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segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Cuidados com o nível de colesterol em exames


A gordura está presente em nosso sangue na forma de lipoproteínas. Existem quadros de grandes classes de lipoproteínas que são separadas em dois grupos: as ricas em triglicérides (Quilomícrons e VLDL) e as ricas em colesterol (LDL e HDL). 

O colesterol é importante para diversas funções, como produção de hormônios; produção de ácidos biliares e vitamina D; ativação de enzimas; e formação a membrana celular. 

A lipoproteína de baixa densidade (LDL) é conhecida como colesterol “ruim”, pois pode se depositar nas artérias, o que leva a obstrução das mesmas. Já a lipoproteína de alta densidade (HDL), popularmente conhecida como colesterol “bom”, faz o oposto. 

Os distúrbios no metabolismo das lipoproteínas são conhecidos como dislipidemias, como o aumento do colesterol total, do LDL-c e dos triglicerídeos, e diminuição do HDL-c, sendo desenvolvidas de acordo com a exposição a fatores genéticos e/ou ambientais.
 

Classificação das dislipidemias

As dislipidemias podem ser classificadas de acordo com o componente alterado na análise laboratorial do sangue em:
 

Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL);
 

Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum);
 

Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL);
 

HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG.;

 

Quando devo me preocupar?  

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), os valores ideais de colesterol total devem ser abaixo de 190 mg/dL, de HDL acima de 40 mg/dL e triglicérides abaixo de 150 mg/dL, sem diferenciação entre pessoas de baixo, médio ou alto risco cardiovascular. 

Já os valores máximos de LDL são classificados de acordo com o grau de risco do paciente, dessa forma, indivíduos com risco baixo devem manter o LDL abaixo de 130 mg/dL, os com risco intermediário abaixo de 100 mg/dL e os que apresentam alto risco alto abaixo de 70 mg/dL.
  
O risco cardiovascular é estabelecido avaliando uma série de fatores como presença de doença aterosclerótica, diabetes melitus, doença renal crônica, LDl-c ≥ 190 mg/dL, hipertensão, tabagismo, sexo, idade, e etc.

 

O que pode acontecer se meu colesterol estiver alto? 

Níveis elevados de colesterol geralmente são silenciosos e não causam sintomas, porém podem resultar em xantomas tendíneos (acúmulo de gordura nos tendões), xantelasma (depósito de gordura que ocorre logo abaixo da superfície da pele, especialmente ao redor dos olhos) e arco corneal (depósito de gordura dentro dos olhos). Contudo, o principal risco de apresentar colesterol elevado é o aparecimento de eventos cardiovasculares. 

O excesso de colesterol é o principal fator que leva à aterosclerose, doença inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. 

Na aterosclerose, depósitos irregulares de gordura (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte, levando a um fluxo sanguíneo reduzido ou bloqueado. 

As artérias são estruturas similares a tubos, que têm a função de levar o sangue oxigenado vindo dos pulmões, impulsionado pelo coração para todos os tecidos do corpo. Quando uma artéria está obstruída, seja parcial ou totalmente, ocorre uma diminuição na quantidade de sangue que chega às células e, consequentemente, de oxigênio. Dependendo da localização da artéria e do grau de obstrução, esses eventos podem ser fatais. 

Algumas pessoas são predispostas geneticamente a terem taxas mais elevadas de colesterol, entretanto, outros fatores como idade, sexo, sedentarismo, tabagismo e dieta influenciam o desenvolvimento. 

Os níveis de colesterol são afetados pela idade, ou seja, aumentam conforme as pessoas envelhecem, e são normalmente mais elevados em homens do que em mulheres, embora os níveis aumentem em mulheres após a menopausa. 

Além disso, uma dieta rica em gorduras saturadas, bebidas alcoólicas, açúcares, carboidratos e gordura trans favorece o aumento dos níveis de colesterol LDL. Ao contrário do que se pensa, o consumo de colesterol alimentar tem pouca influência no aumento do colesterol sanguíneo, uma vez que 70% do colesterol é produzido pelo fígado.
 

