Pesquisar no Blog

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Após cinco meses de queda, emplacamentos de veículos zero km crescem 7,31% em novembro e chegam a quase 13% no acumulad

Esta é a primeira alta de emplacamentos de veículos após cinco meses de quedas seguidas, demonstrando que o setor vai, aos poucos, retomando o ritmo de crescimento esperado. A FENABRAVE calcula que o ano deve fechar com licenciamentos 11,1% maiores do que em 2020


De acordo com dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, em novembro, cinco dos seis segmentos automotivos registraram altas nos emplacamentos. Apenas Caminhões, segmento que teve elevação de mais de 45% no acumulado do ano, registrou baixa em relação ao mês anterior.

No total, o Setor como um todo somou 296.203 mil unidades, uma alta de 7,31%, em novembro, sobre o mês de outubro de 2021, mas queda de 11,40% sobre novembro de 2020. No acumulado dos 11 meses do ano, o Setor teve crescimento de 12,86%, sobre o mesmo período do ano passado.

“Após cinco meses de quedas seguidas, o Setor reagiu em novembro, e acredito que podemos fechar o ano dentro das nossas projeções de crescimento (11,1% para o ano de 2021). Dados os desafios enfrentados nos últimos meses, como a crise de abastecimento global e alta de juros no País, penso que é um ótimo desempenho, ainda que sobre uma base comparativa mais baixa, de 2020. Valem ser destacados os bons resultados de Ônibus, Motocicletas e Comerciais Leves no mês. Todos cresceram, de forma consistente, em novembro”, analisa Alarico Assumpção Júnior, Presidente da FENABRAVE.

Resumo Mensal novembro de 2021 – Tabela Geral e por Segmento


 Automóveis e Comerciais leves



Os segmentos de Automóveis e Comerciais Leves apresentaram comportamentos positivos.

“A disponibilidade de veículos tem modulado o ritmo desses segmentos. Oferta e aprovação de crédito continuam em bons patamares”, destaca Assumpção Júnior, lembrando que as altas recentes, nas taxas de juros, podem impactar os financiamentos e, consequentemente, os emplacamentos, nos próximos meses.



Caminhões


Apesar de ser o único dos segmentos a registrar retração em novembro sobre outubro, a queda é atribuída ao baixo ritmo de oferta de veículos, por parte da indústria. A demanda continua aquecida, tanto que alguns modelos estão sendo comercializados agora, mas com previsão de entrega apenas para junho de 2022. “No acumulado do ano, a alta já é de 45,06%, a maior de todo o Setor da Distribuição de Veículos. As vendas continuam aquecidas, em especial, em função da demanda do agronegócio”, diz o Presidente da FENABRAVE.



Ônibus


Registrou a maior alta percentual de todo o Setor da Distribuição de Veículos em novembro, na comparação com o mês anterior. No entanto, Assumpção Júnior afirma que esse comportamento de vendas se deve ao baixo desempenho deste segmento ao longo de todo o ano de 2021. “A melhora, de 14,35%, nas vendas de Ônibus é uma ótima notícia para o Setor, mas temos que contextualizar que se trata de um aumento de menos de 200 unidades sobre as registradas em outubro. Acredito que teremos uma visão mais clara sobre a recuperação deste segmento, apenas, em 2022”, explica o Presidente da FENABRAVE.



Implementos Rodoviários


Mantém-se positivo em todos os parâmetros de avaliação.

“Tem sido um excelente ano para o segmento e acredito que este mercado deve se manter aquecido nos próximos meses, uma vez que os Implementos Rodoviários acompanham, de perto, o desempenho dos emplacamentos de Caminhões”, diz Assumpção Júnior.




Motocicletas


A alta registrada, em novembro, está relacionada com a capacidade de entrega de Motocicletas pela indústria. A aprovação de crédito continua próxima de 4,8 propostas a cada 10 enviadas (apesar da alta na taxa de juros) e houve redução da espera de alguns modelos. “Em meses anteriores, estávamos trabalhando com agendamentos para até 120 dias. Neste mês, o prazo de entrega diminuiu um pouco, com alguns modelos podendo ser entregues em um período de 50 a 60 dias” , afirma Assumpção Júnior.


Tratores e Máquinas Agrícolas


Obs.: Por não serem emplacados, tratores e máquinas agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Com alta expressiva em outubro, sobre o mês anterior, as vendas de Tratores e Máquinas Agrícolas devem terminar o ano com um desempenho bem próximo ao previsto pela FENABRAVE, no terceiro trimestre. “O resultado não surpreende, dado o bom desempenho do agronegócio. Estimamos uma alta de 20,4% para este ano, o que deve fazer com que o segmento atinja a comercialização de mais de 55 mil unidades no período”, afirma o Presidente da FENABRAVE. 


