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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Coinfecção por nova espécie de parasita é confirmada em paciente com leishmaniose visceral

 

À esquerda, cultura de parasitas da espécie Crithidia sp LVH60A;
 à direita, cultura 
in vitro de Leishmania infantum
 (crédito: Luana Rogerio/UFSCar)

O primeiro caso de manifestação concomitante de leishmaniose visceral e leishmaniose cutânea não ulcerada foi relatado recentemente por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) no International Journal of Infectious Diseases. Financiado pela FAPESP, o trabalho chama atenção para novos aspectos de uma doença que avança por todo o país.

O paciente, uma criança do sexo masculino atendida no hospital vinculado à Universidade Federal de Sergipe (UFS), estava infectado pelo protozoário Leishmania infantum, causador de leishmaniose visceral, e por outro parasita do gênero Crithidia de espécie ainda não confirmada, que provoca sintomas semelhantes ao da leishmaniose, em alguns casos mais graves.

Nas Américas, o Brasil é o país mais afetado pela leishmaniose visceral, tendo como principal agente a Leishmania infantum. A doença pode ser letal se não diagnosticada ou tratada corretamente. Entre os sintomas clássicos estão febre, aumento do baço e do fígado e diminuição de todos os tipos de células sanguíneas (pancitopenia).

Nos últimos anos, com o avanço da genômica, pesquisadores passaram a observar que pacientes com leishmaniose podem estar coinfectados por outras espécies de tripanossomatídeos além de Leishmania, como as dos gêneros Leptomonas e Crithidia, que, a princípio, não são patogênicos ao homem, ou Trypanosoma (grupo de protozoários que inclui o causador da doença de Chagas). Geralmente associados à imunossupressão, casos como esses passaram a ser observados também em pessoas sem comprometimento imunológico.

Em 2019, o mesmo grupo de pesquisadores descreveu um caso fatal de doença semelhante à leishmaniose visceral, mas que acreditavam ser causada por uma nova espécie de parasita do gênero Crithidia – diferente da já conhecida C. fasciculata, que parasita apenas insetos (leia mais em: agencia.fapesp.br/31573/).

O relato gerou polêmica na comunidade científica: enquanto as espécies de Leishmania são dixênicas, ou seja, têm uma fase do ciclo em que se mantêm no vetor (inseto) e outra no hospedeiro mamífero (humano), esse outro gênero é considerado monoxênico e sobrevive somente em um tipo de hospedeiro (geralmente insetos, como o pernilongo comum).

A principal explicação alternativa levantada na época foi a de que poderia se tratar de um caso de coinfecção: o paciente estaria infectado tanto com Leishmania infantum quanto com Crithidia, que é uma espécie de fácil crescimento em condições laboratoriais e, se cultivada juntamente com L. infantum, elimina esta última da cultura.

Foi justamente a ocorrência de coinfecção que os pesquisadores demonstraram desta vez: o sequenciamento genômico de amostras da medula óssea e do baço da criança de Sergipe revelou, além de Leishmania infantum, a presença de Crithidia. Além disso, a criança teve uma manifestação clínica atípica da leishmaniose visceral descrita como “leishmaniose cutânea não ulcerada”, que se apresenta como lesões nodulares na pele, das quais foram isolados parasitas de L. infantum. O paciente, acompanhado entre 2016 e 2020 no Hospital Universitário de Sergipe, apresentou múltiplas recidivas de leishmaniose visceral refratária aos tratamentos disponíveis, complicações clínicas, rara manifestação cutânea e passou por esplenectomia (remoção cirúrgica do baço).

Além disso, resultados do sequenciamento genômico dos parasitas isolados do paciente sugerem que a espécie de Crithidia encontrada não é, de fato, a C. fasciculata, mas outra ainda sem nome definido.

“Esses resultados abrem espaço para uma série de novas hipóteses não só sobre o gênero Crithidia, mas sobre a própria leishmaniose”, afirma Sandra Regina Costa Maruyama, professora do Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular (PPGGEv) da UFSCar, pesquisadora do Programa Jovens Pesquisadores vinculada ao Departamento de Genética e Evolução da UFSCar e coordenadora do estudo – financiado pela FAPESP por meio de cinco projetos (16/20258-017/16328-619/12142-020/14011-8 e 21/12464-8).

“Qual parasita causou a primeira infecção? O paciente já apresentava um quadro grave de leishmaniose visceral e por isso se tornou mais suscetível à essa nova infecção por Crithidia? Uma infecção primária por Crithidia deixaria posteriormente o hospedeiro mais suscetível à infecção por L. infantum? Qual seria o vetor de transmissão de Crithidia para os humanos? Estaria o mesmo inseto vetor coinfectado pelos dois parasitas? No momento, temos muito mais perguntas do que respostas, por isso a importância de se estudar as infecções por Crithidia em hospedeiros vertebrados e identificar os possíveis vetores”, acrescenta.

