazes e naturais, usado em velas, sprays e loções. Contém geraniol, citronelol e citronelal, que interferem nos sensores dos insetos, repelindo-os eficazmente. Além do uso como repelente, a citronela é usada em aromaterapia para promover relaxamento e aliviar o estresse.
  4. Manjericão (Ocimum basilicum): rico em eugenol, linalol e citronelol, o manjericão é muito usado na culinária pelo sabor único, propriedades anti-inflamatórias  antibacterianas, além de ser uma fonte de antioxidantes. Fácil de cultivar, atrai abelhas, é benéfico para o ambiente e ainda atua como repelente de mosquitos.
  5. Lavanda (Lavandula angustifolia): além das conhecidas propriedades relaxantes, utilizadas em produtos de aromaterapia para alívio do estresse e indução do sono, a lavanda pode repelir mosquitos e traças devido ao óleo essencial que contém linalol e acetato de linalila.

 

Medidas preventivas

O uso de plantas e óleos essenciais como repelentes naturais é uma estratégia ambientalmente sustentável, reduzindo a dependência de repelentes químicos, que podem acarretar efeitos adversos para a saúde e o meio ambiente. “Isso porque além de repelir mosquitos, essas plantas podem atrair insetos benéficos e polinizadores, desempenhando um papel valioso na manutenção da saúde do ecossistema local”, destaca o professor. 

Como o Aedes aegypti está adaptado à convivência com humanos, pode picar ao longo do dia, especialmente em períodos de menor incidência solar, quando tende a se abrigar. Contudo, isso não o impede de picar dentro de residências durante o dia. “De modo geral, ele mostra preferência por períodos de baixa de luminosidade, especialmente ao final da tarde. Por isso, recomenda-se a instalação de telas e o fechamento de portas e janelas após às 16h30, principalmente em áreas com presença conhecida desses mosquitos. E, se possível, aplique repelente”, sugere Giovani.

Ele enfatiza que é importante entender que, embora o cultivo dessas plantas possa ajudar na redução de mosquitos, essa medida deve ser parte de uma estratégia mais ampla de combate à dengue, que inclua a educação da comunidade, a manutenção da limpeza e a eliminação de possíveis criadouros do mosquito. 


Repelente caseiro

Ele pode ser preparado com óleo de citronela, reconhecido por suas propriedades repelentes naturais contra mosquitos. O professor indica uma receita básica que pode ser facilmente feita em casa:

Ingredientes:

- ½ xícara de água

- ½ xícara de álcool de cereais ou álcool 70%

- 50 a 60 gotas de óleo essencial de citronela

- 30 gotas de óleo essencial de eucalipto limão (opcional para reforçar a eficácia)

- 20 gotas de óleo essencial de lavanda (opcional, para agregar aroma e efeito calmante)

- Um frasco de spray vazio e limpo

Modo de preparo:

  1. Em uma tigela pequena, misture o álcool com os óleos essenciais. O álcool ajuda a dispersar os óleos essenciais uniformemente e aumenta a eficácia do repelente.
  2. Adicione a água à mistura e mexa bem. Se estiver usando álcool isopropílico, a quantidade de água pode ser ajustada para suavizar a mistura, conforme sua preferência.
  3. Com a ajuda de um funil, transfira a mistura para o frasco de spray. Certifique-se de que  esteja limpo para evitar contaminações.
  4. Agite o frasco antes de cada uso para assegurar a mistura homogênea dos óleos essenciais com a água.
  5. Borrife o repelente caseiro nas áreas expostas da pele, evitando contato com os olhos, boca e feridas. Se necessário, aplique também em roupas, cortinas e próximo às janelas e portas por onde os pernilongos podem entrar. Este repelente natural pode ser reaplicado com mais frequência do que os repelentes comerciais, especialmente se você suar ou se molhar.
  6. Guarde o repelente em local fresco e protegido da luz para preservar a integridade dos óleos essenciais.


Cuidados especiais

 - Faça o teste de sensibilidade aplicando uma pequena quantidade do produto no pulso para verificar se há alguma reação alérgica antes de usar no corpo todo.

- Os óleos essenciais são potentes e devem ser usados com atenção, especialmente em crianças e gestantes. Consulte um profissional de saúde antes do uso. 

