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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Desmistificando o unicórnio

Na mitologia popular, os unicórnios são seres incríveis e raros. Foi pensando nisso que cunharam o termo para as startups que atingem uma avaliação de US$ 1 bilhão, e, desde então, o status de empresa unicórnio se tornou um dos maiores e mais desejados selos de sucesso dentro de uma startup. Se você criou, trabalhou ou investiu em uma empresa que acabou por se tornar um unicórnio, você foi/é considerado bem sucedido. Atualmente, o mercado vê uma queda de formação de unicórnios, uma vez que o fluxo de capital para o late stage diminuiu, e as marcações de valuation estão sendo ajustadas. 

Mas se os unicórnios voltam a ser mais raros, não podemos cair na falácia de que esse status que poucos conseguem é o marco do sucesso. Para começar, toda a premissa de que o valor de um negócio depende da marcação do valuation dado por um investidor é equivocada: valuations muitas vezes seguem premissas subjetivas, existem alguns conflitos de interesse de fundos que marcam suas startups como unicórnios, tendo já investido no negócio em rodadas anteriores (e portanto valorizando a própria participação) e claro – não faz sentido para todo negócio o tamanho e estrutura que os unicórnios demandam.

E então, por que caçamos unicórnios? Para elencar alguns motivos: 

  1. O fundo de Venture Capital de grande porte realmente precisa de grandes negócios
    Muitas das startups precisam captar investimento ao longo de suas jornadas para conseguirem validar suas teses, crescerem e ter sucesso. Então é essencial a capacidade dos empreendedores de atraírem investidores.

    Aqui entra o modelo de retorno esperado pelos fundos de Venture Capital - financeiramente, para os VCs de grande porte, para um investimento fazer sentido ele deve retornar o tamanho do fundo total. O conceito, conhecido como Fund Returner, foi apresentado como a regra dos Venture Capitals pelo Peter Thiel em seu livro Zero ao Um:

The biggest secret in venture capital is that the best investment in a successful fund equals or outperforms the entire rest of the fund combined.

> This implies two very strange rules for VCs. First, only invest in companies that have the potential to return the value of the entire fund. This is a scary rule, because it eliminates the vast majority of possible investments. (Even quite successful companies usually succeed on a more humble scale.) This leads to rule number two: because rule number one is so restrictive, there can’t be any other rules.

Pether Thiel - Zero ao Um


Fund Returner - Cálculo
Valor total do fundo = Valor do retorno = (% do fundo na empresa no momento do investimento - diluições) * valor da empresa na venda

É importante incluir no cálculo as possíveis diluições também - quanto mais cedo no estágio o fundo atua, mais diluições a sua participação passará ao longo do tempo (e rodadas subsequentes).

Digamos que um fundo de U$150 Milhões investiu em uma startup em troca de 10% de participação em uma Série A. Ao longo dos próximos anos, a posição do fundo foi diluída em 20% e então no momento de saída, o fundo precisa que o negócio valha U$ 1.875 bi para retornar o seu valor total:

U$ 150 Milhões = (10% * 0.8) * valor da empresa na venda
Valor da empresa na venda = U$ 1.875 bi

Nos últimos anos, em especial em 2021, vimos o mercado levantando fundos de alto volume. As implicações desse movimento são claras: a nova leva de negócios nos próximos 10 anos precisarão atingir valores que superam os 9 dígitos, ou os valuations serão reajustados de forma que a % dos VCs nos captables sejam mais relevantes.

  1. O papel da mídia

Precisamos entender que vivemos a era da avalanche das informações: informação o tempo todo, de todo mundo, em todo lugar. Aqui, a receita para a diferenciação de uma notícia muitas vezes é nosso conhecido “big numbers”, “sensacionalismo” ou “clickbait”. Sem juízo de valor aqui, é o jeito em que o mundo funciona. E, portanto, as startups unicórnios viraram pautas recorrentes, histórias de exemplo que são repassadas e que fortalecem a mitologia do empreendedorismo.

O status virou um sonho empreendedor, o carimbo de sucesso que nós internalizamos para buscar…E aqui, faltam talvez os exemplos mais diversos: as histórias menos contadas dos empreendedores que não entraram na trilha do Venture Capital tradicional, mas valorizaram seus negócios em 5-10x.

Porque para além dos unicórnios, existem outros caminhos de grande êxito aos empreendedores - e que deveriam ser igualmente celebrados. Nem todo negócio nasceu para retornar o valor de um fundo de > U$ 100 Milhões. E nem todo investidor busca isso: temos dos Micro-VCs aos Operator Angels. Dos grupos de investidores aos Mini-IPOs via crowdequity. Um mercado de investimentos de risco plural e cada vez mais desenvolvido para impulsionar os diferentes tipos de negócios.



Camila Nasser - cofundadora e CEO do Kria, plataforma de investimentos em startups, e Helena Ribeiro é do time de Marketing e Comunicação do Kria, sendo responsável pela "News da Le", que atinge mais de 20.000 pessoas semanalmente.

Pagamentos em tempo real representam 24% das transações brasileiras no e-commerce, aponta o estudo The Global Payments Report 2023

Realizado pelo 4º ano no Brasil, o levantamento - encomendado pela Worldpay -, mapeia o cenário atual dos meios de pagamentos em cinco regiões do mundo

 

A Worldpay, líder global em soluções de pagamento, divulgou hoje o estudo The Global Payments Report 2023, realizado no Brasil pelo 4º ano consecutivo. A pesquisa traz uma análise dos meios de pagamento em 40 países e cinco continentes, bem como tendências no universo de pagamentos digitais. 

“Os consumidores buscam, cada vez mais, por jornadas de pagamento personalizadas que mantenham seus dados seguros, ágeis, convenientes e, se possível, que os recompensem por sua fidelidade. Hoje, os consumidores procuram por nada menos do que a perfeição”, comenta Juan Pablo D´Antiochia, Vice-presidente Sênior da Worldpay para a América Latina. 

Entre os meios de pagamento mapeados pela pesquisa estão o cartão de crédito, cartão de débito, pagamentos instantâneos (também conhecidos como A2A – Account to Account), dinheiro em espécie, carteiras digitais, Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) e as criptomoedas.

 

Destaques no Brasil 

Por aqui, como não poderia deixar de ser, o Pix se mostra consolidado como o meio preferido para pagamento dos consumidores, representando 24% das transações do país em 2022, aponta o The Global Payments Report 2023. No ano de 2021, pouco tempo após o seu lançamento pelo Banco Central do Brasil, o Pix representava apenas 12% das transações nacionais. A facilidade, agilidade, baixo ou zero custo por transação e a segurança fizeram com que o Pix se tornasse um sucesso na adoção pelos consumidores brasileiros e um caso incomparável em relação aos outros países. Apontado como líder em pagamentos em tempo real, o Pix vem integrando novas soluções e ampliando a sua abrangência rapidamente. Com esse avanço, até 2026, a previsão é que esse meio de pagamento será responsável por 35% do valor de todas as transações no e-commerce no Brasil, conforme o estudo da Worldpay. 