Tratamento 

O padrão alimentar e estilo de vida saudável ganharam destaque nos últimos anos e reforçam as diretrizes nutricionais que recomendam dieta isenta de ácidos graxos trans e redução do consumo de gordura saturada. Além disso, também é recomendado manter o peso dentro dos limites saudáveis, evitar o excesso de açúcar, substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados, além do consumo de fibras. O consumo de ômega 3, fitosteróis, proteína de soja e fibras solúveis também foi associado a redução do colesterol. A redução de bebida alcoólica e do consumo de açúcar e carboidratos é recomendada para o tratamento do excesso de triglicérides. 

A dieta do mediterrâneo mantém quantidades moderadas de gordura na dieta. Eliminar ácidos graxos trans, controlar o consumo de saturados, priorizar poli-insaturados e monoinsaturados, reduzir açúcares e incluir peixes e carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta vêm se apresentando como a melhor opção. Além de mudanças alimentares, é necessário realizar mudanças no estilo de vida como a prática de atividade física regular e a cessação do tabagismo. 

Apesar da importância das mudanças no estilo de vida para a prevenção e tratamento do colesterol alto e de possíveis eventos cardiovasculares, a redução nos níveis de colesterol pode ser limitada, uma vez que a maior parte é produzida pelo corpo. Dessa forma, em pacientes com maior risco, mesmo que se comprometam a realizar mudanças drásticas no estio de vida, o uso de medicamentos será necessário para reduzir os níveis de colesterol.
 

Ana Carolina de Oliveira - nutricionista da Clínica Escola de Nutrição, vinculada ao curso de Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

 

Avanço da vacinação contra Covid-19 não refletiu ainda em retomada dos diagnósticos de cânceres exclusivamente masculinos

Número de casos de cânceres urológicos masculinos registrados no país continua abaixo do esperado: diagnóstico de câncer de próstata caiu 47,8%; de pênis, 13%; e de testículo, 28,6%, quando comparados os meses de janeiro a maio de 2019 e 2022. Os dados foram compilados do Painel Oncologia Brasil/Datasus


O impacto negativo da pandemia no diagnóstico precoce dos cânceres exclusivamente masculinos – próstata, pênis e testículo – ainda não foi revertido diante do calendário vacinal e do afrouxamento de medidas de isolamento em todo o país. Nos primeiros cinco meses de 2022 comparados com igual período de 2019, ou seja, antes da pandemia e após o início da vacinação, o cenário continua a ser de queda significativa no volume de casos registrados das doenças.

No país, em relação ao câncer de próstata, os diagnósticos caíram 47,8% (de 16.880 casos, em 2019, para 8.801, em 2022). Em relação ao câncer de pênis, 13% (de 391 para 340), e câncer de testículo, 28,6% (de 725 para 517). Os dados foram compilados do Painel Oncologia Brasil/Datasus.  

Essa redução chama a atenção porque pode ocasionar uma onda de diagnósticos mais tardios, com doenças mais graves devido à demora no tratamento e desfechos menos favoráveis para os pacientes, segundo o cirurgião oncológico Gustavo Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Tradicionalmente, os homens são mais negligentes nos cuidados relacionados à saúde do que as mulheres. E com base nos dados do Datasus, é possível inferir que mesmo após a vacinação e a retirada das medidas de isolamento social, eles continuam afastados dos consultórios médicos e isso terá consequências”, avalia.


Números por região

O cenário em relação a esses diagnósticos, de acordo com a mesma base de dados, revela o seguinte:


Diagnóstico de câncer de próstata *

Região

Janeiro a   maio 2019 

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda   (2019 x 2022)

Norte

549

468

407

 169

69,2

Nordeste

4.302

2.845

3.357

2.045

52,4

Sudeste

8.380

6.986

6.903

4.733

43,5

Sul

2.663

2.265

2.008

1.291

51,5

Centro-Oeste

986

794

761

563

42,9

Total

16.880

13.358

13.436

8.801

47,8

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência



Diagnóstico de câncer de testículo*

Região

Janeiro a maio 2019

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda   (2019 x 2022)

Norte

22

32

24

        18

18,1

Nordeste

89

80

72

49

44,9

Sudeste

324

316

273

250

22,8

Sul

248

265

180

162

34,6

Centro-Oeste

42

44

45

38

9,5

Total

725

737

524

517

28,6

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência

 