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Hoje, no Dia Mundial da Luta Contra a Aids, chega às farmácias do Brasil autoteste inovador para diagnóstico do HIV

Produzido pela Chembio Diagnostics Brazil, produto revoluciona o diagnóstico da infecção, que será realizado de forma simples em apenas 15 minutos

 

Nesta quarta-feira, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o Brasil celebra a evolução na autotestagem para HIV com a chegada do autoteste Sure Check® HIV, da Chembio Diagnostics Brazil, a grande parte do território nacional. Destinado ao uso do público em geral, o autoteste detecta de forma simples, rápida e segura os anticorpos contra HIV-1/2 por punção digital. Com sensibilidade e efetividade de 99,9%, o Sure Check® HIV já é comercializado mundialmente e está presente em ações estratégicas de combate ao HIV junto ao GLOBAL FUND. Aprovado pela Anvisa e com marcação CE, o produto também é pré-qualificado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

O teste funciona com a coleta de uma pequena amostra de sangue – 2,5uL (microlitros) – o menor volume de amostra no mundo. Outra inovação do Sure Check® HIV é que o sangue é colhido diretamente no dispositivo, o que torna o produto muito mais simples para o usuário e menos propenso a erros. O resultado aparece na forma de linhas que indicam se há ou não presença de anticorpos para o vírus HIV. A presença dos anticorpos mostra que a pessoa foi exposta ao vírus causador da aids. O resultado leva 15 minutos para ficar pronto e caso o consumidor tenha qualquer dúvida antes ou depois de fazer o teste, o número 0800-887-1589 está disponível para auxiliar 24 horas por dia, 7 dias por semana.

É importante lembrar que a infecção pelo HIV só pode ser confirmada 30 dias depois da exposição ao vírus – seja ela por relação sexual desprotegida, transfusão de sangue contaminado, compartilhamento de seringas contaminadas ou demais formas de transmissão do HIV. Esse período é o tempo que o organismo precisa para produzir anticorpos em níveis que o autoteste consiga detectar (janela imunológica). Se o resultado for negativo, a recomendação é que o teste seja repetido 30 dias depois do primeiro teste e outra vez após outros 30 até completar 120 dias da primeira exposição. E, caso seja positivo, a recomendação é procurar um médico ou unidade de saúde para a realização de mais exames e acompanhamento especializado.

O diagnóstico tardio ainda é um problema no combate à epidemia do HIV, pois permite a continuidade da cadeia de transmissão do vírus. O Sure Check® HIV é uma ferramenta de triagem sorológica, concebida para ampliar, com total privacidade, a autotestagem de pessoas com suspeita de infecção pelo HIV que, de outra forma, não se submeteriam a testagem em instituições de saúde como laboratórios ou centros de referência.

Devido aos avanços no tratamento, os portadores do vírus HIV podem ter uma vida longeva e normal e, para isso, é fundamental ter conhecimento da sua condição sorológica por meio da testagem diagnóstica.

O Sure Check® HIV já está disponível para venda nas grandes redes e farmácias independentes das principais cidades do país.

 

COMO REALIZAR O AUTOTESTE SURE CHECK® HIV

A caixa do produto tem um envelope de alumínio contendo:

Dispositivo de teste com uma tira de teste no interior, cápsula do tampão junto ao dispositivo de teste, lanceta estéril, curativo, gaze estéril, sachê de álcool, suporte descartável e manual de instruções.

 

PREPARANDO O TESTE

Posicione o suporte do teste numa superfície plana com a base maior para baixo.

Abra o sachê do teste no picote

Retire a cápsula do tampão do dispositivo de teste

Insira a cápsula do tampão no suporte do teste

Abra o sachê de álcool e a gaze estéril

Limpe o dedo com álcool e deixe secar

Tire a tampa da lanceta

Encoste a parte vermelha da lanceta e pressione para perfurar a pele

Aperte o dedo suavemente para formar uma gota de sangue

Preencha a ponta do dispositivo de teste com sangue

 

FAZENDO O TESTE

Posicione o dispositivo verticalmente acima do suporte do teste

Empurre firmemente através do lacre de alumínio até o fundo

Verifique se há um fluxo de cor rosa em até 1 minuto

Se não houver fluxo rosa, empurre o dispositivo de teste mais fundo na cápsula do tampão

Marque no relógio para ler o resultado em 15 minutos

Use a gaze estéril para limpar o dedo e colocar o curativo

 

INTERPRETANDO O RESULTADO APÓS 15 MINUTOS

Resultado NÃO REAGENTE

Se o seu autoteste tem apenas a linha controle

 

Resultado REAGENTE

Se o seu autoteste tem a linha controle e a linha teste 


DADOS DO HIV/AIDS NO BRASIL

De acordo com o Boletim Epidemiológico publicado pela Secretaria de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde em dezembro do ano passado, de 1980 a junho de 2020, foram identificados 1.011.617 casos de aids no Brasil. O país tem registrado, anualmente, uma média de 39 mil novos casos nos últimos cinco anos. O número anual de casos de aids vem diminuindo desde 2013, quando se observaram 43.368 casos; em 2019 foram registrados 37.308 casos.

 

Chembio Diagnostics Systems

 www.instagram.com/surecheckhiv/

www.facebook.com/SureCheckHIV/


Dezembro vermelho: especialista do Hospital IGESP alerta sobre prevenção ao HIV

Desde 1988, a luta contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV) é lembrada mundialmente, no dia 1 de dezembro. Trata-se de um vírus que prejudica o sistema imunológico por meio da destruição de linfócitos TCD4, responsáveis por defender o organismo de doenças.

