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sexta-feira, 1 de março de 2024

DIA MUNDIAL DA OBESIDADE - Apenas 0,2% da população brasileira que necessita de cirurgia bariátrica recebeu o tratamento em 2023

Para tentar reduzir o tempo de espera de pacientes mais graves que aguardam pelo procedimento a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em parceria com a Medtronic, irão realizar mutirões em seis estados do país, entre 4 de março e 08 de março


Aproximadamente 0,2% dos brasileiros com obesidade grave (graus 2 e 3) conseguiram realizar a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no ano de 2023. Ao todo, segundo Datasus, foram feitas 7.511 cirurgias em todo o país. 

No entanto, dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) apontam que 1.993.683 milhão de pessoas diagnosticadas com obesidade grau 2, representando 8,31% da população monitorada (24.002.758) e outras 1.058.646 milhão com obesidade grau 3 (mórbida), o que representa 4,41% da população monitorada. A soma destes dois grupos equivale a 3.052.329 milhões de pessoas com indicação para o tratamento cirúrgico da obesidade. 

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi, o volume de cirurgias realizadas no ano passado pelo SUS é 40,2% menor, se comparado a 2019 (antes da pandemia), quando foram feitas 12.568 cirurgias pelo SUS. 

"O número total de cirurgias realizadas pelo SUS é de apenas 0,2% do total de pessoas que precisam deste tratamento. Enquanto isso, estamos vendo o sistema público recebendo a cada dia novos casos de pacientes com diabetes - incluindo a necessidade de amputação de membros em consequência da doença-, hipertensão, gordura no fígado, problemas nas articulações e outros ocasionados pela obesidade", reitera o presidente da Sociedade Brasileira de CIrurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Antônio Carlos Valezi. 

 

Dados por regiões 

Quando distribuídos por regiões do Brasil, os números ficam ainda menores. No Norte do Brasil foram 198 procedimentos realizados; no Nordeste, 701; Sudeste 3563; Sul 2675 e Centro-Oeste 374. 

O Brasil conta atualmente com 7.700 hospitais, em 5.568 municípios brasileiros. Destes, apenas 98 serviços realizam a cirurgia bariátrica e metabólica, sendo que quatro estados brasileiros não oferecem o procedimento. Atualmente Amazonas, Rondônia, Roraima e Amapá não possuem serviços habilitados no SUS para bariátrica. 

 

Mutirão acontece na semana da obesidade 

Para tentar reduzir o tempo de espera de pacientes mais graves que aguardam pelo procedimento cirurgiões que integram a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) em seis estados do país, irão realizar entre os dias 4 de março e 08 de março - em alusão ao Dia Mundial da Obesidade -, uma força-tarefa para operar 92 pessoas com obesidade mórbida e que aguardam nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS) nos Estados do Paraná, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco e Minas Gerais. 

Afastada pelo SUS há mais de cinco anos, Marina Ferreira Santos, teve câncer. Após a quimioterapia e com o uso de corticóides ganhou muito peso, além de uma osteonecrose nos dois quadris. Com 1,58 metros, ela pesa 134 quilos e aguarda na fila da bariátrica desde 2019. Após a indicação dos hematologistas para a perda de peso, já que câncer e obesidade também são doenças que caminham juntas, ela está pronta para operar na Santa Casa de São Paulo. "Sinto muitas dores no quadril para andar e me locomover. Apenas a cirurgia poderá me ajudar, tendo em vista que para fazer a prótese de quadril e parar de sentir dor, preciso perder peso primeiro", conta Marina. "Os remédios já não fazem mais efeito e preciso voltar a ter qualidade de vida, depois de tanto sofrimento", reforça.

O mutirão acontece na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital São Francisco da Providência de Deus, no Rio de Janeiro, Hospital Geral Ernesto Simões Filho, em Salvador; no Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba; no Hospital Maria Braido, em São Caetano, ABC paulista; no Hospital das Clínicas de Pernambuco, Recife e na Santa Casa de Patos de Minas, Minas Gerais. 

"A força-tarefa deverá realizar cerca de 92 cirurgias e tem o apoio dos cirurgiões da SBCBM que participam da ação", explica o vice-presidente executivo da SBCBM e que será voluntário do mutirão na Santa Casa de São Paulo, Luiz Vicente Berti. 

Em todo o Brasil mais de 100 profissionais, entre cirurgiões e equipes, participam da ação. Todos os pacientes que serão operados já passaram pelas etapas pré-operatórias e devem receber alta em 24 horas, pelo fato da cirurgia ser feita por videolaparoscopia. 

A realização da força-tarefa será possível devido a uma iniciativa da empresa Medtronic - que atua na área de tecnologia em saúde - em parceria com hospitais públicos e privados. Todos os materiais necessários para a realização dos procedimentos serão doados pela multinacional. Segundo a vice-presidente da Medtronic no Brasil, Gisela Bellinello, o mutirão é uma iniciativa inovadora e necessária que comprova que parcerias estratégicas podem ampliar o acesso à saúde dos brasileiros.
 

“Temos como missão ampliar o acesso a novas tecnologias e tratamentos diferenciados, e disponibilizamos um dos portfólios de cirurgia metabólica e bariátrica mais avançados do mundo. Sabermos que estamos contribuindo para a saúde dos brasileiros é motivo de grande satisfação para a nossa companhia e nos motiva a expandir este projeto, afirma.”

