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quarta-feira, 6 de julho de 2022

O uso de big data na saúde no Brasil: como selecionar os dados?

Sabemos que o big data e a inteligência artificial podem transformar a maneira que o sistema de saúde privado funciona, mas antes precisamos entender como usar esses dados.

Na obra de Machado de Assis, o Alienista, o protagonista desenvolve uma obsessão por internar as pessoas que viviam em um manicômio desenvolvido por ele. A princípio, as internações eram justificadas e aceitas pela sociedade. Em certo momento, Dr. Bacamarte passou a enxergar enfermidades em todos, e a internar pessoas que lhe causavam espanto, deixando o local cada vez mais cheio. Quando a cidade encontrava-se com 75% da população internada, o alienista, percebendo que sua teoria estava errada, resolve libertar todos os internos e refazer sua hipótese.

Usando o conto de Machado de Assis para embasar a discussão, continuo com o questionamento: como o uso de dados pode auxiliar a decifrar a necessidade de infraestrutura médica hospitalar e hoteleira? Como a tecnologia pode reduzir a quantidade de exames mensais e semestrais, e prescrevê-los com mais assertividade?

Vieram a público alguns casos em que médicos, clínicas, hospitais e outros serviços médicos especializados geraram a própria demanda, utilizada para oferecer soluções próprias. Por isso, antes de usar os dados que esses estabelecimentos possuem, precisamos nos questionar: essas informações são realmente utilizáveis? Como saber a veracidade dos dados para implantar em plataformas de ingestão, engenharia, ciência e visualização de dados para assim gerar novas práticas para o segmento? Nas soluções baseadas em dados na saúde, precisamos nos preocupar com o enviesamento que pode prejudicar o diagnóstico e tratamento de outros pacientes. Aqui vale a conhecida frase do “pai da medicina ocidental” Hipócrates, “Primeiro, não prejudicar”.

O setor de saúde é retardatário em relação à digitalização, é o 8º depois de mídia, varejo, telecom, financeiro, produtos embalados e logística. Por isso, surgiram diversas health techs nos últimos anos. Segundo a Distrito, de 2018 a 2021 o número de startups focadas no segmento de saúde praticamente triplicou, de 248 a 945 em setembro de 2021.

Que a saúde é um setor robusto e poderoso, ninguém tem dúvidas, mas quando falamos de big data e inteligência artificial é preciso ter cuidado. Checar, verificar, apurar, entender e interpretar são os verbos ideais para atuar nesse campo, e dessa forma ter dados de qualidade para assim gerar as melhores soluções.


Jorge Carvalho -é Head de Health na Semantix


Confira 6 dicas para fazer uma boa redação

Para fazer uma boa redação, alguns passos precisam ser colocados em prática. Segundo a pedagoga Cristhiane Amorim, especialista em educação no Kumon, é importante manter o hábito da leitura e escrita e, ao final de cada leitura diária o estudante deve extrair do texto lido um bloco de ideias com foco na ideia central. 

“Se ele conseguir fazer o exercício de reescrever o texto, isso ajudará a desenvolver sua capacidade de sintetizar o conteúdo, mantendo a coerência com atenção à grafia, pontuação, parágrafos e concordâncias, mas sempre com atenção à relação lógica do bloco de ideias”, diz a pedagoga. 

Outra dica valiosa para quem irá prestar vestibular ou fazer o Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM: seja claro e objetivo, mas busque comparar pontos de vistas diferentes sobre o mesmo assunto, e ao final, tenha uma opinião conclusiva sobre o tema. Confira mais algumas dicas listadas pela Cristhiane para fazer uma boa redação:

Não fuja do tema

Fugir do tema pode arruinar ou até zerar a nota na redação. Ele pode acontecer por falta de atenção ao texto proposto, pouco conhecimento em relação ao tema apresentado ou mesmo insegurança para construir argumentos sobre determinado assunto. De acordo com a pedagoga, que atualmente é especialista em educação do Kumon, este erro é mais comum do que se imagina. “É por isso que a maioria das provas disponibiliza materiais de apoio para a redação, com dados e informações que podem ser usados para argumentar e apresentar um ponto de vista com objetividade e clareza”, diz.

 

Faça um rascunho

O rascunho ajuda a transformar todas as ideias, anotações e argumentos em um texto com início, meio e fim. Estruture o texto e a forma como uma ideia leva à outra, mas lembre-se que o tempo é curto e evite rasuras na versão final do material.

 

Escreva na terceira pessoa do singular ou plural

Na dissertação, que é o tipo de redação cobrada no Enem, você deve seguir à risca as características deste estilo. Entre elas, está o uso da terceira pessoa, tanto no singular quanto no plural. Assim, sua argumentação torna-se objetiva e impessoal. 

 

Seja coerente

Além de argumentos coerentes, evite a repetição de ideias e forneça informações relevantes: ou seja, que tenham ligação com o texto. Frases soltas sem sentido, argumentos não explicados e um texto sem lógica são incoerentes e altamente prejudiciais para o seu desempenho.

 

Erros gramaticais

Preste muita atenção à gramática. Apesar de não serem erros tão graves quanto a falta de coerência, os erros gramaticais podem diminuir pontos importantes da sua nota final. “Saber separar sujeito de predicado, usar a crase, fazer o correto uso dos porquês, pronomes, vírgulas, regência verbal, tudo isso vai fazer a diferença no resultado final”, comenta Christiane.

 

Cuidado com a informalidade

A última dica, mas não menos importante. Com as redes sociais e aplicativos de mensagens escrevemos muito durante o dia e o vocabulário é considerado informal. Mas, a linguagem que costumamos usar para fazer um post é bem diferente daquela exigida nas provas. Já a formal é encontrada em livros e jornais. Na prova, evite abreviações, não use o “você” (muito menos “vc”), conjugue os verbos corretamente e fique atento a pontuação. 

A rotina de estudos pelo método Kumon favorece o desenvolvimento da concentração de forma leve, com apenas meia hora por dia é possível chegar a resultados impressionantes. O estudo privilegia o desenvolvimento da autonomia do aluno nos estudos, de forma que ele aprenda de acordo com o seu ritmo. O material didático é autoinstrutivo e dividido em estágios, fazendo com que a complexidade aumente gradualmente. Porém, o aluno só avança para o próximo conteúdo quando consegue assimilar o que é proposto.  