Diagnóstico de câncer de pênis*

Região

Janeiro a maio 2019

Janeiro a maio 2020

Janeiro a maio 2021

 

 

Janeiro a  maio 2021

 

 

% de queda (2019 x 2022)

Norte

19

37

41

 8

57,8

Nordeste

121

123

126

96

20,6

Sudeste

140

146

143

142

+ 1,4**

Sul

82

67

80

64

21,9

Centro-Oeste

29

24

47

30

+ 3,4**

Total

391

397

437

340

13

*Painel Oncologia Brasil/Datasus – Casos segundo UF da residência

** Regiões que registraram alta

 


A importância do checkup regular

De acordo com Guimarães, fazer os exames de rotina como hemograma, eletrocardiograma, colesterol e glicemia, ajuda a criar um histórico da saúde e entender melhor quando algo desanda. “Especialmente para o homem, é importante um acompanhamento constante com um médico, para conferir se tudo está realmente bem”, afirma.

No caso das doenças oncológicas, o diagnóstico precoce tem impacto determinante no tratamento. Isso porque diagnósticos mais tardios de tumores estão relacionados a pior prognóstico, a tratamentos mais agressivos, caros e com pior resultado. “Nesses casos, temos um custo irreparável que é a vida perdida. Um câncer em fase mais adiantada, mesmo quando o resultado do tratamento é satisfatório, pode levar a maior prejuízo tanto para o paciente quanto para a família em função de sequelas”, afirma.

Os tumores de pênis, por exemplo, quando restritos ao órgão, a cura pode ser atingida em mais de 70% dos casos. Porém, quando compromete linfonodos inguinais, a sobrevida é menor que 50% em cinco anos. Se acomete linfonodos pélvicos, a sobrevida não chega a 20%. “Em geral, metade dos diagnósticos desse tipo de tumor são feitos depois de um ano do início da doença. O atraso maior ainda provocado pelo cenário da pandemia, pode custar ao paciente a necessidade de mutilação cirúrgica (amputação do órgão)”, explica o especialista.

O câncer de testículo tem maior prevalência no mundo entre os homens de 15 a 34 anos, superando a leucemia, que é o câncer pediátrico mais comum. Um fator que dificulta o diagnóstico precoce no Brasil é o fato de ser muito comum o homem associar qualquer alteração no testículo com alguma doença venérea ou trauma recente. “A maioria tem medo de falar sobre o assunto, principalmente com as esposas”, afirma Guimarães. Embora o câncer de testículo tenha baixa mortalidade, o sucesso do tratamento é maior quando a doença é descoberta precocemente.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, apesar dos avanços terapêuticos em relação ao câncer de próstata, cerca de 25% dos pacientes ainda morrem devido à doença. No Brasil, por mais que o câncer de próstata seja, biologicamente, uma doença com perfil indolente (de crescimento lento), cerca de 20% dos casos são diagnosticados em fase avançada. A desigualdade de acesso aos serviços de saúde é um dos fatores que levou ao aumento da mortalidade por câncer de próstata no país nas últimas três décadas.

Guimarães alerta que é fundamental realizar o exame de sangue que avalia a proteína produzida pelo tecido prostático (PSA) e o exame de toque retal, que propiciam descobrir a doença em fase mais inicial, reduzindo assim a mortalidade. A confirmação diagnóstica se dá por biópsia. “Muito se fala que há excesso de diagnóstico e que muitos tumores, de tão indolentes, poderiam não ser tratados. Em alguns casos, isso até pode ocorrer, mas em um país com desigualdade de acesso aos programas de rastreamento, como é o caso do Brasil, devemos sim incentivar a população a fazer os exames”, destaca Guimarães.

 

IUCR - O Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães

 

Dados mostram que 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão estão relacionados ao fumo

A doença ocupa primeiro lugar em mortalidade no mundo, atingindo mais de 30 mil pessoas anualmente no Brasil


O tabagismo excessivo é responsável por 90% dos diagnósticos de câncer de pulmão no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Trata-se do segundo tipo da doença mais comum no país e atinge cerca de 30 mil brasileiros por ano, sendo o mais letal, com taxa de sobrevida que chega, em média, aos 18%. A gravidade dos números sobre a doença levou à criação do Dia Mundial do Combate ao Câncer de Pulmão: 1° de agosto. O objetivo da data é mobilizar e reforçar os cuidados preventivos junto à população.