Março Amarelo na Luta contra a endometriose

Fisioterapia pélvica é um dos tratamentos aliados na melhoria da qualidade de vida das mulheres portadoras dessa doença crônica

 

O mês de março marca o início das atividades do Março Amarelo, mês de conscientização sobre a endometriose, uma doença crônica que atinge 1 em cada 10 mulheres no país, segundo estimativas da Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva. Caracterizada pela presença de um tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina, a doença possui vários sintomas, sobretudo, cólicas menstruais fortes e também fora do período menstrual, dor durante e após as relações sexuais, com desenvolvimento da dispareunia, além de fadiga e cansaço extremo, inchaço abdominal, dor e ou sangue nas fezes e na urina, entre outros. 

Cada mulher, de acordo com seu diagnóstico, precisa de um tratamento multidisciplinar a ser realizado, que pode englobar uso de analgésicos, medicamentos hormonais, cirurgias de excisão completa e, ainda, tratamentos alternativos que aliviam os sintomas. Dentre eles, está a fisioterapia pélvica, uma especialidade que atua diretamente na disfunção dessa região baixa do abdômen. Segundo a professora do curso de fisioterapia da UniCesumar em Maringá, Kelley Coelho, a realização da fisioterapia pélvica ajuda, sobretudo, no alívio da dor. “É uma área do corpo onde estão músculos e ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero, intestino e responsável pelo controle urinário, fecal e função sexual.” 

Ela explica que a intensidade da dor varia de mulher para mulher, que pode ir de um incômodo até o impedimento de atividades rotineiras, como um simples ato de ir ao banheiro. “De acordo com a queixa, elaboramos um protocolo de tratamento individualizado. fazemos uso de equipamentos, técnicas manuais e exercícios pélvicos que auxiliam no tratamento. Muitas mulheres não conseguem mais ter uma vida sexual ativa ou estão com as necessidades fisiológicas comprometidas. A dor leva a um aumento da ansiedade que, por sua vez, piora a condição da paciente. A fisioterapia pélvica entra como aliada na melhoria do tensionamento da musculatura que, resulta no alívio dos sintomas”, detalha a professora. 

A eletroestimulação, conforme ela, tem o objetivo de promover o estado de analgesia, que é a redução da sensibilidade da paciente aos sinais de dor, por meio da exposição a pequenos e indolores níveis de corrente elétrica. “Também podemos destacar a liberação miofascial, que proporciona um maior relaxamento dos músculos dessa região, ao exercer pressão sobre pontos específicos do corpo, além de outras técnicas também como laser, radiofrequência, biofeedback”, diz Coelho, completando que as melhoras já podem ser percebidas logo nas primeiras sessões.
 

Números

Estima-se que 200 milhões de meninas e mulheres sejam atingidas pela endometriose em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é que esse número seja superior a seis milhões de portadoras. Apesar dos altos índices, a doença é negligenciada e invisibilizada; prova disso é que a endometriose não é considerada uma doença social, o diagnóstico é tardio (leva em média de 7 a 12 anos), os tratamentos pela rede pública são incipientes ou inacessíveis à grande maioria e as cirurgias restritas, quando realizadas.
 

Lei
Este ano, comemora-se dois anos da sanção da lei 14.324/2022, que instaurou o Dia de Luta contra a Endometriose, o 13 de março, além da Semana Nacional de Educação Preventiva e Enfrentamento à Endometriose. O dia escolhido é em homenagem à 1ª edição da EndoMarcha no Brasil e no mundo: 13 de março de 2014. A ideia do projeto surgiu em outubro de 2014, quando a cidade de Campo Grande (MS) instituiu 13 de março como Dia Municipal de Luta contra a Endometriose – e a Semana Nacional. Em 2016, a lei foi para âmbito estadual, em Roraima, e, em 2019, a então deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil/RJ) encabeçou o PL 3047/ 2019, que deu origem à lei.

 

UniCesumar

 

Aedes aegypti: 5 curiosidades e dicas para combater a dengue

Mosquitos têm hábitos peculiares e conhecê-los
 pode ajudar no seu combate.
Crédito: Aravind K por Pixabay
A informação é a melhor arma contra a proliferação da doença, que tende a crescer em períodos quentes e chuvosos

 

O crescente número de pessoas infectadas com dengue é alarmante em todo o Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o país já está perto da marca de 1 milhão de casos somente em 2024, pois já existem 419,4 mil casos confirmados e 554 mil em investigação - mais que o dobro do ano passado. Estima-se que até o final deste ano, sejam registrados 4,2 milhões de casos de dengue.  