O método desenvolve a habilidade acadêmica e outras mais, como: autodidatismo, concentração, capacidade de leitura, raciocínio lógico, independência, hábito de estudo, responsabilidade e autoconfiança. O Kumon oferece aulas de matemática, português (para nativos), inglês e japonês¹, para crianças de todas as idades.

 

Kumon 

www.kumon.com.br

Telefone 0800 728 112


Avião Solidário da LATAM transporta três jacutingas de Foz do Iguaçu a São Paulo para ajudar a reintroduzir espécie na Mata Atlântica

 

Crédito: Parque das Aves

Aves têm como destino o Projeto Jacutinga, que reintroduz no ambiente natural os filhotes desta espécie da Mata Atlântica

 

Programa da LATAM está vinculado à sua estratégia de Sustentabilidade e disponível para sociedade e ecossistemas da América do Sul em emergências de Saúde, Meio Ambiente e Desastres Naturais

 

A LATAM Cargo, por meio do Programa Avião Solidário, concluiu ontem (5/7) o transporte aéreo gratuito de três aves da espécie jacutinga (Aburria Jacutinga), considerada ameaçada de extinção. Os animais nasceram no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu (PR), e foram enviados para o Projeto Jacutinga, em São Paulo (SP). 

O projeto, da Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), busca aumentar a população de jacutingas em seu ambiente natural de ocorrência por meio da reintrodução e monitoramento de animais, baseado em pesquisa científica, educação ambiental e articulação com órgãos ambientais. O transporte ocorreu no voo LA3109 (Foz do Iguaçu-São Paulo/Congonhas), que decolou às 10h35 e pousou às 12h01.  

“O programa Avião Solidário acumula no Brasil um histórico de transporte gratuito de mais de 4600 animais de diferentes espécies, sobretudo as ameaçadas de extinção. Somente em 2022, já foram transportados mais de 120 animais silvestres pelo programa no Brasil”, conta Gislaine Rossetti, diretora de Relações Institucionais e Regulatório da LATAM Brasil. 

Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, destaca que “o transporte da LATAM é crucial para fortalecer os esforços atualmente empregados pelo Parque das Aves e seus parceiros em projetos de conservação que estão em desenvolvimento. Essa parceria contribui com o abrigo e acolhimento de animais que por ações antrópicas não têm a possibilidade de retornar ao seu ambiente natural, bem como no transporte de animais que são peças-chave para a conservação direta ou indireta de espécies muito ameaçadas de desaparecer. A LATAM Cargo faz junto com Parque das Aves, SAVE Brasil e AZAB uma diferença enorme na conservação destas espécies ameaçadas”. 

Os animais recebidos pelo Projeto Jacutinga geralmente vêm de zoológicos ou criadouros, e passam por um período de ambientação com treinamento para aprimorar os sucessos da sua reintrodução em seu ambiente natural. Após esse período, ocorre uma reintrodução branda acompanhada do monitoramento via transmissor VHF de todos os indivíduos. “Ações de conservação nunca são realizadas de maneira isolada. Por isso, parceiros que possibilitem que as ações necessárias sejam conduzidas com eficiência, tanto em ambiente natural, quanto dentro da instituição, têm importância vital”, enfatiza Paloma.

O Parque das Aves e o Projeto Jacutinga mantêm colaboração desde 2017 para reintroduzir no ambiente natural os filhotes desta espécie endêmica da Mata Atlântica. 

Já o programa Avião Solidário do grupo LATAM existe há mais de 10 anos e é um dos mais importantes no contexto da sua estratégia de Sustentabilidade, pois coloca à disposição da América do Sul toda a experiência logística e a malha aérea da empresa para o transporte gratuito de pessoas, animais e cargas em emergências de Saúde, Meio Ambiente e Desastres Naturais.

 

Plataforma Mobiliza reúne oportunidades para prática de ações voluntárias em todo o Brasil

Iniciativa traz informações e formas de participação em práticas realizadas diretamente nos territórios, uma necessidade apontada pelos próprios interessados em atuar como voluntário 

 

A nova plataforma Mobiliza reúne oportunidades de atuação em ações voluntárias em todas as regiões do Brasil, para os interessados em apoiar o próximo ou se engajar em uma causa social em seus territórios. A iniciativa visa ampliar e facilitar o acesso às informações, reunindo as possibilidades em um único ambiente. 

 

Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, a pedido do Itaú Social e Instituto Unibanco, nove em cada dez brasileiros reconhecem a importância do voluntariado, 48% faz ou já fez alguma atividade voluntária e 71% têm interesse em atuar. Entretanto, os dados apontam que a falta de informação sobre oportunidades de atuação dificulta o engajamento de boa parte das pessoas. Da parcela que nunca fez uma ação voluntária, 35% citam a falta de oportunidade como principal razão. 

 

“A responsabilidade em ajudar o próximo é um sentimento cada vez mais comum entre as pessoas, principalmente com o agravamento das desigualdades sociais ocorrido nos últimos anos. Muitas empresas compreendem essa tendência e promovem ou incentivam ações voluntárias com seus colaboradores. Essa prática impacta os moradores do entorno e influencia a criação de uma corrente de solidariedade no território”, explica a coordenadora de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, Dianne Melo.

 

Os dados da pesquisa revelam que, quando uma empresa oferece programas de voluntariado, há mais chances do colaborador se engajar numa causa. Entre as pessoas que já trabalharam ou trabalham em um lugar que promove ações de voluntariado, 61% afirmaram que participaram da ação. Porém, apenas 17% dos entrevistados disseram ter trabalhado em organizações que desenvolveram ou desenvolvem projetos de voluntariado

 

A plataforma reúne as atividades promovidas por 42 comitês de colaboradores e aposentados do Itaú Unibanco, em parceria com OSC (organizações da sociedade civil), escolas e outras instituições. É possível encontrar ações como mediação de leitura, arrecadação de alimentos, mutirão de reforma ou construção, eventos solidários, sensibilização sobre a preservação do meio ambiente, entre outros. É possível selecionar opções de filtros por localidade, tema ou palavra chave. 

 

A plataforma também mostra informações das OSCs parceiras do Mobiliza e dos Comitês, como o histórico de ações voluntárias do ano, a quantidade de colaboradores envolvidos e parcerias com outras instituições. Em 2021, os comitês foram responsáveis por 566 ações voluntárias, impactando cerca de 37 mil crianças, adolescentes e jovens. 