 

Indicação

Os critérios previstos nas portarias 424 e 425 do Ministério da Saúde para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS são Índice de Massa Corporal (IMC) de 40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. As portarias também permitem a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC > 35 kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico.

 

Como é realizada a cirurgia bariátrica 

A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas. Um dos grandes diferenciais nesta força tarefa é que todas as cirurgias serão realizadas por videolaparoscopia (técnica minimamente invasiva). Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. Trata-se de uma técnica menos invasiva e mais confortável para o paciente, com um tempo de recuperação mais breve, com alta hospitalar antecipada e redução dos riscos de complicações. 

A cirurgia bariátrica tem como principal objetivo ajudar o paciente a emagrecer, mas também traz outros benefícios como a melhora das comorbidades como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemia, além da melhora da qualidade de vida. "O paciente precisa seguir um programa multidisciplinar de acompanhamento, que envolve mudanças na alimentação, prática de exercícios físicos e cuidados com a saúde mental", completa Valezi.


Mulheres são destaques da saúde com Março Lilás e Amarelo, reforçando conscientização e informação sobre endometriose e câncer de colo de útero

 Março chegou! Com isso, a atenção se volta para uma questão importantíssima e que pode salvar vidas: a saúde da mulher. Março é reconhecido mundialmente como um período dedicado à conscientização e informação sobre diversos aspectos da saúde feminina, desde prevenção até tratamento de condições específicas. É a união das campanhas de Conscientização sobre a Endometriose e a Prevenção e Conscientização do Câncer de Colo do Útero com o Março Amarelo e Março Lilás, respectivamente. 

Atuando diariamente em diversos destes casos, o oncoginecologista renomado, Dr. José Carlos Sadalla, da Clínica Andrade & Sadalla, ressalta a importância de Março como uma oportunidade vital para as mulheres se informar sobre sua saúde e buscarem a prevenção de doenças, especialmente o câncer ginecológico. Ele destaca que a conscientização é a base para a promoção da saúde feminina.

 

"A conscientização é necessária para diminuir muito as doenças ligadas à esfera ginecológica. Conhecer os sinais e sintomas que seus corpos podem apresentar é fundamental para a detecção precoce e, consequentemente, para um prognóstico mais favorável", destaca o Dr. Sadalla. Ele enfatiza que sintomas como sangramento vaginal anormal, dor pélvica persistente, alterações urinárias e perda de peso inexplicada não devem ser ignorados e requerem avaliação médica imediata.

"A educação sobre a saúde ginecológica capacita as mulheres a tomarem decisões informadas sobre sua saúde e a agirem proativamente na busca por cuidados médicos", acrescenta o especialista. O Dr. Sadalla também ressalta a importância do acesso a exames preventivos regulares, como o Papanicolau e a ultrassonografia pélvica, como parte essencial dos cuidados de saúde da mulher.

"Esses exames são ferramentas poderosas na detecção precoce de doenças ginecológicas, principalmente do câncer e devem ser realizados regularmente. Reforçamos a necessidade de fazer um Papanicolau anualmente em uma consulta ao ginecologista", afirma o Dr. Sadalla. Quando se trata de tratamento, o Dr. Sadalla tranquiliza as mulheres, destacando os avanços significativos na medicina que oferecem uma variedade de opções terapêuticas.

"Hoje, dispomos de abordagens terapêuticas cada vez mais personalizadas e menos invasivas para o câncer ginecológico. Desde cirurgias minimamente invasivas até terapias-alvo e imunoterapia, há uma gama de opções disponíveis para atender às necessidades individuais de cada paciente", ressalta o especialista.

 

Um câncer que afeta milhares de mulheres anualmente

O câncer de colo do útero é uma condição grave que se desenvolve nas células do colo do útero, uma parte essencial do sistema reprodutivo feminino. É causado principalmente pela infecção persistente pelo vírus do papiloma humano (HPV). Os sintomas podem variar, mas incluem sangramento vaginal anormal, dor pélvica, dor durante a relação sexual e corrimento vaginal com odor desagradável.

"O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz do câncer de colo do útero. As mulheres devem estar atentas aos sintomas e buscar avaliação médica imediata se notarem quaisquer sinais de preocupação. Não se pode atrasar nem uma semana para agir o mais rápido possível contra o câncer.", ressalta o Dr. Sadalla.

O tratamento para o câncer de colo do útero pode incluir cirurgia para remover o tumor, ou a técnica do linfonodo sentinela que preserva o útero, radioterapia e quimioterapia para destruir as células cancerosas. A escolha do tratamento dependerá do estágio do câncer, da idade da paciente e de outros fatores individuais. Esse cuidado também poderá incidir na necessidade de uma equipe multidisciplinar para assegurar melhor qualidade de vida em geral durante o tratamento. 

Embora o câncer de colo do útero possa ser uma condição grave, o Dr. Sadalla enfatiza que muitas mulheres podem ser curadas quando diagnosticadas precocemente e tratadas adequadamente. "Com o tratamento adequado, muitas mulheres com câncer de colo do útero podem alcançar a remissão completa da doença e levar uma vida saudável e ativa", afirma o especialista.

Ele também destaca a importância da prevenção primária através da vacinação contra o HPV e da detecção precoce por meio de exames de Papanicolau regulares. "A vacinação contra o HPV é uma medida eficaz para prevenir o câncer de colo do útero, enquanto os exames de Papanicolau podem detectar alterações nas células cervicais antes que se tornem cancerígenas. Hoje temos a vacinação disponibilizada pelo SUS para meninos e meninas a partir dos nove anos de idade fora as vacinanonavalente disponibilizada em clínicas privadas", explica o Dr. Sadalla.

