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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Palavras cruas sobre os estágios de luto do término

 Em entrevista, poetisa Elisa Marques relata como transformou as dores de um rompimento amoroso repentino em arte 

 

Com textos curtos, potentes e repletos de emoções diversas e nada lineares, a escritora Elisa Marques formou a coletânea Até minha terapeuta sente falta de você, um compilado de 72 poemas de inspiração autobiográfica, explorando o término entre duas mulheres pelo ponto de vista da autora. 

A escrita sempre foi presente em sua vida, mas em entrevista a poetisa conta que o primeiro livro nasceu de forma um tanto espontânea, num fluxo natural e sincero. Confira: 

1. Escrever sobre si mesmo nem sempre é uma experiência confortável. Como foi para você o processo de escrita de seu primeiro livro, com tantos traços autobiográficos? 

Meu primeiro livro foi um trabalho muito inconsciente. Não sei até que ponto eu consigo responder à pergunta porque escrever até então era apenas uma ferramenta terapêutica. Eu não tinha medo nem vergonha, porque não sabia que estava escrevendo um livro. Essa inconsciência talvez seja o que tenha tornado a obra tão honesta, tão visceral. A dor e o desconforto são quase palpáveis. 

2. A poeta contemporânea Rupi Kaur é uma de suas inspirações. Como ela, você acredita no poder da cura pela escrita?

Eu acredito nos poderes das artes. Acho que a arte não só cura, mas também te dá prazer de viver.  

3. Pretende escrever outros livros também autobiográficos? Pode dar um spoiler para os leitores sobre possíveis temas que você abordaria?

Arrisco dizer que seja impossível, enquanto autor, se distanciar tanto dos próprios textos que eles não sejam nem um pouquinho sobre si mesmo. Gosto do termo “autoficção” e é por esse caminho que eu sigo no meu próximo livro. Meu tema favorito é o amor romântico e acho que ainda tenho muito a dizer sobre. 

4. Seu avô tem grande influência em seu gosto pela leitura e pela escrita. A escolha por escrever poesias, especificamente, veio da leitura dos trabalhos dele? Você tem vontade de seguir escrevendo poemas ou pretende também se aventurar na escrita de outros gêneros?

A influência do meu avô no meu trabalho vai além do profissional, está no sangue. Não acho que escrever poesias foi uma escolha consciente, tanto que hoje estou me arriscando em outros gêneros, como a crônica. De uma forma ou de outra, acredito que teria chegado à poesia, mas admito que esse primeiro contato na escrita de Até minha terapeuta sente falta de você foi quase automático. 

5. A poesia contemporânea dá muitas possibilidades ao autor. Por que decidiu utilizar inícios de frases em letras minúsculas e pontos finais em seus poemas? Há algum significado especial nessas escolhas, que possa compartilhar?

O ponto final foi uma coisa pela qual eu lutei durante a edição do livro. Sinto que a formação em jornalismo me tornou uma poeta mais rígida. O ponto final para mim é um lugar de respiro e esse livro exigia isso. A escolha pelas letras minúsculas foi uma tentativa de lutar contra essa rigidez e, esteticamente falando, acho mais bonito dentro da métrica do poema. 

6. Você estudou nos Estados Unidos. Há intenção de traduzir a obra atual ou escrever outras diretamente na língua inglesa?

Tenho planos de traduzir este primeiro livro em 2024. Entretanto, meu primeiro contato com a poesia na escrita veio depois da minha formação no exterior, onde eu escrevia matérias para jornais e revistas, então escrever poesia em inglês é algo que ainda não tive o desejo de fazer. 

7. Tem algum novo projeto em vista? Se sim, pode contar um pouco sobre ele?

Meu segundo livro, também de poesia, será lançado em breve. Junto a ele pretendo retomar um projeto audiovisual que iniciei anos atrás. Misturar literatura com cinema é meu hobby favorito e os leitores podem esperar muito isso de mim no futuro. 

 

Elisa Marques - goiana, nascida em 1994 e cresceu em Goiânia. Estudou Jornalismo e Psicologia nos Estados Unidos e atualmente divide seu tempo entre literatura e cinema, sendo também roteirista e diretora. Desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita inspirada pelas obras de seu falecido avô, a primeira referência que teve de escritor. “Até minha terapeuta sente falta de você” é o primeiro livro da autora, que traz sentimentos profundos sobre fins de relacionamentos divididos em 72 poemas com tom melancólico e contemporâneo.
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Quais mortos merecem nosso pranto?