De acordo com o biólogo e professor do Colégio Marista Santa Maria, Gustavo B. Propst,a tendência de crescimento da doença pode ser explicada pelas mudanças climáticas. “O aumento da temperatura no mundo e o aumento da chuva, causado pelo El Niño, trazem um ambiente mais propício para o mosquito Aedes aegypti”. A prevenção, segundo ele, continua sendo a informação e a ação conjunta de toda a sociedade.  

Confira algumas curiosidades que podem ajudar no combate à dengue:

·         Vida curta e rápida: o ciclo de vida do Aedes aegypti é formado por quatro etapas básicas - ovo, larva, pupa e adulto. O ciclo completo dura entre 7 e 10 dias, por isso é importante limpar e eliminar possíveis locais de água parada a cada uma semana, pelo menos. 

·         Dieta diferenciada: enquanto as fêmeas picam os humanos para se alimentar de sangue e gerar os ovos de novos mosquitos, os machos preferem uma dieta vegetariana, alimentando-se de néctar de flores. 

·         Horário certo: os mosquitos Aedes aegypti preferem sair para se alimentar de sangue durante o amanhecer e o anoitecer, então, é importante redobrar a atenção nesses horários. 

·         Vôo baixo: o padrão de voo do mosquito Aedes aegypti pode variar, e ele geralmente voa a alturas mais baixas, perto do solo. Por isso, proteger os pés, tornozelos e canelas, principalmente, é tão importante. 

·         Mãezona: uma fêmea de Aedes aegypti se alimenta quando já está grávida, para ajudar no desenvolvimento dos ovos. Depois de aproximadamente 3 dias, acontece a postura dos ovos, que pode variar entre 100 a 200 por vez. Durante sua vida, um mosquito pode dar origem a cerca de 1500 novos mosquitos. 

 

Colégios Maristas
maristabrasil.org/


Estado de São Paulo declarou estado de emergência devido à dengue

 

O estado de São Paulo declarou estado de emergência devido à dengue. A determinação foi feita pelo Centro de Operações de Emergências (COE), que é coordenado pela Secretaria Estadual da Saúde. A oficialização dessa decisão ocorreu na manhã de hoje, e o decreto correspondente será publicado no Diário Oficial ainda nesta terça-feira (5). Essa ação foi motivada pelo registro de 300 casos confirmados da doença para cada grupo de 100 mil habitantes no estado, alcançado na segunda-feira (4). 

O médico hematologista Dr. Carmino de Souza, diretor científico da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), explica que nos pacientes diagnosticados com dengue acontece uma vasodilatação com extravasamento de plasma sanguíneo, a parte líquida do sangue, havendo risco de pressão baixa, de desidratação e até de morte. 

“Além disso, um fenômeno que acompanha a vasodilatação é o extravasamento de plaquetas, células responsáveis pela coagulação, o que leva a uma plaquetopenia, que são o aparecimento de pintinhas vermelhas nos membros do corpo. No entanto, ela é reversível à medida que a dengue vai se controlando”, diz ele, que também é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

Em casos raros, complementa Souza, pode haver a necessidade de o paciente receber doação de sangue para elevar o nível de plaquetas: “Mas é pouco comum, embora quando o paciente tem dengue hemorrágica seja importante esse acompanhamento do médico clínico geral para avaliação por meio de exames como o hemograma”, conta. Nesses casos, um médico hematologista pode oferecer um suporte. Também é importante mencionar que o paciente com dengue não deve doar sangue por aproximadamente 30 dias após o diagnóstico.



Quebec, no Canadá, busca candidatos brasileiros para oportunidades de trabalho e estudo

 Interessados podem se candidatar entre 5 de março e 8 de abril. 18 empresas quebequenses oferecem mais de 200 vagas em diferentes setores

 

O governo do Quebec, província do Canadá, por meio da agência de desenvolvimento econômico Québec International, abriu hoje as inscrições para as Journées Québec BRÉSIL, iniciativa que visa recrutar brasileiros para trabalhar no país. Neste ano, 18 empresas quebequenses oferecerão mais de 200 vagas nos setores alimentício, de engenharia, industrial, manufatura, saúde, serviços sociais e tecnologia da informação. 