 

Apenas 16% dos casos são descobertos logo no estágio inicial da doença. Geralmente, os indivíduos acometidos se dão conta de que algo está errado quando começam a aparecer os principais sintomas, como tosse (muitas vezes com sangue), dor no peito e perda de peso, que se manifestam em estágios mais avançados. “O principal fator de risco é o fumo, tanto ativo quanto passivo, sendo que o risco de ocorrência e de morte pela doença aumenta quanto maior a intensidade da exposição ao tabagismo”, alerta o médico William Nassib William Junior, diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, hub de saúde de excelência e uma das principais referências no país para este tratamento.


 

Diagnóstico

 

Os sintomas mais recorrentes em pessoas acometidas pelo câncer de pulmão são tosse persistente, catarro com sangue, dor no peito, rouquidão, falta de ar, pneumonias repetidas, bronquite, assim como perda vertiginosa de apetite e peso. Na BP, o diagnóstico de tumores no pulmão é realizado por meio de tomografia computadorizada, preferencialmente com o uso de contraste, bem como raio-X do tórax. Para confirmação de lesões suspeitas é feita biópsia para extração de amostras teciduais para serem examinadas em laboratório (análise anatomopatológica). O procedimento é feito com o auxílio da broncoscopia (endoscopia respiratória), da ecobroncoscopia (ultrassonografia endobrônquica – EBUS) ou ainda biópsia guiada por tomografia.

 

Para verificar a disseminação do tumor do pulmão para outras partes do corpo, utiliza-se o PET-Scan ou o PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons), tomografias de tórax, abdome total e cintilografia óssea, dentre outros exames de imagem que permitem identificar metástases.

 

De acordo com o médico da BP, quanto mais precoces o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de cura. “Muitas vezes o câncer de pulmão se desenvolve sem dar sinais, sendo primordial que fumantes ou pessoas expostas ao fumo de forma passiva façam acompanhamento profissional regularmente, assegurando que o tumor seja detectado em fase inicial”, explica William.


 

Tratamento

 

A cirurgia é a abordagem terapêutica mais indicada em casos de tumores em fase inicial. Quando o câncer atinge os linfonodos (gânglios linfáticos), o procedimento pode ser feito com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, com a administração de remédios que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a combater o câncer.

 

Já para os casos de metástases, ou seja, quando a doença já se espalhou para longe do seu ponto de origem, é necessário um tratamento sistêmico, que percorre a corrente sanguínea para atingir todos os possíveis locais de acometimento. “Existem três modalidades de tratamento para esses casos, que são a quimioterapia, imunoterapia e terapia-alvo, que utiliza uma classe de medicamentos responsável por agir sobre determinadas características moleculares dos tumores”, diz o médico.

Para a melhor tomada de decisão estratégica de tratamento, é necessária a realização de exame detalhado sobre a genética do tumor. “Dessa forma, é possível entender qual tratamento será mais eficaz”, finaliza o médico.


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo


A safra futura do produtor rural pode ser considerada bem essencial em caso de recuperação judicial?

 

A safra futura, na maioria dos casos, serve de fomento para a nova plantação e é responsável pelo giro de capital do produtor rural, sendo imprescindível para as atividades produtivas, principalmente para o empresário rural em crise. Nesse sentido, a proteção legal da produção agrícola é fundamental para os rendimentos da comercialização, com o objetivo de permitir o investimento na empresa em recuperação judicial.

A Lei de Recuperação Judicial nº 11.101/05 apresenta proteção aos bens essenciais à atividade econômica da empresa ou produtor rural que se encontrem sob processo de recuperação, impossibilitando a alienação durante o prazo de suspensão de 180 dias, previsto no artigo 6º, §4º, com o objetivo de utilizar a atividade empresária para superação da crise econômica e evitar a decretação da falência.

No entanto, o assunto é contraditório nos tribunais, principalmente quando a discussão recai sobre os rendimentos obtidos por meio de bens essenciais da empresa em processo de recuperação judicial, como é o caso da produção de plantio agrícola.