 

Endometriose requer cuidados

A endometriose é uma condição crônica na qual o tecido semelhante ao revestimento interno do útero cresce fora do útero, comumente nos ovários, trompas de falópio e outros órgãos pélvicos. Esta condição pode causar uma variedade de sintomas debilitantes, incluindo dor pélvica intensa durante a menstruação, dor durante a relação sexual, sangramento irregular, fadiga e até mesmo dificuldade para engravidar.

O Dr. Sadalla destaca que a endometriose é uma condição que requer uma abordagem multidisciplinar para o tratamento, que pode incluir medicamentos para alívio da dor, terapias hormonais para suprimir o crescimento do tecido endometrial fora do útero, cirurgia laparoscópica para remover os crescimentos de tecido anormal e, em alguns casos, tratamento de fertilidade para mulheres que desejam engravidar.

"A endometriose é uma condição desafiadora que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres afetadas. Vale lembrar que não é normal sentir dor! É importante que as mulheres reconheçam os sinais e sintomas da endometriose e procurem orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados", destaca o Dr. Sadalla. Ele enfatiza que o diagnóstico precoce ajuda a paciente a encarar um tratamento mais tranquilo.

Embora a endometriose seja uma condição crônica, o Dr. Sadalla ressalta que existem opções de tratamento eficazes disponíveis para ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas. "Com o tratamento adequado, muitas mulheres com endometriose podem experimentar alívio significativo dos sintomas e continuar a levar uma vida plena e ativa", afirma o especialista.

No entanto, é importante ressaltar que a endometriose pode recorrer mesmo após o tratamento com cirurgia e que a cura completa da condição pode ser desafiadora. "É importante nunca negligenciar o diagnóstico. A endometriose não tem idade para acontecer, atingindo mulheres de todas as idades. Por isso, é importante sempre estar atenta aos sintomas e realizar exames periodicamente", conclui o Dr. Sadalla.

À medida que o mês de março se aproxima, o Dr. Sadalla incentiva todas as mulheres a aproveitarem essa oportunidade para se informar, fazerem exames preventivos e priorizarem sua saúde. "A saúde da mulher é uma prioridade e requer atenção contínua ao longo da vida. Ao tomar medidas preventivas e buscar cuidados médicos regulares, as mulheres podem proteger sua saúde e bem-estar a longo prazo", conclui o oncoginecologista.




Clínica Andrade Sadalla
Av. Ibirapuera, 2907, cj 720, Moema, São Paulo
telefone 5041-4648
Instagram @clinicaandradesadalla.


Dengue: conheça os principais cuidados, sintomas e tratamento

Dados do Ministério da Saúde apontam quase um milhão de casos no Brasil somente em janeiro e fevereiro de 2024


A dengue é uma das doenças virais mais preocupantes atualmente no Brasil devido à disparada de casos em 2024. Ela pode se manifestar de forma leve mas, nos casos mais graves, pode levar à morte. No Brasil, há quatro sorotipos circulando ao mesmo tempo, ou seja, quando a pessoa é infectada pela dengue, ela se torna imune a apenas um sorotipo específico, com a possibilidade de contrair a doença por mais três vezes, que também pode ser assintomática. 

Um dos fatores que explica esse rápido avanço da doença são as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global. Elas acentuam os efeitos naturais do El Niño, resultando em ondas de calor extremo acompanhadas de chuvas ocasionais, criando condições que podem favorecer o ciclo reprodutivo do mosquito Aedes aegypti, agente transmissor da doença. 

Dr. Josias Aragão, médico infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), reforça a importância da atenção aos principais sintomas:

  • Febre alta repentina;
  • Dor muscular;
  • Dor atrás dos olhos;
  • Mal estar;
  • Manchas avermelhadas pelo corpo.

“Pessoas com algum desses sintomas devem procurar uma unidade de saúde imediatamente”, recomenda. Ele ainda reforça que pessoas com doenças preexistentes, grávidas e idosos precisam de ainda mais atenção pelo risco aumentado no caso do diagnóstico positivo para dengue. 

O especialista pontua a importância de não se automedicar e explica que, em pessoas com dengue, há remédios que podem podem afetar a coagulação de sangue das pessoas com o vírus, o que pode levar ao aumento do risco de sangramentos e consequente agravamento da doença. São eles:

  • AAS, aspirina (salicitatos) e derivados de ácido acetilsalicílico;
  • Prednisona e hidrocortisona (corticoides);
  • Ibuprofeno e nimesulida (anti-inflamatórios não esteroidais).

“Pessoas que fazem o uso crônico de um desses medicamentos devem manter o uso e suspender apenas sob orientação médica”, complementa.

Não há tratamento específico para a dengue e as medicações prescritas pelos profissionais médicos para tratar as pessoas com a doença tratam apenas os sintomas. “Hidratação também é parte essencial do processo, pois a doença causa desidratação no corpo de forma acelerada e perigosa”, afirma.

 A prevenção permanece como a principal estratégia e as recomendações de evitar locais com maior incidência de mosquitos, eliminação de locais em que se acumula água parada, uso de repelentes aprovados pela Anvisa, além de proteção mecânica do corpo com roupas com maior cobertura, deve ser seguidas. 

Realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a campanha de vacinação contra a dengue está imunizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses e em localidades consideradas prioritárias.