A edição deste ano também possibilitará que estudantes brasileiros interessados em fazer formações técnicas e de nível superior no Quebec encontrem instituições de ensino da região, esclareçam suas dúvidas e aprendam como é o processo para solicitar uma autorização de estudos. 

"Por ter escolhido a região de Quebec para me estabelecer, posso dizer que se trata de uma sociedade acolhedora. Além de encontrar uma grande comunidade de brasileiros, o mercado de trabalho é muito dinâmico, a qualidade de vida é excelente e a vida cultural é vibrante. Esteja o seu projeto de imigração já bem encaminhado ou ainda no início de sua reflexão, participe da nossa iniciativa de recrutamento!", diz Elisa Suhett Rinco, diretora de Mobilidade Internacional na Québec International e de origem brasileira.

 

Como participar

Para participar da seleção, é preciso criar uma conta gratuitamente no site Quebec na cabeça, preencher seu perfil e se candidatar às vagas de seu interesse pelo link Link, entre 5 de março e 8 de abril. O perfil deve ser preenchido em francês, pois este é o idioma oficial do Quebec. Os candidatos selecionados receberão as convocações por e-mail na semana de 16 de abril. A etapa final incluirá uma entrevista presencial com os recrutadores, em São Paulo, entre os dias 4 e 5 de maio. 

É importante que os interessados se atentem às exigências, entre elas a necessidade de diploma técnico ou universitário na área da vaga desejada, experiência profissional no setor e nível de francês proporcional à oportunidade em questão. Desde 2011, mais de 600 brasileiros já foram contratados por empresas do Qu

 

Sobre Québec International

Québec International contribui para o desenvolvimento econômico da região metropolitana de Quebec e para sua projeção internacional. Como uma agência de desenvolvimento econômico regional, Québec International promove o crescimento das empresas, apoia os setores estratégicos e atrai talentos e investimentos para a região. Para mais informações, acesse quebecinternational܂ca

ebec.

 

SERVIÇO

O quê: Feira de empregos e oportunidades de estudos com recrutamento virtual e entrevistas presenciais

Quando: inscrições de 5 de março a 8 de abril

Público: brasileiros e brasileiras que buscam vagas no mercado de trabalho e estudantes

Mais informações: Link 

 

Evitando a Malha Fina: Os 5 Erros mais Comuns na Declaração do Imposto de Renda

Imagem: Dall-e


A temporada de declaração do Imposto de Renda pode ser complicada para muitos contribuintes brasileiros. Com o objetivo de esclarecer esse processo, o contador, professor universitário e autor do livro “Declaração de Imposto de Renda: Dicas e truques que o Leão não quer que você saiba”, André Charone, compartilhou os cinco erros mais comuns que podem leva-lo à malha fina da Receita Federal.

 

Omissão de Rendimentos

Um dos erros mais frequentes, segundo Charone, é a omissão de rendimentos. Isso pode incluir esquecer de declarar parte do salário, rendimentos de aluguéis, ou ganhos de capital. "Todos os rendimentos recebidos durante o ano devem ser reportados, incluindo aqueles isentos ou não tributáveis. A omissão, seja por esquecimento ou desconhecimento, é um dos principais motivos para cair na malha fina", enfatiza Charone.

Para evitar cair na armadilha da omissão de rendimentos, Charone recomenda manter uma organização rigorosa de todos os documentos ao longo do ano, incluindo comprovantes de rendimento fornecidos pelos empregadores, extratos bancários, comprovantes de recebimento de aluguéis, entre outros. "Uma prática recomendada é criar um arquivo, físico ou digital, onde esses documentos possam ser facilmente acessados durante a preparação da declaração", sugere.

 

Dados Incorretos ou Incompletos

O erro de fornecer dados incorretos ou incompletos na Declaração de Imposto de Renda é um tropeço comum que pode levar os contribuintes direto para a malha fina da Receita Federal. Este erro abrange uma ampla gama de equívocos, desde simples erros de digitação até a falta de informações essenciais que podem afetar o cálculo do imposto devido.