De acordo com a Dra. Ana Paula Jafet Ourives Vanderlinde, médica do SCIH do Hospital IGESP, o HIV é transmitido por meio de contato sexual desprotegido, compartilhamento de agulhas, como no caso do uso de drogas ilícitas, mães infectadas com HIV durante a gestação, no parto ou durante amamentação. O teste sorológico para diagnóstico do HIV é feito com coleta de sangue.

A especialista explica que os sinais na fase inicial ocorrem geralmente de duas a quatro semanas após contato com o vírus, duram poucos dias ou semanas e, são caracterizados por sintomas semelhantes a um quadro gripal, como febre, calafrios, dor muscular, cansaço, linfonodomegalias e úlceras orais. Entretanto, ela ressalta que existem pessoas que não apresentam sintomas iniciais e aproveita para explicar a diferença entre HIV e AIDS, que para muitas pessoas é vista da mesma forma. "Após esse primeiro estágio, o paciente se torna assintomático e, com o passar dos anos, caso não seja realizado o teste sorológico para diagnóstico do HIV e o tratamento, esse vírus começará a destruir as células TCD4, levando ao desenvolvimento da AIDS", esclarece.

Então, AIDS é a doença causada pelo vírus HIV, diagnosticada quando a contagem dos linfócitos TCD4 ficam abaixo de 200 cél/mm ou quando o paciente apresenta doenças oportunistas causadas pela baixa da imunidade, como candidíase, carcinoma invasivo de colo uterino, criptococose, histoplasmose, linfoma, tuberculose e pneumocistose. "Os sintomas de uma pessoa com AIDS podem ser diversos, como a perda de peso, diarreias, febre recorrente, infecções pulmonares de repetição, dentre outras infecções", explica.


Tratamento

A melhor forma de tratamento do HIV é com o uso diário dos medicamentos antirretrovirais, prescritos pelo médico infectologista e distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A médica explica que, atualmente, os medicamentos iniciais incluem um ou dois comprimidos ao dia, com redução dos efeitos colaterais, o que facilita a adesão ao tratamento.


Profilaxia pré-exposição

De acordo com a especialista, há uma forma de minimizar as chances de contrair o vírus antes de uma relação com indivíduo vivendo com HIV. Chamada de profilaxia pré-exposição, o tratamento consiste na administração de antirretrovirais a uma pessoa não portadora do HIV antes da exposição sexual com indivíduo vivendo com HIV. Entretanto, esse método não substitui o uso de camisinha e deve ser discutido, individualmente, com o médico infectologista.


Profilaxia pós-exposição

Caso a pessoa tenha se exposto ao risco de se contaminar, como em casos de violência sexual e relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com rompimento da camisinha), ela tem até 72 horas para receber a medicação antirretroviral, por 28 dias, para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo. Essa é a chamada profilaxia pós-exposição. Nesse período, o paciente deve ser acompanhado por um médico infectologista.

Cura

Ainda não existe a cura para o HIV, porém há estudos que que caminham para chegar nessa descoberta. Uma pesquisa chefiada pelo Ricardo Diaz, diretor do Laboratório de Retrovirologia do Departamento de Medicina Da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP), vem trabalhando em duas frentes para tentativa de cura do HIV, uma com medicamentos antirretrovirais que tentam eliminar o vírus latente e, outra, com produção de uma vacina que induz o sistema imunológico do indivíduo a eliminar as células infectadas. Porém, esse estudo ainda está em curso, sem resultados definitivos até o momento.

 

Hospital IGESP


Chegada do verão exige cuidados e proteção para os olhos

A estação mais quente do ano vem acompanhada de uma série de recomendações de saúde e que vão além de manter a hidratação adequada e utilizar filtro solar. Neste período, proteger os olhos dos raios UVA e UVB é indispensável para não prejudicar a visão.

De acordo com o cirurgião oftálmico, Dr. Ricardo Ducci, a exposição inadequada pode trazer sérias consequências. "Os raios solares podem danificar nossa córnea, o cristalino e até causar uma degeneração macular, que causa perda progressiva da visão", alertou.

Confira algumas dicas do especialista para cuidar da saúde dos seus olhos:

1 - SEMPRE USE ÓCULOS ESCUROS - O acessório protege os olhos da ação dos raios UVA e UVB. "Na hora de escolher o produto verifique se as lentes têm a proteção adequada, compre em uma loja certificada. Em relação às cores, lentes marrom e fumê são indicadas para dias mais claros, já as lentes laranja e amarela são ideais para usar no começo ou no final do dia", esclareceu.


2 - EVITE O USO DE LENTES DE CONTATO NA PRAIA OU PISCINA - O contato com a água traz maior risco de infecção durante o uso das lentes e, por isso, deve ser suspenso. Ducci afirma que existem outros métodos para correção de grau nestes casos. "É possível realizar uma cirurgia refrativa ou solicitar que sejam feitos óculos escuros com grau".


3 - APOSTE EM CHAPÉUS OU BONÉS - O ideal é manter os olhos sempre na sombra para maior conforto e segurança da sua visão.