 

Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe

 

Musculação melhora sintomas de depressão e ansiedade em idosos, confirma estudo

Segundo o estudo, o uso de equipamentos de musculação parece
ser mais benéfico para a saúde mental do que métodos de exercício
resistido que envolvem o uso de faixas elásticas ou do peso do próprio corpo
(foto: Freepik*)
Pesquisadores brasileiros analisaram mais de 200 artigos sobre o tema e identificaram os tipos de treino mais indicados para esses casos. Resultados foram divulgados na revista Psychiatry Research

 

A prática da musculação por idosos pode promover a diminuição da gordura corporal e o ganho de força e massa muscular, contribuindo para a autonomia funcional e a redução do número de quedas, lesões e fraturas. Além disso, estudos recentes têm demonstrado que o treino de força pode beneficiar também a saúde mental da população idosa, sobretudo no caso de indivíduos que já apresentam transtornos de ansiedade e depressão.

Esses benefícios foram confirmados por um estudo publicado na revista Psychiatry Research, no qual foram revisados sistematicamente mais de 200 artigos sobre o tema. A análise foi conduzida por Paolo Cunhabolsista FAPESP de pós-doutorado no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (Iiepae).

“O exercício resistido tem se mostrado uma das melhores estratégias não farmacológicas para um envelhecimento saudável, promovendo inúmeros benefícios à saúde de uma forma geral, incluindo a melhoria da saúde mental”, afirma Cunha.

Segundo o pesquisador, os resultados encontrados são bastante promissores. Além de melhorar os sintomas de depressão e ansiedade na população em geral, a musculação parece ter um efeito maior nas pessoas que apresentam diagnóstico confirmado de transtornos de ansiedade e depressão.

“Estudos epidemiológicos têm revelado que a redução da força e da massa muscular, eventos naturais associados ao envelhecimento, pode estar associada ao aumento de problemas de saúde mental, visto que existem diversos mecanismos fisiológicos que provocam mudanças funcionais e estruturais e que são comandados pelo cérebro”, aponta Cunha.

O pesquisador destaca ainda outro benefício importante para a saúde mental: quando realizada em grupo, a musculação permite maior interação social entre os praticantes.

Treino indicado

A investigação também revelou quais seriam as melhores formas de estruturar o treinamento para a melhora da saúde mental. “O modo como o treino é realizado parece influenciar os resultados alcançados. As informações produzidas até o momento sugerem que o ideal para esse público e essa finalidade é praticar musculação três vezes por semana, com três séries de cada exercício e sessões não muito longas – seis exercícios aparentemente são o suficiente. Faça menos, mas faça bem-feito: uma série curta traz mais resultados. Essas informações são bastante relevantes, uma vez que ainda não existe uma diretriz com recomendações específicas de treino resistido com foco em parâmetros de saúde mental”, conta Cunha.

Embora haja muitas possibilidades de variação na forma de prescrever programas de treinamento resistido para a saúde, autonomia e qualidade de vida do idoso, a maior parte desses programas resulta em melhoria dos sintomas de ansiedade e depressão, de forma direta ou indireta, independentemente da intensidade e do volume aplicado ao treinamento, sublinha Edilson Cyrino, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), pesquisador responsável pelo estudo e coordenador do Active Aging Longitudinal Study, um projeto iniciado em 2012 com o intuito de analisar o impacto do treinamento resistido sobre parâmetros relacionados à saúde de mulheres idosas.

Outro ponto observado pelos pesquisadores foi que o uso de equipamentos de musculação parece ser mais benéfico para a saúde mental do que métodos de exercício resistido que envolvem o uso de faixas elásticas ou do peso do próprio corpo, por exemplo. “Embora não haja dados estatísticos comparando os dois tipos de treinamento, a prescrição do exercício resistido com o uso de equipamentos se mostrou mais indicada, conferindo um melhor resultado sobre a saúde mental dos idosos, tendo em vista que é possível controlar melhor a intensidade e o volume do exercício”, afirma Cunha.

No artigo, os pesquisadores ressaltam que, a despeito da incontestável relação entre musculação e saúde mental, existem ainda importantes lacunas a serem preenchidas. "No geral, a maioria dos estudos tem sido feita com poucos voluntários, o que dificulta a compreensão de como ocorre esse fenômeno e quais seriam os principais mecanismos envolvidos. Portanto, essa é uma área de pesquisa que vem ganhando espaço nos últimos anos e que tem muito a avançar ainda", conclui Cunha.

O pesquisador está, atualmente, conduzindo um projeto em parceria com o Grupo de Pesquisa em Intervenções Clínicas e Doenças Cardiovasculares (Gepicardio) do Hospital Israelita Albert Einstein com o propósito de analisar o impacto de longos períodos de sedentarismo sobre a disfunção vascular e a redução da função cognitiva em idosos.

O artigo Can resistance training improve mental health outcomes in older adults? A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0165178124000337?via%3Dihub.

 

Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/musculacao-melhora-sintomas-de-depressao-e-ansiedade-em-idosos-confirma-estudo/50974

 

Médica alerta sobre a importância da saúde vascular da mulher

 Sinais de que a circulação sanguínea não está bem incluem inchaço nas pernas e pés, varizes, extremidades frias, dores nas pernas, fraqueza muscular, pele seca, dores na barriga e problemas digestivos, dificuldade de concentração e cansaço constante

 

No Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, é importante não apenas para celebrar conquistas femininas, mas também refletir sobre a vitalidade da mulher em todas as fases de sua vida.