Parece trivial, mas um simples número trocado no CPF de um dependente, ou um erro no valor declarado de um rendimento pode causar discrepâncias significativas na declaração. Essas diferenças são facilmente detectadas pelos sistemas da Receita Federal, que cruzam uma vasta quantidade de dados para validar as informações fornecidas. André salienta a importância de uma revisão cuidadosa: "Uma verificação meticulosa dos dados inseridos pode prevenir uma série de dores de cabeça. Algo tão simples quanto um erro de digitação pode atrasar o processamento da sua declaração e, potencialmente, levar a uma auditoria mais detalhada."

 

Despesas Médicas Incompatíveis

As despesas médicas são um dos pontos que mais geram dúvidas na hora de preencher a Declaração de Imposto de Renda, e, segundo André Charone, também são uma das áreas mais propensas a erros que podem levar o contribuinte a cair na malha fina. Isso se deve, em grande parte, à complexidade das regras que regem quais despesas podem ser deduzidas e como elas devem ser reportadas. 

Um dos erros mais comuns é a tentativa de deduzir despesas médicas não permitidas pela legislação. Charone alerta que nem todos os gastos podem ser deduzidos. Despesas com medicamentos, por exemplo, só são dedutíveis quando inclusas na conta hospitalar. "É fundamental que o contribuinte tenha conhecimento sobre o que é ou não dedutível. A inclusão de gastos não permitidos pode ser facilmente identificada pela Receita Federal, aumentando o risco de cair na malha fina", explica Charone. 

Outra questão relevante é a superestimação de despesas ou a inclusão de despesas de pessoas que não sejam dependentes legalmente declarados na declaração do Imposto de Renda. Charone esclarece: "Todos os gastos médicos declarados precisam ser comprováveis através de documentação oficial, que inclui notas fiscais e recibos detalhados. Além disso, as despesas devem se referir exclusivamente ao contribuinte ou a seus dependentes oficialmente declarados." 

Por último, a falta de documentação comprobatória adequada é um erro que frequentemente coloca os contribuintes na mira da Receita Federal. "Manter uma organização rigorosa dos documentos é crucial", enfatiza Charone. "A Receita pode solicitar a apresentação dos comprovantes de despesas médicas a qualquer momento, e não possuir esses documentos pode resultar em ajustes na declaração e, consequentemente, em multas ou outras penalidades."

 

Rendimentos dos dependentes

A declaração de rendimentos de dependentes no Imposto de Renda é uma área que, frequentemente, é fonte de erros críticos, podendo facilmente conduzir o contribuinte à malha fina da Receita Federal. André Charone destaca a importância de uma abordagem meticulosa e informada ao declarar essas informações, ressaltando três aspectos principais que requerem atenção especial. 

Primeiramente, é comum que os contribuintes esqueçam de incluir na declaração os rendimentos recebidos por seus dependentes. Tal omissão pode levar a discrepâncias significativas nas informações fornecidas à Receita Federal. "Todos os rendimentos recebidos pelos dependentes, seja de trabalho, aluguéis ou investimentos, devem ser cuidadosamente reportados. A Receita tem meios sofisticados para cruzar informações, e qualquer inconsistência pode ser facilmente detectada", explica Charone. 

Além disso, a correta identificação dos dependentes e a atribuição adequada de seus rendimentos são essenciais. Charone alerta para a necessidade de verificar se os dependentes se qualificam segundo as normas da Receita Federal, o que inclui avaliar a relação de dependência, limites de idade para filhos e enteados, e outras condições específicas que determinam a elegibilidade. "A legislação fiscal é clara quanto às condições que um dependente deve atender para ser incluído na declaração. Ignorar essas regras pode resultar em problemas sérios com a Receita", adverte. 

Por último, a documentação comprobatória dos rendimentos dos dependentes deve ser mantida de forma organizada e acessível. Charone enfatiza a importância de reunir comprovantes de renda, como contracheques, comprovantes de rendimentos de aluguéis, e informes de rendimentos de instituições financeiras. "A organização documental não só facilita a declaração correta dos rendimentos, como também prepara o contribuinte para qualquer eventual necessidade de comprovação junto à Receita Federal."