4 - NÃO FIQUE MUITO TEMPO COM OS OLHOS EXPOSTOS AO VENTO - A exposição dos olhos ao vento pode causar sintomas como vermelhidão, coceira e ardência nos olhos. "Isso ocorre devido ao ressecamento que o vento provoca na região, já que aumenta a velocidade da evaporação das lágrimas", explica o cirurgião.


No retorno das férias é sempre importante realizar uma avaliação com médico especialista.



CIRURGIA REFRATIVA

A cirurgia refrativa é aquela que corrige o grau e permite parar de usar óculos. Segundo Ducci, o procedimento é altamente tecnológico e rápido, não necessita de internação e oferece rápida recuperação ao paciente.


"Dependendo da técnica utilizada, no dia seguinte à cirurgia já é possível retomar as atividades cotidianas e, inclusive, dirigir. Orientamos um período de repouso um pouco maior em relação ao trabalho para os pacientes que utilizam muito computador ou celular nas atividades profissionais", afirmou.


Entre as vantagens de realizar o procedimento para o verão está maior liberdade para a prática de esportes e para aproveitar a praia.


"A recuperação cirúrgica completa acontece em até 30 dias. Os pacientes não costumam queixar-se de dor, mas é comum apresentar um pouco de vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, sensibilidade à luz e sensação de areia nos olhos".


Um levantamento feito pela empresa Market Scope afirma que, em 2018, foram realizadas cerca de 158 mil cirurgias de correção visual a laser no Brasil.


Dezembro Laranja: descubra os cuidados para se prevenir do câncer de pele

A prevenção e o diagnóstico precoce são as melhores formas de lidar com a doença

 

O Dezembro Laranja é uma campanha criada em 2014 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e que visa a conscientização sobre a prevenção do câncer de pele. No Brasil, um país tropical em que o sol e o calor predominam na maior parte do ano, o câncer de pele é o tumor mais frequente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele corresponde a cerca de 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil. 

Embora menos frequente (representando cerca de 5% dos casos), o melanoma é o tipo de câncer de pele mais grave, devido à sua alta possibilidade de sofrer metástase, ou seja,  de se disseminar para outros órgãos. Em 2020, no Brasil, foram registrados 8,4 mil novos casos de melanoma e aproximadamente 2 mil mortes relacionadas à doença. 

O melanoma tem origem nos melanócitos, células produtoras de melanina (substância que determina a cor da pele), e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. É mais frequente em adultos brancos, mas também pode acometer os adultos de pele negra, sendo mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. 

A exposição elevada aos raios ultravioleta é a principal causa do melanoma, porque pode levar à mutação do DNA dos melanócitos. Alguns dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: exposição excessiva e desprotegida ao sol, ter pele clara, histórico prévio de câncer de pele, histórico familiar de melanoma, pinta escura e idade (após 15 anos de idade a propensão para este tipo de câncer aumenta).  

Quando o câncer de pele é diagnosticado no início, ele tem mais de 90% de chance de cura. O diagnóstico precoce evita que o paciente tenha que ser submetido a cirurgias mais complicadas e tratamentos intensos, como quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Nos últimos anos, a sobrevida dos pacientes com este tipo de câncer de pele melhorou, principalmente por conta da detecção precoce do tumor e da introdução de novos medicamentos imunoterápicos. 

Mas melhor ainda é a prevenção! Por isso, listamos as formas de como se prevenir e se proteger do câncer de pele. 

 

1) Proteção contra radiações solares 

Para se prevenir do câncer de pele e se proteger das lesões provocadas pelos raios UV, é recomendável evitar a exposição excessiva ao sol sem proteção sempre que possível, sobretudo nos horários mais intensos, entre 10 e 16 horas.  

Se precisar se expor ao sol, devem ser utilizados chapéus, guarda-sóis, óculos escuros, camisas de mangas longas, calças e, principalmente, filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre. O produto deve ser reaplicado a cada duas horas.  

O filtro solar deve ter um fator de proteção solar (FPS) de, no mínimo, 30 e deve ser utilizado diariamente, mesmo dentro de casa e em dias frios e nublados, porque a radiação UV atravessa até mesmo as nuvens.

 

2) Acompanhamento médico e investigação com exames  

É necessário consultar, anualmente, um dermatologista para um exame completo que pode identificar possíveis riscos. Sobretudo, aqueles com sinais ou sintomas da doença, histórico familiar e pertencentes aos grupos com as maiores chances de desenvolver a doença. 

A realização de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos e consultas médicas possibilitam a detecção precoce, que aumenta as chances de cura. 

 

3) Método ABCDE 

O método ABCDE é uma espécie de auto exame que ajuda a avaliar o risco de uma mancha ou sinal se tratar de um tumor de pele. Como os sinais da doença são visíveis, é possível ficar alerta a qualquer alteração. As letras apontam sinais sugestivos de tumor de pele:

 

  • A - Assimetria - quando uma metade do sinal ou pinta é diferente da outra;
  • B - Bordas irregulares - quando o contorno é mal definido;
  • Cor variável - quando existem várias cores em uma mesma lesão, mancha ou pinta, como preta, castanha, branca, avermelhada ou azul;
  • Diâmetro - quando é maior que 6 milímetros.
  • Evolução - quando é possível notar mudanças em suas características, como tamanho, forma ou cor.