No Dia dos Mortos, recordamos os nossos entes queridos que se foram. Por vezes, depositamos flores em suas lápides com datas já amarrotadas pelo tempo. Ou simplesmente comentamos à mesa uma passagem memorável, alegre ou edificante e, assim, esticamos por alguns minutos a existência desse morto entre nós. Quando a morte é recente e a ausência ainda não é um fato assimilado ou mesmo aceito em face de circunstâncias que ocorreu - como um acidente ou um mal súbito ou, pior, uma violência - o dia se torna um receptáculo de lamentos e acusações ao mundo e ao além-mundo, tendo o suposto Protetor como alvo predileto; a incompreensão pela perda sendo transferida para quem deveria evitá-la ou pelo menos justificá-la. 

No entanto, quando saímos de nossa bolha e olhamos sob a perspectiva da História, há muito mais mortes que comemoramos do que lamentamos. A morte é uma "solução" para os inimigos, para as ameaças, para os que são diferentes de nós, daqueles que, real ou imaginariamente, põem em risco nossa existência e nosso modo de vida. Como ensina Freud, em um texto escrito durante a primeira grande guerra, “o que não é cobiçado por nenhuma alma humana não precisa ser proibido (…) É justamente a ênfase da proibição: não matarás que nos dá a certeza de que descendemos de uma série infinitamente longa de gerações de assassinos, para os quais o prazer de matar, tal como talvez para nós mesmos ainda, estava no sangue”. 

No nosso cotidiano, assumimos esse paradoxo, muitas vezes, ao mesmo tempo: enquanto um pensamento entristece com a lembrança do ente querido que se foi, outro vibra com a notícia de que a polícia exterminou mais uma “gangue de bandidos”, ou de que o país iniciou a contraofensiva contra os terroristas responsáveis por um massacre inacreditável. Nosso olhar embaça e se ilumina em torno do mesmo assunto. Tudo depende de qual morte estamos falando. 

Quais mortos merecem nosso pranto? Há sempre uma explicação plausível para que a morte seja fonte de dor ou de júbilo. A conclusão é um tanto embaraçosa: não é a morte em si que é chorada ou comemorada, mas a forma como essa morte afeta o nosso espírito narcísico que, como mais uma vez lembra o Doutor Freud, acha que não vai morrer nunca e detesta quando o desautorizam com seus desaparecimentos inesperados. 

Nosso tempo de informação contínua e sem descanso, lembra-nos de todos os mortos a todo instante. Durante a pandemia, os números nos eram apresentados diariamente, em um placar seguido de quadros explicativos do aumento ou diminuição das incidências da última semana. Ficávamos informados sobre as mortes dos outros e esse espectro nos acompanhava em todos os lugares, lembrando-nos de que poderíamos ser os próximos da lista. Muitos espíritos mais fracos, inclusive, caíram em uma negação explícita e desafiaram as mais sensatas medidas de segurança, de distanciamento e de vacinação. Muitos morreram porque recusaram a ideia de que poderiam morrer, já que, afinal, a morte é um assunto dos outros.

Agora, vivemos o desfile diário das mortes pela ação terrorista na Palestina e pela contra ofensiva insana que tornou toda uma população refém de um desejo de ira e vingança muito mais do que de Justiça. E, mais uma vez, temos a oportunidade de escolher quais mortes vamos lamentar e pelas quais vamos torcer, como em uma disputa de pênaltis no fim de um campeonato. Curioso é que, nessas disputas, os dois lados invocam o Protetor, como se Ele também tivesse um lado e como se Ele também lamuriasse ou regozijasse pelos mortos “certos" ou “errados”.

Quais mortos merecem nosso pranto? Eu fico com a resposta de Hemingway. Nesses tempos de realidades tão indecorosas, a ficção é, de longe, o lugar onde podemos encontrar o que resta da nossa humanidade combalida. E plantá-la novamente, para além do vale das sombras. 



Daniel Medeiros - doutor em Educação Histórica e professor no Curso Positivo.
@profdanielmedeiros


Especialista ensina pais na conciliação do luto em família

Em lançamento, psicopedagoga Camila Capel baseia-se na própria experiência para orientar leitores a lidarem com a perda


A morte de uma pessoa querida é um tema difícil de ser abordado com crianças e adolescentes, ainda mais quando os pais também vivenciam o luto. Para estes, o desafio está em lidar com a dor pela perda de alguém importante não apenas para os filhos, mas também a si próprios, enquanto tentam manter o papel como educadores. 

Depois de passar por esta experiência como mãe junto às duas filhas, Camila Capel escreveu o livro Vamos falar sobre a vida?. A obra fornece recursos para que os pais e responsáveis apoiem, dialoguem e escutem os filhos no processo de compreensão da morte de uma pessoa próxima, como bisavós, avós ou tios, por exemplo. 

 A autora, que é psicopedagoga com aprofundamento em pedagogia Waldorf, orienta sobre as melhores formas de comunicar uma perda familiar para uma criança, como responder à curiosidade natural delas em torno do assunto e manifestar os sentimentos sobre o ocorrido. Do ponto de vista dos pais, ela guia como passar pelo luto e, ao mesmo tempo, ser um porto seguro para quem ainda está iniciando a jornada pelas dores da vida.  

