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sexta-feira, 23 de abril de 2021

Acompanhamento médico é essencial no combate à tontura, que atinge 30% da população global

 Na data mundial que lembra o problema, Hospital Paulista ressalta importância do diagnóstico e tratamento adequados

 

A tontura é a terceira queixa mais frequente dos pacientes nos consultórios e atinge cerca de 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, a queixa ainda é cercada de dúvidas a respeito do diagnóstico, dos tratamentos possíveis e também da possibilidade de realizar um acompanhamento com especialista para diminuir o desconforto.

Para chamar a atenção de todos e conscientizar a respeito do problema, a data de 22 de abril foi definida como o Dia Mundial da Tontura. De acordo com o otorrinolaringologista Ricardo Schaffeln Dorigueto, do Hospital Paulista, a tontura é dos sintomas mais desafiadores da medicina, pois se trata de uma queixa de difícil definição para o paciente, e que também pode ocultar inúmeros diagnósticos.

“O termo ‘tontura’ possui significados distintos para muitos pacientes e, por vezes, inadequados à nomenclatura médica. O doente pode, por exemplo, descrever inadequadamente como tontura as sensações de quase desmaio (pré-síncope), desequilíbrio, ataques de pânico ou confusão mental, presentes nas síndromes cardiovasculares, neurológicas e psiquiátricas, com prejuízo para seu diagnóstico e tratamento”, afirma o Dr. Dorigueto, ressaltando o papel do médico neste cenário.

“Ao médico cabe reconhecer qual sintoma o paciente descreve e confrontá-lo com outros elementos da história clínica e do exame físico para a obtenção de um diagnóstico etiológico preciso, que é o primeiro passo para um tratamento adequado”, destaca.


Diagnóstico

O diagnóstico de um paciente com tontura ou vertigem depende fundamentalmente de uma história clínica cuidadosa e de um exame físico otorrinolaringológico pormenorizado. Quando necessário, existem exames auxiliares sofisticados que esclarecem o diagnóstico e auxiliam o tratamento médico.

“Sintomas associados, como hipoacusia, plenitude auricular e sintomas neurovegetativos, indicam comprometimento do sistema vestibular periférico. Cefaleia, ataxia, diplopia, paresia, parestesia, disfonia e disartria indicam comprometimento do sistema nervoso central. Assim, além das principais doenças vestibulares, é possível identificar síndromes cardiovasculares, neurológicas, metabólicas e psiquiátricas”, explica o Dr. Dorigueto.

Assim, de forma geral, um dos principais objetivos da campanha global é ressaltar o verdadeiro significado da tontura e da vertigem, desassociando o problema de forma imediata à labirintite, por exemplo. Além disso, o Dia Mundial da Tontura reforça a orientação de que os pacientes procurem auxílio médico e tratamento.

“O paciente não precisa conviver com a tontura, tampouco tratá-la como algo natural, que não pode ser tratado. Esse tipo de comportamento impede e compromete um diagnóstico e, consequentemente, um tratamento adequado”, conclui o otorrinolaringologista.

 


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Fortalecimento muscular ajuda na recuperação da covid-19

Estudo realizado por pesquisadores da USP identifica que pacientes com mais massa muscular ficam menos tempo internados Alívio do estresse, melhora na concentração, aceleração do metabolismo. Os benefícios da musculação são inúmeros e, acompanhados por um especialista, o tornam uma modalidade muito popular. Além de todas essas vantagens, a musculação agora é também uma importante aliada para combater um dos inimigos mais difíceis do momento: a covid-19. 

 De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), foi possível identificar que força e massa muscular podem ajudar na redução do tempo de internação de pacientes com a doença.

 Os pesquisadores avaliaram 186 indivíduos hospitalizados com covid-19 moderada ou grave e identificou que aqueles que tinham mais força e massa muscular tendiam a permanecer menos tempo internados. 

 A prática da musculação é vista por muitos apenas como uma maneira de aumentar a massa muscular. No entanto, a atividade é muito eficiente para quem busca uma melhora na qualidade de vida e, principalmente neste momento, atua como uma ação preventiva de danos graves da covid-19, explica Mônica Marques, educadora física e diretora técnica da Cia Athletica de São José dos Campos. "A prática regular do exercício físico atua como um modulador do sistema imune, mas não é apenas esse o benefício proporcionado pela atividade. O fortalecimento muscular melhora o condicionamento cardiorrespiratório, aumenta a densidade óssea e reduz o risco de diabetes. Todos esses benefícios vão proporcionar uma recuperação mais rápida do paciente", explica. 

Apesar do envelhecimento e condições crônicas, como diabetes tipo 2, serem fatores que aumentam o risco de desenvolver formas graves de covid, pesquisadores ressaltam que há indivíduos jovens e aparentemente mais saudáveis que podem precisar de hospitalização e até mesmo virem a óbito por causa da doença. "Isso sugere a existência de características clínicas ainda desconhecidas associadas ao prognóstico de covid-19. Parâmetros de força e massa muscular são potenciais candidatos para isso.", afirma Hamilton Roschel, autor do estudo e um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) e da Faculdade de Medicina (FM) da USP. 

