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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

Quase 70% dos empreendedores brasileiros têm renda de até 2 salários-mínimos

 

Pesquisa inédita do Sebrae mostra que a atividade do empreendedorismo representa uma porta para garantir emprego e renda






Nos últimos anos, o sonho de ser dono do próprio negócio cresceu entre os brasileiros e já é o segundo mais citado pela população adulta, atrás apenas de viajar pelo país. Pesquisa realizada pelo Sebrae mostra que quase 70% (68%) dos 29 milhões de donos de negócios (formais e informais) no país têm um rendimento de até 2 salários-mínimos. Segundo os dados, para a maioria dos que empreendem, ter o próprio negócio, representa uma conquista, pois permite o sustento e a viabilização de oportunidades.

De acordo com levantamento feito pelo Sebrae com base em dados da PNAD do 2º trimestre de 2023, quase 20 milhões de brasileiros são donos de negócios com faturamento mensal até 2 SM. A pesquisa retrata também que o rendimento aumenta à medida que o empreendedor se qualifica. “Os empresários de pequenos negócios são um universo de formiguinhas que não cansam e movimentam bairros, comunidades, municípios, movem o país. São os imprescindíveis, que lutam o ano todo, lutam por uma vida. Fazem a economia girar”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.

Hoje, os pequenos negócios representam 95% das empresas brasileiras, 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Os dados mostram que aumentar o grau de instrução por meio de capacitação e aprendizados permite aos empresários ampliarem o mercado. Segundo ele, o conceito do Sebrae é ser parceiro nesta missão, “a tarefa da instituição é formar essas pessoas para empreender durante toda sua trajetória. É uma tarefa permanente. É uma ação permanente”, explicou.
Mesmo sendo uma atividade desafiadora, o empreendedorismo, como mostra a pesquisa, traz a possibilidade de o negócio começar pequeno com perspectiva de criar escala. O Sebrae lembra também, que muitos empresários não querem crescer e optam pelo rendimento menor. “O empreendedorismo pode ser um instrumento de transformação social; uma forma de acesso à justiça e a uma sociedade inclusiva. O Sebrae percebe a natureza do negócio e apoia o empreendedor nesta escalada. O importante é perceber que este empreendedor consegue se tornar também um gerador de renda. Como o presidente Lula e Geraldo Alckmin afirmam, nós vamos colocar essas pessoas no orçamento do país”, acrescenta Lima.


Confira números da pesquisa

  • Mulheres/renda: Na faixa de menor rendimento (até 2 SM) a proporção de mulheres chega a 36% (desses quase 70%)
  • Escolaridade/renda: Na faixa de menor rendimento (até 2 SM), 45% têm até ensino fundamental completo (da 1ª a 9ª séries até 14 anos).
  • Raça/renda: Enquanto na faixa de até 2 SM está a maior a proporção de negros (59%).

 

Semana do Empreendedor: São Paulo cria 30% dos empregos formais do país em 2023

De janeiro a setembro, foram geradas mais de 4,8 mi de vagas no estado; Brasil registrou no período 15,9 milhões de oportunidades 

 

O Governo de SP, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem como política pública a geração de emprego e renda que vai ao encontro da criação de oportunidades para os cidadãos paulistas. Segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta segunda-feira (1º) pelo Ministério do Trabalho, de janeiro a setembro deste ano, o estado de São Paulo gerou 30% dos empregos formais do Brasil. O saldo é de 386.511 em todo estado. 

 

Grande parte das vagas de trabalho está concentrada nos Postos de Atendimento ao Trabalhador (PATs), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Até o momento, os PATs já ofertaram mais de 233 mil vagas só em 2023. São mais de 230 unidades espalhadas em todas as regiões do estado e que oferecem diversos serviços. Para conhecer todos os serviços oferecidos e o PAT mais próximo da sua residência, basta acessar: www.desenvolvimentoeconomico.sp.gov.br/programas/postos-de-atendimento-ao-trabalhador-pats/.

 

Além dos PATs, em São Paulo, a pasta oferta diferentes programas que buscam estimular o empreendedorismo e a criação de empregos. As principais iniciativas que fomentam e visam à melhoria do ambiente de negócios são:


 

Facilita SP

Com intuito de desburocratizar, estimular contratações e abertura de novas empresas, o governo paulista lançou recentemente o Facilita SP, que busca tornar os procedimentos mais rápidos e transparentes para estimular o empreendedorismo e simplificar a vida do empresário paulista.


 

Jovem Aprendiz Paulista

Tem como objetivo a contratação de aprendizes de 14 a 24 anos em micro e pequenas empresas, o que está contribuindo com o empreendedorismo ao conectar os negócios locais à oportunidade de ingresso no mercado de trabalho. Para saber mais, é só acessar: www.jovemaprendiz.sp.gov.br


 

Empreenda Mulher

Iniciativa que visa a autonomia e empoderamento feminino. O programa é realizado junto ao Banco do Povo, que oferece linha de empréstimo com condições especiais. Para ter acesso ao microcrédito, é necessário concluir um dos cursos de qualificação selecionados no programa Empreenda Mulher e oferecidos pelos parceiros Sebrae-SP e Aliança Empreendedora.

 

Para mais informações e conhecer todos os programas ofertados pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, basta clicar: www.desenvolvimentoeconomico.sp.gov.br/.

 


Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDE

 

O poder dos dados: saiba como usá-los em estratégias para sair na frente da concorrência

Unsplash
 Pesquisa da Forrester mostra que pelo menos 2/3 das empresas já usam marketing orientado por dados. E você, já começou?


Uma pesquisa, realizada pela consultoria Forrester, mostra que pelo menos 66% das empresas ao redor do mundo levam seus negócios orientados por dados. Dessas, porém, são poucas as que sabem tratar esses dados adequadamente – apenas 21%. A mesma pesquisa mostra que no Brasil, 48% dos negócios estão em fase inicial no trabalho com dados. 