Ter a consciência da continuidade nos faz estabelecer outro tipo de relação com quem partiu, sentimo-nos parte de algo maior, que transcende a existência física. De certa forma, eles continuam vivos em nós. Relembrar os momentos bons juntos, exaltar qualidades, reconhecer características positivas deles, as quais sentimos carregar em nós também. Tudo isso traz um sentido de continuidade e de pertencimento (Vamos falar sobre a vida?, pg. 256) 

Para continuar a apoiar os pais nessa difícil jornada, Camila Capel também escreveu o livro infantil A Mala do Opa. Inspirado na experiência real da autora em explicar a perda de uma pessoa querida para a sua filha pequena, o livro trata do fim da vida sob o olhar lúdico de uma criança e esclarece com leveza temas como os rituais de despedida de quem partiu e a saudade sentida por quem fica.  

 


Divulgação
Camila Capel

Ficha técnica: 

Título: Vamos falar sobre a vida? Desconstruindo tudo que você aprendeu sobre morte 
Autora:
Camila Capel 
Editora:
Leitura e Arte Editora 
ISBN:
9788567838199 
Páginas:
472 
Formato:
25 x 16 
Preço:
 R$ 120,00 
Onde comprar:
Amazon  

  

Sobre a autora: Camila Capel é psicopedagoga com aprofundamento em pedagogia Waldorf, facilitadora de processos de autodesenvolvimento, meditação e mindfulness e educadora de adultos. É também autora do livro infantojuvenil A Mala do Opa, que ajuda a tratar com leveza o tema do luto com as crianças.   

 

FecomercioSP: redução da taxa de juros para 12,25% é ponderada, mas incertezas preocupam


Discussão fiscal e cenário externo podem limitar ciclo de reduções e aumentar piso da Selic

 
A decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (Bacen) em reduzir a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, em 12,25% ao ano (a.a) é ponderada, já que, na percepção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a incerteza fiscal e no cenário externo preocupa.
 
Até setembro, o déficit do governo brasileiro atingiu R$ 94 bilhões, excluindo os juros. Mesmo com a Lei Orçamentária permitindo um déficit de R$ 228 bilhões, a expectativa era de que o governo não passasse dos R$ 100 bilhões. Além disso, a previsão era de zerar o déficit em 2024, dentro do contingenciamento do arcabouço, mas ainda faltam R$ 168 bilhões em receitas adicionais para atingir essa meta.
 
No entendimento da Federação, o governo precisa dar sinais mais claros de seu compromisso fiscal.
 
O mercado externo também apresenta instabilidades, o que impacta diretamente o cenário econômico. Apesar da diminuição do crescimento chinês, que poderia facilitar o trabalho da política monetária, o aquecimento da economia estadunidense e a alta da taxa de juros da dívida pública trazem um alerta para a intensificação das quedas.
 
Somado a isso, o conflito entre Hamas e Israel reforça a preocupação sobre o preço dos combustíveis, os quais não se apresentavam mais como um elemento de pressão.
 
Por outro lado, o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses chegou a 5,19%. Em setembro, apontou 3,5%. A expectativa é de fechar o ano em 4,63%. O grupo de alimentação é o principal influenciador no processo de queda da inflação, com reduções acentuadas em agosto (-0,85%) e setembro (-0,71%), principalmente no caso da alimentação em domicílio, afetando com mais intensidade as famílias mais pobres.
 
Outro dado positivo para o Bacen são os núcleos, que excluem os preços mais voláteis e mostram como está o aquecimento da demanda, que continuam estáveis. A média foi de 0,21% em setembro e 3,8% no ano, com baixa também no índice dos Serviços, com redução próxima a 0,3%. 
 
Na análise da FecomercioSP, ainda cabem novas quedas das taxas, mas a postura do governo com a responsabilidade fiscal e o cenário externo mais sensível impedem uma redução maior do que 0,5 ponto porcentual (p.p.). Se não houver uma mudança de política fiscal, essas quedas podem se acentuar, ao passo que o piso da taxa de juros corre o risco de crescer, prejudicando o setor produtivo do País. Felizmente, ainda há tempo de mudar.
 
FecomercioSP 



Os perigos da bolha corporativa - e o que fazer para sair dela

Em ambientes corporativos, especialmente de grandes empresas, é comum que os profissionais se vejam cercados por sistemas robustos, hierarquias definidas e uma cultura organizacional bem estabelecida. Estes são aspectos que conferem estabilidade e direção. No entanto, é nesta mesma estabilidade que reside o perigo da complacência, da limitação de perspectivas e da formação de "bolhas". 