Maruyama ressalta ainda que estudos recentes sobre metagenômica de insetos vetores têm mostrado que flebotomíneos (insetos que transmitem a leishmaniose) carregam diversos microrganismos, como vírus, bactérias e tripanossomatídeos (entre eles Crithidia).


Novo alvo para diagnóstico

Geralmente, o diagnóstico da leishmaniose visceral se dá pela sintomatologia clínica (os sintomas são comuns a várias outras doenças infecciosas) associada aos aspectos epidemiológicos da doença. A principal estratégia usada atualmente no SUS é o teste rápido, um método indireto que detecta no paciente a presença de anticorpos contra a Leishmania e não o próprio parasita.

Apesar de prático, não é altamente específico como os métodos moleculares, que detectam diretamente a presença do protozoário na amostra. Por isso, para diferenciar com mais precisão a Leishmania infantum e a espécie de Crithidia durante a realização deste estudo, os pesquisadores desenvolveram um método molecular de detecção específica dessas espécies, que já foi utilizado no artigo recentemente publicado e será descrito detalhadamente em novo artigo em breve. “Conseguimos encontrar a mesma espécie de Crithidia em várias outras amostras de pacientes com leishmaniose visceral”, revela Maruyama.


Saúde pública

Além de investigar a possível nova espécie de Crithidia para confirmar se é mesmo um parasita emergente, capaz de causar impacto no país, o próximo passo do estudo será investigar o efeito da coinfecção, ou seja, se ela agrava a leishmaniose visceral.

“Sabe-se que uma pequena parcela dos pacientes que testam positivo para a infecção por Leishmania de fato desenvolvem a doença, porém, esses exames são sorológicos e as proteínas dos parasitas são muito semelhantes, impedindo a distinção completa de qual é a espécie infectante”, diz Maruyama.

De acordo com a pesquisadora, se aprofundar no tema e entender esse novo componente é fundamental em um cenário de avanço da leishmaniose visceral pelo país. “Se antes a leishmaniose visceral estava concentrada no Nordeste, hoje casos da doença já são encontrados até no Sul do país. Minas Gerais está num estado crítico e os especialistas têm nos alertado sobre o avanço da doença no Estado de São Paulo."

O artigo Co-infection of Leishmania infantum and a Crithidia-related species in a case of refractory relapsed visceral leishmaniasis with non-ulcerated cutaneous manifestation in Brazil pode ser lido em: www.ijidonline.com/article/S1201-9712(23)00563-5/fulltext. 



Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/coinfeccao-por-nova-especie-de-parasita-e-confirmada-em-paciente-com-leishmaniose-visceral/42034/


Mães precisam de rede de apoio para manter amamentação

Muitas mães têm dificuldades com amamentação
 e dor ao amamentar pode ser indicativo de
vários problemas
  
Freepik
Neste Agosto Dourado, pediatra explica problemas comuns que lactantes enfrentam na hora de amamentar e como driblá-los


O aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses abrange 45,8% dos bebês no Brasil; 52,1% aos 12 meses; e 35,5% aos 24 meses de vida, de acordo com o quarto relatório técnico do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), divulgado em novembro 2021. Além disso, dois em cada três bebês são amamentados na primeira hora de vida (62,4%). Contudo, os números ainda estão distantes da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2030: 70% na primeira hora de vida, 70% nos primeiros seis meses, de forma exclusiva, 80% no primeiro ano e 60% aos dois anos de vida. 

A campanha Agosto Dourado acontece para ressaltar a importância da amamentação e auxiliar as mães que muitas vezes querem amamentar seus filhos, mas têm dificuldades. A pediatra Larissa Trivelato, que atende no centro clínico do Órion Complex, explica que a falta de estímulo e apoio à mãe é o fator que mais atrapalha a amamentação. “Comentários como ‘Será que seu leite é fraco?’ ou ‘Esse bebê está chorando, deve ser fome!’ , colocam em dúvida a capacidade da amamentação e da mãe de nutrir o bebê. A puérpera está na fase mais sensível da sua vida, ela necessita de apoio e encorajamento. Se algum familiar se sentir inseguro quanto ao processo, ele deve estimular a mãe a procurar o pediatra e pode inclusive se oferecer para levá-la e acompanhar a consulta”. 

Segundo a especialista, para uma boa amamentação é preciso haver uma pega correta, que acontece quando a boca do bebê acopla bem no seio da mãe pegando tanto o bico quanto a aréola. “O bebe deve estar com a boca bem aberta com os lábios voltados para fora e abocanhar a maior parte da aréola, a qual deve estar mais visível na parte acima da boquinha do que abaixo. As bochechas do neném devem estar redondas e não fazendo furinho, o queixo encostado na mama, nariz desobstruído e ele não deve fazer estalos. Porém devemos lembrar que cada binômio (mãe-bebê) terá suas particularidades e que nada deve ser colocado com uma receita rígida, mas sim avaliado caso a caso”, detalha.