Um outro levantamento, realizado pela consultoria McKinsey mostra que as organizações que aproveitam os dados e informações sobre os clientes de forma estratégica superam os seus pares em 85% no crescimento das vendas e em mais de 25% na margem bruta.

Os dados têm orientado cada vez mais os negócios pelo mundo, bem como suas estratégias de marketing, como explica o especialista em dados e inovação e professor de MBA da FGV, Kenneth Corrêa. “Em uma era de crescente digitalização e mudanças radicais do comportamento do consumidor, o marketing de dados oferece o caminho para manter-se à frente, identificando tendências emergentes e entendendo as mudanças nas preferências do consumidor. Assim, a adequação das estratégias e ofertas se torna mais ágil e eficiente. De nada adianta o produto certo, para a pessoa certa, mas na hora errada”. 


O que é o conceito de marketing de dados?

O conceito de marketing de dados, também conhecido como data-driven marketing, refere-se à estratégia de coleta, análise e uso de dados para direcionar ações de marketing que sejam cada vez mais eficientes, personalizadas e voltadas ao perfil e necessidades específicas de cada cliente ou segmento de clientes. “Na prática, essa abordagem tem como principal objetivo oferecer insights valiosos e aprimorar a tomada de decisões estratégicas, visando ampliar engajamento, satisfação, retenção e, consequentemente, o retorno sobre o investimento de campanhas e ações de marketing”, destaca Kenneth.

O especialista ressalta que essa é uma estratégia utilizada com sucesso por grandes companhias do mercado. “A Amazon, por exemplo, é uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo e utiliza o marketing orientado por dados para se manter à frente da concorrência. A empresa coleta dados dos clientes para entender seu comportamento, preferências e necessidades. Essas informações são então usadas para criar campanhas de marketing personalizadas e altamente direcionadas. A Netflix utiliza dados para personalizar suas recomendações para cada usuário, o que ajudou a empresa a expandir sua base de assinantes e aumentar a fidelidade dos clientes. A empresa também utiliza dados para otimizar sua oferta de conteúdo e criar novos programas e filmes com base no que seus usuários estão assistindo”. 


Por que o marketing de dados é importante?

O marketing de dados é uma importante estratégia em um mundo digitalizado,  com a evolução constante do comportamento do consumidor, oferecendo o caminho para as empresas manterem-se à frente, identificando tendências emergentes e entendendo as mudanças nas preferências do consumidor.  Ele permite uma compreensão mais profunda e precisa do público-alvo. Com esses insights, as empresas podem personalizar suas ofertas e mensagens de marketing para cada segmento de público, aumentando a relevância e a eficácia de suas campanhas e estratégias.

“Além disso, o marketing de dados pode levar a melhores decisões empresariais. Ao lidar com dados reais e concretos, as empresas podem fazer ajustes mais informados e estratégicos em suas campanhas e produtos, a fim de melhor atender às preferências e necessidades de seus clientes. Esse também é um meio mais concreto para medir o sucesso. Com dados mensuráveis, as empresas podem acompanhar e avaliar o desempenho de suas campanhas, o que pode levar a ajustes e melhorias contínuas”, pontua o especialista.


Como aplicar na prática o conceito de marketing de dados?

Aplicar o marketing de dados na prática exige etapas bem definidas. Cada uma delas contribui na transformação de informações brutas em ações estratégicas de marketing. Kenneth explica quais são:

1.   Coleta de Dados: reúna dados do seu público-alvo por meio de diferentes canais. Isso pode ser feito por meio de pesquisas, análise de comportamento no site, análise de redes sociais, fidelidade e programas de compra, entre outros.

2.   Armazenamento de Dados: os dados coletados devem ser armazenados em um banco de dados centralizado. Isso pode ser feito utilizando um sistema de gerenciamento de banco de dados que permita guardar, acessar e manipular dados facilmente.

3.   Análise de Dados: use ferramentas de análise para identificar padrões, tendências e insights em seus dados. Isso ajudará a entender o comportamento, as preferências e necessidades dos clientes.

4.   Criação de Perfis de Clientes: baseado na análise, crie perfis de clientes para entender melhor suas características e preferências. Estes perfis também podem ser usados na segmentação de público para campanhas de marketing mais personalizadas.

5.   Desenvolvimento de Estratégias: use os insights obtidos a partir dos perfis de clientes para desenvolver e implementar estratégias de marketing. Por exemplo, uma empresa pode desenvolver campanhas específicas para um segmento de público que prefere comprar produtos sustentáveis.

6.   Monitoramento e Aprimoramento: por fim, monitore o desempenho de suas estratégias e use os dados para fazer ajustes contínuos e melhorias. O marketing de dados é um processo contínuo que requer revisão e aprimoramento constante.

O marketing de dados traz várias vantagens competitivas para as empresas, oferecendo insights mais precisos sobre o comportamento do consumidor, permitindo que as empresas compreendam as necessidades, preferências e pain points de seus clientes de maneira mais eficaz. “Isso por si só é um ganho significativo, pois permite a criação de campanhas e estratégias altamente personalizadas que atendem diretamente aos interesses dos consumidores”, destaca Kenneth. 

A estratégia também permite que as empresas otimizem seus esforços de marketing, identificando quais canais e estratégias estão gerando os melhores resultados, economizando tempo e dinheiro. As empresas podem também prever tendências futuras. Ao analisar padrões de dados históricos, é possível fazer previsões informadas sobre como os comportamentos dos clientes poderão mudar no futuro, permitindo que as empresas se adiantem e se preparem para essas mudanças.