A cirurgiã vascular, ecografista e vice-diretora de Patrimônio da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular - Regional São Paulo, Dra. Flávia Magella, destaca que a avaliação vascular, que envolve uma consulta detalhada, exames físicos e métodos diagnósticos modernos, é um elemento essencial nos cuidados da saúde feminina. A médica também enfatiza a importância da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças vasculares, além dos procedimentos específicos que as mulheres devem adotar em diferentes momentos ao longo de suas trajetórias.

Os sinais de que a circulação sanguínea não está bem incluem inchaço nas pernas e pés, varizes, extremidades frias, dores nas pernas, fraqueza muscular, pele seca ou descascando, dores na barriga e problemas digestivos, dificuldade de concentração e cansaço constante. Ao notar esses sintomas é preciso buscar ajuda especializada para um diagnóstico e tratamento adequados.

A partir dos 40 anos, é recomendado realizar alguns exames, especialmente para aquelas que apresentam fatores de risco, como obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão arterial e histórico familiar de doenças vasculares. Essa precaução permite detectar precocemente alterações na circulação e evitar complicações futuras.

A Dra. Flávia comenta que por meio de uma análise, várias doenças podem ser detectadas, tais como varizes e vasinhos, pé diabético, trombose, úlcera, insuficiência venosa crônica, obstrução das artérias carótidas e dilatação anormal das artérias (aneurismas). O acompanhamento médico após o diagnóstico varia de acordo com cada caso, geralmente entre três e seis meses até consultas anuais, e o uso de métodos diagnósticos modernos, como o ultrassom vascular com Doppler, auxilia na efetividade e prevenção.

Ainda segundo a médica, a importância de cuidar precocemente do sistema circulatório na mulher é evidente, uma vez que muitas doenças vasculares são assintomáticas e podem ser descobertas tardiamente, como é o caso do aneurisma da aorta. “O grande risco dessa doença é que se for descoberta apenas no momento da rotura, as chances de um paciente vir a óbito chegam a 90%, e um simples ultrassom abdominal faz o diagnóstico antecipadamente”, pontua.

A doença obstrutiva das artérias carótidas é outra patologia que progride de forma silenciosa. A partir de determinado grau de estenose, o risco de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) aumenta muito. Da mesma forma, nos estágios iniciais, o acúmulo de gordura nas artérias não apresenta sintomas. “Conforme a doença progride, aparecem dores para caminhar, até mesmo no repouso, feridas e gangrenas. Esses são alguns exemplos de como uma consulta com seu vascular e um Doppler diagnóstico podem impactar na expectativa de vida da mulher”, enfatiza.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida para mulheres tem aumentado, atingindo 79 anos no ano passado, destacando a importância do controle de doenças crônicas, como varizes e doenças arteriais, que podem proporcionar um acréscimo de até duas décadas em qualidade de vida.

“As varizes, frequentes em mulheres, não são apenas uma preocupação estética, mas também podem resultar em problemas de saúde significativos, incluindo tromboses venosas e úlceras varicosas, se não forem tratadas adequadamente. A importância da estética das pernas não deve ser subestimada, pois está diretamente relacionada à autoestima e saúde mental das mulheres”, ressalta a Dra. Flávia

Prevenção, atividade física e cuidados específicos em diferentes fases da vida

Em diferentes fases da vida, é essencial que as mulheres estejam atentas aos cuidados com a saúde cardiovascular. Durante a idade fértil, o estrogênio exerce um efeito protetor no coração, mas após a menopausa, as mudanças hormonais aumentam o risco de doenças cardiovasculares, exigindo um acompanhamento multidisciplinar e precauções específicas.

A prática regular de atividade física é fundamental para o bem-estar físico e circulatório das mulheres. Recomenda-se pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, incluindo musculação e atividades aeróbicas, como forma de melhorar a circulação sanguínea e a capacidade cardiorrespiratória.

Hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o sedentarismo, podem agravar problemas vasculares, como a doença arterial obstrutiva periférica, destacando a importância da prevenção por meio da cessação do tabagismo e adoção de um estilo de vida saudável.

Durante a gravidez, os cuidados com a saúde vascular são essenciais, incluindo uma alimentação saudável, prática de atividades físicas e o uso de meias elásticas conforme orientação médica para prevenir o surgimento ou piora de varizes.

A obesidade também pode impactar negativamente na saúde vascular das mulheres, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e circulatórias. A prática regular de atividades físicas e uma alimentação balanceada são medidas importantes para prevenir complicações. 



Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br

 

04 de Março – Dia Mundial da Obesidade

Perder apenas 10 Quilos pode ser essencial para os Obesos?

Discriminação e preconceito ainda são presentes entre pessoas acima do peso

 

No dia 04, comemora-se o Dia Mundial da Obesidade e a data é um alerta para o avanço da doença globalmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.  É uma doença crônica, que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não receba o tratamento adequado.

A entidade estima que cerca de 167 milhões de pessoas, em todo o planeta, estarão com sobrepeso ou obesidade até 2025.  Já dados da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) mostram que, em 2021, a obesidade foi responsável, nas Américas, por 2,8 milhões de mortes por doenças não transmissíveis (DCNT) como as cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral e certos tipos de câncer.

As taxas de sobrepeso e obesidade triplicaram na Região nos últimos 50 anos, e essas condições afetam cerca de 62,5% da população, a maior prevalência regional do mundo. Os níveis de sobrepeso e obesidade, entre as crianças, também estão aumentando, e afetam 33,6% das crianças e adolescentes de 5 a 19 anos nas Américas, devido principalmente aos baixos níveis de amamentação e dietas pobres, com baixo teor de frutas e vegetais e alto teor de alimentos e bebidas ultraprocessados.