 

Iniciativas


A integrante do Comitê Mobiliza Itaú Centro Tecnológico, Catarina Yamaguchi, conta que começou a praticar voluntariado em 2005 graças às ações do Itaú Social. Desde então, contribuiu para consolidar um grupo de colegas que, todo ano, realizam cerca de 100 iniciativas, seja campanhas de arrecadação, mediação de leitura, doações de livros, entre outras.


“O desafio de promover esse volume de ações é grande, porque precisamos cuidar para que todos os voluntários inscritos sejam comunicados dos detalhes com antecedência para que possam contribuir com a realização da iniciativa”, explica Yamaguchi.

 

Para este ano, o Comitê prevê oficinas práticas de pintura e de cimento (24/07), e atividades culturais, como o teatro infantil (25/10) e a mediação de leitura com as crianças (08/11). Todas as iniciativas ocorrerão na cidade de São Paulo (SP). 

Já Gustavo Henrique Moreira, membro do Comitê de Belo Horizonte (MG), começou a dedicar seu tempo em apoiar o próximo no ano de 2015. “O que me motiva praticar o voluntariado é que, o pouco que a gente consegue fazer, transforma o dia ou até, quem sabe, a vida da pessoa”, conta. Apesar de estarem localizados na capital mineira, os membros do Comitê promovem ações também em cidades do estado com maior vulnerabilidade social. “Em 2021, fizemos uma ação no norte de Minas Gerais e para este ano, pretendemos reformar uma praça ou centro comunitário de Belo Horizonte”, diz Moreira.



Dispositivos da nova lei de Alienação Parental buscam aumentar proteção e impedir prejuízos psicológicos a crianças cujos genitores correm risco, injustamente, de se tornar estranhos para eles na disputa pela guarda

Estado precisa correr para cumprir legislação que passa a exigir atuação imediata de psicólogos em processos parados por seis meses por falta de acompanhamento profissional a fim de proteger os direitos do menor e genitor e desobstruir gargalo jurídico

 

 

A distância forçada dos filhos de pais separados de um de seus genitores embute enorme potencial para provocar graves e, em muitos casos, irreparáveis danos psicológicos à criança ou ao adolescente. Não importa que uma decisão posterior da Justiça, talvez tardia, ponha a situação nos trilhos, falando sobre o escopo legal, pois o estrago já pode ter sido feito. 

A Lei 14.340/22, que afastou o perigo criado por movimentos que pediam a revogação da Lei da Alienação Parental (situação na qual a mãe, pai, ou outro parente age para colocar o menor contra o outro genitor), impôs modificações nessa lei e no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), com o objetivo principal de aumentar a proteção à criança e ao adolescente. A alienação parental afeta atualmente bilhões de pessoas em todo o planeta e já foi pano de fundo até de um filme de Sylvester Stallone, “Falcão, o Campeão dos Campeões”, no qual o ator faz o papel de um caminhoneiro apartado do filho e que busca uma reaproximação.

No Brasil, há casos com mais de cinco anos sem uma conclusão, e após a sentença determinando a retomada da convivência com o genitor afastado, muitas vezes a criança ou adolescente necessita de apoio psicológico para reaprender a conviver com pai ou mãe. Dependendo da idade do menor, o genitor afastado injustamente se torna um estranho. 

Uma das principais novidades da legislação brasileira, e aquela com maior potencial para provocar polêmica, é a introdução do artigo 8-A da Lei de Alienação Parental, o qual determina que os depoimentos de crianças ou adolescentes, quando necessários, sigam as normas da Lei 13.431/17. Ela determina os meios e os ambientes onde serão colhidos os depoimentos, bem como sejam conduzidos por profissionais especializados, como um psicólogo e, em ambientes próprios, ou seja, em salas especiais, sem a presença de nenhuma das partes envolvidas, pai ou mãe, para o depoimento da criança não ser contaminado por sua preocupação em desagradar um ou outro, na presença apenas dos técnicos indicados pelo juízo, de maneira a preservar a integridade da criança, evitando sua vitimização. 

Antevejo que essa novidade terá que vencer muitas barreiras por parte do Juízo e Ministério Público, que podem entender em continuar, eles mesmos, a colher depoimentos de crianças e adolescentes, fato para o qual o advogado deve ficar atento. O juiz e demais operadores do direito, salva raras exceções, não têm formação de pedagogo, lançam mão de uma linguagem mais fria, com a qual o menor não se identifica. Alguns juízes, raros, tem sensibilidade incomum ao tratar com crianças ou adolescentes, como aquele que, ao perceber o constrangimento do garoto, pediu licença ao tribunal e o levou a uma sorveteria para extrair informações em um ambiente mais acolhedor. 

O Estado precisa correr, pois o artigo 5 incluído na lei 14.340/22 determina que os processos em curso, sob o manto da lei da alienação parental, que estejam pendentes por causa de laudo psicológico ou biopsicossocial há mais de 6 meses, a partir de 18/05/2022, data na qual entrou em vigor a lei, o juízo deverá indicar técnicos para que no prazo de três meses apresentem a avaliação requisitada, impondo celeridade ao processo. 

Tendo em vista a quantidade de processos que permanece estagnada por falta de uma avaliação técnica da parte de um psicólogo determinada pelos juízes, estes agora poderão nomear um perito (não serventuário) de sua confiança para a realização das avaliações, de forma a reduzir significativamente o prazo para a emissão do laudo e consiga, assim, dar o andamento ao processo. 

Certamente há algumas comarcas que não contam com um psicólogo nomeado, tendo de recorrer a profissionais de municípios vizinhos, colaborando com a morosidade. Os custos referentes à contratação do profissional indicado pelo juiz serão divididos entre pais e mães. A nova lei traz também a garantia à criança ou adolescente ao direito à visitação assistida do genitor que não tem a custódia, no fórum no qual tramita a ação, com exceção, nos casos de risco à integridade física ou psicológica. 