Como explica Kenneth Corrêa, “Essa é uma estratégia que pode levar a melhores decisões de negócios em toda a organização, não apenas na área de marketing. Os insights derivados da análise de dados podem informar tudo, desde desenvolvimento de novos produtos até decisões estratégicas de longo prazo. Portanto, as empresas que adotam a análise de dados podem ganhar uma vantagem competitiva significativa em relação àquelas que não o fazem”.

Outro ponto importante ressaltado pelo especialista é: por que agora é o momento de adotar o uso de dados? “A vida de todo mundo está cada vez mais digital, e passamos quase 10 horas por dia no celular. Tudo isso faz a gente gerar um volume muito grande de dados para serem analisados. O que antes era muito caro e pouco acessível, hoje tem as ferramentas de IA para ajudar na captura e análise desses dados em tempo real. Além disso, as ferramentas de visualização de dados (dashboards) estão muito acessíveis (tanto em custo, quanto em facilidade de integrar dados de várias fontes). É o momento certo.”


Cuidados a serem tomados na utilização do marketing de dados

Embora o marketing de dados seja poderoso, existem certos cuidados que devem ser tomados para garantir a eficácia e a ética na sua utilização, como o especialista descreve a seguir:. 

1.   Privacidade do Consumidor: a privacidade dos dados do consumidor deve ser uma prioridade. É crucial garantir que as práticas de coleta, armazenamento e uso de dados estejam em conformidade com as leis e regulamentos como a LGPD, GDPR, entre outros.

2.   Qualidade dos Dados: a qualidade dos dados é fundamental para obter insights corretos. Dados imprecisos, desatualizados ou tendenciosos podem levar a conclusões errôneas e prejudicar as estratégias de marketing.

3.   Interpretando Dados: é importante ter em mente que dados por si só não são a resposta. Os dados precisam ser cuidadosamente interpretados e entendidos dentro de um contexto adequado para que possam ser traduzidos em insights valiosos.

4.   Segurança dos Dados: proteger os dados coletados contra riscos de segurança é essencial. Perdas de dados podem resultar em danos à reputação e também em penalidades legais.

5.   Abordagem Ética: é preciso uma abordagem ética na utilização dos dados, evitando a manipulação de consumidores ou a utilização de suas informações de forma não consentida.

Kenneth também levanta uma questão importante sobre como a incapacidade de lidar com dados e experimentos pode significar um futuro incerto para qualquer empresa na era digital. “Estamos na era da informação, onde os dados são a espinha dorsal da tomada de decisões estratégicas e o driver das inovações. Sem a análise precisa de dados, as empresas podem enfrentar sérios desafios, tais como a incapacidade de entender corretamente seus clientes e entregar ofertas personalizadas, dificuldades na identificação de novas oportunidades de mercado e na previsão de tendências, além da diminuição generalizada da eficiência operacional”. 

O especialista ressalta que, em uma época em que a concorrência é altamente intensa e as preferências dos consumidores mudam rapidamente, tomar decisões baseadas em suposições em vez de dados concretos pode resultar em marketing ineficaz, queda nas vendas, insatisfação do cliente e perda de participação de mercado. “Para sobreviver e prosperar na era digital, é essencial que as empresas adotem uma abordagem voltada para dados e experimentação, podendo dessa forma otimizar continuamente suas estratégias e ações para atender às necessidades dinâmicas do mercado. Os benefícios de usar marketing de dados são enormes, mas é essencial realizá-lo de maneira responsável e ética para salvaguardar os interesses dos consumidores e manter a confiança em sua marca”, conclui.

 

Kenneth Corrêa – especialista em inovação, negócios digitais, novas tecnologias, inteligência artificial e metaverso. Professor de MBA da FGV. Há mais de 15 anos desenvolve e monitora projetos de marketing e tecnologia, atendendo empresas como Suzano, Mosaic Fertilizantes, Leica Microsystems, entre outras. Diretor de Estratégia da agência 80 20 Marketing.

 

Seis possíveis temas para a redação do Enem 2023

Créditos: divulgação

Garantir uma boa nota na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser o diferencial para conquistar uma vaga na universidade. E, para isso, não basta dominar as técnicas da escrita formal e aplicar corretamente as regras de estruturação do texto exigidas pelo exame. Escrever um bom texto depende de um bom conhecimento sobre o tema cobrado e de um amplo repertório cultural.

De acordo com o assessor de Redação do Sistema Positivo de Ensino, Fábio Gusmão,  "fugir do tema ou abordá-lo de forma superficial e parcial, deixando em segundo plano a discussão objetiva proposta, pode demonstrar que o estudante não entendeu ou não tem domínio sobre o assunto. Isso certamente vai afetar de forma negativa a nota final do candidato", explica. E o desafio é ainda maior porque os estudantes só têm acesso ao tema escolhido no momento da prova. Mesmo assim, é possível fazer apostas e se preparar com base em exames de anos anteriores, por exemplo.

"Normalmente a escolha passa por perspectivas políticas, sociais e culturais brasileiras ou globais. É importante, portanto, estar atento e bem informado sobre o que acontece em nossa sociedade e no mundo, considerando as polêmicas e problemas que ainda aguardam por uma solução", ressalta. O especialista lista alguns assuntos que, por sua relevância, são boas apostas para quem quer se preparar para a redação do exame este ano. 


Erradicação da pobreza

A erradicação da pobreza corresponde ao primeiro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) criados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A meta é, até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças que vivem na pobreza em todo o mundo. "A discussão em torno do assunto requer uma análise ampla e contextualizada, uma vez que existem cenários bastante distintos no âmbito global e no brasileiro", destaca Gusmão. No Brasil, um enorme contingente de pessoas já teve acesso a políticas de transferência de renda, por meio de programas como o Bolsa Família, por exemplo, que chegou a ser copiado por outros países.