 

Dificuldades mais comuns ao amamentar


Muitas mães reclamam da sensibilidade dos mamilos durante a amamentação, e a pediatra Larissa Trivelato ressalta que a sensibilidade é algo individual e pode desestimular a mulher a manter a amamentação. “É importante verificar se a pega está correta e se a criança não possui algum tipo de anquiloglossia (alteração de freio lingual) que cause o desconforto e até lesões. É preciso orientar a mãe que com o tempo essa sensibilidade irá diminuir e oferecer a ela opções como a laserterapia ou mesmo banho de sol nos mamilos por 5-8 minutos uma a duas vezes ao dia. Além disso, deve-se deixar os seios sempre secos evitando o contato com tecidos e passar o próprio leite no mamilos após as mamadas. Existem ainda produtos que podem ser aplicados na mama, sob orientação médica, e que não prejudicam a amamentação”. 

Outros problemas comuns em lactantes são fissuras no seio, mastite e candidíase mamária, a especialista que atua na Clínica PEDeAmor, no Órion Complex, contou que todos têm em comum a dor ao amamentar. “Nas fissuras podemos observar lesões nos mamilos, sangramento e muita dor local. A mastite é uma infecção portanto, pode ter febre, prostração, mal estar, vermelhidão e sensação de calor ao toque no seio, endurecimento da mama acometida, além de dor. A candidíase mamária pode se manifestar apenas como dor ao amamentar até lesão local e no bebê. Todas essas condições exigem tratamento médico e orientação no processo de amamentação”, detalha. 

Larissa Trivelato destaca que os bicos artificiais, seja de chupetas ou mamadeiras, seguem sendo vilões para amamentação e levar a confusão de bico. “A criança posiciona sua língua de forma diferente no bico artificial e ao seio, o que pode levar a dificuldade na pega correta com lesão na mama e até a recusa dela. A mamadeira libera o fluxo de leite muito mais rápido e sem tanto esforço. O bebê tende a buscar o que é mais fácil e pode preferir o fluxo da mamadeira ao seio, levando a irritabilidade e novamente a recusa do peito. O bebê precisa sugar e isso tem inúmeros motivos e benefícios. A sucção do bebê ao seio é o que estimula a produção de leite, portanto, principalmente no primeiro mês, ela deve ocorrer de forma frequente e por um período prolongado. Se perdermos esse estímulo colocando uma chupeta podemos ter uma produção reduzida”, salienta. 

A relação tamanho do mamilo e boca do bebê não é um problema na amamentação, segundo a pediatra. “Mamilos muito grandes podem dificultar a pega principalmente em bebês prematuros por estimularem o reflexo de vômito. Contudo, o que vemos na prática é que os bebês, mesmo os muito pequenos, têm uma capacidade de se adaptar ao seio da mãe e eles encontram o seu encaixe”, revela ela, destacando a importância da mãe ter uma rede protetora da amamentação. “Amamentar é um processo que pode ser diferente do que imaginamos e que pode necessitar de apoio, porém sempre é recompensador e a melhor escolha”, ressalta Larissa Trivelato.   


Dia da Saúde e da Farmácia: Estudo analisa hábitos populares no uso de plantas medicinais

 Acadêmicos da área de Saúde do UniCuritiba utilizam conhecimento científico para orientar a população sobre a utilização de plantas que curam ou fazem mal à saúde

 

O uso de plantas medicinais é um hábito passado de geração em geração. Chás, compressas, xaropes, emplastros, inalações, escalda-pés, banho ou gargarejo. Seja qual for a “receita”, os brasileiros costumam utilizar folhas, flores, raízes, frutas, botões e brotos no tratamento de diversas enfermidades.

O problema é que a utilização indiscriminada de plantas pode colocar a saúde em risco. Neste caso, o conhecimento é essencial. Pensando nisso, estudantes da área de Saúde do UniCuritiba – instituição de integra a Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior privado do país – realizaram o projeto de extensão “Uso racional de plantas medicinais: uma troca de saberes entre a comunidade e a universidade”.

Orientados pela professora Fernanda Bovo, doutora em Ciências Farmacêuticas, mais de 20 estudantes se envolveram no estudo: Andressa Cardoso, Mateus de Paula, Guilherme Bino, Brunna Rodrigues, Thalita Ribas, Rosangela Rodrigues, Lucio Possar, Eliane Lenhardt, Ana Paula Quitério, Thiago Ribeiro, Lucas de Lima, Ana Carolina dos Santos, Ana Luiza Minhuk, Adriana Rockenbach, Brunna Rodrigues, Eduarda Pereira, Gabriela Siqueira, Lorenzo Zorzenoni, Evelyn Gabriel, Guilherme Maciel, Thiago Maiczak, Giovanna Sniecikoski e Daiane Mello.