No caso de mudança de endereço do genitor guardião, que venha a dificultar a convivência com o genitor não-guardião, o juízo poderá inverter a obrigação de buscar e levar o menor, determinando que o genitor guardião que causou a obstrução de convivência familiar arque com o ônus. Se, por exemplo, uma mãe se mudou, por motivo de troca de emprego por outro mais vantajoso ou qualquer outro motivo, para uma região distante do país, caberá a ela arcar com a ida e volta do filho para a casa do pai. Claro, espera-se que tudo corra dentro do limite do bom senso, não seria o caso de enviar a criança do nordeste para o sudeste a cada fim de semana, mas em um período mais prolongado, como férias escolares. 

Como aspecto negativo, pela nova lei, o maior prejuízo foi àqueles que sofrem da prática de atos de alienação parental com a revogação da penalidade mais severa que era a suspensão provisória do poder familiar. Trata-se de uma restrição no exercício da função do genitor-guardião, estabelecida por decisão judicial e que perdura enquanto for necessária. 

Como um todo, vejo como positivo o pacote de alterações trazidas pela nova lei; espera-se impor maior velocidade à resolução dos casos, visto que os processos de alienação parental são morosos e, como ressaltado, trazem enormes prejuízos psicológicos à criança e adolescente ao privá-los da convivência familiar, além de penalizar demais o genitor afastado. 

 

Paulo Eduardo Akiyama é sócio fundador do Akiyama Advogados Associados, o escritório está sediado no coração da capital paulista, e tem atuação em todo território nacional. É advogado e economista há mais de 25 anos, e possui longa trajetória de atuação em casos de Alienação Parental há 16 anos.


ARTESP ORIENTA SOBRE VIAGENS EM ÔNIBUS RODOVIÁRIOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES MENORES DE 16 ANOS

Regras estabelecem que jovens de 12 a 16 anos podem viajar desacompanhados dos pais ou responsáveis somente se tiverem documentação judicial 

 

A ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo - informa que pais e acompanhantes de crianças e de adolescentes menores de 16 anos precisam estar atentos à documentação necessária na hora de viajar de ônibus pelas linhas intermunicipais do Estado de São Paulo.  Em caso de eventuais dúvidas, o responsável pelo menor de 16 anos deve entrar em contato com o Juizado de Menores ou Conselho Tutelar. Os fiscais da ARTESP e funcionários dos terminais podem ser procurados para orientações. 

“É muito importante carregar a documentação na hora de viajar, somente assim eu consigo provar que ele é meu filho. Isso evita até mesmo que alguém sequestre uma criança. É uma lei necessária”, afirma Rosangela Correia, de 41 anos, que sempre viaja com o filho de 10 anos utilizando o Terminal Rodoviário do Tietê.    

No embarque de passageiros de até 12 (doze) anos de idade incompletos, os documentos oficiais aceitos como identificação são: 


a) Carteira de Identidade (RG) 

b) Passaporte; ou 

c) Certidão de Nascimento (quando o menor estiver acompanhado pelos pais ou responsável até o terceiro grau de parentesco). 

 

Acima dos 12 anos de idade, são aceitos os seguintes documentos de identificação: 


a) Carteira de Identidade (RG); 

b) Passaporte; 

c) Carteira de Trabalho; 

d) Registro de Identificação Civil. 

  

Caso o menor de 16 anos de idade esteja desacompanhado de seus pais ou responsáveis legais e for viajar para um município fora da comarca onde reside, deverá estar expressamente autorizado. Para isso, além da documentação de identificação, deve apresentar, no momento do embarque, escritura pública ou documento particular com firma reconhecida (por semelhança ou autenticidade).   

“Eu sempre carrego a documentação: meu RG e a certidão dos meus dois pequenos. Tenho sempre comigo por segurança, mas também para evitar qualquer imprevisto na hora de viajar”, conta Darcilene da Silva Sampaio, mãe de dois meninos, um de três e outro de cinco anos de idade, que viajam periodicamente com ela.


Segurança é uma das vantagens da geração de energia solar

Normas de instalação, manutenção e conservação dos sistemas de painéis fotovoltaicos e a inexistência de rejeitos e poluentes tornam fonte segura

Painéis absorvem os raios solares, transformando-os em fonte de geração de energia, sem expelir poluente

 

A expansão da geração de energia solar no Brasil é fato. Fruto de um movimento intensificado há dez anos, hoje a potência instalada no país passa dos 14 mil megawatts, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A economia e a sustentabilidade dessa fonte são apontadas como as principais vantagens.

Afinal, ao contrário de termoelétricas ou de usinas nucleares, em que as emissões geram poluição ambiental, prejuízos à saúde e elevado riscos de acidentes, a geração solar está livre desses impactos. É o que assinala o diretor da Entec Solar, Tiago Sarneski. A empresa, com sede em Curitiba, atua na implantação de painéis fotovoltaicos em empreendimentos residenciais, comerciais, industriais e rurais de todo o país.

O executivo ressalta a ausência de rejeitos no processo. Os painéis absorvem os raios solares, transformando-os em fonte de geração de energia, sem expelir produtos, detritos ou qualquer outro tipo de poluente. “É uma energia cem por cento limpa, que não lança no ambiente nenhum tipo de partícula ou elemento que leve perigo à integridade física, nem à saúde, nem à natureza”, argumenta Tiago.

Mas há uma outra vantagem nesse tipo de produção de energia pouco lembrada, mas não menos importante: a segurança. Quem avista painéis fotovoltaicos instalados em telhados de moradias urbanas e rurais, em edifícios residenciais e comerciais e em plantas industriais pode estranhar a exposição dos sistemas às condições do tempo – como sol forte ou chuvas e temporais. Da mesma forma, pode supor que, internamente, a geração demande instalações grandiosas, complexas e perigosas.

Não é o que ocorre, contudo. Por se tratar de energia elétrica, como todo sistema, o fotovoltaico demanda cuidados e medidas de proteção e prevenção – todas regulamentadas por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como dispositivos legais da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“As instalações são bem mais simplificadas, se comparadas a usinas nucleares, termo e hidrelétricas, de modo que não expõem usuários a riscos. Comparativamente com outras fontes de geração, a solar é de fato a mais segura, sobretudo em sua aplicação doméstica, pois sua infraestrutura é compatível com as características e uso de cada usuário”, sublinha o executivo da Entec Solar.

Conforme explica o material de instruções da Absolar, após instalados, os módulos de painéis fotovoltaicos captam a luz do sol e transformam em corrente elétrica contínua. Essa corrente passa por um inversor, onde é transformada em corrente alternada. O excesso de eletricidade produzida é direcionado à rede pública de energia. “Todo os materiais, equipamentos e fluxos desses processos observam normas de segurança, regulamentados pela Aneel e ABNT”, pontua Tiago. 