No caso das carteiras digitais, estas também se apresentam de forma relevante no Brasil, com 18% da preferência dos consumidores apontados pelo estudo. Com 8% de participação nas transações em 2021, as carteiras digitais representaram quase o dobro no último ano e foram responsáveis por 15% das transações nos pontos de venda. “As carteiras digitais estão crescendo exponencialmente em todo o mundo. No Brasil e na América Latina não encontramos números diferentes – há uma tendência de breve consolidação deste método de pagamento também nestas regiões”, afirma o executivo líder da Worldpay na América Latina. 

Já o cartão de crédito, um velho conhecido dos brasileiros, segue na liderança como meio de pagamento preferido, com 39% da população que o utiliza no comércio eletrônico; já quando falamos em ponto de venda, o cartão de crédito fica com uma fatia de 37%. E o dinheiro em espécie, forma de pagamento tradicional, ainda representa 26% das transações – essa modalidade de pagamento vem perdendo espaço para os métodos digitais, que são mais práticos e convenientes para os consumidores. Mesmo assim, o dinheiro físico ainda é um meio necessário para realização de pagamentos em momentos emergenciais e para momentos em que os consumidores buscam por descontos nos pequenos comércios.

 

The Global Payments Report 2023 l Principais tendências Brasil e América Latina: 

·      O mercado regional de e-commerce da América Latina cresceu 19% em relação ao ano anterior, de 2021 a 2022, e está projetado para crescer outros 13% até 2026. 

·      No cenário América Latina, os cartões de crédito (35%) continuam sendo os líderes em pagamentos no comércio eletrônico, mas estão lentamente perdendo participação para o A2A - Account to Account - (15%) e para as carteiras digitais (21%). 

·      O comércio eletrônico possui projeções de crescer 11% no Brasil até 2026. Na Argentina, o crescimento previsto é de 21% e no Chile 16%. 

·      O Pix se consolida no Brasil. O uso desse meio de pagamento vem refletindo em um declínio no uso do boleto bancário - que caiu de 11% em 2021 para apenas 3% em 2022. 

·      De acordo com The Global Payments Report 2023, o crescimento dos pagamentos em tempo real/instantâneos foi maior no Brasil (com o crescimento de 123% do Pix entre 2021 e 2022 e projeção de aumento de outros 23% até 2026), Colômbia (crescimento de 64% entre 2021 até 2022 e projeção + 21% até 2026) e Peru (crescendo 130% entre 2021 e 2022 e com previsão de aumento de 31%). 

·      Com uma combinação de baixo custo e acessibilidade quase universal, na América Latina, a participação em valor de transações do A2A no e-commerce cresceu 71% entre 2021 e 2022, elevando sua participação regional no e-commerce de 11% para 15%.

 

The Global Payments Report 2023 l Destaques mundo: 

·      Em 2022, existiam 64 sistemas de pagamento em tempo real globalmente, quatro a mais do que o último levantamento realizado, em 2021. Isso está impulsionando o crescimento dos pagamentos A2A (Account to Account), que respondendo por quase US$ 525 bilhões em valor transacionado no e-commerce em 2022, e com previsão de uma taxa de crescimento anual composta de 13% até 2026. 

·      Em países como a Índia, os pagamentos em tempo real são um sucesso e representam 19% das transações no e-commerce. Já no Reino Unido, por exemplo, essas transações representam apenas 9%. 

·      As carteiras digitais também continuam crescendo globalmente – já são líderes globais e representam 49% das transações no e-commerce. A China é o país que mais utiliza as carteiras digitais, com presença em 81% das compras no e-commerce, e 56% dos gastos nos pontos de venda no último ano. 

·      Seguindo as tendências globais, os Estados Unidos são destaque na utilização de cartão de crédito (30%) e carteiras digitais (32%) nas transações do e-commerce. As projeções indicam que haverá um novo declínio no uso do dinheiro em espécie em 2023, após um breve e raro aumento em seu uso durante a pandemia. Enquanto o dinheiro em espécie representou 12% nos PDVs em 2022, haverá um declínio de -5% na utilização desse meio de pagamento até 2026. 

·      De acordo com o estudo da Worldpay, o Buy Now Pay Later (“Compre agora, pague depois”) deve crescer de 5% para 6% de todas as transações no comércio eletrônico global até 2026. Em tempos econômicos desafiadores, os consumidores ficam mais interessados em modalidades de crédito alternativo como BNPL. 

·      Alguns governos estão promovendo a diminuição do uso do dinheiro em espécie – Tailândia de 63% para 56%, Índia de 37% para 27% e o Vietnã de 54% para 42% no período de 2021 até 2022 - , reforçando a utilização de métodos de pagamento em tempo real e de carteiras digitais. Enquanto isso, outros países estão introduzindo novas legislações para retardar o rápido declínio no uso do dinheiro em espécie, pois existe uma preocupação com o impacto que isso terá em certos grupos sociodemográficos, como os idosos e os desbancarizados.

 

Worldpay from FIS Global Payments Report 2023
https://www.fisglobal.com/en/global-payments-report


Previdência social: modelo atual de investimento será suficiente para todos no futuro?

 

Dados do Censo 2022 mostram que população brasileira não cresceu na medida esperada, o que pode interferir no desejo de brasileiros de conquistarem a sonhada aposentadoria. 

No início deste ano, a previdência social completou 100 anos de existência. Para muitos trabalhadores, o momento de aposentadoria representa descanso, mais tempo com a família e viagens. Porém, segundo o IBGE, talvez esse desejo tenha que ser adiado para alguns brasileiros.

 

Dados do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no fim de junho, mostram que a população está menor do que as sondagens previam. São 203 milhões de habitantes, 4,7 milhões a menos do que o esperado. Além disso, desde 2010, o Brasil registrou uma média de 0,52% de crescimento populacional por ano, a menor taxa da história.

 

Esses números, aliados com uma expectativa de vida maior, chamam atenção para o fato de que a manutenção da previdência social atual, em que as pessoas em idade produtiva trabalham e pagam por quem já se aposentou, pode ser insustentável. Visto que, com a queda da natalidade, pode existir disparidade entre o número de trabalhadores e de aposentados.