Em recente posicionamento, o Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Resp 1.991.989/MA (2021/0323123-8), definiu que a receita obtida pela utilização de tais bens não é tida como essencial ao produtor rural em recuperação judicial. Tal decisão excluiu a proteção que proíbe a alienação, venda ou constrição durante a suspensão deferida em favor do produtor rural em recuperação judicial, vindo a reparar a decisão do Tribunal de Justiça do Maranhão, em sede de agravo de instrumento, que havia entendido que os valores recebidos pela venda de safra de soja e milho seriam fundamentais para a recuperação do empresário rural em crise.

Ao proferir tal decisão, o Superior Tribunal de Justiça pontuou que a safra produzida e comercializada pelo produtor rural em recuperação judicial constitui bem de capital, sendo produto final da empresa, não encontrando amparo no conceito de essencialidade de bens para a continuidade da atividade, determinando, assim, a entrega da safra futura como forma de cumprimento de acordo firmado pelo produtor rural e terceiro antes do processo de recuperação.

Importante destacar, que ao desconsiderar a essencialidade da matéria-prima, há um grande risco ao produtor rural de sofrer constrições ou apreensões na safra futura, que poderia servir de fomento para a atividade empresarial. Isto porque, tratando-se de grãos produzidos pelo produtor rural em recuperação judicial, o ciclo produtivo somente poderá ser mantido se houverem recursos financeiros provenientes de sua venda que serão investidos na continuidade da safra. 

 

Tatiane Bagagí Faria - advogada da área Cível do escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br/pt/

 

Dia Nacional da Saúde (05/08): qual a importância do leite para a saúde

Leite e derivados são fortes fontes de proteínas, peptídeos, fósforo e vitaminas
Créditos: Envato

Combate à obesidade, dentes e ossos mais fortes são alguns dos benefícios do alimento


Presente em muitas culturas, o leite é um dos alimentos mais completos e versáteis que existem, podendo ser consumido de diversas formas e em praticamente todas as refeições do dia, e sempre associado à boa nutrição. 

Um copo cheio de leite de vaca contém vitaminas A e B, que são excelentes para garantir uma boa visão e o aumento da produção de células vermelhas do sangue; carboidratos para nossa vitalidade e energia; potássio para regular as funções nervosas; magnésio para os músculos; fósforo para liberação de energia; e proteínas para a restauração e o crescimento celular. Mariana Etchepare, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo, conta que o leite pode proporcionar vários outros benefícios. “O leite de vaca e seus derivados compõem um grupo de alimentos cultural e nutricionalmente importante, tanto por estarem presentes no cotidiano da maioria das pessoas,como por ofertarem quantidades consideráveis de nutrientes necessários ao desenvolvimento do organismo. No Brasil, o hábito alimentar é consumir leite de vaca na primeira refeição do dia, sendo ingerido puro, com café ou acompanhado de frutas, além de ser o ingrediente constituinte de diversas preparações culinárias tradicionais, doces ou salgadas” Por serem fontes de proteínas, peptídeos, fósforo e vitaminas A, D, B2, B12, biotina e cálcio, o consumo de leite e derivados colabora para o alcance das recomendações de ingestão diária destes nutrientes e auxilia nos benefícios citados abaixo:


Controle de peso

O consumo de leite e derivados como parte de uma dieta completa, variada e equilibrada está associado à manutenção de um peso corporal saudável e à diminuição do acúmulo de gordura visceral. “É um mito atestar que leite engorda. Pesquisas recentes mostram que pessoas que consomem leite e alimentos lácteos tendem a ser mais magras do que aquelas que não os consomem”, comenta Mariana.


Dentes mais fortes

A concentração de cálcio e fósforo presentes no leite e derivados é benéfica para o desenvolvimento e manutenção da saúde dos dentes. A proteína mais abundante do leite, a caseína, protege a superfície do esmalte quando os dentes são expostos a alimentos muito ácidos.


Fortalece os ossos

Sendo fonte de cálcio, fósforo, magnésio e proteínas, que são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento saudável dos ossos, o consumo adequado de leite desde a infância e na vida adulta pode ajudar a tornar os ossos mais fortes e protegê-los contra doenças como a osteoporose.