A "bolha" corporativa refere-se a esse universo isolado, no qual as percepções e crenças de uma pessoa são majoritariamente influenciadas pelo ambiente da empresa, correndo o risco de se tornarem míopes ao mundo exterior. Essa miopia é especialmente perigosa pois, ao ficar restrito a esse círculo fechado de ideias e práticas, o profissional corre o risco de estagnar em sua carreira.

 

Os perigos de viver na bolha corporativa

● Falta de inovação: estar constantemente cercado pelas mesmas ideias e abordagens leva à estagnação. Sem exposição a novas perspectivas, a inovação é prejudicada;

● Complacência: a familiaridade com as práticas estabelecidas pode levar à resistência a mudanças e à aversão ao risco, impedindo o crescimento;

● Perda de relevância: o mundo externo, especialmente no campo empresarial, está em constante evolução. Não se atualizar e expandir horizontes pode tornar o profissional obsoleto.

 

Livrando-se da bolha: passos para expandir seus horizontes

● Aprenda fora da caixa: a educação não termina após a graduação ou pós-graduação. Procure por instituições, como a nossa, que oferecem cursos e treinamentos voltados para o desenvolvimento contínuo;

● Conecte-se além dos muros corporativos: networking não se restringe aos colegas de trabalho. Tenha contato com pessoas de outras empresas, setores e até mesmo indústrias. Eles podem oferecer insights valiosos que desafiem suas crenças atuais;

● Desafie o status quo: questione práticas estabelecidas e proponha novas soluções. Isso não apenas o destacará como um pensador inovador, mas também incentivará uma cultura de melhoria contínua;

● Participe de conferências e workshops: estes são espaços valiosos para aprender sobre as tendências emergentes do setor e conhecer profissionais que podem oferecer perspectivas diferentes;

● Dedique tempo para a reflexão: reserve um tempo regularmente para refletir sobre sua carreira, seus objetivos e o que você pode fazer para alcançá-los. Evite ser passivo em seu desenvolvimento de carreira.

 

Os riscos de permanecer na bolha

Se, mesmo ciente dos perigos da bolha corporativa, o profissional optar por permanecer nela, ele pode enfrentar:

● Estagnação na carreira: a inovação e a adaptabilidade são altamente valorizadas no mundo corporativo. Sem elas, a progressão na carreira pode ser lenta ou até mesmo inexistente;

● Isolamento: o mundo corporativo é interconectado. Os profissionais que não se conectam além de sua bolha podem encontrar-se isolados, perdendo oportunidades valiosas;

● Desalinhamento com as tendências do setor: em um ambiente de negócios em constante mudança, não estar atualizado pode resultar em práticas e abordagens obsoletas.

As grandes empresas são apenas uma parte do vasto ecossistema empresarial. Assim como nos mercados financeiros, onde diversificar investimentos é uma estratégia sábia, diversificar as fontes de aprendizado, conexões e experiências é crucial para o desenvolvimento de carreira. 

A jornada além da bolha exige esforço, mas é um investimento que certamente rende dividendos na forma de uma carreira enriquecedora, relevante e bem-sucedida.


Virgilio Marques dos Santos - um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica


Saiba quando e como empresa deve planejar férias coletivas


A decisão sobre se as empresas terão ou não férias coletivas no fim de ano já deve ser definida pelos administradores de algumas empresas. Esse fato é muito positivo, pois assim serão menores as dificuldades na hora de tomar essa decisão e realizar esse acordo com os trabalhadores.

Isso porque não basta apenas tomar a decisão das férias coletivas, várias ações prévias devem ser tomadas antes de iniciar esses períodos, o que gera muitas confusões por parte de empregadores e empregados. "O que vemos na Confirp é que a correria em busca de informações ocorre principalmente com a proximidade do fim de ano, isto é, a partir de outubro. As principais dúvidas que observamos são referentes a prazos, pagamentos e limites", conta o consultor trabalhista da Confirp Consultoria Contábil, Fabiano Giusti.



Entenda melhor

As férias coletivas são períodos de paralizações concedidos de forma simultânea para todos os trabalhadores de uma empresa, ou para apenas alguns setores. Para facilitar o trabalho dos leitores, a Confirp Consultoria Contábil preparou um tira-dúvidas sobre o tema:


Quais os principais pontos em relação às férias coletivas?
 

  • Esse período é determinado pelo empregador, buscando a melhor forma de ajustar os trabalhos realizados, contudo há a necessidade de nunca extrapolar a limitação de 11 meses subsequentes a obtenção do direito a férias do empregado.
  • Existe a opção de conceder férias coletivas para apenas determinados setores da empresa, mas também pode ser para todos os trabalhadores.
  • Há a possibilidade de realizar dois períodos, todavia essa é uma excepcionalidade, e nesse caso nenhum poderá ser menor a 10 dias.
  • A comunicação do empregado sobre as férias e as regras deve ser feita por escrito, com antecedência mínima de 30 dias do início do período.
  • Todos os dados sobre as férias devem ser anotados na Carteira Profissional e no livro ou ficha de registro de empregados.