 

Se notar alguma alteração, é importante que seja investigada por um médico.

 

4) Testes genéticos

Já existe um teste genético que identifica predisposição ao melanoma de origem hereditária e ajuda a prevenir o surgimento de milhares de casos desse câncer. Ele é comercializado pelo meuDNA, healthtech de mapeamento genético que utiliza a tecnologia mais avançada de mapeamento genético do mundo aqui dentro do Brasil. Com apenas uma amostra de saliva coletada em casa, o usuário pode descobrir se possui predisposição a desenvolver essa doença e buscar uma prevenção especializada da forma mais precoce possível com o seu médico, diminuindo as chances da doença o surpreender e melhorar as chances de cura, caso ela se desenvolva. 

O meuDNA Saúde avalia se existem mutações no gene CDKN2A. As pessoas com mutações nesse gene têm muito mais risco de desenvolver a doença. Por isso, quando descoberta a predisposição, o usuário deve aumentar a frequência de  consultas com o médico, evitar ainda mais a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV, além de informar a família para ter os mesmos cuidados, já que se trata de uma mutação genética que pode estar presente em outros membros da família.

 

 meuDNA Saúde


Especialista do São Camilo SP esclarece principais mitos e verdades sobre HIV/Aids

Dados do Unaids indicam que, em 2020, 6 milhões de pessoas desconheciam ser portadoras do vírus no mundo


Quarenta anos depois da descoberta da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) no mundo, muitas dúvidas ainda cercam a doença causada pela infecção do vírus HIV. Apesar de não ter cura, a evolução da ciência ao longo destas décadas permite o controle da carga viral no organismo, impedindo seu progresso e garantindo uma expectativa de vida longa.

Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Dessas, 89% foram diagnosticadas e 77% fazem tratamento com antirretroviral. Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento, um aumento de mais de 8% em relação a 2018.

Ainda assim, segundo dados do relatório divulgado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), em 2020, cerca de 6 milhões de pessoas no mundo desconheciam ser portadoras do vírus.

Com o objetivo de desmistificar o assunto e promover a prevenção e o autocuidado no Dia Mundial do Combate à AIDS, lembrado em 1º de dezembro, a infectologista Dra. Anna Claudia Turdo, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, esclarece os principais mitos e verdades sobre a doença.



Todos os portadores de HIV têm Aids
Mito.
 Ser portador do vírus HIV não é a mesma coisa que ter AIDS, que é um estágio avançado da infecção com diminuição grave da imunidade do organismo. Muitos portadores do vírus vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo, facilitando o surgimento de doenças oportunistas.

A infectologista explica que, ao detectar a contaminação pelo vírus através do teste de HIV, o paciente deve iniciar o tratamento com antirretrovirais (ARVs) e acompanhamento médico a fim de evitar o desenvolvimento da Aids e prevenir infecções secundárias.



Beijo na boca transmite HIV
Depende. O vírus não é transmitido por meio da saliva. No entanto, é válido alertar para o risco de contaminação em casos de uma ferida na boca. “Apesar de raro, é possível entrar em contato com o sangue do parceiro durante o beijo e, nestes casos, é importante ter cuidado”, diz a médica.



Mulheres com HIV não podem engravidar
Mito.
 Com a evolução no tratamento do HIV, mulheres soropositivas podem engravidar e dar à luz a crianças sem o vírus. Chamada transmissão vertical, a contaminação do bebê pela mãe pode ser evitada quando as gestantes aderem ao tratamento corretamente e ficam sem vírus detectáveis nos exames de sangue (carga viral indetectável).

Dra. Anna ressalta que o Brasil é signatário do compromisso global de eliminar a transmissão vertical do HIV. “Essa é uma das prioridades das entidades de saúde do país e a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde tem reduzido consideravelmente o número de casos de crianças contaminadas ao longo dos anos, principalmente com o diagnóstico materno durante o pré-natal.”



Preservativos nas relações sexuais previnem HIV/Aids
Verdade.
 O preservativo é o método mais acessível e eficaz na prevenção do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, HPV, gonorreia e alguns tipos de hepatites. “Pessoas com ou sem parceiros jamais devem abrir mão desta proteção. Lembrando que soropositivos com carga viral indetectável não propagam o vírus na população, mas ainda são susceptíveis e transmissores de outras doenças infecciosas”, complementa a infectologista.

 

Portadores de HIV têm expectativa de vida reduzida
Mito. A especialista do São Camilo reforça que, com a adesão ao tratamento adequado, os portadores de HIV podem apresentar a mesma expectativa de uma pessoa sem o vírus. Ela lembra que a doença não tem cura e, portanto, a prevenção é fundamental.

De acordo com dados do UNAIDS, a mortalidade por HIV teve uma queda de 42% desde 2010. O último relatório da organização aponta que, em 2020, cerca de 37,6 milhões de pessoas estavam vivendo com a doença no mundo, sendo que, desse total, 27,4 milhões tiveram acesso à terapia antirretroviral.