 

Para driblar esse porém, existem algumas alternativas. Uma delas, é a previdência privada. Ou seja, uma aposentadoria sem vínculo ao governo federal, em que o trabalhador investe durante um período, para, no futuro, ter uma renda passiva recorrente. “É uma forma eficaz de complementar a aposentadoria paga pelo INSS. A previdência privada pode contribuir para a realização de sonhos, como uma viagem, mas, especialmente, para manter uma vida tranquila”, destaca a Gerente de Produtos e Serviços do Sicoob Credicapital, Angela Borsatto Lopes Dias, sobre a importância de contar com esse recurso. 

 

Outro ponto a ser levado em consideração, é que os tratamentos e cuidados com a saúde aumentam com a chegada da terceira idade, o que também reflete no bolso, comprometendo parte do orçamento mensal. Novamente, levantando a necessidade de se planejar com antecedência. 

 

Angela ressalta ainda um ponto essencial para se ter uma previdência privada: “É preciso disponibilidade para aplicar um valor determinado todos os meses”. Além disso, para pessoas abaixo de 25 anos, a contribuição mínima deve ser de R$ 50 ao mês, já pessoas acima dessa idade, devem contribuir ao menos R$ 100 mensais. 

 

Isso significa que pessoas mais próximas da aposentadoria não podem investir? Não! Para isso, existe o regime progressivo, que é indicado para investimentos de curto prazo. 

 

Para saber quanto é necessário investir, com base no valor em que se deseja ter de renda mensalmente, é possível fazer uma simulação através do site “Renda Futura” do Sicoob, pelo link http://simulador.sicoobprevi.com.br/.

 

Diferença entre PGBL e VGBL

Quem pesquisa sobre previdência privada, se depara com os termos PGBL e VGBL. O primeiro significa Plano Gerador de Benefício Livre, ele possibilita que os aportes mensais sejam deduzidos da base do Imposto de Renda, até o limite de 12% da renda bruta tributável. Dessa forma, é mais indicado para quem declara o IR de forma completa e possui mais despesas com plano de saúde, educação, dependentes. Também nessa modalidade, o imposto é cobrado apenas ao fim do período de investimento, considerando o capital e os rendimentos, ou seja, o valor total.  

 

Já o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é considerado como um seguro de pessoa individual, que paga uma indenização sob forma de renda ou pagamento único, conforme regras estabelecidas em contrato, sendo utilizado como previdência complementar. Assim como no PGBL, o imposto é cobrado apenas ao fim da aplicação, porém, apenas sobre os rendimentos. Ele é mais indicado para quem declara o Imposto de Renda pelo formulário simplificado e o investimento pode passar de 12% da renda anual. 

 

Outras formas de investimento

A previdência privada pode ser vista como um investimento a longo prazo, porém, quem não consegue travar o orçamento mensal com um valor fixo, pode optar por outros modelos de investimento, que também oferecem segurança, como a poupança ou o RDC (Recibo de Depósito Cooperativo), garantido pelo FGCoop (Fundo Garantidor do Cooperativismo), podendo ser aplicado em um prazo máximo de até 5 mil dias.

 

Ambos são investimentos de renda fixa, ou seja, ao início do investimento é possível ter uma previsão de quanto o valor terá rendido no prazo determinado, tornando o planejamento futuro mais visível. 

 

Milena Lemes - Assessora de Comunicação Sicoob Credicapital


Segurados que têm direito devem protocolar revisão da vida toda

Mesmo com a suspensão da tramitação desses processos pelo STF, o indicado é que continuem fazendo o pedido

 

Agosto começou amargo para quem tem esperança de receber logo os vencimentos a mais do INSS com a revisão da vida toda. Isso porque o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido do INSS e determinou a suspensão de todos os processos relacionados à revisão.

Contudo, a advogada sócia-fundadora do escritório Brisola Advocacia, Isabela Brisola, indica que os segurados que já avaliaram se têm direito e se vale a pena fazer a revisão, continuem entrando com o pedido judicial.

"A pessoa deve protocolar normalmente. A diferença, agora, é que o processo vai ficar suspenso até sair a decisão. É claro que isso gera um incômodo e assusta, pois muitas pessoas já estavam aguardando sentença", diz.

Ela destaca que é sabido que o INSS não tem estrutura para atender a nova demanda, e que acredita, sim, que a medida visa ganhar tempo para organizar a forma de atender a todos.

"Pedimos calma aos segurados. Não sabemos quanto tempo a suspensão vai vigorar. Acreditamos que não se prolongue, pois trata-se de algo que já estava certo", avalia.

Em seu proferimento, o ministro Alexandre de Moraes acolheu o pedido do INSS até a data de 21 de agosto, prazo para julgamento dos Embargos de Declaração, confira:

"(...) acolho o pedido do INSS para determinar a suspensão de todos os processos que versem sobre a matéria julgada no Tema 1102, até a data da publicação da ata de julgamento dos Embargos de Declaração (doc. 194) opostos pela autarquia. O julgamento está previsto para a Sessão Virtual do Plenário de 11 a 21 de agosto de 2023. Comunique-se com urgência o Superior Tribunal de Justiça, o Conselho de Justiça Federal (para que dê ciência à Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Federais) e os Tribunais Regionais Federais, aos quais cumprirá cientificar os Juízos federais de 1a instâncias e as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais. (...)

 

Brisola Advocacia Associados

 

Tudo e em todo lugar: até onde a IA pode levar o setor de manufatura?

 

Nos últimos meses, o quanto você já ouviu falar sobre a Inteligência Artificial? Há aqueles que duvidam, acreditam, desconfiam, se entusiasmam. Mas, a verdade é uma só: a IA já está em tudo e em todo lugar, inclusive no segmento de manufatura.

Certamente, quando uma nova tecnologia surge, traz consigo impactos e mudanças que nos fazem repensar a forma em que nos relacionamos com o mundo à nossa volta. O boom que estamos vendo com a propagação da IA, impulsionada principalmente pela chegada do ChatGPT e Copilot, ferramentas que geram respostas a partir de descrições textuais, acendeu o alerta para a importância de dar uma maior atenção a este recurso tecnológico no dia a dia.

A Inteligência Artificial vem ganhando cada vez mais espaço no meio industrial. Segundo dados apresentados pela IDC, os gastos mundiais em IA, em 2022, totalizaram em aproximadamente US$ 110 bilhões de dólares, já em 2023, esse número deve chegar a mais de US$ 150 bilhões. E, uma vez já evidenciada sua contribuição para alavancar resultados, um estudo da Accenture mostra que o uso da IA será responsável pelo aumento de 40% da produtividade das empresas nos próximos 15 anos. Além disso, um relatório gerado pela PwC, indica que em 30 anos essa tecnologia será responsável pelo aumento de quase US$ 16 trilhões de dólares no PIB global.