Igualdade de gênero 

Além de ser um dos grandes temas de debate na sociedade contemporânea, a igualdade entre os gêneros é um direito humano básico e uma das condições indispensáveis para a construção de uma sociedade justa e livre de distorções, lembra o especialista. "Lutar pela igualdade de gênero é uma questão de cidadania porque a desigualdade entre homens e mulheres traz impactos negativos para toda a sociedade. Uma maior participação das mulheres em cargos de liderança no mercado de trabalho e também na política está entre os aspectos que podem ser levantados dentro desse tema", defende.


Cidades e comunidades sustentáveis

O termo cidade sustentável vai muito além de um espaço urbano que se preocupa com coleta seletiva de lixo. Uma comunidade sustentável é aquela que oferece a seus moradores boas condições de vida, incluindo nesse pacote soluções inteligentes de mobilidade urbana, educação e serviços públicos de qualidade, tudo isso conciliando o desenvolvimento urbano com a proteção do meio ambiente. "Também prevista entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, essa é uma questão urgente porque precisamos, com rapidez, repensar o funcionamento dos centros urbanos, a fim de melhorar a vida das pessoas sem esgotar ou comprometer ainda mais nossos recursos naturais e condições ambientais", afirma.


Educação inclusiva

Promover uma educação para todos, a chamada educação inclusiva, é um tema que tem ganhado cada vez mais atenção e espaço a fim de promover e garantir a igualdade de oportunidades em respeito à diversidade humana. "O número de alunos com deficiência, altas habilidades, superdotação ou que estão dentro do espectro autista aumentou consideravelmente no Brasil. O cenário exige que governo, escolas e toda a comunidade trabalhem em prol de uma educação que realmente acolha todos os alunos, sem exceção, oferecendo suporte distinto e personalizado para aqueles que necessitam", completa.


Racismo estrutural

Mesmo com a lei garantindo igualdade entre as pessoas, o racismo ainda encontra-se enraizado na sociedade. O termo “racismo estrutural” é usado para defender a ideia de que as sociedades ainda estão estruturadas a partir de comportamentos discriminatórios que privilegiam uns em detrimento de outros. Dois pontos que podem ser usados nesse tema são a desigualdade salarial entre pretos e brancos no Brasil e a violência policial, que mata mais pessoas pretas que pessoas brancas.


Segurança nas escolas

De acordo com levantamento realizado pelo Instituto Sou da Paz, 2023 já é o ano com mais registros de ataques a escolas da história do país. O mapeamento revelou que os massacres aumentaram em número e letalidade. "A gravidade do cenário mostra que é necessário envolver na discussão todas as partes, preparando educadores e familiares para identificar precocemente possíveis sinais e comportamentos de risco a fim de agir com eficácia na prevenção dessas ocorrências", finaliza Gusmão.

 

Sistema Positivo de Ensino


Troca de óleo: motoristas precisam ficar atentos aos sinais que os veículos apontam

Envato
Responsáveis pela lubrificação e proteção das partes móveis do motor, além da redução de atritos, lubrificantes evitam desgaste precoce das peças

 

Realizar a substituição do óleo na hora certa garante ao motorista segurança e previne gastos inesperados, além de imprevistos com o veículo. Como qualquer substância, o óleo perde sua funcionalidade com o passar do tempo. O lubrificante pode sofrer duas alterações principais: o aumento e a diminuição da viscosidade. Esses são os principais responsáveis pelo bom funcionamento do motor, atuando na limpeza interna, redução de atrito entre as peças, proteção contra ferrugem e corrosão, refrigeração do motor e facilitação da partida em temperaturas baixas.

Segundo o gerente de Pós Vendas da Ford Slaviero, Renato Sliva, é preciso que a troca do óleo seja feita seguindo as orientações do fabricante do carro e do produto, com o objetivo de aumentar a vida útil do motor. “Isso é necessário para que esse lubrificante continue atuando adequadamente sobre as partes móveis do motor, limpando resíduos, eliminando ou neutralizando partículas metálicas e impurezas, e ainda auxiliando no processo de troca térmica, juntamente com o sistema de arrefecimento, mantendo o motor funcionando em condições adequadas”, alerta. 


Quais são os tipos de óleo e como identificar o melhor para cada carro?

Existem vários tipos de lubrificantes de motor disponíveis, podendo ser do tipo mineral, semissintético ou sintético. “Os óleos minerais são obtidos a partir da separação de componentes do petróleo, sendo uma mistura de vários compostos. Já os sintéticos são produzidos artificialmente em laboratórios, permitindo que os cientistas controlem todas as propriedades do produto final. Os semissintéticos são uma mistura de ambos, elaborada de maneira a equilibrar o menor custo dos minerais com as melhores propriedades dos sintéticos", explica Renato. Ele enfatiza que não é indicado misturar lubrificantes de bases diferentes, nem alterar os prazos de troca estipulados pelos especialistas. Para saber qual é o mais indicado para o motor do carro, é necessário consultar o manual do proprietário, onde o fabricante do veículo especifica o tipo e, em alguns casos, sugere a marca de óleo a ser usada.


Cuidados

Um fator importante a considerar é a viscosidade do lubrificante, que deve permanecer inalterada durante o tempo de uso. Não é aconselhável usar um óleo de viscosidade maior ou menor do que o especificado para o motor do carro, mesmo que ele tenha percorrido muitos quilômetros. "Embora seja possível trocar os óleos em diferentes quilometragens, todos têm a mesma data de vencimento, independentemente da quilometragem percorrida. É importante substituir o filtro de óleo sempre que for trocar o lubrificante, pois a peça evita que impurezas no motor obstruam o caminho do óleo, causando problemas futuros", afirma o especialista da Ford Slaviero.


Qual o prazo para realizar a troca?