 

Não consultar o processamento da sua declaração

A etapa final, e não menos importante no processo de declaração do Imposto de Renda é a consulta ao processamento da declaração pela Receita Federal. Essa prática é crucial para identificar precocemente qualquer erro ou discrepância que possa ter passado despercebido durante o preenchimento. André Charone reforça a importância dessa etapa, enfatizando que ela representa uma oportunidade valiosa para o contribuinte corrigir falhas antes de receber uma eventual notificação da Receita Federal. 

A consulta ao processamento permite que o contribuinte verifique o status da declaração e, mais importante, identifique se caiu na malha fina por algum dos erros discutidos anteriormente. "Ao consultar regularmente o processamento da sua declaração no portal e-CAC da Receita Federal, o contribuinte pode agir proativamente, corrigindo erros através da declaração retificadora antes que a situação escale para uma convocação formal ou, em casos mais graves, para uma auditoria", explica Charone. 

A declaração retificadora é uma ferramenta poderosa à disposição do contribuinte, permitindo a correção de dados incorretos, omissos ou incompletos, sem penalidades, desde que a iniciativa parta do próprio contribuinte e antes de qualquer ação iniciada pela Receita. "Essa proatividade não apenas demonstra a boa fé do contribuinte, como também pode simplificar o processo de regularização, evitando multas e juros que poderiam ser aplicados posteriormente", complementa. 

Portanto, além de dedicar atenção e cuidado ao preencher a declaração e evitar os erros comuns, é essencial que o contribuinte acompanhe o processamento da sua declaração. Essa prática não só facilita a identificação e correção de erros, mas também contribui para uma maior tranquilidade e segurança no cumprimento das obrigações fiscais. 

Seguindo as orientações de especialistas como André Charone e manter-se informado sobre as ferramentas e recursos oferecidos pela Receita Federal são passos importantes para garantir a conformidade fiscal e evitar surpresas indesejadas no processo de declaração do Imposto de Renda.

 


André Charone - contador, professor universitário, Mestre em Negócios Internacionais pela Must University (Flórida-EUA), possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV (São Paulo – Brasil) e certificação internacional pela Universidade de Harvard (Massachusetts-EUA) e Disney Institute (Flórida-EUA). É sócio do escritório Belconta – Belém Contabilidade e do Portal Neo Ensino, autor de livros e dezenas de artigos na área contábil, empresarial e educacional. André lançou dois livros com o tema "Negócios de Nerd", que na primeira versão vendeu mais de 10 mil exemplares. Os livros trazem lições de gestão e contabilidade, baseados em desenhos e ícones da cultura pop.
Instagram: @andrecharone


Endividamento em São Paulo cai pelo segundo mês seguido, mas um terço da renda segue comprometida

Inadimplência também ficou no mesmo patamar de janeiro, atingido duas em cada dez famílias; intenção de consumo sobe 14% em um ano

 

O endividamento das famílias paulistanas continua caindo. Dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apontam que o porcentual de lares com dívidas ativas passou de 69%, no mês de janeiro, para 68,1%, em fevereiro — o que, em números absolutos, representa 36,6 mil famílias [gráfico 1].

 

[GRÁFICO 1]

PESQUISA DE ENDIVIDAMENTO E INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR (PEIC)

JANEIRO DE 2024

Fonte: FecomercioSP 


 

Por outro lado, o comprometimento dos rendimentos com dívidas segue bastante preocupante: hoje, um terço (31,9%) de tudo o que as famílias recebem é destinado a dívidas que, em média, se prolongam por oito meses. Os fatores que compõem esse endividamento também subiram: o cartão de crédito, que atingia 82,8% das casas paulistanas em janeiro, foi para 85,8%, em fevereiro; enquanto o crédito pessoal passou de 10,6% para 15,6%; e o financiamento imobiliário, de 11,7% para 14,9%. 

Na percepção da FecomercioSP, dados como esses refletem o cenário de cortes nas taxas de juros e a manutenção do emprego e da renda, que fazem com que as pessoas resolvam dívidas, mas também contraiam outras.  

Não é à toa que a inadimplência ficou estável em fevereiro (21,8%). Há um ano, o número de famílias com contas em atraso era maior: 23,9%. Ainda assim, 381 mil famílias (9,4%) afirmam não ter condições de quitar dívidas atrasadas. Nessa conjuntura, os lares de renda mais baixa (até dez salários mínimos) são os que mais sentem: um em cada dez deles (12,7%) admitem dificuldades em liquidar as despesas. Na faixa de renda acima dos dez salários, esse volume é de 2,9%. A expectativa da Federação é que o ciclo de cortes nas taxas de juros contribua para um recuo ainda mais expressivo do número de famílias com contas em atraso nos próximos meses.