Tendo em vista a sua amplitude, é importante chamar atenção para a aplicação da IA em diversos setores, sobretudo, o de manufatura. Nos últimos anos, para garantir sua sobrevivência, o segmento vem passando por um processo de modernização e digitalização, sendo esses aspectos resultados do avanço da Indústria 4.0 no país. Por sua vez, considerando a atual configuração de cenário em que já temos um mercado estabelecido, é primordial que esse movimento se acentue ainda mais.

Entretanto, mesmo diante de inovações e tantos recursos disponíveis, as indústrias do Brasil ainda possuem um déficit operacional. Com base em um estudo realizado pela McKinsey & Company, o setor industrial manufatureiro do país deixou de gerar R$ 500 bilhões em 2022, o equivalente a 5,6% do PIB nacional que foi desperdiçado. O levantamento ainda aponta que 30% das fábricas operam abaixo do seu potencial, algo que ocorre em decorrência de pausas na linha de produção, mal alocação da mão de obra e gestão de processos.

Os dados chamam atenção, afinal, se trata de dificuldades pontuais que precisam ser sanadas para garantir a sobrevivência dos negócios pertencentes à área. E qual a melhor forma para isso? A resposta é simples: integrar o uso da Inteligência Artificial em todo o processo fabril.

Diferentemente do que se imagina, a tecnologia não vem para substituir funções e cargos, mas sim para auxiliar em uma gestão e automatização de processos, melhorando resultado e a eficiência dos trabalhadores. Outro estudo da PwC mostra que, somente no Reino Unido, nos próximos anos a adesão à IA vai ser responsável pela criação de 200 mil novos empregos e o remanejamento de mais de 7 milhões de colaboradores.

A aplicação adequada da Inteligência Artificial permite a eliminação de tarefas burocráticas e repetitivas, diretamente no desempenho organizacional. Sua aplicação não se limita somente a parte administrativa, recursos como visão computacional e análise de sinal permite um mapeamento preditivo da qualidade das máquinas e equipamentos utilizados em processo de manufatura.

Uma organização que possui a cultura necessária para aplicar a Inteligência Artificial em todos os seus processos é capaz de tomar decisões estratégicas rápidas e precisas para solucionar ou prevenir erros. Isso é possível graças à capacidade de gerar e coletar dados de forma simplificada e dinâmica, utilizando-os para produzir relatórios eficientes em tempo real. Esses relatórios podem ser usados para análise preditiva, controle operacional e de estoque, gerenciamento da cadeia de suprimentos, linha de produção, entre outros.

Levando em conta a abrangência de ações e recursos que a IA disponibiliza, é fundamental que as indústrias manufatureiras se atentem para a importância de integrar essa tecnologia em todo o fluxo operacional. Uma estratégia que, para atingir resultados eficazes, precisa do apoio de um ERP, soluções fiscais e operações no chão de fábrica – afinal, os softwares de gestão possuem a capacidade de integrar tais aspectos essenciais que favorecem o ganho de uma gestão assertiva, além de fornecer e registrar informações preciosas que garantam que os negócios fluam de forma saudável e transparente.

Considerando a predominância que a Inteligência Artificial vem conquistando, é extremamente importante que as empresas se atentem e usufruam das funcionalidades desta tecnologia a seu favor. Dúvidas podem surgir durante o processo, por isso, contar com a ajuda de uma equipe especializada fará toda a diferença durante essa integração, a tornando mais fácil e fluída.

Não devemos ter medo do futuro, uma vez que ele já bate à porta. Mas, precisamos ter em mente que, para obter resultados, é preciso começar desde já a se preparar para o que está por vir. Até porque, a Inteligência Artificial nos abriu um importante caminho pela frente, porém, cabe às organizações a missão de traçar a rota que as levará rumo ao sucesso. 



Marcos Corrêa - CEO do Grupo INOVAGE, consultoria SAP Gold Partner.
https://inovage.com.br/


Fundação Seade projeta PIB paulista de 2,0% a 3,0% em 2023

 As novas projeções para o PIB do Estado de São Paulo este ano estimam mínima de 2,0%, média de 2,3% e máxima de 3,0%, segundo a Fundação Seade. Para o PIB nacional, as projeções apontam mínima de 2,3%, média de 2,8% e máxima de 3,2%. 

Os resultados tomam como base o PIB paulista de maio deste ano, que recuou 0,3% na comparação com o mês de abril, com ajuste sazonal. A taxa anual foi de 3,0%, com elevação de 1,5% na indústria, 3,8% nos serviços e queda de -0,2% na agropecuária. Na comparação com o mês de maio de 2022, o PIB estadual registrou expansão de 2,3%, puxado pelo crescimento de 2,1% na indústria e 2,5% nos serviços. 

Entre os destaques apontados pela análise do Seade, o avanço de 2,9% da produção industrial paulista em maio, na comparação com abril, com taxa anual subindo de 0,2% para 0,6%, de acordo com a PIM-PF, avanço considerável já que essa taxa era de -1,1% em fevereiro de 2023. 

Ainda em maio, o volume de serviços no Estado de São Paulo recuou 1,5% em relação a abril, com crescimento anual de 5,9%, abaixo do nível registrado em janeiro deste ano, de 9,0%. O setor de serviços tem base comparativa mais elevada e já era esperada uma desaceleração ao longo de 2023. 

Descontada a sazonalidade, as vendas do comércio varejista caíram 3,2% em maio no confronto com abril, com taxa anual de -0,1% no período. Pode estar influenciando este desempenho do comércio o fato de que, em maio, 73% das famílias paulistanas estavam endividadas, como mostram dados da Fecomércio-SP. 

Já o comércio exterior paulista teve desempenho de destaque, com saldo positivo da balança comercial em mais de US$ 100 milhões, considerando a comparação entre o acumulado do primeiro semestre com o mesmo período de 2022. Houve avanço de 1,5% nas exportações, considerando o critério de domicílio fiscal, e queda de 5,0% nas importações. 

Mesmo com sinais de diminuição no ritmo de crescimento, o mercado de trabalho paulista continua evoluindo de forma positiva destaca o Seade. O emprego formal cresceu 0,4% em maio quando comparado a abril, acumulando saldo positivo anual de 240,6 mil postos de trabalho, de acordo com o Caged. Houve expansão de 1,8% em relação ao acumulado do mesmo período de 2022.

 

Mais informações:

https://pib.seade.gov.br/wp-content/uploads/sites/10/2023/07/PIB-projecoes-sao-paulo-maio-2023.pdf


Trabalhar nos Estados Unidos é possivel com visto e validação de carreira

A primeira iniciativa é validar o diploma e buscar o visto adequado, que pode variar com o profissional e a situação dele


Diante de números, não existem muitos argumentos, e no caso das vagas de emprego nos EUA a realidade está estampada em diversas matérias em diferentes veículos de comunicação, são 11,5 milhões de vagas de emprego em diferentes áreas de atuação, com destaque nas áreas da saúde, engenharia e tecnologia abertas apenas no primeiro trimestre deste ano. 