Quais os passos a serem seguidos antes de determinar as férias coletivas?
 

  • O empregador deve, com antecedência mínima de 15 dias ao período das férias coletivas, comunicar a Delegacia Regional do Trabalho Comunicar (D.R.T.) sobre a decisão com dados referentes ao início e fim das férias, indicando quais os setores ou estabelecimentos atingidos;
  • Enviar uma cópia da comunicação feita ao D.R.T. aos sindicatos das categorias que serão abrangidos pelas férias;
  • Lembrando que os trabalhadores também deverão ser avisados mas neste caso com antecedência de 30 dias, colocando comunicados nos locais de trabalho.


No caso de empregados que não completaram o período de direito para férias, como deverá ser o procedimento?

Primeiramente, se deve definir quantos dias o funcionário possui de direito, por ocasião das férias coletivas, considerando o tempo de serviço e faltas existente no período. Caso este empregado tenha direito a menos dias do que a empresa estipulou para férias coletivas, este empregado ficará de licença remunerada, devendo retornar ao trabalho na mesma data dos outros empregados.



Como se dá o pagamento das férias coletivas?

Realmente grande parte dos questionamentos sobre o tema é em relação ao pagamento dos funcionários, contudo, neste ponto não existe mistério, tendo o mesmo formato das demais férias dadas aos trabalhadores. Lembrando que no caso do funcionário não tiver completo um ano de período de trabalho, o pagamento será proporcional ao período de férias que tem direito e o restante será dado como licença remunerada.


Quais outros pontos relevantes e relação ao tema?
 

  • Empregados com menos de 18 anos ou com mais de 50 anos devem ter o período de férias uma única vez, assim, se as férias coletivas forem menores do que esses possuem por direito, deverão prolongar o período para eles, para que possam assim aproveitar integralmente esse direito. Caso o período por direito seja menor deverá se considerar o período excedente de coletiva como licença remunerada.
  • Estudante menor de 18 anos deverá ter o período coincidente com o de férias escolares, nos casos em que as coletivas ocorrerem em época diversa, o período de férias coletivas deverá ser considerado como licença remunerada, e as férias legais, serão concedidas juntamente com as férias escolares.

Fonte - Confirp Consultoria Contábil


13° salário - saiba como utilizar corretamente


Receber o dinheiro do 13° salário e utilizá-lo para pagar dívidas. Esse é o objetivo de grande parte da população brasileira e, por trás dessa medida compreensível, está um grande erro, pois, ao sair imediatamente pagando o que se deve, se esquece de um princípio fundamental da educação financeira: planejamento para se atingir objetivos.

Eu sei que essa é a recomendação da maioria das pessoas e que o dinheiro extra é um grande alívio para a população, mas tratá-lo de maneira impulsiva só mostrará que não se aprendeu sobre educação financeira.

Então, ao receber o dinheiro, o que se deve fazer? O primeiro passo é fazer um diagnóstico de sua situação financeira. É certo que não dará para fazer isso de forma ampla, que seria anotando por um mês todos os gastos, mas dá para saber qual sua situação financeira e a partir dessa tomar o melhor caminho. Veja orientações:



Endividado e inadimplente 

Se a situação for de endividamento, ainda é necessário saber se está sob controle ou se já está descontrolado, ocasionando a inadimplência. Mas, qual a diferença?

Funciona da seguinte forma: inadimplência ocorre depois que o consumidor se compromete com o pagamento de algum valor em uma data, contudo, não consegue realizar dentro do prazo. Em função disso, ocorrem cobranças, tendo até o risco de o consumidor ter seu nome em lista de devedores de alguns órgãos, como Serasa e SPC. Nesse caso, é interessante que, dentro de um planejamento, se utilize o dinheiro extra para esse pagamento.

Mas as ações vão muito além, já que a situação é muito arriscada, podendo refletir em diversos pontos do seu cotidiano, como relação familiar e profissional. Assim, é necessário fazer uma ação de guerra, repensando toda a vida financeira para não agravar cada vez mais a situação.

O inadimplente tem que tomar a ação mais difícil, que é negociar os valores com os credores. É importante ter em mente que as pessoas querem receber esse valor. A partir daí, é a hora de buscar um consenso. Nunca esquecendo que o valor definido terá que caber dentro do orçamento mensal. Fora isso, é necessário readequar o padrão de vida para que, no futuro, o problema não se repita.