 

CONSUMO EM ALTA

Os impactos disso também podem ser vistos no consumo. Em fevereiro, o índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também elaborado pela FecomercioSP, subiu 0,5%, na avaliação mensal, e expressivos 14,1%, no contraponto anual, atingindo os 114,3 pontos — maior patamar desde abril de 2014. Destacam-se na pesquisa a intenção de consumir itens duráveis: atingiram 88,3 pontos no mês, a maior marca desde fevereiro de 2020. Além disso, o acesso ao crédito também subiu, chegando a 105,6 pontos. Os resultados podem ser explicados pelas tradicionais liquidações de início de ano, época em que os consumidores encontram oportunidades nos preços de produtos como geladeira, fogão, televisor, entre outros. 

A expectativa ainda foi observada no Índice de Confiança do Consumidor (ICC), também da FecomercioSP, que revelou melhora na confiança dos consumidores paulistanos no último mês, passando de 133,2 para 138,2 pontos, entre janeiro e fevereiro (alta de 3,7%). No contraponto anual, o índice também apresentou aumento de 7,3%, quando atingia 128,8 pontos.

 

Notas metodológicas


PEIC

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.

 

ICF

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.

 

ICC

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

 

FecomercioSP


Deepfakes nas Urnas: a tecnologia ameaça as eleições 2024 tanto nos Estados Unidos como no Brasil

 

Imagem ilustrativa - Crédito: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

O uso de deepfakes para criar vídeos ou áudios é simples e acessível, sendo possível obter um vídeo por apenas US 2 na Darknet; e cibercriminosos podem ainda se aproveitar do tema “eleições” e de deepfakes para realizarem ataques de ransomware

 

Enquanto os Estados Unidos se preparam para o seu pleito presidencial, e o Brasil para a realização de suas eleições municipais, neste ano, um novo risco cibernético coloca em jogo a integridade desses processos democráticos. Os avanços tecnológicos trazem métodos sofisticados de engano e falsidade, como a tecnologia deepfake, uma ferramenta que facilita a fraude eleitoral. 

Tal fenômeno não é obra de indivíduos agindo isoladamente, mas sim de um esforço coordenado por um grande número de fraudadores e cibercriminosos que não deixam rastros digitais. Suas ações tecem uma complexa rede de desinformação e manipulação, dificultando a proteção da integridade eleitoral. 

A Check Point Software analisou o funcionamento da tecnologia deepfake e as extensas camadas deste submundo digital, e alerta sobre o aumento da disponibilidade desses serviços na Darknet e no Telegram. A tecnologia deepfake permite criar conteúdo audiovisual “hiper-realista” falso e manipulado para confundir a opinião pública ou desacreditar políticos. 

Em plataformas como o GitHub existem mais de 3 mil repositórios relacionados à tecnologia deepfake, o que indica seu amplo desenvolvimento e o potencial para sua distribuição. O Telegram hospeda mais de 400 canais e grupos que oferecem serviços deepfake, desde bots automatizados que orientam os usuários durante o processo, até alguns customizados. 

Os preços são bem acessíveis, já que você pode criar um vídeo de US 2 a US 100, dependendo da complexidade. A facilidade de acesso e utilização desses serviços evidencia uma ameaça crescente não só à transparência das eleições, mas também à confiança fundamental sobre a qual as instituições democráticas devem ser construídas.

GitHub

Telegram bot

Uma das técnicas mais utilizadas com a tecnologia deepfake é a clonagem de voz, que permite replicá-la com grande precisão. Esta é uma técnica mais fácil de produzir e compartilhar que deepfakes de vídeo e é realmente eficaz na disseminação de desinformação. 

Em janeiro deste ano foi distribuída uma chamada automática na qual se ouvia a voz falsa de Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos e novamente candidato às eleições, incitando os moradores de New Hampshire a não votarem. Os Estados Unidos proibiram as chamadas automáticas geradas por IA, refletindo as preocupações crescentes sobre a manipulação digital e o seu impacto nas eleições. 