“É essencial aumentar a conscientização sobre a urgente necessidade de se combater esta epidemia global e interromper este ciclo de aumento da obesidade”, alerta o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo, endocrinologista, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia.

Para o especialista, cuidar do sobrepeso e da obesidade é uma questão de saúde e não apenas estética. “Hoje a farmacologia dispõe de diversos medicamentos que, aliados a uma alimentação saudável e atividade física, podem devolver ao obeso uma melhor qualidade de vida. Em uma obesidade controlada, as perdas progressivas representam um avanço, pois a cada 10 quilos a menos, se reflete em importante melhora nas comorbidades da doença”, explica.


Com acolhimento e sem discriminação

O Prof. Dr. Ribas observa que a obesidade pode, ainda, desencadear problemas sociais e de comportamento que geram uma discriminação, desde a infância. “A gordofobia é uma doença social e o seu combate não consiste em apenas lutar para que o obeso não seja perturbado e vítima de um potencial bullying”, observa.

Segmento Farma Editora (2021)

Prof. Dr. Durval Ribas Filho

Em seu livro “Obeso Acolhido” (2021), em parceria com o médico psiquiatra Dr. Arthur Kaufman, ressalta que situações constrangedoras e até inusitadas, não são raras com obesos e que se somam à lista de outros preconceitos tão em pauta, atualmente, como os raciais, étnicos, religiosos e sexuais.

“Além dos riscos físicos, a obesidade também é um gatilho para problemas emocionais, que passam pela dificuldade de se socializar e, muitas vezes, até realizar atividades com amigos, no trabalho ou num relacionamento afetivo. É um processo discriminatório, de estigmatização muito forte, em todos os seus aspectos, onde o obeso não é acolhido pela sociedade. Ao contrário, sofre preconceito”, destaca o especialista.

 

Dia Internacional da Mulher reforça sobre a importância da saúde feminina

Laboratório LANAC
 
Valterci Santos
Exames laboratoriais são aliados das mulheres em todas as fases da vida; especialista elenca os principais exames nas diversas fases da vida da mulher


O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, é uma ocasião para celebrar as conquistas, a resiliência e o papel fundamental das mulheres na sociedade. No entanto, também é um momento importante para lembrar sobre a importância da saúde feminina e da prevenção de doenças nas diversas etapas da vida da mulher.

Segundo o especialista em bacteriologia e responsável técnico do LANAC - Laboratório de Análises Clínicas, Marcos Kozlowski, os exames laboratoriais desempenham um papel vital na detecção precoce de doenças e na promoção da saúde. “É fundamental que as mulheres compreendam a importância de realizar exames e cuidar da prevenção em todas as fases da vida. Desde a adolescência até a terceira idade, uma vez que cada etapa traz consigo desafios e mudanças específicas que requerem atenção especial à saúde”, explica.


Puberdade

Kozlowski explica que durante a adolescência e juventude, é essencial iniciar hábitos saudáveis e buscar orientação médica para garantir um desenvolvimento saudável e a prevenção de doenças futuras. “Nesta fase, é importante realizar exames ginecológicos regulares, como o Papanicolau, para monitorar a saúde do colo do útero e detectar precocemente possíveis problemas. A correta vacinação também é fundamental nessa fase de desenvolvimento do corpo”, afirma. 

Exames importantes nessa fase são:

- Hemograma

- Glicemia em jejum

- Exames de fezes e urina

- Colesterol e triglicerídeos

 

Fase adulta 

Na fase adulta, a realização regular de exames é importante para garantir a manutenção da saúde e prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas. “Nessa fase exames como o papanicolau, mamografia, hemograma, exames de sangue para avaliar os níveis de colesterol, glicose e hormônios, entre outros são essenciais para detectar precocemente possíveis problemas e permitir o tratamento adequado. Além disso, consultas médicas regulares são fundamentais”, afirma Kozlowski.

Exames importantes nessa fase são:

- Papanicolau

- Colposcopia

- Ultrassom transvaginal

- Ultrassom de tireoide

 

Gravidez e pós-parto

Kozlowski reforça que durante a gravidez e o período pós-parto, os cuidados com a saúde são ainda mais importantes, sendo fundamental fazer exames de pré-natal para monitorar o desenvolvimento do bebê e prevenir complicações durante a gestação. “Após o parto, é importante continuar com os exames ginecológicos regulares e cuidar da saúde física e mental, especialmente durante o período de amamentação e adaptação à nova rotina”, explica o especialista.

Exames importantes nessa fase são:

- Ultrassonografia Pélvica

- Exames de Hepatite e ISTs

- Exames de Toxoplasmose e Citomegalovirose:

- Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG)

- Culturas de material retal e vaginal

 

Mulheres acima dos 40 anos

Para mulheres acima dos 40 anos, a realização regular de exames é essencial para monitorar a saúde e garantir a prevenção, uma vez que nessa faixa etária, aumenta o risco de desenvolvimento de doenças como câncer de mama, câncer do colo do útero, osteoporose, diabetes e doenças cardíacas. “Exames como mamografia, ultrassom mamário, densitometria óssea, exames de sangue para avaliação dos níveis de colesterol, glicemia e hormônios, além de consultas ginecológicas regulares, são fundamentais para prevenir e diagnosticar tais doenças, garantindo uma melhor qualidade de vida e bem-estar da mulheres acima dos 40 anos”, afirma o médico.

