Dados do
Ministério da Saúde apontam quase um milhão de casos no Brasil somente em
janeiro e fevereiro de 2024
A dengue é uma das doenças virais mais preocupantes
atualmente no Brasil devido à disparada de casos em 2024. Ela pode se
manifestar de forma leve mas, nos casos mais graves, pode levar à morte. No
Brasil, há quatro sorotipos circulando ao mesmo tempo, ou seja, quando a pessoa
é infectada pela dengue, ela se torna imune a apenas um sorotipo específico,
com a possibilidade de contrair a doença por mais três vezes, que também pode
ser assintomática.
Um dos fatores que explica esse rápido avanço da doença
são as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global. Elas acentuam os
efeitos naturais do El Niño, resultando em ondas de calor extremo acompanhadas
de chuvas ocasionais, criando condições que podem favorecer o ciclo reprodutivo
do mosquito Aedes aegypti, agente transmissor da doença.
Dr. Josias Aragão, médico infectologista do
Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), principal unidade do Instituto de
Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), reforça a importância
da atenção aos principais sintomas:
- Febre
alta repentina;
- Dor
muscular;
- Dor
atrás dos olhos;
- Mal
estar;
- Manchas
avermelhadas pelo corpo.
“Pessoas com algum desses sintomas devem procurar
uma unidade de saúde imediatamente”, recomenda. Ele ainda reforça que pessoas
com doenças preexistentes, grávidas e idosos precisam de ainda mais atenção
pelo risco aumentado no caso do diagnóstico positivo para dengue.
O especialista pontua a importância de não se
automedicar e explica que, em pessoas com dengue, há remédios que podem podem
afetar a coagulação de sangue das pessoas com o vírus, o que pode levar ao
aumento do risco de sangramentos e consequente agravamento da doença. São eles:
- AAS,
aspirina (salicitatos) e derivados de ácido acetilsalicílico;
- Prednisona
e hidrocortisona (corticoides);
- Ibuprofeno
e nimesulida (anti-inflamatórios não esteroidais).
“Pessoas que fazem o uso crônico de um desses
medicamentos devem manter o uso e suspender apenas sob orientação médica”,
complementa.
Não há tratamento específico para a dengue e as
medicações prescritas pelos profissionais médicos para tratar as pessoas com a
doença tratam apenas os sintomas. “Hidratação também é parte essencial do
processo, pois a doença causa desidratação no corpo de forma acelerada e
perigosa”, afirma.
A prevenção permanece como a principal
estratégia e as recomendações de evitar locais com maior incidência de
mosquitos, eliminação de locais em que se acumula água parada, uso de
repelentes aprovados pela Anvisa, além de proteção mecânica do corpo com roupas
com maior cobertura, deve ser seguidas.
Realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a
campanha de vacinação contra a dengue está imunizando crianças e adolescentes
de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações
pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três
meses e em localidades consideradas prioritárias.
Instituto de Assistência
Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo – Iamspe
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