“Os dados indicam que ainda é necessário reforçar o alerta a população sobre os riscos da contaminação, que ocorre principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas e compartilhamento de seringas, bem como a importância de realizar testes regularmente”, alerta a médica.

A Dra. Anna destaca ainda a necessidade de combater o preconceito com a doença. “O estigma da pessoa com HIV faz com que muitas pessoas não realizem o teste regularmente, aumentando os riscos de contaminação e atrasando o início dos tratamentos, que são fundamentais para evitar o desenvolvimento da AIDS”, finaliza.

 

 

Hospital São Camilo

@hospitalsaocamilosp


Por que temos índices tão preocupantes de câncer de pele no RS?

O câncer da pele é considerado o mais prevalente na população brasileira, tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Dados oficiais estimam que no ano de 2020 foram diagnosticados 190 mil pacientes com tal doença, com aproximadamente 4.500 mortes neste mesmo período. Os mais frequentes são os carcinomas de pele, menos agressivos. Por outro lado, o melanoma, com menos casos, pode ser grave, sendo responsável pela maior parte das mortes pela doença.

Na região Sul do Brasil, o percentual de casos desta patologia está entre os mais altos do nosso país, com índices equivalentes aos da Austrália, país líder nestas estatísticas. Boa parte desta incidência de casos tem relação com tipos mais claros de pele comparado aos estados de outras regiões do país, nosso hábito de exposição solar intensa no verão e a baixa adesão ao uso de protetores solares, entre outros fatores.

Tradicionalmente, desde 1999, o mês de dezembro vem sendo utilizado para divulgação do Dezembro Laranja. Naquele ano, a Sociedade Brasileira de Dermatologia lançou, em todo o Brasil, uma campanha de orientação e conscientização da população brasileira em relação a prevenção e detecção do câncer da pele. Tal iniciativa alcançou tamanho volume que, em 2009, o Guiness World of Records a certificou como o maior mutirão de atendimento médico em um único dia, atingindo diretamente 34 mil pessoas.

A pandemia da COVID-19, infelizmente, tornou restrita a avaliação presencial dos pacientes no ano passado, atitude que será repetida neste ano para evitar a aglomeração de pessoas que buscam este atendimento gratuito. Desta forma, foi definido que neste ano de 2021 o objetivo principal da Campanha será ressaltar a importância da proteção solar e a educação de nossa população, reforçando os cuidados com o autoexame da pele e uso de proteção física (roupas, chapéus, bonés, guarda sol), além da correta aplicação do protetor solar. Cabe reforçar que o dermatologista busca incansavelmente realizar o diagnóstico precoce oferecendo, deste modo, uma maior possibilidade de cura.

Estimamos que, com uma orientação mais intensa e um cuidado maior das nossas crianças e jovens, consigamos futuramente reduzir os índices tão altos desta doença e, principalmente, reduzir o número de mortes.

 


Fabiano Siviero Pacheco - Dermatologista membro da SBD-RS e coordenador do Dezembro Laranja no Rio Grande do Sul.


DEZEMBRO LARANJA 2021

No verão, os cuidados com a covid-19 e a prevenção ao câncer de pele devem andar lado a lado, informa a Sociedade Brasileira de Dermatologia

Além do uso do álcool em gel, máscaras e respeito ao distanciamento, população deve adotar hábitos de fotoproteção para garantir sua saúde de modo pleno

 

Neste verão, vamos conjugar prevenção ao coronavírus com cuidados para reduzir as chances de casos de câncer de pele? Esta é a proposta da campanha do Dezembro Laranja, organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em 2021. A intenção é dar início ao esforço de mobilização no período que abriga o Natal e estendê-lo pelos meses seguintes. Nos alertas, a SBD quer deixar claro que o atual momento pede que junto com o uso do álcool gel, máscaras e distanciamento, os brasileiros cultivem as práticas de fotoproteção.

Com a queda nos indicadores de morbidade e de mortalidade relacionados à covid-19, estima-se que neste verão as praias e os espaços abertos voltarão a ser ocupados com muito mais intensidade. No entanto, alertam os especialistas da SBD, a retomada da normalidade não deve ser feita sem atenção às recomendações das autoridades sanitárias, ainda atentas à possibilidade de aumento dos casos de contaminação pelo coronavírus. Além desse cuidado, afirmam, a população deve agregar à sua rotina as medidas de prevenção contra o câncer de pele.

"Adicione mais fator de proteção ao seu verão": esta é mensagem central da campanha do Dezembro Laranja 2021. Esse mote estará presente em uma série de conteúdos desenvolvidos pela SBD especialmente para a ação. Serão peças para redes sociais, com dicas de cuidados; vídeos com orientações de médicos dermatologistas; e gravações feitas por personalidades estimulando os brasileiros à aderirem aos cuidados preconizados; entre outras abordagens que buscam a conscientização.