Recomenda-se que o óleo seja trocado a cada 5.000 ou 10.000 quilômetros rodados, dependendo do tipo de lubrificante e do motor. Ou, ainda, a cada ano, considerando que a média anual de quilometragem está dentro dessa faixa. "No entanto, se o veículo for submetido a uso severo, como ficar muito tempo parado no trânsito, quando o motor permanece ligado mas o carro não percorre muitos quilômetros, ou se faz trajetos curtos consecutivos sem o motor atingir sua temperatura de trabalho, o prazo deve ser reduzido pela metade", diz o gerente. Ele destaca que vários fatores influenciam na durabilidade do lubrificante e que a manutenção preventiva é essencial para economizar dinheiro e evitar grandes prejuízos.


Qualidade e confiabilidade

Outro ponto importante é escolher um produto de qualidade, com garantia e de boas marcas. Dessa forma, é possível alcançar o desempenho esperado, reduzir o consumo de combustível e aumentar a durabilidade das peças.

Se o veículo já atingiu a quilometragem recomendada para a troca do óleo, a melhor maneira de realizar a manutenção é contar com uma empresa especializada no assunto. Isso garante que o serviço será bem executado. O especialista da Ford Slaviero também destaca a importância de um profissional capacitado para a função, a fim de evitar transtornos ou falhas futuras.


E o óleo da caixa de câmbio?

Os carros com câmbio manual também possuem óleo na caixa de transmissão, mas é um lubrificante de longa duração que só é substituído durante a manutenção na oficina. Já nas caixas automáticas, Renato explica que, dependendo do fabricante do veículo, pode ser recomendada a troca do lubrificante a partir de determinada quilometragem, variando entre 40.000 km até mais de 240.000 km. Em outros casos, algumas caixas automáticas possuem fluidos que não precisam de troca.

 

Ford Slaviero
fordslaviero.com.br

 

Empreender com qualidade: confiança é o que cria conexão com clientes

Existe uma série de programas digitais para a gestão de clientes, mas costumo dizer que a confiança é a base desse relacionamento tão precioso. Sabemos, inclusive, que houve um crescimento enorme, de cerca de 40%, nos canais de atendimento à distância, segundo pesquisa da NeoAssist, na pandemia. Mas esse tempo passou e agora precisamos pensar nos valores da empresa também.

Destaco que, para nós, a gestão de clientes é um conjunto de estratégias que fazemos para gerar novos negócios, tentar fidelizar clientes e alcançar, por meio de novas estratégias, clientes inativos.


E por que falar de gestão de clientes?

Ora, porque são nosso principal ativo e eles realmente amam quando são bem atendidos. Eles desenvolvem segurança na hora do atendimento, principalmente, quando a parte que está vendendo o produto demonstra que aquilo que o conhecimento ali apresentado ou embutido vai ajudá-lo a resolver o seu problema.

E o cliente só vai entregar algo na sua mão se você tiver confiança naquilo que está vendendo para ele. Caso contrário, ele não se sentirá confiante em contratar um serviço de alguém que nem sabe o que está falando ou que passa incerteza.

Por isso, essa palavra-chave con-fian-ça é de suma importância, afinal o cliente precisa acreditar no seu trabalho ou produto. O consumidor quer sentir que está sendo ouvido naquele momento e por isso é essencial conhecer suas dores, demandas e problemas.

 

Você precisa ter a solução para o consumidor para ele ser uma solução para você

Uma situação central no mundo dos negócios é a fidelização e indicação quando você conquista um cliente. O que significa que, além de você tê-lo como cliente, o seu bom serviço prestado vai fazer com que ele promova a sua marca ou o seu nome. Afinal, quando um cliente gosta do seu trabalho, ele indica os seus serviços para outras pessoas.

Importante ressaltar que um estudo da Harvard apontou que um cliente insatisfeito se torna propenso a não indicar sua marca e o seu nível de lealdade cai.

E isso ocorre via a experiência que tiver, o que vai definir exatamente a sua fidelização e o seu retorno.

Uma vez alinhada a gestão estratégica do seu negócio tendo esses princípios em atenção, é natural começar a alcançar resultados e aumentar a sua carteira. Com isso, a produtividade da sua empresa vai aumentar cada vez mais, chegando no resultado que deseja.


Um passo de cada vez olhando para o futuro

Diante das experiências que temos, uma dica exemplar é focar em fazer a gestão a partir da oferta de uma experiência positiva, marcante e única a ponto de as pessoas não esquecerem da sua empresa.

Essa é uma linha proveitosa na fidelização no futuro, mas que deve ser implementada em todo o atendimento no presente. Além disso, também ser rápido em resolver o problema dentro do que está ao seu alcance faz a diferença.

Um atendimento humanizado, dedicado à pessoa e não apenas considerando o indivíduo como número conta muito nos processos de negociação. Atualmente, os clientes não querem ser tratados de forma simples, sem proximidade, eles exigem contato e eficiência.

Por isso, tão importante quanto resolver o problema do cliente, é fundamental evitar que outro parecido volte a acontecer. 



Isabela Brisola - advogada fundadora do Brisola Advocacia e empreendedora. É especialista em Direito Previdenciário.


Seguros: como a tecnologia favorece o setor?

O setor de seguros vem despontando fortemente no país. Como prova disso, segundo dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), só no primeiro semestre deste ano, o segmento teve um aumento de 20% em demandas para contratações. E, ao mesmo tempo que esse dado é considerado animador, também traz à tona o grande desafio enfrentado pelas seguradoras: como garantir um crescimento sólido em meio a prestação de serviços? Quanto a isso, sem dúvidas, a tecnologia é uma excelente aliada.

Durante muito tempo, foi associado ao mercado de seguros o serviço de contratação para proteção de bens de alto valores, algo que, normalmente, é muito nichado em veículos. Mas, de acordo com a pesquisa da CNseg, outras categorias vêm aumentando sua procura, com destaque para: seguro rural, com 35,3%, seguro automóvel, com 28,7%, e de crédito e garantia, com 28,2%.