Inicialmente, eles analisaram os hábitos e os conhecimentos de um grupo de moradores de Curitiba, tendo como base um questionário sobre o uso de plantas medicinais. As respostas revelaram utilizações equivocadas e que poderiam, inclusive, causar problemas de saúde.

Um exemplo é a babosa, planta cujas folhas se tornam tóxicas se batidas no liquidificador e ingeridas. Os estudantes não só orientaram o público-alvo do projeto sobre o uso racional de drogas vegetais como alertaram sobre a importância da dose utilizada.

A professora Fernanda Bovo explica que há diferenças a serem consideradas. “Uma porção de folhas de determinada planta dissolvida em um litro de água e utilizada em doses diárias de uma colher por dia é bem diferente da mesma porção de folhas dissolvida em um copo de água (250ml) e tomada de uma só vez”, ensina.

Segundo a especialista, o uso de plantas requer atenção especial em vários aspectos. “A temperatura também importa, assim como o fato de ferver a planta junto com a água ou não. Todos esses detalhes fazem a diferença para a saúde.”

Além de orientar a comunidade, os estudantes do UniCuritiba desenvolveram novas receitas com plantas comestíveis, como pão de açafrão, brownie de ora-pro-nóbis, chá antiestresse, entre outras.


Dia Nacional da Saúde e da Farmácia

A escolha do tema do projeto de extensão dos estudantes de Saúde do UniCuritiba não foi em vão. Mesmo com o avanço na produção de medicamentos sintéticos, a utilização de plantas medicinais é um hábito em muitos lares brasileiros. Os fitoterápicos são utilizados, inclusive, em programas municipais de saúde - com acompanhamento profissional - e têm apresentado resultados satisfatórios nos tratamentos.

Graduada em Farmácia e mestre em Patologia Experimental, a professora Fernanda Bovo aproveita o Dia Nacional da Saúde e da Farmácia, comemorados neste 5 de agosto, para reforçar a importância do projeto. “As plantas medicinais são aquelas que apresentam ação farmacológica, ajudando no tratamento e cura de várias enfermidades, mas não devem ser usadas sem conhecimento. Por isso, projetos de extensão com esse foco são sempre importantes.”

Na avaliação da professora, o trabalho dos estudantes do UniCuritiba mostra a conexão entre os saberes acadêmicos e populares. “Esse é o nosso papel: democratizar o saber e usar o conhecimento científico em benefício da sociedade. É gratificante ver os estudantes trabalhando em projetos extramuros, que orientam a população e auxiliam na promoção da saúde e na prevenção de doenças.”


Banco de dados nacional

O uso de plantas medicinais é tão comum no Brasil que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanginhos/Fiocruz) criou um banco de dados com informações sobre o tema. A plataforma é resultado de um estudo realizado pelo herbário do Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (Cibs) com o apoio da Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz).

O acervo atual conta com 300 espécies de plantas medicinais, que podem ser consultadas por nome popular, científico ou família botânica. As informações estão disponíveis na página da Coleção de Botânica de Plantas Medicinais (http://cbpm.fiocruz.br/index?ethnobotany). O trabalho realizado pela instituição é permanente e o banco de dados é atualizado sempre que uma nova espécie é catalogada.


Receita do pão de açafrão


Ingredientes

·         2 ovos

·         1 colher (sopa) de fermento químico (usado para bolo)

·         12 colheres (sopa) de leite em pó (cerca de 180 gramas)

·         3 gramas de açafrão em pó (uma colher de chá rasa)

Rendimento: 12 pãezinhos


Modo de preparo

Bata bem os ovos. Adicione o fermento químico e misture. Em seguida, junto o pó de açafrão. Misture até que os ingredientes estejam bem incorporados.  Adicione 6 colheres (sopa) de leite em pó. Misture bem até que a massa fique homogênea. Depois, adicione aos poucos as 6 colheres de leite em pó restantes. Observe a consistência da massa, que deverá estar no ponto de não grudar nas mãos.  Em seguida, faça bolinhas e acomode-as em uma forma untada. Leve ao forno pré-aquecido a 150/180 graus e deixe assar por cerca de 15 a 20 minutos - ou até que os pãezinhos estejam dourados e assados.

 

UniCuritiba

 

11 mitos sobre amamentação que toda futura mãe precisa saber

Atrasar a amamentação pós-nascimento eleva em até 80% o risco de morte neonatal no primeiro mês de vida

 

Com a Lei nº 13.435/2.017, o mês de Agosto passou a simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação, sendo chamado de Agosto Dourado (relacionado ao padrão ouro de qualidade conferido ao aleitamento materno). O Ministério da Saúde destaca o leite materno como o meio mais importante de nutrição para bebês de até seis meses de vida, e sinaliza que a mortalidade de crianças de até 5 anos de idade pode reduzir em até 13% por conta do aleitamento materno.