A durabilidade dos painéis, além de assegurar vida útil prolongada – o que faz com que o investimento tenha retorno –, também é elemento de segurança física, em saúde e ambiental. “São painéis cujo material é resistente às fortes chuvas e granizo”, frisa Tiago. “A vida útil é de mais de 25 anos”, acrescenta. Com os mesmos painéis, por mais de décadas a autogeração de energia é garantida. Ou seja, durante todo esse período economiza-se com a conta de luz, pois o cliente gera sua própria energia. 



Entec Solar

https://entecsolar.com.br/ 

 

Gestão de custos e planejamento a longo prazo

Gestão de custos é o processo de planejar e controlar efetivamente os custos envolvidos em um negócio. É considerada uma das tarefas mais desafiadoras no gerenciamento de negócios e seu processo envolve diversas atividades, como coletar, analisar, avaliar e relatar estatísticas de custos para orçamento. 

A influência da gestão de custos em uma administração é enorme, e sua eficácia é uma forma de contabilidade gerencial que ajuda a identificar despesas futuras em uma empresa para reduzir o excesso de orçamento. 

Quando o gerenciamento minucioso de todas as informações de custos é aplicado a um projeto específico, os gastos esperados no negócio são analisados na fase inicial do período de planejamento, com o objetivo de driblar a estagnação e acelerar seu crescimento. 

Planejar antes de agir é a forma mais comprovada de eficiência no resultado. Por isso, o chamado diagnóstico prévio, para ter clareza, esclarecimento do estado atual da empresa e também da qualidade da visão de longo prazo são fundamentais para iniciar um planejamento e atingir os resultados esperados.

Muitas empresas desenvolvem planejamento estratégico dentro de uma estrutura de curto, médio e longo prazos que ajudarão a manter o foco e assim ter melhor efetividade no uso dos recursos para alcance das metas, garantindo constâncias das ações e disciplina na execução das tarefas.

O curto prazo geralmente envolve processos que mostram resultados dentro de um ano. As empresas visam planos de médio prazo a resultados que levam vários anos para serem alcançados. 

Já os planos de longo prazo incluem as metas gerais da empresa estabelecidas há quatro ou cinco anos no futuro, e geralmente se baseiam no alcance das metas de médio prazo. 

Dessa maneira, o planejamento ajuda a concluir tarefas de curto prazo, mantendo em mente as metas de longo prazo e a saúde financeira geral de uma organização, que permitirão seu crescimento sustentável. 

Um plano de longo prazo é conduzido em um nível estratégico e começa com o estabelecimento de metas definidas e a análise de métodos para alcançá-las, com base nos resultados avaliados do SWOT – técnica utilizada para identificar oportunidades e fraquezas nos negócios que permitirão uma melhor tomada de decisão quando necessário. 

Para maior chance de sucesso, esses dados devem ser sempre atualizados, considerando as condições e previsões atuais do mercado, para que, desta maneira, possa identificar e corrigir rotas durante o caminho e não ser mais refém das surpresas ou do acaso que em muitos casos causam danos irrecuperáveis. 

Frente às transformações de negócios e mudanças drásticas ocorridas ao longo dos anos – em especial após a pandemia do novo coronavírus – é imprescindível para toda empresa se reinventar, renovar e adaptar o mais rápido possível aos novos cenários que venham a surgir.

É importante salientar que apesar de não ser garantido êxito ao final de todas as etapas de planejamento desse processo – que não é simples – o desenvolvimento de estratégia irá ao menos suavizar as ineficiências da empresa, e potencializar os pontos fortes, não desperdiçando recursos preciosos como tempo e dinheiro. 

O sistema implantado propiciará maior possibilidade de sucesso empresarial, evitando virar estatística e se tornar mais um empresário que fecha as portas no primeiro ano de abertura de sua empresa. 

 

Fábio Lima - consultor e mentor especialista em gestão empresarial, CEO da LCC - Light Consulting e Coaching. lightconsulting.com.br

 

Open Finance: Revolução financeira que vai mudar a vida das pessoas para melhor

Considerado uma evolução do Open Banking, o sistema financeiro aberto é uma grande quebra de paradigma que promoverá inovações em produtos e serviços

 

Quando mencionamos a palavra inovação, automaticamente associamos esse conceito ao futuro, rapidez, praticidade e todas as facilidades que ele agrega à vida das pessoas. Uma transformação tecnológica na área financeira que está em pleno curso vai demonstrar, na prática, o que é inovação.

O Open Finance (Sistema Financeiro Aberto) é o compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas. Em conjunto com as transformações culturais que vivemos, o sistema é uma evolução do Open Banking e surge como uma grande quebra de paradigma que promoverá atualizações definitivas no ecossistema financeiro.

Esse movimento inclui a necessidade de os bancos conhecerem cada vez mais seu cliente, seu contexto de vida, objetivos, o que gosta, o que consome, curte e compartilha nas mídias sociais. Com base nessa somatória complementar de referências sobre seus consumidores, a instituição consegue propor ações, ofertas de produtos e recomendações para gerar melhorias para sua vida de forma global.

Os benefícios para os usuários são vários: maior a diversidade de oferta para cada perfil e cada momento da vida financeira; maior conexão com parceiros para desenvolver soluções personalizadas aos consumidores; mais engajamento e fidelização na solução de problemas; a instituição mais centrada no cliente para resolver suas demandas particulares de forma mais ágil e eficiente e, ainda, inclusão de mais pessoas no sistema financeiro, uma vez que a multiplicação de produtos novos atingirá as necessidades um número maior de novos correntistas e investidores.

O potencial do Open Finance é grandioso: a projeção é a de que R$ 760 bilhões sejam injetados no mercado de crédito nos próximos anos; 4,6 milhões de pessoas sejam incluídas nesse mercado e mais 10 milhões de cidadãos poderão ser bancarizados. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 50% do crédito hipotecário depende de informações compradas e 20% da receita é gasta com aquisição desses itens cadastrais. Com o Open Finance, esse cenário vai mudar para melhor em benefício de todos os componentes do sistema financeiro, pois é possível reduzir significativamente os custos da obtenção de dados na gestão do relacionamento com os clientes. Essa evolução possibilitará mais opções de escolha aos cidadãos, que tomarão suas decisões em ambientes regulamentados, seguros e integrados.