Exames importantes para mulheres acima dos 40:

- Mamografia

- Densitometria Óssea

- Perfil Hormonal

- Colonoscopia.

 

 Exames importantes na fase da menopausa e terceira idade

Na menopausa e na terceira idade, as mulheres enfrentam novos desafios relacionados à saúde, como osteoporose, doenças cardíacas e câncer de mama. “Nesta fase, é fundamental realizar exames de rotina, como densitometria óssea, exames cardíacos e mamografia, para detectar precocemente possíveis problemas e garantir um envelhecimento saudável e com qualidade de vida”, finaliza o especialista.

Exames importantes para mulheres menopausa e terceira idade:

- Hemograma Completo 

- TSH

- Perfil Lipídico

- Papanicolau

- Vitamina D, PTH e Cálcio

- Glicemia de Jejum

- Ureia e Creatinina

- Sangue oculto nas fezes

- Dosagem de Vitamina B12 e Ácido Fólico

 

Março Lilás: vacina do HPV é a principal aliada no combate ao câncer do colo do útero

A imunização deve ser realizada antes do início da vida sexual. Especialista fala sobre importância da prevenção e riscos da doença


O mês de março vem para alertar sobre a importância da conscientização contra o câncer do colo do útero, doença que ocorre em quase 99% dos casos por causa do Papilomavírus Humano (HPV). A infecção sexualmente transmissível é a mais comum em todo o mundo, atingindo de forma massiva as mulheres

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2024 cerca de 17.010 mulheres serão diagnosticadas com câncer do colo do útero no Brasil a cada ano, o que representa um risco considerado de 13,25 a cada 100 mil casos. Vale lembrar ainda que a doença é o terceiro tipo de câncer que mais afeta o público feminino, por isso, é muito importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para o início do tratamento

Diversos especialistas acreditam que na pandemia as medidas restritivas impostas para evitar o aumento do contágio pela covid-19, assim como o fechamento das escolas, pode ter impactado em uma menor procura pela vacinação contra o HPV, uma vez que muitas das campanhas são realizadas nas instituições de ensino. 

Apesar da pandemia, é importante reforçar que a cobertura vacinal contra o HPV é considerada insatisfatória há algum tempo. As entidades de saúde consideram ideal que as taxas sejam de 80% tanto para as meninas, quanto para os meninos. Mas, a realidade é outra: no Acre, apenas 33,6% do público-alvo está vacinado, no Rio Grande do Norte, 46,2%, Pará, 43,9%, Rio de Janeiro, 44,6%, Santa Catarina, 65,2%, Minas Gerais, 66,8% e Paraná com 72,7%

A vacina é oferecida nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todo o Brasil para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Segundo o Ministério da Saúde, 75% das brasileiras sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida, sendo que o ápice da transmissão do vírus se dá na faixa dos 25 anos. Após o contágio, ao menos 5% delas irão desenvolver câncer de colo do útero em um prazo de dois a dez anos

"Geralmente, a infecção genital por HPV é bastante frequente e, na maioria dos casos, é assintomática e autolimitada, ou seja, até os 30 anos de idade grande parte das mulheres tem a infecção resolvida. Mas, quando ocorre a persistência do vírus nas células do colo do útero, elas podem avançar para o desenvolvimento de câncer", comenta Marcela Bonalumi, oncologista da Oncoclínicas São Paulo


De olho na prevenção

Diante dessa realidade, é importante reforçar que a ferramenta essencial na luta contra o câncer do colo do útero é a vacinação contra o HPV. "A imunização pode prevenir também o câncer de vulva, ânus e vagina nas mulheres e de pênis nos homens. Por isso, o ideal é que esse cuidado ocorra antes do início da vida sexual, evitando assim que haja uma exposição ao vírus".

Além da vacinação, que é considerada uma prevenção primária, é importante realizar os exames de rotina ginecológica, como o Papanicolau (anualmente e depois a cada três anos), dos 25 aos 64 anos de idade. "Ele é muito importante para identificar lesões pré-cancerosas e agir rapidamente contra o câncer do colo do útero", alerta Marcela. Vale lembrar ainda que os exames devem ser feitos mesmo se a mulher for vacinada contra o HPV, pois o imunizante não protege contra todos os tipos oncogênicos da doença


Primeiros sinais

A doença em estágios iniciais é assintomática, mas a dor na relação sexual ou sangramento vaginal pode estar presente. Por isso, é muito importante o rastreamento com o exame Papanicolau de rotina

No entanto, se a doença estiver mais avançada, pode ser que a paciente tenha anemia - devido a perda de sangue - dores nas pernas e costas, problemas urinários ou intestinais e perda de peso não justificada. "Geralmente, os sangramentos acontecem durante a relação sexual, mulheres que já estão na menopausa ou ainda fora do período menstrual. Por isso, é muito importante buscar pelo aconselhamento de um especialista", orienta a oncologista


Diagnóstico da doença em estágio inicial aumenta chances de sucesso no tratamento

A oncologista da Oncoclínicas São Paulo explica que podem ser realizadas cirurgias, radioterapia e/ou quimioterapia. "Na cirurgia, ocorre a retirada do tumor, ou ainda do útero quando necessário. Quando a doença apresenta estágios mais avançados, são realizadas sessões de radioterapia e quimioterapia", comenta Marcela Bonalumi

Apesar da doença ser bastante silenciosa, quando descoberta precocemente pode haver uma redução de até 80% na mortalidade pelo câncer do colo do útero. "Muitas mulheres não descobrem na fase inicial. Sempre aconselho as pacientes a realizarem periodicamente seus exames de rotina, como o Papanicolau. Além disso, é fundamental que sejam consumidas informações de qualidade, sendo essa uma das principais aliadas ao combate do HPV", finaliza.