Além disso, segundo outro levantamento feito pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), foi constatado que, nos últimos três meses, foram abertas mais de mil corretoras de seguros legalmente aptas para atuar em todo o país, o que contribuiu para um aumento de 7,7% na arrecadação de receita nesse primeiro semestre, em comparação com o mesmo período no ano passado. Todos esses dados apontam para o momento favorável vivido pelo setor que, diferentemente do que muitos imaginam, possui uma ampla relevância econômica no Brasil.

Contudo, mesmo em meio a um cenário promissor, é preciso chamar a atenção ao fato de que, embora esse setor esteja crescendo, ainda temos muito a conquistar. Isso é, essa onda de conscientização que estamos presenciando em solo brasileiro já é uma realidade em países vizinhos, em que ter contratados seguros é uma obrigatoriedade.

Diante disso, diversas seguradoras vêm expandindo sua atuação, intensificando investimentos e obtendo receitas anuais acima da média por meio desse segmento. E, dentre as principais estratégias para alcançar este resultado, sem dúvidas, está o uso da tecnologia em favor do seu desenvolvimento – cuja aplicação vai desde a utilização de ferramentas de apoio gerencial, até a criação de sistemas de autosserviço por meio da IA, para personalizar e dinamizar a prestação de serviços bem como auxiliar no controle de informações e registros.

Esse conjunto de ações pode servir como importante inspiração para o mercado de seguros brasileiro. Afinal, não devemos ter enraizado o sentimento de sempre ficarmos para trás, mas utilizarmos esse período para observar as estratégias que vêm dando certo em organizações e buscar implementá-las de forma efetiva e ágil. E, a melhor forma para isso é, com certeza, estar preparado.

Até porque, de nada adianta presenciar esse boom que o segmento de seguros está registrando, sem estar munido das instruções corretas, a fim de aproveitar ao máximo as chances de crescimento e expansão dos negócios. À medida em que a população vai desenvolvendo maior conscientização da importância de investir em proteção e segurança, automaticamente, aumenta-se exponencialmente a demanda.

Através do uso de uma ferramenta robusta, as seguradoras e corretoras podem obter diversos benefícios que vão desde o ganho de produtividade, à eficiência operacional. Isso é, ter acesso a uma solução altamente equipada com o que há de mais inovador, e que seja integrada a diversos recursos tecnológicos como o RPA, ajudará efetivamente a eliminar tarefas repetitivas e a ganhar tempo hábil para a definição de estratégias e tomadas de decisão assertivas embasadas em dados consistentes.

Além disso, considerando a diversidade nos tipos de contratação de seguros que vão desde veículos até as garantias estendidas, somente através da tecnologia é possível aprimorar a experiência do consumidor e potencializar o negócio. Até porque, por meio do uso de sistemas especializadas, torna-se possível garantir a melhor integração entre os serviços e a conquista de uma visão 360° dentro da cadeia de clientes.

Contudo, é importante destacar que obter uma solução embasada em tecnologia está longe de ser a única garantia de preparo. Para alancar o sucesso e crescimento de uma seguradora no cenário atual, é necessário ir além, atribuindo mudanças e localizando necessidades que precisam ser supridas. Nessa jornada, ter o apoio de um time especializado nessa vertente e na prestação desse tipo de serviço, se configura como um método eficaz para assegurar o crescimento saudável do negócio.

Se um dia o mercado de seguros foi visto com incertezas por conta de burocracias no ato de contratação, hoje, sua performance vem sendo cada vez mais notória e presente. Obviamente, a tecnologia vem sendo um importante canal impulsionador na definição de estratégias para esses resultados, mas nunca irá descartar a presença da atividade humana em todo esse processo. As perspectivas de crescimento do setor no país são as melhores, porém, para garantir que isso se torne uma realidade, é preciso começar a transformação desde já.



Aules Jobstraibizer - account leader da Viceri-Seidor
www.viceri.com.br


Facilitação do Comércio Exterior para inglês ver?

Para os que não conhecem a famosa expressão, ela surgiu quando a Inglaterra tentou abolir a escravidão no mundo. Para enganar a potência, o Império Brasileiro designou navios para caçar e combater navios negreiros. Entretanto, na prática, tudo não passava de uma encenação “para inglês ver”. 

Passados os anos, esse espírito ainda permeia nossas relações internacionais. Principalmente nas recentes convenções de facilitação do Comércio Exterior promulgadas pelo Brasil. 


Nos últimos anos, o Brasil vem adotado compromisso no exterior de facilitar o Comércio Exterior, inclusive o de não aplicar penalidades excessivas, especialmente quando cometidos de boa-fé, sem intenção fraudulenta nem negligência grosseira.

 

Na prática o mindset da aduana e as instruções normativas não mudaram. Empresas continuam a ser punidas indiscriminadamente, por qualquer erro, seja o mais simples possível, independente de terem gerado algum embaraço a fiscalização ou dano ao erário.

 

Os compromissos assumidos no exterior são meramente "para inglês ver". Muitas vezes, mais preocupados em subir alguns graus em rankings de "doing business", menos preocupados com o resultado prático e a redução de custos e burocracias para o empresário brasileiro.

 

O mais recente foi com a Pena de Perdimento. Após três anos de muitas brigas, o Brasil finalmente alterou sua legislação interna para fins de compatibilizar com os regramentos da Convenção de Quioto. Assegurando, finalmente, o direito de recurso (duplo grau de jurisdição) no Procedimento de Pena de Perdimento.

 

O mercado comemorou como um todo. Porém, a felicidade durou pouco, pois a lei delegou para o Ministério da Fazenda regulamentar o processo administrativo. E, prontamente, medidas foram adotadas para que o direito a recurso fosse apenas "para inglês ver".