A complexidade de tratamento dos dados também será gerida de forma mais eficiente: no processo de originação de contas e produtos, as etapas mais intrincadas e burocráticas serão amenizadas pelo Onboarding (tecnologia de automação de processo de cadastros), tanto digital ou físico, eliminando a etapa de preenchimento de formulários pelas pessoas.

Outra evolução é que a portabilidade ficará ainda mais dinâmica, uma vez que os consumidores poderão facilmente transferir contas de uma instituição para outra para receber uma remuneração mais alta por seus depósitos e podem, ainda, comparar taxas de crédito de vários bancos sem precisar consultar corretoras ou especialistas que cobram comissões por esse serviço. O Open Finance deve eliminar os atravessadores e simplificar as relações entre consumidores e instituições.

A segurança dos dados e prevenção de fraudes são preocupações constantes e, erroneamente em alguns casos, vistas como áreas que inibem os negócios. Mas a segurança deve ser vista como um grande facilitador para a transformação dos negócios. Soluções como Implantação de Cloud (inclusive na modalidade SaaS - Software as a Service, com a da Topaz), crescimento de APIs, parceiros e ecossistemas integrados aumentam a complexidade e vieram para ficar.

Além de ampliar as soluções para os clientes que são ativos no sistema financeiro, projeta-se a inclusão de mais consumidores por meio da Educação Financeira, com soluções de agregação de contas e PFM (Personal Finance Manager), que são excelentes ferramentas para não só criar experiências satisfatórias, mas para ampliar a educação financeira da sociedade, reduzindo inadimplência, gerando inclusão e ativando ainda mais a economia. Em última instância, esse agregado de transformações que está em andamento com o Open Finance contribuirá para o crescimento do PIB nacional.

Outro acréscimo é o de novas ofertas para as áreas de contabilidade, gestão, folha de pagamento e plataformas para gerenciamento de fluxo de caixa, que podem ser obtidas com a parceria entre bancos, fintechs e outras empresas. Microempreendedores Individuais (MEIs) e Pessoas Jurídicas (PJs) devem ter, em geral, maior facilidade para comprovar capacidade de pagamento.  

Soluções tecnológicas recentes também devem contribuir muito para o potencial de ampliação do Open Finance. Cada vez mais, o uso de Widgets Personalizados vai permitir conectar funcionalidades inovadoras, criando verdadeiros centros comerciais digitais (marketplaces). Os sistemas Data Integration & Cleaning, por sua vez, serão capazes de remover silos e transformar dados brutos em informações legíveis, padronizando e categorizando as informações. Já o KYC (Know Your Costumer) e Data Analytics conectam, extraem, processam e enriquecem dados de qualquer fonte, criando perfis atualizados dos indivíduos. Com Governança e Segurança é possível garantir cumprimento regulatório, identificar padrões de consentimento e explorar esse mercado com proteção jurídica da LGPD.

Se o ano de 2021 foi marcado pela consolidação das fintechs, aceleração do e-commerce e início da operação do Open Banking no Brasil, impulsionando as indústrias financeira e de varejo, essa nova fronteira entre banco e varejo que está quase invisível seguirá ainda mais forte para os próximos anos com a modernização tecnológica.
 



Jorge Iglesias e Flavio Gaspar - são, respectivamente, CEO e Diretor de Produtos da Topaz.  


A geopolítica da saúde de todos nós

Até fevereiro deste ano, a grande pauta dos negócios internacionais eram os efeitos da pandemia sobre as economias do mundo. Uma das grandes lições aprendidas após dois anos pandêmicos foi sobre a  vulnerabilidade das cadeias logísticas globais. Dificuldades em carregar e descarregar caminhões, filas em portos, congestionamentos de navios e a falta de contêineres acabaram por elevar preços de produtos manufaturados e de commodities em todo o mundo.

Quando achávamos que a pandemia ficava para trás, e que novos tempos de maior estabilidade estavam no horizonte, a Rússia inicia as ameaças aos ucranianos que, em fevereiro de 2022 tornam-se um conflito de fato. Mais uma vez, o delicado equilíbrio das Relações Internacionais estava alterado. Os efeitos econômicos iniciais da invasão foram os mais óbvios: a alta no petróleo e no gás natural, grandemente exportados pelos países envolvidos no conflito – e iniciada mesmo antes da invasão ocorrer de fato – e, posteriormente, também no trigo e nos fertilizantes.

Muitas empresas aéreas – seja de carga ou de passageiros – alteraram suas rotas para não sobrevoar Rússia ou Ucrânia. Com isso, os custos desse transporte aumentaram e, por óbvio, aumentou também o custo do que é transportado. Há que se ressaltar que, desde o início da pandemia da covid-19, as cadeias logísticas globais já estavam em crise e, atualmente, com combustíveis mais caros e novas rotas sendo necessárias, agrava-se um quadro que já era muito complexo.

Atualmente, três meses após o início da empreitada militar russa, outros efeitos são sentidos por todo o mundo. Nem mesmo doentes e convalescidos escapam de sentir os efeitos das pretensões de Putin: a indústria farmacêutica encara uma inédita falta de suprimentos. Ainda que a Ucrânia e a Rússia produzam poucos itens médicos e de saúde, muitos utilizados pela cadeia produtiva farmacêutica são impactados. É do petróleo que vem o plástico usado em seringas, frascos ou equipamentos médicos no geral. Xisto, alumínio, níquel, titânio, neon e ferro, também muito usados pelo segmento médico-farmacêutico em instrumentos cirúrgicos e dispositivos implantáveis, vinham grandemente de Rússia e Ucrânia. Ou seja: o fornecimento reduziu.

Além de tudo isso, há os lockdowns na China. Shanghai e Shenzen, dois grandes centros de indústria e manufatura que estão às voltas com eclosões de casos de covid-19 e confinamentos rigorosos – fruto da política chinesa de tolerância zero ao vírus. Esses isolamentos e restrições deixaram ainda mais escassos certos produtos, e vêm gerando uma crise na manufatura chinesa que afetou todo o mundo. Foram incontáveis montadoras de automóveis que pararam suas produções por falta de peças chinesas. Agora, é a vez do segmento médico-farmacêutico.