Mas o sonho de viver em outro país, recebendo em dólar e tendo uma melhor qualidade de vida, não é tão simples assim, os empregadores norte-americanos querem contar com bons profissionais, entretanto, antes de arrumar as malas, é preciso ver duas questões importantes: o visto de trabalho e a validação de profissão que pretende exercer nos EUA.

A primeira iniciativa é validar o diploma e buscar o visto adequado, que pode variar com o profissional e a situação, a validação de diploma é uma etapa importante para obter a licença para atuação, e é sempre importante lembrar que no caso de profissões certificadas (como por exemplo, medicina ou direito), além de obter a certificação do diploma é preciso também buscar a licença do estado onde a pessoa pretende atuar.

“Muita gente erra no pleito imigratório, na obtenção do visto, pois a pessoa que está saindo do Brasil não chegará nos Estados Unidos já um médico ou dentista, é preciso mostrar ao oficial de imigração que já existe um processo de evolução na validação de sua profissão e incluir isso no pleito”, alerta o advogado Leonardo Leão, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group.

Na busca do chamado sonho americano, Leão lembra que é muito importante não pular etapas, ter o auxílio de empresas especializadas na obtenção do visto e na validação de profissões, com um cronograma para mostrar ao oficial de imigração em quanto tempo essa pessoa estará apta a seguir sua carreira nos EUA. 

“Em caso de médico, por exemplo, muitas pessoas perguntam, é possível fazer um processo imigratório EB-2 NIW mesmo não sendo médico licenciado nos EUA? Pode sim, é possível, desde que seja apresentado o seu plano de atuação profissional, um cronograma realista para mostrar ao oficial de imigração em quanto tempo este profissional estará pronto para atuar como médico”, explicou.

Leão ainda lembrou que mesmo as pessoas que estão estudando ou se aperfeiçoando, ou até em casos de cursos de mestrado ou doutorado, é importante iniciar a validação, pois lá na frente, o visto pode ser negado por não ter um plano ou não ter informado as autoridades em seu pleito imigratório, que pretendia depois dos estudos atuar como profissional. 

“Quem faz mestrado ou doutorado, é um passo a mais na validação, mas é preciso iniciar esse processo. Outra coisa muito importante, mesmo quem já tem o visto, é importante validar sua carreira, pois nesse caso o greencard vira mais um plástico em sua carteira, já vi gente que infelizmente acabou voltando ao Brasil, mesmo com o visto, pois não conseguia trabalhar em sua área”, finalizou Leonardo Leão. 

 

Leonardo Leão - especialista em Direito Internacional, advogado, fundador e CEO/consultor de imigração e negócios internacionais da Leão Group. Mestre em Direito pela University of Miami School of Law, com especialização na University of Miami Division of Continuing & International Education. É pós-graduado em Direito Empresarial e Trabalhista pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Possui MBA pela Massachussets Institute of Business. Tem um vasto conhecimento e histórico comprovado de mais de 15 anos fornecendo conselhos indispensáveis aos clientes que buscam orientações em relação a internacionalização de carreiras e negócios.

 

Brasil possui mais creators da “classe média” do que ricos

Levantamento do InstitutoZ, primeiro especializado em estudos de comportamento e consumo da Geração Z, destaca a necessidade de as plataformas revisarem modelos de monetização e repasse aos criadores a fim de reduzir as desigualdades

 

O termo “middle creators” surgiu em um artigo de Li Jin para a Harvard Business Review em 2020. Tratam-se de criadores de conteúdo que obtêm lucro com atividades na internet, porém, estão distantes de um ideal fantasioso de que todos profissionais deste mercado vivem no luxo e na riqueza. Tal concentração de renda gera falta de segurança financeira para muitos creators, independente do tamanho de sua audiência nas redes sociais, o que por sua vez prejudica a atividade de produção de conteúdo em geral. 

 

Para identificar esse perfil de profissional na creator economy brasileira, o InstitutoZ, primeiro especializado em estudos de comportamento e consumo da Geração Z, realizou uma análise, conduzida pelos especialistas Danillo Lima e Leticia Cruz, cujo objetivo foi entender as principais dores dos middle creators. O instituto de pesquisa é uma iniciativa da Trope, martech especializada em soluções de negócios para marcas com foco na geração Z e Alpha.

Luiz Menezes, fundador da Trope, ressalta que esses criadores buscam a produção de conteúdo como fonte de renda principal, porém esse processo é lento devido à falta de oportunidades. "As receitas publicitárias acabam se concentrando em creators maiores, e esse desbalanceamento reduz não apenas os repasses para os middle creators, como também a confiança deles em produzir conteúdos originais. No contexto do Brasil, a desigualdade entre creators é ainda mais acentuada por questões cambiais, no caso de plataformas que remuneram em dólar. Então, os middle creators tentam ao máximo fidelizar os seus seguidores para garantir regularidade nos lucros”, explica.

Esse perfil de creator está se tornando cada vez mais comum no cenário brasileiro, principalmente após a pandemia, que fez com que o profissional, que antes não tinha relação com a criação de conteúdo, entrasse nas plataformas digitais. Aliado a essa questão, o Brasil também está em desvantagem quando se trata de políticas públicas e privadas na educação básica, que visam fomentar o ensino do empreendedorismo e inovação. A creator economy em países como China e EUA, por exemplo, é muito mais desenvolvida, pontua Luiz.

Por outro lado, de acordo com o especialista, não é possível afirmar que a maioria dos criadores do Brasil são middle creators, pois seria necessário um estudo bastante consolidado da categoria. O que se pode fazer é observar os indicadores do país: alto nível de desigualdade e concentração de renda em alguns setores. Dados do Ministério do Trabalho de 2022 apontam que as profissões mais bem pagas estão em áreas do setor financeiro, setor bancário, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento. “Percebemos que cargos diretamente ligados à creator economy e produção de conteúdo para a internet não aparecem no ranking. Então, ou esses trabalhos ainda não são denominados pelo que são, ou realmente não figuram nas camadas mais privilegiadas do Brasil”, esclarece.

No entanto, a imprensa e o mercado construíram uma imagem de que ser creator é se tornar rico e famoso, mas essa não é a realidade da maioria. Para Luiz, os creators que se consolidaram e faturaram milhões, juntamente da imprensa, que em primeira mão quis cobrir histórias de sucesso, corroboraram pela construção e disseminação da ideia de que a ascensão acelerada pode acontecer com todos aqueles que dedicarem suas vidas inteiramente para a criação de conteúdo. 