 

Através de portaria, foi criado o Centro de Julgamento de Penalidades Aduaneiras - Cejul, no âmbito da RFB e composta por Auditores fiscais.  Assim,  além de termos servidores da Receita Federal aplicando penalidade e julgando defesas, eles agora também serão responsáveis por apreciar os recursos.

 

Em sentido diametralmente oposto, o Brasil ao aderir a Convenção de Quioto, se comprometeu em permitir que o recurso da pena de perdimento fosse apreciado por uma  autoridade independente da administração aduaneira.

 

Necessário lembrar de um parecer da Procuradoria da Fazenda de 2014 de que o CAPEF não integraria a estrutura da RFB, portanto, os seus representantes junto ao órgão seriam independentes e imparciais, pois não estariam subordinadas tecnicamente às diretrizes emanadas pela RFB.

 

Nas palavras da prof. Fernanda Kotzias, conselheira do CARF. "Os argumentos da Procuradoria da Fazenda para demonstrar que os julgadores do Carf seriam independentes e imparciais, de forma a dar legitimidade ao processo administrativo  [...] podem ser, ipsis litteris, utilizados para contestar a validade da reforma atual e a imparcialidade e adequação do Cejul".

 

E, no final do dia, o sentimento que prospera entre os players do setor é que foi tudo articulado "para inglês ver". Dessa forma, continuamos a ser o “anão dimplomático”, não coincidentemente é que somos um dos países mais fechados para o Comércio Exterior (proporcionalmente). 

 

Mais do que "para inglês ver", o setor necessita de reformas e mudanças que visam efetivamente coadunar nossa realidade com a prática global. Só assim, teremos chances de competir de igual para igual no mercado internacional.

 

Larry Carvalho - advogado, mestre em Direito Marítimo e especialista em logística, comércio internacional e agronegócio.

 

Artistas, uma espécie em extinção?

Pexels

Com a popularização dos modelos de Inteligência Artificial (IA) Generativa, como o ChatGPT, as pessoas passaram a ter acesso a uma vasta gama de conhecimento sintetizado. Tarefas como sumarização de textos, tradução, resolução de problemas matemáticos e geração de imagens foram simplificadas ao ato de digitar palavras e apertar "enter".

Esses modelos generativos passaram, inclusive, a permitir que qualquer pessoa crie peças de arte. Por exemplo, ao solicitar "Tigres voadores no estilo de Tarsila do Amaral" a uma IA, uma imagem dos animais alados imitando a arte da artista é exibida em segundos. Então, será que a IA tornará os artistas uma espécie em extinção?

Um ponto a se considerar é que esses modelos generativos não existem sem os artistas reais. Todo texto ou imagem gerado artificialmente se baseia nos milhões de exemplos usados em seu treinamento. Nada é criado "do zero". Se o modelo sabe emular a escrita de Shakespeare, é porque ele teve acesso aos textos do poeta. Além disso, estudos mostram que modelos sucessivamente treinados com conteúdo gerado por IA tendem a produzir resultados menos diversos. Por isso, a originalidade dos artistas continua crucial para os modelos terem bons resultados.

E isso leva a outro ponto desse debate: direitos autorais. As bases de dados usadas para treinar os modelos generativos incluem material encontrado publicamente na internet e em outras fontes. Mas aparentemente material proprietário está sendo utilizado sem consentimento, como no caso da escritora Sarah Silverman, que abriu processo contra a OpenAI, criadora do ChatGPT, e a Meta (Facebook). Ela alega que seus textos foram obtidos de forma ilegal e usados sem seu consentimento, o que configuraria violação da lei de propriedade intelectual.

É crescente o movimento de artistas contra o uso de suas obras em treinamento de modelos de IA. Após protestos, a Stability AI, criadora do Stable Diffusion, permitiu que artistas optassem por não ter suas obras utilizadas na versão mais recente da ferramenta; isso removeu 80 milhões de imagens da base. Por um lado, reduz a diversidade da IA, mas, por outro, é um movimento positivo em direção ao consentimento e justa compensação pelo trabalho dos artistas. Esse embate traz à tona a necessidade de uma revisão das leis, afinal, empresas estão faturando milhões de dólares com o trabalho de pessoas que não recebem um centavo em retorno.

Por fim, os modelos generativos apenas replicam o que aprenderam. Não há processo de criação, muito menos uma mensagem ou um posicionamento do artista por trás da obra. É somente matemática. Até o dia em que a IA gere mentes (ou almas) genuinamente parecidas com a humana, nossos artistas terão um longo reinado criativo pela frente.

 


Gabriel Rosario - head de dados, mestre em Ciência da Computação pela UFRJ e especialista em Inteligência Artificial. Também é autor do sci-fi Rapina: Não confie em androides


A TV 3.0 e o futuro da televisão no Brasil

Nos últimos anos, testemunhamos uma transformação radical na forma como consumimos conteúdo audiovisual. A TV 3.0, um reflexo dessa revolução tecnológica e comportamental, traz consigo uma infinidade de oportunidades e desafios para a indústria de televisão. À medida que assistimos à ascensão das plataformas de streaming e à crescente fragmentação das audiências, é fundamental refletir sobre o futuro da televisão, especialmente no contexto regionalizado. 

A TV 3.0 representa uma evolução na maneira como a televisão é entregue e consumida. Os modelos tradicionais de transmissão cedem lugar às plataformas de streaming, permitindo que os espectadores escolham quando e como desejam assistir a seus programas favoritos. No entanto, a TV 3.0 é mais do que apenas uma mudança tecnológica; é uma mudança cultural e de hábitos de consumo que redefine nosso relacionamento com a programação televisiva. 

O crescente sucesso das plataformas de streaming globais, como Netflix, Amazon Prime Video e Disney+, é inegável. Elas oferecem uma vasta gama de conteúdos sob demanda, atraindo audiências em todo o mundo. Entretanto, a questão que emerge é: como as emissoras tradicionais podem competir e permanecer relevantes na era da TV 3.0? 