A alta demanda de produtos como paracetamol e dipirona, numa era de combustíveis caros e insumos escassos, esvazia prateleiras de farmácias e desabastece hospitais. O Brasil, que até 2021 importava 90% dos insumos para a produção de medicamentos, é também afetado. Aos fatores já colocados pode-se acrescentar o dólar caro que torna as importações mais custosas. Os medicamentos serão mais um dos itens a pesar na inflação que tanto corrói nosso poder de compra.

Cirurgias eletivas e procedimentos médicos não emergenciais estão sendo cancelados ou remarcados. Uma vez que as grandes empresas produtoras de medicamentos e equipamentos médicos não sabem precisar a normalização nos fornecimentos, não sendo possível prever um desfecho para essa situação. Depois da geopolítica da vacina, nos deparamos com o efeito dominó a partir da invasão à Ucrânia: a geopolítica da saúde de todos nós. Ao que parece, Putin não terá comprimidos para suas dores de cabeça.

  

João Alfredo Lopes Nyegray - advogado, formado em Relações Internacionais e especialista em Negócios Internacionais. É coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo, Doutorando em estratégia.

 

É Possível Ter Uma Carreira de Sucesso Após os 50 Anos?

A especialista em gestão de carreira, desenvolvimento humano e CEO Madalena Feliciano indaga, quem nunca ouvir dizer que não vê a hora de se aposentar?

Pois bem, esse pensamento faz parte do imaginário coletivo de que, ao atingir certa idade, a pessoa já se encaminha para o fim da vida, de forma que não há mais como contribuir com a sociedade.

A realidade atual não poderia ser mais diferente. Com o aumento da longevidade, tudo indica que, ao completar 50 anos, as pessoas chegam apenas à metade de suas vidas -- pessoais e profissionais.

Estima-se que mais da metade da população da força de trabalho do país é formada por pessoas com 45 anos ou mais. Geração chama de sanduíche aquela que se sente responsável pelo bem-estar e segurança dos filhos e ainda convive com os pais -- muitas vezes, também sendo responsáveis por eles.

Para muitos profissionais acima dos 50 anos, o momento é de reinvenção. Neste momento a decisão é tão importante quanto e pode gerar uma dor emocional impactante, pela falta de perspectiva na escolha do que fazer. È importante se planejar para evitar surpresas capazes de causar depressão, reclusão e fracasso.

De acordo com Madalena, a vida seria melhor vista como ciclos e não como uma linha reta e contínua.

A CEO Madalena Feliciano afirma que não passa de 3% os trabalhadores acima dos 50 anos que estão em trabalhando, e 80 % estão desempregados, destes sofrerão preconceito devido a idade nos processos seletivos. Nesta fase, a criatividade, vigor físico e a capacidade intelectual, ainda estão em plena forma.

Muitos destes profissionais com mais de 50 anos, passaram a se reinventar, criando projetos e até mesmo oportunidade despois de uma dor, passaram a empreender. Passam por dificuldades, pois investidores e outras pessoas não confiam devido a idade. Sendo que isso, ajuda muito e a experiência, vivencia e etc., contribui na hora de tomada de decisões.

As ideias podem ter diversos caminhos, mas a realização em forma de negócio é possível, com organização e determinação, a experiência que se adquiriu nas suas atividades profissionais anteriores pode ser aproveitada, há a opção também de criação de uma empresa de treinamento ou de consultoria. Orienta Madalena.

Diante essa realidade, pouco a pouco o mercado de trabalho está se adaptando e já surgem as primeiras iniciativas para contratação de pessoas acima de determinada idade. Algumas empresas já começaram a recapacitar profissionais acima de 50 anos de dentro e de fora da organização, visando atualizar seus conhecimentos sobre as demandas futuras.

A CEO revela que muitas empresas acreditam que profissionais mais velhos não se adaptam bem às novas tecnologias, sabia que a idade média dos fundadores das startups de sucesso é de 45 anos.

Antes de promover ações de recrutamento específicas a esse público, ou processos de avaliação às cegas, as organizações devem investir em ações de avaliação das políticas de diversidade da companhia e ações de conscientização interna como: palestras de sensibilização, debates sobre preconceito etário, longevidade, diversidade e inclusão.

Para que a cultura organizacional esteja realmente alinhada ao tema de diversidade, é fundamental que se pense também na inclusão. Isso significa promover a integração e oportunidades iguais às oferecidas a outros perfis de colaboradores na organização para os profissionais acima de 50 anos.

Estamos mudando tudo muito rápido, comportamento, gostos, costumes, escolhas de consumo, ferramentas de trabalho, formas de se relacionar. O apego à ideia de que já se sabe o bastante é um convite certo para a estagnação de qualquer carreira, independentemente da idade.

“Mantenha-se em aprendizado constante, busque conhecer as ferramentas digitais utilizadas atualmente na sua área de atuação, ou de interesse, e invista em network com profissionais de diferentes idades para permanecer atualizado, tanto sobre as tendências, como sobre as oportunidades de trabalho do seu setor.” Finaliza Madalena Feliciano.

 


Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Mater Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.


Solicitar alteração de visto F1 para EB3: Advogado alerta sobre os riscos

De acordo com Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional, ficará registrado no histórico daquele solicitante que existe a intenção de morar permanentemente nos Estados Unidos 

 

Com um mercado de trabalho cada vez mais concorrido no Brasil, morar e trabalhar nos Estados Unidos tem se tornado uma opção viável para brasileiros que são elegíveis em algumas modalidades de visto no país.

Entretanto, em casos nos quais esse possível imigrante já está nos Estados Unidos com um visto estudantil, por exemplo, é necessário manter a atenção em alguns pontos antes de iniciar o pedido de alteração de status.

Muitos têm dúvidas relacionadas à atualização de um visto F1, destinado a estudantes, para um EB3, categoria que concede um Green Card aos seus portadores e uma autorização de residência permanente nos EUA, destinada a trabalhadores qualificados ou não em determinadas áreas.

Para Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, o pedido de um visto permanente para aqueles que já estão no país para fins acadêmicos pode ser arriscado. “Acumular ou regredir vistos não é uma boa ideia, porque essas informações vão ficar registradas no seu prontuário. Os agentes consulares vão saber que você tem ou teve, em algum momento, a intenção de morar de forma definitiva nos Estados Unidos”, revela.