Adesão - Em 2021, entre as celebridades que participam voluntariamente da iniciativa estão os atores Tony Ramos e Carmo Dalla Vecchia, as cantoras Kelly Key e Karol Conká, a modelo Claúdia Liz, e os jornalistas Tom Borges (TV Record) e Eliane Cantanhede (TV Globo). Além deles, dezenas de outras artistas, intelectuais e influenciadores também aderiram à iniciativa, assim como instituições públicas e privadas, como o Congresso Nacional, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e inúmeros governos estaduais e prefeituras.

Todas as entidades ajudaram a montar uma rede nacional de apoio à causa. Isso ocorreu de duas formas: com a iluminação de sedes e monumentos na cor laranja e com a replicação em seus canais de comunicação do material produzido pela SBD incentivando a população a incorporar à sua rotina alguns cuidados. Dentre as recomendações, estão: cultivar hábitos de fotoproteção, que incluem o uso de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus; optar pela sombra; evitar a exposição ao sol entre 9h e 16h; e utilizar filtro solar com FPS igual ou superior a 30, reaplicando-o a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água.

Diagnóstico precoce - Em caso de surgimento de sinais e sintomas suspeitos, o médico dermatologista deve ser consultado para fazer o diagnóstico precoce do quadro. Se for constatada uma lesão cancerosa, ele orientará o início do tratamento. É preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam pois podem revelar o câncer de pele. A rotina do autoexame facilita o reconhecimento dos casos.

A SBD ressalta ainda que a exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, além dos episódios de queimadura solar, são os principais fatores de risco do câncer de pele. Apesar de ser um problema de saúde que pode afetar qualquer pessoa, há perfis que são mais propensos ao seu surgimento. Neste grupo, estão os que têm a pele, cabelos e olhos claros; aqueles com histórico familiar dessa doença; os portadores de múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados. A SBD ressalta que os que apresentam estas características precisam de maior cuidado com a pele e passar por avaliação frequente com um médico dermatologista.

Tumores - De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes. A doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelular e espinocelular (não melanoma) responsáveis por cerca de 180 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem em torno de 8,5 mil casos novos por período. A incidência do câncer de pele é maior do que os cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e estômago.

Há oito anos a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza o #DezembroLaranja, sempre com grande engajamento da população e de outras instuições e entidades. O público interessado pode se engajar na campanha e compartilhar nas redes sociais, customizando a foto de perfil e as publicações da SBD, por exemplo. A divulgação nas plataformas digitais (Facebook, Instagram, Youtube e Site) contará com o apoio das seguintes hashtags: #DezembroLaranja, #CancerdePeleECoisaSeria, #CancerdePele # Maisprotecaonoverao #CampanhaCancerdePele2021.

Doença - O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. Existem diferentes tipos de câncer da pele que podem se manifestar de formas distintas, sendo os mais comuns denominados carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular - chamados de câncer não melanoma - e que apresentam altos percentuais de cura se diagnosticados e tratados precocemente. Um terceiro tipo, o melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente letal. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.

O carcinoma basocelular é o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifestam por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade. Por sua vez, o carcinoma espinocelular surge como o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Podem causar dor e produzirem sangramentos.

Metástase - Já o melanoma, apesar de corresponder apenas cerca de 10% dos casos, é o mais grave deles, pois quadros avançados podem provocar metástases (espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano) e levar à morte. Este tipo é geralmente constituído de pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato gradativamente. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento.

Desde 2014, a SBD promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Desde então, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento. O câncer da pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.

O #DezembroLaranja conta com patrocínio da Johnson&Johnson, Galderma, Nivea, La Roche Posay, Vichy e Mantecorp Skincare.


Medicamento criado na Unicamp apresenta bons resultados no combate ao câncer de bexiga

 


Estudo clínico foi feito com 44 voluntários com doença avançada. Aprovação da patente nos Estados Unidos deve facilitar a interlocução dos pesquisadores com a indústria farmacêutica – necessária para as próximas etapas de desenvolvimento do fármaco (foto: acervo dos pesquisadores)

·          

·          

Um medicamento desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e recentemente patenteado nos Estados Unidos tem se mostrado promissor no tratamento do câncer de bexiga. Resultados de um ensaio clínico que envolveu 44 pacientes com um quadro avançado da doença foram apresentados recentemente no 22º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica.

O tratamento experimental eliminou o tumor em 77,3% dos participantes e, nos demais casos, a doença voltou com menor intensidade. Os voluntários têm sido acompanhados já há dois anos e, até agora, ninguém morreu ou precisou retirar a bexiga. A investigação conta com apoio da FAPESP.

“Trata-se de um imunoterápico totalmente desenvolvido em uma universidade pública brasileira e cuja patente é 100% de seus inventores – algo disruptivo e inédito no país. Isso abre a possibilidade de negociação com grandes companhias farmacêuticas, que poderão nos ajudar a colocar o produto no mercado”, diz à Agência FAPESP Wagner José Fávaro, professor do Instituto de Biologia da Unicamp e inventor do fármaco ao lado de Nelson Duran, seu colega de departamento.