 

Oncoclínicas&Co.
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Doenças crônicas não transmissíveis causam mortes no mundo todo

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) referem-se a condições de saúde de longa duração que não são causadas por agentes infecciosos e não são transmitidas de uma pessoa para outra. Exemplos comuns incluem doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas. Essas doenças são frequentemente associadas a fatores de risco comportamentais, como tabagismo, alimentação não saudável, sedentarismo e consumo excessivo de álcool. O controle e prevenção dessas doenças geralmente requerem intervenções multidisciplinares que abordem não apenas os sintomas, mas também os fatores de risco.  

As DCNTs matam cerca de 41 milhões de pessoas a cada ano, o equivalente a 71% de todas as mortes no mundo, 77% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. No Brasil, as DCNT são responsáveis cerca de 75% das mortes de acordo com as estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde).  

Um fator importante a ser considerado é que essas doenças estão frequentemente associadas a comportamentos e hábitos de vida pouco saudáveis. O tabagismo, uma dieta inadequada, o sedentarismo e o consumo excessivo de álcool são alguns dos principais fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento dessas condições.  

A prevenção e o controle eficazes das DCNT não apenas melhoram a qualidade de vida dos indivíduos afetados, mas também contribuem para reduzir a carga sobre os sistemas de saúde e os custos associados ao tratamento dessas condições. Investir em estratégias de prevenção e intervenção precoce é fundamental para enfrentar esse importante desafio de saúde pública e promover comunidades mais saudáveis e resilientes.  

No entanto, o controle e a prevenção das DCNT não se limitam apenas ao tratamento dos sintomas. É crucial abordar os fatores de risco por meio de intervenções multidisciplinares. Isso inclui políticas de saúde pública voltadas para a promoção de estilos de vida saudáveis, campanhas de conscientização, acesso facilitado a serviços de saúde preventiva e programas de educação sobre alimentação equilibrada e atividade física regular.  

 

Andrew Silva Alfaro - graduado no curso de Auditoria em Saúde e pós-graduado em Auditoria em Saúde. Professor (tutor) nos cursos de Gestão em Vigilância em Saúde e Práticas Integrativas e Complementares pelo Centro Universitário Internacional Uninter. 


Oncologista explica se leucemia é hereditária e como fazer o diagnóstico da doença

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Cerca de 11 mil brasileiros serão afetados pela leucemia até 2025

 

Recentemente, a influenciadora Fabiana Justus, filha do empresário Roberto Justus, anunciou em suas redes sociais que está em tratamento contra a leucemia. 

A leucemia, também conhecida como ‘câncer de sangue’, é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos e interfere na produção de células sanguíneas normais na medula óssea. De acordo com uma estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 11 mil brasileiros serão afetados pela leucemia até 2025. 

O equilíbrio e a função dos glóbulos brancos são responsáveis por uma resposta imunológica contra infecções e outras doenças. Quando esse sistema está comprometido, seja por condições, como a leucemia, que afetam o sistema imunológico, o corpo pode ter dificuldade em combater complicações. 

A Dra. Daniela Ferreira Dias, coordenadora de hematologia do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC), diz: “Na maior parte dos casos, a leucemia não é hereditária, entretanto, uma síndrome genética rara que pode estar relacionada a uma maior predisposição é chamada de Li-Fraumeni. É uma condição em que o gene TP53 (gene supressor tumoral), sofre uma mutação e não consegue impedir o desenvolvimento de um câncer”. 

As leucemias podem ser agudas (início súbito de sintomas) ou crônicas (sintomas mais lentos ou sem sintomas, com diagnóstico em exames de rotina), sendo os principais tipos: Leucemia linfoide aguda (LLA), Leucemia Linfoide Crônica (LLC), Leucemia Mieloide Aguda (LMA) e Leucemia Mieloide Crônica (LMC). 

“O diagnóstico pode ser suspeito pelo hemograma, que pode apontar a presença de blastos (células imaturas) e a confirmação é feita nos exames que chamamos de ‘mielograma’ e ‘imunofenotipagem’”, afirma a médica. “Os exames de citogenética, PCR e FISH também têm importante papel na classificação de risco das leucemias e direcionamento para tratamentos específicos”, completa.


Prevenção e tratamento  

O tratamento é feito inicialmente com a quimioterapia e continua com outras estratégias para consolidar a resposta inicial e impedir que os glóbulos brancos doentes voltem a proliferar. Para isso, pode ser necessário uso de medicamentos orais, imunoterapia e transplante de medula óssea. A terapia genética de Car T-Cell pode ser indicada para pessoas com Leucemia Linfoide aguda B (LLA-B). 

“Há pouco a se fazer em termos de prevenção primária, mas evitar exposição a substâncias cancerígenas é de grande importância. Embora as leucemias agudas sejam diversas e potencialmente graves, há chances de cura com os tratamentos oferecidos. As respostas podem variar de acordo com o tipo, idade do paciente e características genéticas da doença”, finaliza a Dra. Daniela Ferreira Dias.
 

Instituto Paulista de Cancerologia - IPC

 

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