 No entanto, o índice de amamentação no Brasil ainda está longe do ideal. Em pesquisa recente do Ministério da Saúde, realizada com 5 mil mães por todo o Brasil, 19% delas responderam que não conseguiram amamentar os bebês. A amamentação exclusiva até o sexto mês de vida é uma realidade ainda mais distante: 31% disseram não ter conseguido amamentar o bebê apenas com seu próprio leite. 

“Para muitas mulheres, fatores sociais, culturais e emocionais podem se tornar grandes obstáculos, dificultando essa prática tão importante”, lamenta Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. 

Segundo ele, ainda que seja fundamental orientar a mulher sobre a amamentação no pré-natal, não são todos os médicos que o fazem. Somando a desinformação ao estado emocional mais vulnerável e aos palpites de tias, vizinhas ou primas que, normalmente, mais atrapalham do que ajudam, a mãe acaba se sentindo pressionada e acuada, podendo comprometer ainda mais a amamentação. 

Considerando estes cenários, especialistas reuniram 11 mitos mais recorrentes para auxiliar as mães que não têm o devido apoio:

 

A fórmula infantil é tão completa quanto o leite materno

Mito: Rico em anticorpos, o leite materno é o único que aumenta a imunidade da criança, ajuda a combater alergias e infecções respiratórias, além de diminuir riscos de doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão. 

Até mesmo o neurodesenvolvimento do bebê tem impacto com a amamentação: pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, concluíram em estudo recente que o mio-inositol, uma molécula encontrada no leite materno, está diretamente ligada à formação das conexões neurais dos bebês. “Ou seja, somente o leite materno pode prover estes benefícios à criança”, reforça Carlos Moraes.

 

Amamentar na primeira hora de vida é indiferente à saúde do bebê

Mito: O aleitamento materno na primeira hora de vida é fator protetor contra a mortalidade neonatal. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), quanto mais se atrasa o início da amamentação, maior é o risco de morte no primeiro mês de vida. 

“Atrasar o aleitamento materno entre 2 e 23 horas após o nascimento do bebê eleva em 40% o risco de morte nos primeiros 28 dias de vida. Já o atraso de 24 horas ou mais aumenta esse risco em 80%”, alerta Carlos Moraes.

 

É necessário amamentar de 3 em 3 horas

Mito: Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), não é obrigatório estabelecer um horário fixo para a amamentação: o recomendado pela instituição é que o bebê seja amamentado em livre demanda, isto é, sem restrições de horários e de duração da mamada. “Nos primeiros meses de vida, inclusive, a frequência costuma ser maior e com horários mais irregulares”.

 

As escolhas alimentares da mãe não influenciam na qualidade do leite


Depende: Um dos maiores boatos é que a lactante deve consumir determinados alimentos e bebidas para “reforçar o leite”. Dentre alguns destes itens estão: cerveja preta, canjica, quinoa, entre outros. 

“Não há comprovação científica sobre produtos que aumentem a qualidade e quantidade de leite materno. No entanto, é primordial ter uma alimentação saudável e equilibrada, evitando o consumo de alimentos processados e bebidas alcoólicas, o que inclui a cerveja preta”, diz o especialista. 

Um estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa Australiano QIMR Berghofer mostrou que a dieta ideal para lactantes deve ser rica em fibras, que pode aumentar a proteção dos bebês contra doenças respiratórias graves, como a asma.

 

Leite empedrado não impede a amamentação

Mito: Um dos problemas mais comuns entre as mulheres que estão amamentando é o ingurgitamento mamário, conhecido como leite empedrado. Segundo Carlos Moraes, a condição pode ocorrer nos primeiros dias após o parto, quando mãe e bebê ainda estão ajustando o ritmo do aleitamento. 

“Os seios ficam mais inchados do que o normal, duros, extremamente doloridos e quentes. O leite empedrado pode, inclusive, gerar complicações mais graves, como a mastite, que é a inflamação da glândula mamária, seguida de infecção por bactérias. Por isso, aos primeiros sintomas, use uma bombinha para retirar o excesso de leite acumulado”, orienta Carlos Moraes.

 

O estado emocional da mãe não interfere na produção do leite

Mito: Segundo a psicóloga Monica Machado, fundadora da Clínica Ame.C e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein; quando o corpo está sob forte estresse, ele secreta dois hormônios: cortisol e adrenalina. 