Para levar adiante as fases finais de desenvolvimento do fármaco, os pesquisadores criaram a startup Nanoimmunotherapy Pharma Ltda. (NImm-Pharma) e, com o apoio da Agência de Inovação (Inova) da Unicamp, esperam em breve obter a patente do “OncoTherad” também na Europa. O imunoterápico começou a ser desenvolvido há cerca de 13 anos com o objetivo de estimular o sistema imune a combater doenças infecciosas e tumores. É composto por uma nanopartícula totalmente sintética, que induz no organismo uma resposta imune de células T, ou seja, ativa determinados tipos de linfócitos que produzem uma proteína chamada interferon (IFN), importante tanto para combater o câncer como também alguns vírus e bactérias. O trabalho também teve apoio da FAPESP por meio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Materiais Complexos e Funcionais (Inomat), coordenado pelo professor Fernando Galembeck, do Instituto de Química da Unicamp.

Recentemente, os cientistas começaram a testá-lo no tratamento da COVID-19 (leia mais em: agencia.fapesp.br/33389/). O estudo mais avançado, porém, está relacionado ao câncer de bexiga.

Metodologia

O ensaio clínico apresentado no Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica – e reconhecido com o Prêmio SBOC de Ciência – começou em 2018 no Hospital Municipal de Paulínia, município próximo a Campinas, e foi acompanhado pelo médico urologista João Carlos Cardoso Alonso. Inicialmente foram recrutados 58 voluntários, mas somente 44 (30 homens e 14 mulheres) atendiam a todos os critérios de inclusão na pesquisa.

“O objetivo era testar a segurança e a eficácia do imunoterápico em pacientes que não responderam ao tratamento de primeira linha para tumores não músculo-invasivo”, conta Fávaro.

Como explica o pesquisador, o câncer de bexiga geralmente começa entre as células que revestem internamente o órgão. Os tumores considerados músculo-invasivos (capazes de se espalhar para a musculatura da bexiga e potencialmente causar metástase) são considerados de alto risco e, para esses casos, o tratamento consiste na retirada cirúrgica total da bexiga (cistectomia radical). Já nos portadores de tumores não músculo-invasivos, cerca de 70% dos casos, é feita apenas a raspagem da lesão por meio da uretra (ressecção transuretral). E a cirurgia é seguida por aplicações locais de BCG – a mesma formulação usada na prevenção da tuberculose. O objetivo dessa terapia é “acordar” o sistema imune para evitar que o tumor volte a crescer.

“A imunoterapia com BCG foi desenvolvida em 1976 e até hoje não surgiu nada melhor. O problema é que em aproximadamente metade dos pacientes o tumor reaparece”, explica Fávaro.

Quando a doença retorna ainda na forma não invasiva, é feita uma nova cirurgia localizada seguida por imunoterapia. “Mas quando há recidiva após dois ciclos de BCG a indicação é a retirada total da bexiga. É nesse ponto da doença que decidimos testar a eficácia do OncoTherad. Todos os participantes do estudo tinham indicação para a cistectomia radical, mas ou não apresentavam condições clínicas para a cirurgia – por conta da idade ou de doenças associadas – ou se recusavam a aceitar o tratamento recomendado”, conta o pesquisador.

Durante seis semanas, os voluntários foram submetidos a aplicações semanais de OncoTherad dentro da bexiga e por via intramuscular (nos glúteos). Nos seis meses seguintes, as aplicações passaram a ser feitas a cada 15 dias. Por último, foram feitas aplicações mensais até completar dois anos de tratamento. A cada três meses os pacientes passavam por exames para monitorar a evolução do câncer.

Ao final do primeiro período de seguimento, aos 18 meses, 77,3% dos voluntários ainda se mantinham livres da doença. Em dez pacientes o tumor voltou com um grau mais baixo que o observado antes do ensaio clínico e as lesões foram removidas por raspagem. Em outros dois participantes o tumor voltou após os 18 primeiros meses, também de forma atenuada. Ninguém precisou remover a bexiga até o momento.

Entre os efeitos colaterais relatados estão cistite (inflamação na bexiga), ardência ao urinar, dores nas articulações, coceiras no corpo e pele avermelhada, febre baixa e dor abdominal. “Foram sintomas leves, que conseguimos contornar com uma dose baixa de corticoide. Nenhum voluntário precisou abandonar o tratamento por conta de efeitos colaterais”, afirma Fávaro.

Segundo o pesquisador, as próximas etapas de desenvolvimento do fármaco dependem de uma interlocução com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a indústria farmacêutica.

“Os ensaios clínicos multicêntricos de fases 2 e 3 – necessários para que o medicamento chegue ao mercado – requerem uma estrutura fabril com certificações da Anvisa. A obtenção da patente nos Estados Unidos deve nos ajudar nesse processo de interlocução com os órgãos reguladores”, avalia.

O estudo Role of OncoTherad Nano-Immunotherapy in BCG-unresponsive non-muscle invasive bladder cancer: an open-label and single-arm phase 1 / 2 study pode ser lido em: https://ccm.iweventos.com.br/evento/sboc2021/trabalhosaprovados/naintegra/100754.

 

 

 

Karina Toledo

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/medicamento-criado-na-unicamp-apresenta-bons-resultados-no-combate-ao-cancer-de-bexiga/37447/


Posts mais acessados