Já no grupo dos endividados, também estão os inadimplentes, mas abrange um número muito maior de pessoas. Nele, ainda estão as pessoas que compram um produto e parcelam, quem financia carro ou casa, pega dinheiro emprestado e tem que pagar parcelas desse empréstimo, dentre outros. Em resumo, essas são as pessoas que já se comprometeram com um valor a ser pago.

Se estes compromissos estiverem sob controle, recomendo que o décimoterceiro seja utilizado para sonhos e objetivos de curto, médio e longo prazos, no qual pode estar o de quitar as dívidas. Para quem está endividado, mas não inadimplente, a obrigação é honrar com seus compromissos e, para que isso ocorra, os valores devem estar no orçamento mensal.

Pagando tudo dentro do prazo e, se possível, adiantando o pagamento dos valores e eliminando as dívidas o mais rápido possível, essa pessoa nunca terá problema. Além disso, para quem já está endividado, é preciso entender que só se deve pagar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar.



Equilibrados financeiramente e poupadores

Aos que não devem, mas também não poupam, o educador recomenda muita cautela, pois qualquer descontrole poderá fazer com que se torne um endividado e até inadimplente, da noite para o dia. Pelo menos uma parte do 13º deve ser poupado e investido, com o objetivo de formar uma reserva financeira. Assim, começará a criar o hábito de poupar para realização de sonhos também.
 
Para os poupadores, mesmo que em pequenos valores, a melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um objetivo, seja ele comprar uma casa, trocar de carro ou fazer uma viagem, ou outro sonho que tenha, possibilitando a compra desses à vista, utilizando o juros a favor e ainda obtendo descontos. A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra na economia, sem dúvida nenhuma, é muito positivo, desde que utilizado de maneira consciente, planejamento e com educação financeira.
 


Reinaldo Domingos - educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Mesada não é só dinheiro, e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.



2 de novembro - Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola

Imagem ilustrativa - Crédito: Imagem de un-perfekt por Pixabay
 

“The Big Bully”: a importância da detecção e prevenção do ciberbullying

 

A Check Point Software destaca o crescimento do ciberbullying entre os jovens e a necessidade de adotar medidas para combatê-lo

 

A sociedade está sempre avançando com a digitalização, e as crianças estão ligadas à tecnologia desde muito cedo. Elas têm toda a informação na ponta dos dedos. Graças à tecnologia, a realidade oferece oportunidades significativas, mas também apresenta riscos substanciais. A Check Point Software já assinala o aumento do ciberbullying entre os jovens desde 2018. O alerta é feito à véspera da data global do Dia Internacional contra a Violência e o Bullying na Escola – incluindo Ciberbullying - dia 02 de novembro de 2023, primeira quinta-feira do mês.

 

No Brasil, uma pesquisa do instituto Ipsos apontou que o país é o segundo no ranking de ciberbullying no mundo, com 30% dos pais ou responsáveis entrevistados afirmando que seus filhos estiveram envolvidos ao menos uma vez em casos de ciberbullying.

 

Normalmente, a tendência é pensar na violência como algo físico, porém o termo também se estende a um quadro verbal, online ou escrito. Atualmente, ferir alguém através do meio digital é uma das formas mais comuns de violência.

 

O ciberbullying compartilha muitas semelhanças com o bullying presencial: envolve o assédio repetitivo de um jovem por uma pessoa ou por um grupo de pessoas, com um sofrimento a longo prazo. O aspecto digital do ciberbullying acrescenta novas características específicas; é um assédio escondido por meio do anonimato proporcionado pela tela, uma forma de violência que pode persistir ainda mais tempo (afinal o conteúdo publicado na Internet é muito difícil de ser apagado completamente), uma agressão em que podem estar envolvidas muitas pessoas e, finalmente, um ato persistente e cruel que pode causar graves danos psicológicos à vítima.

 

O ciberbullying aparece de diferentes formas: geração de conteúdos falsos, ciberbullying sexual (publicação de fotos íntimas ou compartilhamento não autorizado de conteúdos sexuais), coleta de dados de uma pessoa e sua posterior divulgação, publicação de fotos ou vídeos sem consentimento, roubo de identidade, entre outras.

 

Os especialistas da Check Point Software recomendam as seguintes medidas de proteção contra o ciberbullying:

  • Não responder aos “ciberperseguidores” e bloqueá-los;
  • Não compartilhar informações pessoais, como endereço, senhas, números de telefone ou informações bancárias online e ter atenção ao tipo de conteúdo fotográfico que está publicando;
  • Definições de privacidade: nas redes sociais podemos utilizar as definições que garantem o conteúdo visível apenas para os amigos;
  • Guardar provas para a ação penal. Se for vítima de assédio cibernético ou ciberbullying, guardar as informações importantes para denunciar mais tarde;
  • Pedir ajuda, ou seja, comunicar sempre a situação às plataformas, à escola e às autoridades;
  • Segurança digital: É essencial ter conhecimentos básicos de cibersegurança para definir senhas seguras e aprender a utilizar a Internet com mais cautela;
  • Educação: a educação é uma chave fundamental para prevenir o ciberbullying e qualquer tipo de assédio. Ensinar as gerações mais novas a se comportarem de forma respeitosa e a não ultrapassarem limites prejudiciais é da responsabilidade de todos;
  • Proteção: Os pais também devem prestar atenção à forma como os seus filhos interagem no mundo virtual.