“Ambos aumentam a atividade cerebral, e diminuem ou bloqueiam algumas funções orgânicas, como a liberação de prolactina e ocitocina, hormônios que regulam as emoções e também a produção do leite materno. Sendo assim, para não comprometer a amamentação do seu bebê, busque formas de equilibrar seu emocional, seja com atividades prazerosas ou mesmo por meio da terapia”, aconselha Monica Machado.

 

Bicos artificiais dão suporte à amamentação

Mito: O uso de bicos artificiais durante a amamentação é uma das maiores causas de desmame precoce. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria de São Paulo, incluir bicos artificiais atrapalha a continuidade do aleitamento materno, uma vez que a satisfação da sucção da criança é suprida por eles.

 

Quando congelado, o leite materno perde nutrientes

Mito: Congelar o próprio leite é um hábito muito comum, principalmente quando a mulher volta a trabalhar ou mesmo em caso de ingurgitamento mamário. No entanto, o processo requer cuidados. 

“O leite ordenhado, cuja duração é de até 15 dias, precisa ser guardado em frasco de vidro que tenha tampa de plástico. A higienização correta é feita com água fervente no recipiente por 15 minutos, seguida de secagem com pano limpo e repouso para que seque por completo, de modo natural”, explica Carlos Moraes. 

Outra dica importante, segundo ele, é usar a tampa do frasco para anotar o dia e a hora que o leite foi ordenhado. “Ao oferecer para o bebê, o leite deve ser descongelado em banho-maria, sem ferver, apenas esquentando a ponto de tirar o gelo. Lembrando que, uma vez descongelado, o leite não deve ser congelado novamente”.

 

A prótese de silicone atrapalha a amamentação

Mito: De acordo com Luís Maatz, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP); o silicone utilizado atualmente é composto por um material biocompatível, possui alta coesividade e sua superfície externa é mais resistente. 

“Além disso, se a prótese for colocada via inframamária (incisão embaixo das mamas) ou pela via axilar, não há cortes na glândula nem nos ductos mamários. Dessa forma, seja na produção do leite como no seu trajeto ao mamilo, não há contato direto com a prótese”.

 

Quem fez redução de mama não pode amamentar

Mito: Segundo Luís Maatz, que também é especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês, na maior parte dos casos, as dúvidas relacionadas à redução mamária e à amamentação surgem por conta do corte de determinados ductos mamários. 

“Entretanto, a formação de novos ductos ocorre posteriormente. Quanto maior o intervalo entre a mamoplastia e o período de amamentação, maior a probabilidade de poder amamentar normalmente”, esclarece Maatz.

 

A amamentação tem efeitos contraceptivos

Mito: Em níveis elevados, a prolactina, hormônio responsável pela regulação da amamentação, pode inibir a ovulação. “Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que seus níveis estejam muito altos e de forma constante, o que é impossível de saber em uma relação sexual”.  

Portanto, o ginecologista obstetra não recomenda usar a amamentação como meio contraceptivo. “Apenas seu médico poderá definir o método mais indicado para evitar uma gestação neste momento”, finaliza Carlos Moraes.

 

Ginecomastia na infância: hábitos saudáveis são a base do tratamento para evitar a cirurgia

* Endocrinologista explica sobre a ginecomastia puberal

* O Brasil está em 5º lugar entre os países com maior número de crianças e adolescentes com obesidade

* Cirurgião plástico detalha como deve ser pós-operatório

 

A ginecomastia é caracterizada pelo aumento da glândula mamária masculina e pode estar associada ou não ao acúmulo de gordura. A criança também pode apresentar ginecomastia por consequência do aumento hormonal na adolescência, o que é considerado normal, e pode acontecer a partir dos 9 ou 10 anos de idade, com incidência maior por volta dos 14 ou 15 anos.

 

O Brasil está em 5º lugar entre os países com maior número de crianças e adolescentes com obesidade até 2030, segundo o Atlas Global e Obesidade Infantil de 2019. Dados do Ministério da Saúde apontam que uma em cada 3 crianças está com sobrepeso ou obesidade no País.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 340 milhões de crianças e adolescentes - de 5 a 19 anos - apresentam sobrepeso e obesidade. A obesidade infantil já é considerada uma epidemia mundial. (leia aqui).

 

A endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato conta que a ginecomastia, na maioria das vezes, causa problemas psicológicos nos meninos e pode estar associada também ao ganho de peso. “Isso porque na gordura existe uma enzima chamada aromatase, responsável pela conversão dos hormônios masculinos em hormônios femininos (conversão da testosterona em estrogênio). Por isso, em crianças com obesidade, esse descontrole hormonal pode causar o aumento da mama”, explica Dra. Lorena.

Durante a fase da puberdade, o descontrole hormonal causado pelo estirão de crescimento pode acontecer, o que chamamos de ginecomastia puberal. Em meninos, o estirão, geralmente, ocorre por volta dos 12 aos 16 anos, com um pico entre 13 e 14 anos de idade.