Consumo

Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), apesar das altas nos preços do alimento, o consumo não diminuiu. Para o coordenador comercial de lácteos da Unium, Rogerio Wolf, o que acontece é uma forte queda de produção, chegando a 10% no primeiro trimestre, o mercado reagiu a queda da oferta com aumento de preços “Mesmo com o preço mais elevado, o leite é um produto essencial para a alimentação. Qualquer outro alimento que possa substituí-lo vai ser mais caro e pode não atender todas as necessidades nutricionais que o leite atende na dieta alimentar” finaliza.

 

Unium

 

Excesso de gordura corporal e seus impactos na fertilidade feminina e no sonho de ser mãe

Nutricionista da clínica Origen BH fala sobre doenças correlacionadas à obesidade e excesso de peso e a importância da abordagem da reeducação alimentar


Estudos recentes demonstram que a fertilidade feminina é negativamente influenciada pela obesidade e pelo sobrepeso. Mulheres com elevado percentual de gordura estão mais predispostas a ter irregularidade menstrual, ciclos oligoanovulatórios (ovulação irregular ou ausente) e infertilidade. Mas como então essas pacientes podem realizar o sonho de se tornarem mães? A nutricionista da clínica Origen BH, Bárbara Dora Alves Fernandes, explica que a maioria de pacientes com esse perfil convivem com hábitos alimentares ruins, além de sedentarismo.

De acordo com a nutricionista, o excesso de peso na mulher é associado também a resultados menos satisfatórios no tratamento da infertilidade e outras complicações. “Muitas pacientes com excesso de gordura corporal e que apresentem a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou a endometriose podem ter maior taxa de abortos espontâneos e maior risco de complicações na gravidez (como diabetes gestacional, doença hipertensiva da gravidez, parto pré-termo e alterações do crescimento intrauterino do bebê)”, exemplifica.

Segundo Bárbara, estudos e ensaios clínicos sugerem que vários fatores estejam possivelmente envolvidos na interação entre obesidade e infertilidade. Caso da leptina, hormônio produzido pelos adipócitos (células de gordura) e que atua no cérebro controlando o apetite, além de possuir outras funções no gasto energético do metabolismo. “Pesquisas indicam que quanto mais gordura no corpo, mais leptina é produzida e, quando em excesso, o controle do apetite é bloqueado e o metabolismo energético se torna mais lento e menos eficiente. Estudos in vitro sugerem que a leptina aumentada também pode afetar os ovários e reduzir a produção dos hormônios estrogênio e progesterona, dificultando a receptividade endometrial e implantação embrionárias”, diz a nutricionista.


Insulina - Outro problema que pode ser gerado pelo elevado percentual de gordura no organismo é a resistência insulínica devido ao excesso de glicose no sangue, comumente verificado na obesidade. A insulina é o hormônio responsável por mobilizar a glicose para dentro das células, que a utilizam para produzir energia. “Excesso de glicose sanguínea favorece uma hipersecreção de insulina e desencadeia uma resistência das células na sua ação. Além deste estado de hiperinsulinemia inibir a síntese de proteínas ligadoras de hormônios (SHBG) e das relacionadas à replicação celular (IGFBP), há aumento da produção dos hormônios estradiol, testosterona e progesterona. Essas alterações conduzem à secreção anormal de outros dois hormônios, o LH e o FSH, que afetam negativamente a maturação folicular e a ovulação. Além disso, a baixa de IGFBP pode interferir no desenvolvimento embrionário”, explica a nutricionista.

Bárbara Fernandes lembra ainda que o excesso de gordura pode dificultar a fertilidade por meio da lipotoxicidade – um efeito tóxico de moléculas de gorduras livres no sangue (conhecidas como radicais livres) em células reprodutivas, causando uma inflamação crônica de baixo grau nos folículos, aumento de insulina, triglicérides, lactato e proteína C-reativa (PCR) –, que afeta também o oócito (célula reprodutiva feminina) ou o próprio embrião.


Reeducação alimentar - Normalmente, a primeira abordagem na Origen à paciente obesa que quer fazer o tratamento de reprodução assistida é feita pela perspectiva de reeducação alimentar, com aumento da ingestão de alimentos in natura, ricos em nutrientes que podem favorecer a saúde reprodutiva e uma possível gestação. As estratégias para redução de peso e gordura corporal, principalmente baseadas em mudanças no estilo de vida e na alimentação, favorecem o restabelecimento da fertilidade, assim como a melhora dos resultados de tratamentos de reprodução assistida em mulheres com SOP e endometriose, além da redução das complicações obstétricas.