A boa notícia é que países de todo o mundo estão entendendo a necessidade de penas mais rigorosas e regulamentações mais severas contra o ciberbullying. Nos Estados Unidos, 44 estados americanos têm sanções penais para ciberbullying, enquanto a nível internacional alguns países como o Canadá, o Reino Unido, a Austrália, a Nova Zelândia, a Índia, o Japão e as Filipinas têm leis contra ciberbullying. No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que tipifica ciberbullying em setembro deste ano.

 

No entanto, com a proliferação da Internet e o crescimento de um estilo de vida digital, assiste-se a um aumento do ciberbullying. Os pais, os professores e os próprios alunos podem ajudar a reduzir e combater essa prática.

 

"Na Check Point Software, recomendamos a prevenção como a melhor medida de segurança para ajudar as crianças e os jovens a terem uma experiência online segura. Um dos pontos fundamentais para manter os estudantes seguros no mundo virtual é a educação. As tarefas diárias podem impedir os pais de estarem acompanhando constantemente as atividades online dos seus filhos, fato pelo qual é necessário ensiná-los sobre as medidas básicas de cibersegurança. É assim que alguns perigos e riscos podem ser evitados", explica Fernando de Falchi, gerente de Engenharia da Segurança da Check Point Software Brasil.

 

"Desenvolver hábitos como não compartilhar informação sensível com quem quer que seja, evitar abrir e baixar arquivos de usuários e remetentes desconhecidos e utilizar senhas de acesso fortes. Estes são apenas algumas das principais medidas de segurança que os jovens precisam aprender para se manterem protegidos no mundo virtual."

 



Check Point Software Technologies Ltd.


Check Point Software

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SOS Pantanal lança oficialmente o Sistema Aracuã, que promove monitoramento de focos de calor no Pantanal

 

Com análises acuradas de dados em tempo real, ferramenta potencializa ações preventivas das Brigadas Pantaneiros na Bacia do Alto Paraguai

 

Um dos maiores aliados na prevenção de incêndios no Pantanal tem nome de ave nativa da região: o Sistema Aracuã é uma plataforma personalizada de monitoramento de focos de calor e análise de dados territoriais que atua no desenvolvimento de estratégias de prevenção e combate ao fogo nas áreas de cobertura das Brigadas Pantaneiras – projeto fomentado pelo SOS Pantanal para formação e estruturação de equipes especializadas na atividade.

 

O sistema, que tem sido usado em fase de testes há cerca de três meses, tem papel fundamental no desenvolvimento de novos métodos de proteção a esse bioma tão rico e peculiar. A ferramenta se vale de satélites da Nasa (Administração Nacional Aeronáutica e Espacial, em tradução livre) e sensores terrestres, que são combinados com dados que incluem histórico de focos de calor registrados, qualidade da vegetação, características do terreno, infraestruturas existentes e detecção de ações preventivas adotadas nos diferentes locais de rastreamento. Dessa forma, a ferramenta permite respostas rápidas e eficientes no combate a incêndios em seus estágios iniciais, com maior possibilidade de controle de sua propagação.

 

O “Sistema Aracuã” possui dois modos de atuação, um chamado “Alerta Aracuã” e o outro “Painel Aracuã". No primeiro, são enviados alertas automáticos personalizados diretamente para o smartphone de brigadistas e seus colaboradores, pessoas que moram nas áreas cobertas pelas Brigadas Pantaneiras. O segundo, idealizado pela Synergia Socioambiental – parceria de longa data do SOS Pantanal - se baseia em um protocolo de geração de painéis visuais simplificados de monitoramento contínuo que auxilia na análise dos padrões de ocorrência, permitindo um direcionamento mais assertivo da ação de combate ao fogo na Bacia do Alto Paraguai, onde estão alocadas, atualmente, 26 Brigadas Pantaneiras. A partir do uso da ferramenta, mensalmente são produzidos painéis gerais com texto de análise resumida dos resultados do período, incluindo tabela quantitativa de focos de calor observados nas áreas das brigadas por mês, acumulado do ano, ranking das brigadas com mais focos de calor no ano e o mapa de localização das brigadas e dos focos de calor.