O especialista acredita que é essencial desconstruir essa imagem para que os criadores entrem no mercado com expectativas realistas. “Vender a ideia de riqueza e fama traz riscos. Os veículos precisam ter responsabilidade social e não banalizar essa profissão, incentivando que com ‘poucos esforços’ se faz altos faturamentos, desconsiderando a complexidade e alto número de 'concorrentes' por trás das empresas hoje. Porém, é preciso alertar que os criadores de conteúdo investem tempo e conhecimento no ecossistema e devem ser remunerados de forma justa. Isso é importante para os middle creators e para a sustentação do modelo de negócios das plataformas e das empresas anunciantes”, finaliza.

Visto esse cenário, a Trope ouviu diferentes criadores de conteúdo que se identificam como middle creators:

“Estou há cerca de sete anos na internet, trabalhando com o nicho de maquiagem, mas o momento atual é difícil. Hoje em dia não consigo viver só da internet e eu penso cada vez mais em começar a buscar outras fontes. Acredito que para conseguirmos de fato mudar o mercado, as marcas precisam passar a levar em consideração o conteúdo que os creators conseguem fazer e a comunicação que podem gerar com o público, não apenas likes e engajamento” (Emerson Damas, 22 anos, mais de 2.2 milhões de seguidores).

“Nos últimos anos, senti a necessidade de estar em mais plataformas, pois YouTube e Instagram não estavam sendo suficientes para monetizar de forma satisfatória. E agora, em quase 5 anos criando conteúdo para a internet, pela primeira vez me vi buscando outras fontes de renda. Acredito ainda que é um mercado incrível, mas extremamente concorrido. Não é um ‘lugar confortável’, afinal, não dá para se acomodar quando se trabalha com internet” (Mirela Pizani, 33 anos, mais de 2.3 milhões de seguidores).

“Passei dois anos trabalhando só com criação de conteúdo, mas como é uma profissão instável, chegou um momento em que eu não estava conseguindo mais me manter. Ter uma publicidade todos os meses é difícil, ou você tem dinheiro guardado para te salvar no mês apertado ou você recorre para outros meios. Ser creator requer dedicação e força de vontade. Não é fácil, é um trabalho que precisa ter muita constância para dar certo” (Arthur Bastos, 30  anos, com mais de 1.3 milhão de seguidores).

“Infelizmente ainda não consigo me manter apenas com a criação de conteúdo, tenho que recorrer a outros meios. Não é a minha realidade atual, porém, estou trabalhando para chegar lá. No entanto, sinto que há uma certa dificuldade e percebo que algumas marcas preferem criadores grandes ao invés de darem oportunidade para os médios ou pequenos creators. Isso causa uma má distribuição da verba na creator economy” (Vini Fachine, 21 anos, com mais de 293 mil seguidores).

 

InstitutoZ - primeiro no mercado voltado especificamente para o estudo de comportamento e consumo da Geração Z. Trata-se de uma iniciativa da Trope, martech especializada em soluções de negócios para marcas com foco na geração Z e Alpha.

 

O que você deve saber sobre a Reforma Tributária


Todo cidadão deve se preparar para a Reforma Tributária que já foi aprovada pela Câmara Federal e está em debate no Senado. Os pontos principais são IVA, imposto seletivo e cashback para a faixa de baixa renda, o que pode mudar radicalmente os impostos que você paga.

 

  Há hoje uma grande lista de impostos pagos pelos brasileiros, como pessoas físicas e/ou jurídicas, como, por exemplo, PIS, Cofins, IOF, ICMS, ISS e IPI. A Reforma Tributária visa simplificar tudo com medidas como a criação do IVA (Imposto sobre Valor Adicionado), um imposto de padrão internacional que unificaria diversos impostos. 

 

  Segundo Lamarque Santos, sócio da CONTA MEDICAL, isso não significa, obrigatoriamente, redução de impostos. A principal proposta da PEC é a criação de um imposto único, o IVA, a ser cobrado no local do consumo de bens e serviços. Ele substituirá o PIS e Cofins, o ISS (Imposto Sobre Serviços), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). 

 

  O IVA teria dois níveis: o federal e o estadual, para não prejudicar os repasses para municípios, estados e áreas específicas, como saúde e educação. 

 

  Outra mudança proposta é a do Imposto Seletivo, que é uma sobretaxa sobre produtos e serviços que prejudicam a saúde ou o meio ambiente. O objetivo desse imposto é aumentar o valor final cobrado e, com isso, desestimular o consumo desses bens e serviços (cigarros, bebidas alcoólicas e açucaradas, entre outros).

 

  A última versão do projeto ainda prevê a redução de até 60¨% de alíquotas de impostos para alguns produtos e serviços essenciais, que Lamarque Santos explica:

 

  • alíquota reduzida: transporte público, serviços de saúde, serviços de educação, produtos agropecuários, atividades artísticas e culturais e parte dos medicamentos;
  • alíquota zero: parte de medicamentos, Prouni e produtor rural pessoa física.

 

  Outro ponto relevante seria o da implantação de um cashback (dinheiro de volta) de parte do imposto pago por pessoas de baixa renda. Essa devolução do dinheiro pago deve ocorrer em cima dos produtos da cesta básica. Contudo, as pessoas que podem receber esse cashback e as regras detalhadas dessa devolução serão definidas em lei complementar, que só deve ser criada após a aprovação da Reforma.

 

 A mais recente versão da proposta também cria uma cesta básica nacional, com produtos que não terão cobrança de impostos. 

 

  Pela atual proposta, informa Lamarque Santos, a reforma deve deixar sem alterações a Zona Franca de Manaus e o Simples Nacional. Além disso, alguns setores devem ter regimes fiscais específicos, como é o caso daqueles que atuam com operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes e planos de saúde.

 

  Já os impostos sobre o patrimônio, como é o caso do IPVA (Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores), IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), também devem sofrer mudanças, caso a reforma passe pelo Congresso. Confira o que deve acontecer:

 

  • IPVA: será cobrado também sobre veículos aquáticos e terrestres. Será menor para veículos de menor impacto ambiental;
  • IPTU: os municípios poderão mudar a base de cálculo do imposto por decreto, a partir de critérios estabelecidos em lei municipal;
  • ITCMD: a ideia é determinar a progressividade do imposto -alíquotas maiores para valores maiores de herança ou doação. Além disso, a nova regra deve permitir a cobrança de heranças recebidas no exterior.