“Por tudo isso é fundamental que a paciente com sobrepeso ou obesa que sonha em ter filhos e apresenta a dificuldade da gravidez natural tenha uma orientação profissional feita por equipe multidisciplinar, não apenas com a nutricionista, mas com psicólogo (a), equipe de enfermagem e médico (a) especialista em reprodução

humana, pois é por meio de um planejamento global que vamos proporcionar a ela a melhoria nas condições nutricionais, psicológicas e fisiológicas para que o tratamento da gravidez tenha mais chances de obter o sucesso esperado”, acrescenta Bárbara Fernandes.


IMC - O atendimento nutricional é focado em otimizar as chances de resultado positivo no desfecho dos tratamentos e preparando o organismo da paciente para uma possível gestação, corrigindo possíveis deficiências nutricionais e desestimulando o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras. São avaliados o histórico de saúde, por meio de um questionário nutricional, além do índice de massa corporal (IMC) – que considera sobrepeso o IMC ≥ 25 e obesidade o IMC ≥ 30, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Exames bioquímicos podem ser solicitados para complementar a avaliação. Há ainda outros métodos adotados, como bioimpedância ou dobras cutâneas (que classificam percentual de gordura corporal), que juntos são capazes de dimensionar a proporção de gordura e massa magra do peso total.

“Importante verificar também as possíveis carências vitamínicas, principalmente as que são lipossolúveis (solúveis em gorduras), pois o excesso de adipócitos reduz a disponibilidade delas para o metabolismo reprodutivo – vitaminas A, , E e K. Além dessas, pode haver deficiência de vitamina C, zinco, magnésio e cálcio – possivelmente relacionada ao aumento do estresse oxidativo celular/inflamação na obesidade”, acrescenta.

Para cada mulher é feito um planejamento específico. Podem ser utilizados alimentos com capacidades funcionais, como gengibre, cúrcuma, própolis, chás de frutas vermelhas e cítricas, folhosos e vegetais, para ajudar no controle da inflamação. Muitas vezes é necessária também a suplementação para corrigir deficiências, contribuir no controle do apetite, atenuar inflamação e minimizar o estresse oxidativo celular”, complementa.

 

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva

 

Cerca de 20% das crianças são diagnosticadas com doenças visuais

No H.Olhos, referência em tratamento oftalmológico, miopia lidera o ranking dos casos atendidos; os chamados erros de refração são as doenças mais comuns na primeira infância

 

A atenção à saúde das crianças deve ser integral, principalmente quando o assunto é o cuidado com os olhos dos pequenos. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que cerca de 20% das crianças em idade escolar apresentam algum tipo de doença visual. Especialistas H.Olhos, referência em casos de alta complexidade de oftalmologia, da rede Vision One, alertam que, até os cinco anos, o número de crianças que sofrem de miopia é de cerca de 1%. Aos 10 anos, a porcentagem sobe para 8% e aos 15, já chega aos 15%. 

“Diferentemente do estrabismo, os erros de refração nem sempre são evidentes. É por isso que exames de rotina devem ser feitos anualmente. Em estágios mais avançados, algumas crianças apresentam comportamentos, como: se aproximar ou se afastar dos objetos, dificuldade em reconhecer algo comum, tropeçar ou cair com frequência, apertar os olhos para enxergar melhor. Já em graus mais baixos, os sintomas mais comuns são dores de cabeça ou mesmo desinteresse por atividades simples”, pontua Dra. Márcia Ferrari, oftalmologista pediátrica do H.Olhos.

 

Principais erros de refração

Os erros de refração estão entre as doenças oculares mais frequentes e podem comprometer atividades do dia a dia assim como o aprendizado. Isso acontece quando a luz não chega com nitidez à retina, responsável pela formação de uma imagem. As principais são: 

- Miopia: dificuldade para enxergar objetos que estão longe;

- Hipermetropia: incapacidade de visualizar claramente objetos próximos e longe;

- Astigmatismo: objetos desfocados tanto perto como longe. 