De acordo com o advogado, isso não garante uma negativa em solicitações futuras. “Embora a informação fique registrada no histórico desse solicitante e possa, de alguma maneira, impactar futuras renovações ou solicitações, isso não significa que esses processos serão negados daqui para frente. Mas dependendo do agente consular, ele pode olhar com maus olhos e negar o visto imaginando que a intenção é, na verdade, ficar definitivamente dentro do país norte americano”, pontua.

Diferente da maioria das categorias, o EB3 pede que a empresa realize o requerimento junto ao governo dos Estados Unidos. “A empresa preenche um formulário de certificação de trabalho, afirmando que não foi possível empregar um trabalhador local para a vaga. Além disso, a companhia deve comprovar que possui estabilidade financeira e atestar que o salário pago será o mesmo que um empregado americano receberia”, acrescenta Toledo.

Vale lembrar que o trabalhador estrangeiro deve contar com passaporte válido por mais de 6 meses, além da certificação de trabalho americana e registro de antecedentes criminais e judiciais.

Para o especialista em Direito Internacional, é importante ter certeza em relação à vaga antes de aplicar a solicitação de um visto EB3. “É preciso conversar sobre os mínimos detalhes com a empresa e ver se realmente está tudo dentro dos requisitos, visando minimizar a possibilidade de uma negativa e ter mais tranquilidade em relação ao visto que esse solicitante já possui, seja para turistas ou estudantes”, finaliza. 

 

Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 150 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos. 

 

Advogados Associados

http://www.toledoeassociados.com.br


Assédio sexual e importunação sexual são a mesma coisa?

Especialistas comentam as semelhanças e diferenças entre os dois tipos de crime -- e orientam vítimas e empregadores sobre como proceder diante deles


As denúncias de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, reaqueceram o debate em torno deste problema cada vez mais comum no local de trabalho -- e que se confunde, muitas vezes, com a importunação sexual. Mas como diferenciar esses dois males? O que fazer se você é vítima? O que fazer se você é gestor ou dono de empresa?

O advogado, professor e especialista em Direito Penal Leonardo Pantaleão esclarece que há algumas diferenças importantes entre estes dois graves delitos -- mas que ambos devem ser prontamente denunciados pela vítima “aos órgãos de execução penal”.

Sobre a importunação sexual: “Trata-se de ato libidinoso, atentatório ao pudor, lascivo, em desfavor de alguém. Neste crime, qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo: é um crime comum. A vítima -- o sujeito passivo -- também pode ser qualquer pessoa”.

Sobre o assédio sexual: “Já este crime só pode ser praticado pelo superior hierárquico da vítima, ou por quem tem ascendência a ela em uma relação de emprego, cargo ou função, com o intuito de obter uma vantagem sexual, mas sem emprego de violência ou grave ameaça. Em outras palavras: a vítima só pode ser alguém que está subordinado ao autor do crime. Outro detalhe: o assédio sexual tem de ser cometido no ambiente de trabalho ou em um local que tiver conexão com o esse ambiente.”

Pantaleão aponta outra diferença importante. “O crime de importunação sexual tem uma pena de reclusão de 1 a 5 anos; o de assédio sexual tem pena muito menor: de detenção de 1 a 2 anos.”

O advogado e especialista em Direito Administrativo e sócio do escritório Lara Martins Advogados, Rafael Arruda reitera que “no assédio sexual, há constrangimento a alguém -- mediante palavras, gestos ou atos -- com o fim de obter vantagem ou favorecimento sexual, com atos de perseguição e importunação, prevalecendo-se o assediador, na maioria das vezes, de sua condição de superior hierárquico”.

Aos gestores, Arruda oferece algumas orientações sobre como prevenir estes dois crimes no ambiente de trabalho “Além de incentivar a prática de relações respeitosas no local, é crucial formar e informar os agentes -- servidores, empregados, estagiários -- sobre o assédio sexual e as formas de responsabilização; criar canais de denúncia, com garantia de sigilo da identidade; instituir códigos de ética ou assemelhados, de forma a horizontalizar o conhecimento acerca das situações de comportamento permitidas e não permitidos; e apurar e punir as violações denunciadas.”

Também advogado e especialista em Direito do Trabalho, Rafael Lara Martins -- sócio do Lara Martins Advogados -- é taxativo. “A gente tem de levar muito a sério as denúncias sobre assédio, um crime que tem estado cada vez mais presente em todas as instâncias e merece sempre investigação -- tanto para identificar, quanto para punir.” Ele observa, porém, que os gestores devem “ter sempre o cuidado de não condenar previamente aqueles que são acusados de assédio, nem duvidar da vítima’. “A presunção da inocência deve, sim, ser respeitada: é uma linha muito fina entre punir amplamente e não duvidar da vítima, mas investigar a veracidade dos fatos.”

Mas os departamentos de recursos humanos estão preparados, hoje, para enfrentar este tipo de situação? Segundo Rafael Lara Martins, os programas de compliance -- os planejamentos feitos pelas empresas para garantir o cumprimento das legislações vigentes, bem como o respeito aos princípios éticos e morais da nossa sociedade -- são uma ótima ferramenta.

“Os programas de compliance vêm sendo implantados aos poucos no país. As pessoas pensam que o compliance serve somente para se falar de corrupção, mas não: o compliance trabalhista serve para estabelecer uma forma de denúncia, estimulando e protegendo quem denuncia. Temos que ter uma sociedade que acolha quem é vítima -- porque, infelizmente, existe o hábito de transformar as vítimas em culpadas.”



Fontes: 

Rafael Lara Martins - advogado, sócio nominal da Lara Martins Advogados. Doutorando em Direitos Humanos pela UFG. Mestre em Direito das Relações Sociais e Trabalhistas (UDF). Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás (UFG), especialista em Direito do Trabalho pela PUC-GO.

Rafael Arruda - advogado especializado em Direito Administrativo, doutorando em Direito Público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Leonardo Pantaleão - advogado e professor, com mestrado em Direito das Relações Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Doutorado na Universidad Del Museo Social Argentino, em Buenos Aires e Pós-graduado em Direito Penal Econômico Internacional pelo Instituto de Direito Penal Econômico e Europeu (IDPEE) da Universidade de Coimbra, em Portugal, professor da Universidade Paulista. Autor de obras jurídicas, palestrante com ênfase em Direito Penal e Direito Processual.


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