   Caso o texto seja aprovado pelas duas Casas (Câmara e Senado) sem alterações, ele é promulgado em forma de emenda constitucional em sessão do Congresso Nacional. Ou seja, ele é aprovado de forma mais definitiva. Mas, se ocorrerem modificações importantes no texto, a PEC volta obrigatoriamente para a Câmara.



Aeronave, vida e patrimônio: conheça 6 seguros essenciais para os milionário

 

Ismael Dias, CEO da CotaFácil, rede de soluções financeiras, alerta que fazer seguros se tornou uma necessidade para esse grupo

Proteger ativos e o patrimônio com seguros adequados já não é mais um artigo de luxo e sim uma necessidade para os super-ricos. Além de se blindar contra imprevistos, a opção traz mais segurança e evita o stress de lidar com a perda ou algum tipo de prejuízo, explica Ismael Dias, CEO da CotaFácil, rede de soluções financeiras.“Embora estejamos falando de pessoas com grande poder aquisitivo, o seguro é altamente importante para proteção dos bens, seja ele material ou até mesmo a vida como um todo”, diz o especialista. Por ano, os custos com esse tipo de serviço giram em torno de R$ 288 mil.

Conheça os seis principais:


Seguro de Vida e Sucessão Patrimonial

Em caso de falecimento, um seguro de vida pode ajudar a proteger financeiramente todos os beneficiários. Para quem tem um valor patrimonial elevado, é importante considerar um seguro de sucessão patrimonial para minimizar os impactos financeiros e tributários de uma transferência de herança. Para o beneficiário receber R$1 milhão, é preciso desembolsar cerca de R$7.000 por ano, mas os valores alteram conforme a idade e estado de saúde de quem contrata.

“Existem centenas de produtos, porém, precisamos conhecer a fundo as necessidades e o que melhor vai se adequar às necessidades e a cada tipo de cliente”, explica o CEO da empresa.


Seguro de Embarcações e Aeronaves

Já os super-ricos que possuem iates, barcos ou aeronaves particulares, é importante obter um seguro adequado que proteja esses bens contra danos, responsabilidade civil e até mesmo roubo. Para manter o seguro de um jatinho, por exemplo, custa em média R$ 240 mil por ano, com uma cobertura que pode ultrapassar os R$ 100 milhões.


Seguro de Responsabilidade Civil

Serve para proteger os milionários de possíveis reclamações e processos legais de terceiros por danos corporais, danos à propriedade ou difamação. É de extrema importância para aqueles que possuem propriedades, empresas ou estão envolvidos em atividades de alto risco. Para ter uma cobertura de R$ 300 mil, é preciso desembolsar a partir de R$ 2.334. 


Seguro Residencial de Alto Valor

Para quem possui uma propriedade de luxo, é recomendável obter um seguro residencial que cubra o valor total do imóvel, incluindo estruturas, móveis e objetos de valor, como obras de arte. É preciso se certificar de que o seguro oferece cobertura abrangente contra incêndios, roubos, desastres naturais e outros eventos indesejados. Por exemplo, uma  casa no Leblon avaliada em R$ 15 milhões, esse seguro pode chegar a R$ 10 mil reais.


Seguro de Automóveis de Luxo

Já os super-ricos que não deixam de  ter veículos de luxo ou colecionáveis, é importante obter um seguro de automóveis que ofereça cobertura abrangente, incluindo danos físicos, roubo, responsabilidade civil e acidentes pessoais. Além disso, é recomendável ter um seguro específico para motoristas de alto risco, caso a pessoa que vai dirigir tenha histórico de acidentes ou infrações. Para uma BMW, por exemplo, o seguro pode custar cerca de R$ 28 mil.


Seguro de Saúde Internacional

Para garantir acesso a cuidados médicos de alta qualidade em qualquer lugar do mundo, Ismael Dias recomenda obter um seguro de saúde internacional. Essa modalidade pode cobrir despesas médicas, internações hospitalares, tratamentos especializados e evacuação médica, se necessário. Para uma viagem de um mês na Europa, por exemplo, esse seguro pode custar R$ 815 por pessoa, com cobertura de 60 mil euros.

“Outro produto importantíssimo para esse perfil de pessoas, seria o de viagem. É um seguro que ampara durante todo o período que você fica fora e caso ocorra algum acidente ou fique doente, a seguradora cobre as despesas médicas e até mesmo caso ocorra extravio de bagagens”, diz Ismael Dias.

 

O vergonhoso despencar da competitividade brasileira

Anualmente, o IMD (International Institute for Management Development, ou, em português, Instituto Internacional para Desenvolvimento Gerencial) divulga um índice de competitividade global. Publicado pela primeira vez em 1989, o IMD World Competitiveness Yearbook (ou o Anuário IMD de Competitividade Global), tornou-se um ponto de referência não apenas sobre a competitividade dos países, mas também uma fonte de estatísticas e dados variados baseados numa extensa pesquisa. O relatório leva em conta temas como produtividade, questões políticas, sociais, culturais e aspectos de governo. De acordo com o IMD, uma boa análise sobre competitividade não pode resumir-se ao Produto Interno Bruto (PIB) e produtividade de uma nação, uma vez que há muitos outros aspectos que devem ser levados em conta. 

Na edição mais recente da publicação, o Brasil amargou o 60.º lugar entre 64 nações. Na edição do ano passado, fomos o 59.º entre 63 países. No topo do ranking, encontram-se países como Dinamarca, Irlanda, Suíça, Singapura, Holanda, Taiwan, Hong Kong, Suécia, Estados Unidos e Emirados Árabes. Esses são, sem exceção, países de economia aberta e livre, nos quais os gastos do governo são controlados e o Estado participa apenas de áreas essenciais, como saúde, educação e segurança. Ao contrário do Brasil, essas nações não possuem uma imensa lista de empresas estatais, nem contribuem para a própria desigualdade ao remunerar sobejamente uma pequena casta de privilegiados que se servem da coisa pública. 

Além disso, o Brasil fica atrás de países como a repressiva Arábia Saudita (17.º lugar), China (21.º lugar, embora tenha um governo autoritário, é mais economicamente livre do que nós), Estônia (26.º), Malásia (27.º), Cazaquistão (37.º), Romênia (48.º), Peru (55.º lugar, apesar dos muitos problemas políticos) e Botsuana (59.º). Noutras palavras, o Brasil só ganha de África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela.

Mas afinal, o que é ser competitivo? Pode-se entender a competitividade como a capacidade de – seja uma empresa, um profissional ou mesmo um país – alcançar e manter uma posição vantajosa em relação aos concorrentes num dado ambiente. Em termos nacionais, a competitividade mede-se – dentre outros fatores – pela capacidade de gerar empregos, atrair investimentos, crescer economicamente e sustentar uma vantagem nesses aspectos em relação aos demais países do globo.