De acordo com a especialista, o diagnóstico precoce é essencial para corrigir estes erros da maneira correta, a fim de evitar limitações da capacidade visual que acarretam o desenvolvimento incompleto da visão. “De maneira geral, as chances de um tratamento eficaz e mais assertivo aumentam quando o problema é detectado em estágio inicial. É fundamental que os exames oftalmológicos sejam feitos logo após o nascimento, como o Teste do Olhinho. Depois, o ideal é que os pais levem as crianças em consultas regulares a cada seis meses, até completar dois anos”, pontua Dra. Márcia.

 

Fique atento quando a criança apresentar:

- Dificuldade em reconhecer objetos comuns e pessoas conhecidas;

- Tropeçar ou cair com frequência.

- Apertar os olhos para enxergar;

- Levantar de seu lugar e se aproximar da lousa para ler o que está escrito;

- Desistir de prestar atenção pela dificuldade de leitura da lousa e apostilas/cadernos;

- Dores de cabeça no fim do dia de estudos pelo esforço para tentar ver melhor.

 

H.Olhos


Câncer de Estômago: um dos tipos mais letais do país pode ter influência genética

 Divulgação
Rotina equilibrada e teste genético são aliados para a prevenção da doença 


O Câncer de estômago, ou câncer gástrico, é o terceiro tipo mais frequente entre os homens e o quinto entre as mulheres do país. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostraram que, em 2020, foram registrados 21.230 novos casos da doença, sendo 13.360 homens e 7.870 mulheres. Enquanto o número de mortes, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer (SIM), foi de 13.850, desses 8.772 homens e 5.078 mulheres. 

O tipo mais comum é o adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos. Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago, no entanto, estes são mais raros. 

Alguns dos sinais da doença são perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente.

Para evitar e prevenir o câncer de estômago é recomendado manter o peso corporal, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos salgados e preservados em sal.

Apesar da prevenção, existem outras situações que podem aumentar o risco do seu desenvolvimento, entre elas, tabagismo; doenças pré-existentes, como anemia perniciosa; exposição a uma série de compostos químicos cancerígenos e a existência de parentes de primeiro grau com câncer de estômago.

Isso porque o câncer de estômago pode ser causado por mutações presentes no gene CDH1, que podem ser passadas de pais para filhos. Em condições normais, esse gene evita que o câncer aconteça em nosso corpo, já que ele produz uma proteína chamada caderina epitelial, que recobre as cavidades do nosso corpo, fazendo com que as células fiquem juntas. Isso regula a proliferação das células, evitando que elas se multipliquem de forma descontrolada, que é justamente o estágio inicial de cada câncer.  

Porém, quando o CDH1 é alterado, ele perde essa função e as células cancerígenas começam a se multiplicar de forma descontrolada, de forma a iniciar o crescimento de um tumor.

A estimativa é que pessoas com mutações nesse gene tenham a probabilidade de desenvolver a doença aumentada para até 70%. Já as pessoas sem mutações no CDH1 têm 1% de chance de desenvolver câncer de estômago durante a vida. 

Conhecer o risco à doença proporciona uma vida com mais tranquilidade para todos. E isso pode ser feito por meio de testes de mapeamento genético, como o meuDNA Premium que mostra a predisposição genética a esse tipo de câncer e de várias outras doenças. Com apenas uma amostra de saliva, você pode se proteger e, junto com seu médico, tomar as medidas necessárias para a prevenção.

As pessoas que têm mutações no DNA responsáveis por aumentar a predisposição ao câncer de estômago, devem conversar com um médico para definirem os cuidados e as medidas de redução do risco. Desse modo, o acompanhamento pode ser feito de forma personalizada, com base em todos os fatores envolvidos no desenvolvimento da doença. Por exemplo, exames de rastreamento podem ser iniciados mais cedo e feitos com maior frequência.

Os cânceres de estômago, mama, próstata, colorretal e outras doenças graves podem ser causadas por alterações em genes que estão na família. Por isso, testes de mapeamento genético, como meuDNA Premium, podem ser importantes para os cuidados de toda a família, garantindo mais bem-estar e qualidade de vida.

 

meuDNA Premium

 

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