 

“As chances de desenvolver ginecomastia aumentam quando o paciente tem obesidade e acúmulo de gordura na região do tórax. Por isso, é muito importante cuidar da alimentação e praticar esportes, principalmente, neste período da adolescência”, ressalta a endocrinologista.

 

O adolescente com ginecomastia puberal se sente mais desmotivado, sem vontade de estar com as pessoas, muitas vezes sofre bullying na escola, podendo apresentar depressão e, em estados mais extremos, ansiedade e outros problemas como síndrome do pânico.

 

Caso haja suspeita, é preciso fazer uma avaliação com endocrinologista para que o especialista possa solicitar exames para medir a gonadotrofina coriônica humana (HCG), hormônio luteinizante (LH), testosterona e estradiol, além de outros hormônios, como o hormônio estimulador da tireoide.

 

Dependendo do resultado, o médico poderá iniciar um tratamento com medicamentos, além de indicar a prática de atividades físicas e de uma alimentação saudável. “Naturalmente, essa anormalidade na quantidade de hormônios masculinos e femininos pode voltar ao normal sem uso de medicamentos ou cirurgia, mas é importante que os pais procurem ajuda médica para seus filhos”, alerta Dra. Lorena.

 

Quando há indicação para cirurgia?

O Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que a cirurgia está indicada quando não existe causa identificada, ou, se identificada a causa, ela já for controlada e não havendo uma regressão da glândula após um ou dois anos. Em casos de menores de idade, além da autorização de um responsável, é importante o desejo e consentimento do paciente.

 

“O tratamento cirúrgico consiste na ressecção do excesso de glândula mamária, lipoaspiração da gordura, e ou ressecção do excesso de pele, devolvendo a sensação de bem-estar e o resgate da autoestima masculina”, explica Dr. Amato.

Os cuidados após a cirurgia de ginecomastia devem ser levados a sério, para que o paciente tenha o melhor resultado possível. Dr. Fernando aponta cinco dicas que considera fundamentais durante o período pós-operatório:

 

●      Utilizar cinta pós-cirúrgica/modeladora conforme orientado.

 

●      Fazer repouso nos primeiros dias, sem elevar os braços acima dos ombros. Não pode ter esforço físico, mas caminhadas são bem-vindas e devem ser estimuladas.

 

●      Beber bastante água, preferir frutas e legumes, evitar alimentos gordurosos, frituras e alimentos industrializados.

 

●      Respeitar as orientações sobre os medicamentos. Utilizar os analgésicos, antinflamatórios e antibióticos exatamente como na prescrição indicada pelo médico.

 

●      Não se expor ao sol enquanto houver inchaços e equimose (roxos), que podem prejudicar a cicatrização.

 

“Minha proposta como endocrinologista é a prevenção: adotar um estilo de vida saudável para evitar futuros problemas causados pela obesidade como colesterol alto, diabetes e hipertensão arterial. A medicina de estilo de vida é baseada em seis pilares: nutrição, atividade física, sono, controle do consumo de substâncias tóxicas, manejo do estresse e relacionamentos saudáveis. O objetivo é acabar com a ginecomastia adotando esses hábitos”, diz Dra. Lorena. 



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
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Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
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Nutricionista explica a importância da leitura e interpretação de rótulos de suplementos

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As prateleiras de lojas de produtos naturais e supermercados estão abarrotadas de suplementos nutricionais prometendo melhorar a saúde, a performance esportiva, a concentração, o sono, entre outros infinitos benefícios. Porém, o que realmente há por trás dessas promessas e embalagens chamativas? A nutricionista da Puravida, Alessandra Feltre, defende que a chave para não cair em armadilhas está na leitura e interpretação dos rótulos desses produtos.

“Os consumidores precisam se conscientizar de que não devem se deixar seduzir somente pelo apelo visual ou pelo marketing do produto. É essencial olhar além disso e entender o que realmente estão consumindo”, enfatiza Alessandra.

A nutricionista destaca que existe uma estratégia de marketing que pode, por vezes, ser enganosa, conhecida como 'health washing', onde eles são apresentados de uma maneira que parecem mais saudáveis do que realmente são. 

“É comum encontrar produtos com alegações de saúde ousadas na frente da embalagem, mas quando você se dá ao trabalho de ler a lista de ingredientes, pode se deparar com uma realidade totalmente diferente”, explica.

Alessandra Feltre faz um alerta. “Muitos contêm aditivos químicos, açúcares e outros componentes que contradizem o marketing 'saudável'. Isso pode ser prejudicial, principalmente para pessoas com restrições alimentares, alergias ou doenças crônicas”, aponta.