Para combater a tecnologia deepfake e conseguir preservar a confiança da população nos processos democráticos, é essencial que sejam promovidas medidas legislativas, soluções tecnológicas e a sensibilização pública. Os cidadãos devem estar atentos aos conteúdos com os quais interagem e confiar exclusivamente em informações provenientes de fontes fidedignas e oficiais, bem como procurar não compartilhar notícias desatualizadas ou pouco confiáveis. 

“O desenvolvimento da Inteligência Artificial e de tecnologias como o deepfake nos tornou mais céticos que nunca, e é lógico quando até a democracia, pilar fundamental sobre a qual se estrutura a nossa sociedade, faz parte desta realidade”, afirma Fernando de Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Software Brasil.

 

Impacto da IA nas eleições no Brasil 

A IA deve interferir muito nas eleições municipais de 2024 no Brasil, mesmo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tendo aprovado no último dia 27 de fevereiro a regra que proíbe uso de IA para criar e propagar deepfakes e conteúdos falsos. 

Fernando de Falchi explica que essa interferência nas eleições pelo cibercrime e por atacantes movimentará também a oferta e procura dos serviços que estão disponíveis na Deep Web, que conseguem oferecer, entre outros recursos, vídeos falsos que utilizam imagens de pessoas e em diferentes locais. “Há ainda mensagens de voz disponíveis que são, praticamente, uma clonagem da voz. Um dos usos em deepfake, por exemplo, seria imitar uma pessoa alvo de um áudio falso reagindo a uma pergunta sobre algum tema polêmico.” 

Como comentado anteriormente em relação ao pleito nos Estados Unidos, Falchi acredita que uma forma que será bem utilizada por aqui é a maneira de distribuição de vídeos, áudios, de mensagens falsas e deepfakes encaminhados essencialmente por e-mail, por mensagens, por WhatsApp, SMS, de modo a atingir o maior número de pessoas. 

“Além disto, tanto voz como vídeo poderão ser disseminados por trás das técnicas de phishing e engenharia social para poder atingir o maior número de pessoas. Nas redes sociais também será preciso prestar atenção com posts que aparecem em seu perfil”, alerta ele. 

Outro problema apontado pelo gerente é que as pessoas já postam o que recebem sem antes fazer uma avaliação do que está vendo, lendo ou ouvindo. É sabido que, depois de algo ser publicado, é praticamente impossível apagar esses vídeos e outras mensagens na Internet. “Esse prejuízo à imagem de uma pessoa pode ser muito danoso e bem complexo para a pessoa alvo se desvencilhar”, diz Falchi. 

Por isso, o especialista da Check Point Software reforça as dicas básicas, mas importantes, de ficarmos atentos principalmente de onde vem o conteúdo, de onde a pessoa recebe suas mensagens, quem está enviando as mensagens. É preciso também verificar se um vídeo existe realmente, pois podem ser vídeos novos que utilizarão pessoas como figurantes e mudanças nas imagens ou vídeos existentes nos quais podem ser alteradas as falas. 

“Ou seja, deve-se verificar origem, quem está enviando, verificar data do que foi dito, se há veículos de comunicação comentando ou noticiando o assunto abordado no vídeo, na mensagem e no áudio. Às vezes você pode receber um vídeo que aparenta ser real, mas ninguém está comentando o assunto ou notícia abordada nele. Precisa checar, não confiar e, principalmente, não passar para frente, não contribuir para a disseminação de fake news, deepfakes e golpes”, alerta Falchi. 

Ele ainda chama a atenção para a possibilidade de cibercriminosos se aproveitarem de deepfakes e do evento do momento, as eleições municipais, para realizar ataques de ransomware. “Tudo isso é similar ao cenário dos golpes, que se utilizam de phishing e engenharia social ao enviarem esses vídeos e áudios. É preciso muita atenção, como disse antes, para não cair em golpes. Os cibercriminosos se utilizarão do momento de um grande evento como as eleições para distribuir deepfakes, desinformação e conteúdo falso para roubar credenciais, identidade e outros dados, bem como obter lucro financeiro e realizar ataques de ransomware com esse conteúdo. Pois, o ransomware é outro ponto a ser explorado pelo cibercrime com mensagens de voz e vídeo de deepfake.”

INFOGRÁFICO - ANÁLISE IMPACTO ELEIÇÕES 2024 NOS ESTADOS UNIDOS


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