Dentre os principais aspectos que tornam uma nação competitiva, estão a infraestrutura – e aqui entra a qualidade de rodovias, portos, aeroportos, energia e telecomunicações -, a educação e capacitação em todos os níveis de ensino, um ambiente de negócios favorável com pouca burocracia e carga tributária baixa, inovação e pesquisa para geração de novas tecnologias, acesso a mercados internacionais por meio da abertura comercial e eliminação de barreiras ao comércio, estabilidade macroeconômica e recursos naturais e humanos que permitam o crescimento. 

Ao compreendermos os pilares mais importantes que tornam um local competitivo, entende-se a vergonhosa posição brasileira. De acordo com ranking do próprio IMD, ocupamos a última posição entre 63 países em aspectos educacionais – uma catástrofe que nenhum dos últimos governos pareceu preocupado em reverter. É certo que um país com uma educação precária não possui recursos humanos qualificados o suficiente para ser competitivo, uma vez que a qualificação da força de trabalho é fundamental. A Conference Board, organização estadunidense composta por mais de 1.000 empresas e com pesquisadores em mais de 60 países, concluiu que para produzir o mesmo que um estadunidense são necessários quatro brasileiros. Colocando de outra forma, levamos uma hora para produzir o que os vizinhos do norte produzem em 15 parcos minutos. Naturalmente, a qualificação da força de trabalho é uma das justificativas dessa abissal diferença. 

Em termos de ambiente de negócios e burocracia, a situação não melhora. O Banco Mundial, que continuamente elabora o ranking Doing Business (ou, fazendo negócios) apontou que em termos de burocracia o Brasil é o 124.º entre cerca de 190 nações. No que diz respeito aos aspectos tributários, estamos na 184.ª posição, sendo que as empresas brasileiras precisam dedicar quase 1.500 horas de trabalho para processarem seus tributos (10 vezes mais do que uma empresa chinesa). 

Embora a competitividade de um país seja um processo contínuo e complexo, que requer ações coordenadas em várias áreas, é lamentável perceber que os últimos governos – independentemente de posicionamento – não demonstraram grandes esforços em melhorar os pilares básicos que nos tornariam competitivos. Pelo contrário, aumentam-se à exaustão os gastos de um Estado já inchado e ineficaz em benefício de uma reduzida elite nos três poderes. Ou seja: enquanto estivermos deitados eternamente em berço esplêndido, continuaremos sendo o país de um futuro que nunca chega.

 

João Alfredo Lopes Nyegray - doutor e mestre em Internacionalização e Estratégia. Especialista em Negócios Internacionais. Advogado, graduado em Relações Internacionais. Coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo (UP). Instagram: @janyegray

 

Como as gerações Z e Alpha escolhem suas marcas e produtos?

Antes de falarmos sobre como as gerações Z e Alpha compram, precisamos definir quem são essas pessoas. Elas são os consumidores na faixa dos 15 a 28 anos em média. Jovens que possuem uma nova forma de ver o mundo, com propósitos e perspectivas de vida e com um conceito do que é sucesso bem diferente da geração anterior, a geração Y, que hoje possui, em média, 40 anos. Eles querem ser e não ter!

Esses jovens são criativos e independentes. Querem ter acesso aos produtos e não necessariamente possuir produtos. Um exemplo disso é falta de interesse em se tirar carteira de motorista que essa geração apresenta. O que para geração anterior era sinal de liberdade, para essa geração não é. Com um celular na mão eles podem ir e vir de forma independente, sem precisar possuir um carro e ter gastos com sua manutenção. Eles não querem se sentir presos a nada.

Tanto isso é verdade que o tempo de permanência deles nas empresas é bem menor. Para a empresa reter esses talentos, ela deve compartilhar com eles seu propósito e precisa haver aderência para que eles se sintam motivados a permanecer e contribuir. Outro ponto importante de retenção é o aprendizado, pois eles possuem sede de aprender algo novo sempre e, se perceberem que não há para onde crescer, vão alçar outros voos. Enfim, como não são apegados às empresas e marcas, é muito fácil para eles abandonarem uma marca por alguma ação por ela realizada que agrida seus valores. Eles compram por valores e querem se ver representados nas marcas.

Devido a esses valores, buscam marcas que se preocupam com as pessoas e o meio ambiente, sendo esse um fator de escolha entre as opções disponíveis a eles. Afinal, eles se preocupam com o planeta e querem deixar um mundo melhor para as próximas gerações.

Além disso, são cuidadosos ao gastar, gostam de pagar pouco e não se incomodam em comprar peças de segunda mão. Isso pode ser representado pelo crescente número de lojas que alugam roupas ou que trabalham com o retrofit de peças antigas, como é o caso da Rent the Runway e da Patagônia. E isso mostra o grande desafio que as marcas de luxo possuem, pois essa geração não compra rótulos.

Esses jovens querem algo personalizado, buscam peças únicas, séries limitadas, querem se sentir especiais e peças de excelente qualidade.

Uma grande falácia é que essa geração não gosta de ir às lojas físicas, mas, na realidade, eles gostam sim. A única coisa é que os pontos físicos mudaram seu papel. Hoje, a loja física existe para gerar interação e entretenimento, precisa ser um hub de várias atividades e uma delas é ser um showroom de produtos. Eles querem ir às lojas para ter experiências e não necessariamente comprar algo que poderiam comprar na internet. A loja precisa ser um ponto de encontro, um lugar onde eles possam ver e escolher os produtos.

Isso também pode ser visto no alto índice de compras que são realizadas em ambientes de entretenimento virtual, em jogos e por meio das mídias sociais, onde eles passam boa parte dos seus dias.

Enfim, se você quer atingir essas gerações que em 5 anos serão 50% dos consumidores, seja coerente. Haja de acordo com as bandeiras que você levanta e ajude-os a se verem em suas marcas. Eles querem se sentir representados por seus produtos, por você e pela sua empresa.

Boas vendas!



Flavia Mardegan - formada em Design de Interiores, Administração de Empresas e Mestra em Gestão Humana e Social. Possui mais de 27 anos de experiência no setor comercial de grandes empresas. Sua principal expertise é aumentar os resultados das empresas por meio de programas de desenvolvimento de equipes comerciais e de atendimento ao cliente. Ministra treinamentos e palestras, tem vários artigos publicados em Congressos e Revistas e é coautora do BestSeller “Seja (im)perfeito: Assuma o poder de construir seu futuro e tenha resultados em todas as áreas da vida” e autora de “Aprendizagem nos locais de trabalho: Como os consultores comercias da área de móveis planejados aprenderam suas profissões”, lançado em 2014 na Alemanha.
@flaviamardegan
Instagram:mardegantr


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