A profissional defende que o rótulo de um produto é a melhor fonte de informação para o consumidor saber o que está consumindo. “É importante compreender os ingredientes listados, e avaliar se eles irão realmente contribuir para a saúde e bem-estar”.

Entretanto, o desafio reside em entender essa lista de ingredientes. A nutricionista da Puravida observa que a terminologia técnica ou científica usada nos rótulos pode confundir muitos consumidores. 

“Além de nomes científicos complexos, algumas empresas usam sinônimos de açúcar ou gordura para tornar o produto mais atraente, o que pode levar à má interpretação do conteúdo nutricional”, afirma Alessandra.

Nesse contexto, ela aconselha que as pessoas busquem se informar mais sobre os ingredientes listados e não hesitem em ter ajuda profissional para entender completamente o que estão levando para casa. 

“A nutrição é uma ciência complexa e entender o impacto de cada componente na saúde não é tarefa fácil. No entanto, é um esforço que vale a pena ser feito”, finaliza Alessandra.

 

Puravida


Agosto verde claro reforça a conscientização sobre os linfomas

Os cânceres que atingem o sangue estão entre os 20 mais comuns no Brasil


Franciele Guinami dos Santos tinha apenas 28 anos quando foi diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin clássico. A suspeita de um problema cardíaco veio como uma sequela da COVID-19, e foi descartada após uma consulta com um médico especializado. A coceira no corpo e o aumento dos gânglios no pescoço indicavam a necessidade de uma biópsia, que comprovou o estágio 3 da doença.  Desde então, já são dois anos de tratamento. “O diagnóstico assusta, mas saber que a doença tem cura, é muito importante”, conta a paciente. Franciele é uma das mais de três mil pessoas que são diagnosticadas com o Linfoma de Hodgkin todos os anos no Brasil e agosto foi o mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conscientização sobre a doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os linfomas não-Hodgkin (LNH) são o nono câncer mais comum na população, principalmente mais velha. São estimados cerca de 12.040 novos casos para cada ano do triênio de 2023 a 2025. No Brasil, famosos já foram diagnosticados com o LNH e tiveram sucesso no tratamento. Dilma Rousseff, Edson Celulari, Reynaldo Gianecchini e Glória Perez são exemplos. Recentemente, o cantor Jorge Aragão foi diagnosticado com a doença, dando início ao tratamento. Já o linfoma de Hodgkin (LH), caso da Franciele, ocupa a 20ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes, sendo mais identificado entre adolescentes, adultos jovens e idosos.

Os linfomas são um tipo de câncer que se originam no sistema linfático, composto por linfonodos e tecidos que produzem as células (linfócitos) responsáveis pela defesa do nosso organismo, por meio da produção de anticorpos e vasos linfáticos, que conduzem essas células pelo corpo. Os linfomas provocam o crescimento desenfreado dessas células. Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, grupo de oncologistas e hematologistas de Campinas-SP, explica que o surgimento dos linfomas está relacionado à vulnerabilidade do sistema imunológico do paciente. “Algumas doenças hereditárias, autoimunes, ou até mesmo uso de drogas imunossupressoras e infecções virais, como o HIV, são potenciais fatores de risco para os linfomas”, diz a médica.

 

Quais os sintomas dos linfomas?

Os sintomas são bastante característicos e, de maneira geral, se manifestam com nódulos aumentados no pescoço ou virilha, possível ocorrência de febre, suores noturnos, emagrecimento, cansaço e coceira no corpo. Conforme os locais acometidos, podem ainda apresentar tosse, falta de ar, dor no peito, aumento do volume abdominal e lesões cutâneas. O diagnóstico requer a realização de biópsia, com a retirada do tecido para análise microscópica das características.

 

Como são tratados os linfomas?

Com relação ao tratamento, o LH na maioria dos casos, é uma doença curável apresentando uma taxa de cura de mais de 85%. O tratamento clássico é a poliquimioterapia (múltiplas drogas) com ou sem radioterapia associada. Franciele adotou dois protocolos diferentes, mas só teve sucesso no terceiro, com o transplante de medula autólogo. “O momento mais difícil desde o diagnóstico da doença, foi perceber que o meu organismo não respondeu ao primeiro protocolo. Bate a insegurança, por isso, a fé sempre precisa ser maior”, pontua a paciente.

Já o tratamento dos LNH pode ser feito com quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, terapias-alvo (substâncias que bloqueiam proteínas ou moléculas envolvidas no crescimento das células cancerígenas) e o transplante de células hematopoiéticas. Para Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe, ações como a do agosto verde claro são fundamentais para levar conhecimento e confiança à população. “O tratamento de linfoma está avançado e, quando o diagnóstico é feito nos estágios iniciais da doença, as chances de cura são muito grandes”, explica a médica. Por isso, a conscientização é tão importante.

 

Grupo SOnHe - Oncologia e Hematologia
www.sonhe.med.br


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