 

Segundo o diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, Leonardo Gomes, “o sistema de gestão Aracuã é parte fundamental da estratégia do Manejo Integrado do Fogo do SOS Pantanal. Graças a ele conseguimos ter um acompanhamento da evolução de focos, área queimada, condições do solo, vegetação e, principalmente, o resultado das ações de cada brigada. Com essa ferramenta as próprias brigadas conseguem ter uma noção visual do resultado do seu trabalho, avaliando seu esforço, engajando mais pessoas e planejando melhorias nas próximas ações”.




Instituto SOS Pantanal
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Por que o TCESP deve fiscalizar as Fundações de Apoio?


        As fundações de apoio são entidades privadas sem fins lucrativos criadas para dar instrumentalidade ao órgão público a que são vinculadas, seja na área da saúde, pesquisa ou educação.  

        A natureza jurídica privada, no entanto, não pode ser vista de forma absoluta. Há uma simbiose das fundações de apoio com os respectivos órgãos públicos que não pode ser desconsiderada. Uma fundação de apoio, privada, não existe sem um ente governamental, público, beneficiando-se, inclusive, de algumas prerrogativas naturais deste último.          

        Elas carregam consigo a marca e notoriedade do ente público apoiado, valendo-se de seus médicos, pesquisadores, professores e, por vezes, até de estrutura física para consecução de seus objetivos. Mais que isso, por estarem ligadas a um ente público, podem ser contratadas sem processo licitatório ou se habilitarem a determinados benefícios fiscais.  

        É raro encontrarmos alguma fundação que tenha receitas totalmente oriundas da prestação de serviços para a iniciativa privada. Como regra, os recursos são fruto de um contrato de prestação de serviços, aliança estratégica ou convênio com um ente estatal. Contudo, ainda que o dinheiro seja totalmente oriundo de prestação de serviços para a iniciativa privada, impossível não olharmos para elas como parte de uma estrutura do Estado, até porque, sua finalidade (e por isso as vantagens que carregam) é apoiar o ente público.  

        No que diz respeito ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), está entre as suas competências constitucionais (art. 33 da Constituição do Estado de São Paulo) julgar as contas de todos os responsáveis por recursos, bens e valores públicos da administração direta e autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual.    

        Assim, com o propósito de transmitir maior segurança jurídica na ação fiscalizatória, o TCESP determinou, por meio da Deliberação do processo SEI nº 008754/2022-21, que, além das fundações enumeradas nos §§ 5º dos artigos 35 e 58 das Instruções nº 01/2020 (fundações públicas estaduais, por exemplo), estão incluídas no seu rol de jurisdicionados: I - as fundações que utilizem imóveis públicos, ainda que este seja o único vínculo com a Administração Pública; II - as fundações que utilizem o nome, ou a marca da organização da Administração Pública no exercício de suas atividades; III - as fundações cujos órgãos de cúpula sejam preenchidos por docentes, diretores, autoridades e/ou servidores de órgãos ou entidades da Administração Pública, independentemente de disposição estatutária específica.  

        Para o TCESP, portanto, a origem dos recursos financeiros que abastassem os caixas da Fundação não é único fator que determina sua competência de fiscalização. Outras nuances, como uso da marca, know how ou bens patrimoniais acabam por abarcar a expressão “mantidas pelo Poder Público Estadual”. Ora, a lógica é bem simples, a Fundação de Apoio, embora privada, existiria ou realizaria as atividades que executa se não houvesse essa simbiose com um ente público?  

        É por isso que, se de um lado as fundações de apoio possuem maior flexibilidade e agilidade em relação aos órgãos públicos para efetuar as contratações de fornecimento de materiais e serviços, bem como as contratações de funcionários sem a realização de concurso público, de outro, devem prestar contas de todos os recursos públicos que estão à sua disposição.  

        Com a perspectiva de desempenhar o seu papel com maior efetividade, o TCESP analisa anualmente as relações existentes entre os órgãos públicos e as respectivas fundações de apoio em processos específicos em que são examinados, entre tantos quesitos, os seus Balanços Patrimoniais.  

        Por ora, não há outra forma de a Corte de Contas fiscalizar essas entidades, considerando que a análise dos registros que subsidiaram as demonstrações contábeis podem ser uma importante fonte para que o órgão fiscalizador certifique a inocorrência de eventuais conflitos de interesses daqueles que são contratados pelas fundações de apoio, especialmente se também compõem o quadro funcional do órgão público que as instituiu.          

        Nessas ocasiões, é verificado se as contratações de bens, serviços e pessoal observaram os seus Regulamentos de Compras e de Seleção de Pessoal, bem como se estão em conformidade com princípios da administração pública, como os da impessoalidade, moralidade e publicidade.  

        Essa dedicação aos demonstrativos das fundações de apoio é, também, uma forma indireta de o Tribunal de Contas auxiliar os órgãos públicos apoiados a alcançarem seus objetivos. 

  

Dimas Ramalho - Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo 


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