Uma estratégia crucial será o foco em conteúdo regionalizado. Enquanto as plataformas globais podem oferecer uma variedade de shows e filmes populares, elas muitas vezes carecem da autenticidade e da conexão cultural que os telespectadores locais procuram. É aqui que as emissoras têm a chance de brilhar. Ao criar e transmitir conteúdos que ressoam com as identidades regionais, elas podem cultivar uma audiência leal e engajada. 

Além disso, a TV 3.0 permitirá uma interatividade sem precedentes. A capacidade de interação direta com os espectadores, por meio de enquetes, comentários ao vivo e redes sociais, deverá criar um senso de participação ativa. Essa interação pode ser particularmente valiosa em um contexto regional, permitindo que as emissoras adaptem sua programação de acordo com o feedback direto dos telespectadores. 

No entanto, é importante reconhecer que a transição para a TV 3.0 não é isenta de obstáculos. Questões como a adoção lenta da tecnologia em um país de proporções continentais, o alto custo da produção de conteúdo de alta qualidade e a concorrência acirrada das plataformas de streaming são desafios a serem superados. Ainda assim, esses obstáculos podem ser oportunidades disfarçadas. O investimento em tecnologias rejuvenescerá os canais atuais, juntamente com o compromisso de conteúdo regionalizado, e poderá posicionar as emissoras na vanguarda dessa mudança. 

A TV 3.0 representa um futuro promissor e ao mesmo tempo desafiador para a indústria de televisão. Hoje, minha aposta é que a chave para o sucesso reside em abraçar a autenticidade regional, criando uma conexão profunda com as suas comunidades. Nesse novo cenário, as emissoras que souberem alinhar a tecnologia à autenticidade regional irão se destacar como os verdadeiros líderes da próxima era da televisão no Brasil. 

*Caio Machado é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM, com MBA pela EAE Business School. O profissional já passou por agências como WMcCann, Z +, Suno Creators e RAPP, além de ter atendido a grandes contas como MasterCard, BMW Group e Pepsi. Hoje, é Diretor Executivo da Curious, agência boutique de publicidade que tem o propósito de articular a cultura das marcas, comportamento e negócios. A agência faz parte do Grupo TV1, rede multidisciplinar de comunicação e tecnologia que está há mais de 30 anos no mercado.

 

Caio Machado - Diretor Executivo da Curious


Fatecs criam iniciativas para levar meninas às áreas da tecnologia

Para incentivar o ingresso de mulheres nesses cursos, professores se empenham em organizar palestras, oficinas, encontros e minicursos inspiradores 



Assim que a Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Registro recebeu seus primeiros alunos, em março de 2022, Fred Barbosa, coordenador do curso de Desenvolvimento de Software Multiplataforma (DSM), criou um evento que deveria entrar para o calendário da unidade: a ideia era mostrar a todas as meninas e mulheres do Vale do Ribeira que a área de tecnologia da informação era, sim, para elas.

E “Para” é justamente o nome do evento, que já mostrou sua força na segunda edição, realizada em agosto, quando 50 jovens mulheres lotaram o teatro da cidade para ouvir depoimentos inspiradores. São as alunas que organizam o espaço, preparam os slides e vídeos a serem apresentados.

“Ainda existe essa noção de que o curso de Tecnologia da Informação é majoritariamente masculino”, diz o professor, que trabalha nos bastidores do evento, por exemplo, convidando palestrantes – mulheres bem sucedidas nessa área.


Espaço maior em 2024

“Embora em menor número, as estudantes da unidade apresentam os melhores resultados”, conta Barbosa. Esses dados foram apresentados no evento deste ano, ao lado de projetos, intercâmbios e tudo o que elas desenvolveram. Estiveram presentes uma representante da WallMakersCode, considerado o maior grupo de fomento à inclusão de mulheres na América Latina, ao lado de profissionais de empresas de tecnologia, como Huawei e Oracle.

Para 2024, as alunas e o coordenador já estão pensando em um lugar maior para acomodar o número de interessadas, que vem crescendo. O evento tem data marcada: 25 de agosto. “O ‘Para ´ já compõe o nosso calendário oficial e disso nós não abrimos mão”, conclui o professor.


Levando incentivo de escola em escola

Para incentivar o ingresso de mulheres na área de Tecnologia da Informação, Grace Anne Pontes Borges vai na raiz da questão: percorre escolas públicas e particulares, do centro e da periferia, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio mostrando às alunas essa possibilidade de profissão. “O número de meninas ingressantes na área de TI é muito baixo, são poucas mulheres na universidade”, conta a professora do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) da Fatec São Paulo.

O trabalho, batizado de Fatech Girls, começou em 2017 e acabou interrompido pela pandemia de Covid-19. Agora ela retoma, ao lado, principalmente, de duas ex-alunas, Michelli Ingrid dos Santos Silva e Roberta Cristina Ruedas Martins, engajadas na causa de Grace. Outros estudantes também colaboram, ainda que de forma mais esporádica nas visitas e palestras nas escolas.


Recursos alternativos em escolas


Onde há uma boa infraestrutura, o trio se vale dos computadores para envolver as meninas com aulas de programação e jogos de lógica. Mas ninguém se intimida diante de uma escola sem equipamentos tecnológicos. Palestras e minicursos também são válidos para atrair as meninas para uma área que elas nem sempre veem como opção.

Esta semana, quando acontece a maratona de programação InterFatecs, Gracie leva as alunas para disputar a final que acontece no sábado, dia 7, na Fatec Praia Grande, na Baixada Santista, integrando uma turma de 160 estudantes de Fatecs.
 
O encontro deste ano do Para , da Fatec Registro,
reuniu profissionais de destaque na área de Tecnologia 
  
Foto: Gustavo Wandalen

Centro Paula Souza

 

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