Diante deste cenário, a educadora física ressalta a importância da prática de atividades físicas, mesmo em um momento de isolamento social. "É importante reforçar que praticar atividades físicas não previne o contágio, no entanto, é certo que ser ativo apresenta sim associação a menores prevalências de hospitalização. Além disso, o praticante colhe outros bons frutos, como uma melhora do condicionamento físico, qualidade de vida e saúde mental", conclui Mônica Marques.

 

 

Companhia Athletica

http://www.ciaathletica.com.br


Pacientes recuperados da covid-19 devem dar atenção à saúde do coração

Mesmo com quadros graves ou leves da doença, a recomendação é buscar acompanhamento médico e check-up periódico

 

Conforme aumentam os estudos e as pesquisas relacionadas à covid-19, entendemos sobre os tratamentos mais assertivos e como lidar com o paciente mesmo após a sua recuperação. É o que apontam dados do Ministério da Saúde, que revelam que mais de 12.391.599 milhões de pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus estão recuperadas e demandando cuidados e acompanhamento especializado para averiguar possíveis sequelas.

Segundo o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior, mesmo quem teve quadros leves da covid-19 deve fazer um acompanhamento médico, com check-up periódico para avaliar, principalmente, a saúde de órgãos como coração, pulmão e cérebro.

“O paciente pode ter distúrbios de coagulação e apresentar os mesmos sintomas de quando estava com a doença, como cansaço, dor de cabeça, tudo isso resultado da intensa reação inflamatória que acontece no corpo de quem foi afetado pela doença”, alega o médico.


Check-up pós-covid

A preocupação são as sequelas cardíacas, que podem levar a necessidade de uma reabilitação. Os sintomas que as pessoas que tiveram a covid-19 devem ficar atentas são a falta de ar, dor no peito, palpitações e fadiga excessiva, que podem indicar uma piora da função cardíaca.

Segundo o Dr. Elcio Pires Junior, o coronavírus pode atacar o músculo cardíaco (como já provado em estudos recentes), causando miocardite e deixando sequelas, como insuficiência cardíaca e maior propensão a arritmias. E até mesmo em resposta a inflamação, podem acontecer alterações de aterosclerose, podendo levar ao infarto do miocárdio.

O tromboembolismo pulmonar também pode comprometer o ventrículo direito do coração, gerando insuficiência cardíaca direita. Por estes motivos, é importante que para quem cumpriu a ‘quarentena’ do vírus e está recuperado, a recomendação é fazer um check-up antes mesmo de voltar a sua rotina de exercícios também.

O cardiologista poderá solicitar:

- Ecocardiograma (ECG).

- Exames clínicos e laboratoriais.

- Raio X / Tomografia.

- Ressonância magnética.

- Ecodopplercardiograma.

Se houver qualquer queixa, o especialista também pode solicitar um teste de sangue que verifica a presença de um marcador de lesões miocárdicas, a troponina T.

Mesmo depois do contágio, consulte o médico! 

 


Dr. Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E atualmente é cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas.


facebook.com/Dr-Elcio-Pires-Junior-Cirurgião-Cardíaco 

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www.instagram.com/drelciopiresjr


População não sabe o que fazer em caso de queimadura, revela pesquisa

Atitude da vítima nos primeiros momentos após acidente pode determinar sucesso de todo o tratamento


Por ano, mais de um milhão de brasileiros sofrem algum tipo de queimadura. Destes, apenas 100 mil procuram atendimento médico e 2,5 mil morrem por complicações causadas pelo acidente. Um estudo recente realizado no Colégio Positivo, em Curitiba (PR), alerta para os riscos de complicações no tratamento de queimaduras, por conta da desinformação.

A pesquisa foi realizada pelas estudantes Rafaela Bernardi Rizotto e Rebecca Nogueira Veloso para um trabalho científico sobre enxerto de pele e apresentado em março de 2021 na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), da Universidade de São Paulo (USP). Foram entrevistadas 400 pessoas, sendo que mais da metade (50,5%) delas possui grau de instrução superior completo e 57,8% já sofreram algum tipo de queimadura.

O dado mais alarmante é que 39% dos entrevistados afirmaram que não procurariam cuidados médicos. "Muitas vezes, a desinformação chega a ser pior que a própria queimadura, pois os primeiros cuidados devem ser rápidos e precisos para aumentar o índice de sucesso do tratamento e reduzir o risco de complicações", afirma a coorientadora do estudo, Irinéia Inês Scota, que é coordenadora de Pesquisa Científica e Empreendedorismo do Colégio Positivo.

Das pessoas que não buscariam cuidado médico, 16% afirmaram que se automedicariam com remédios já existentes em casa ou recomendados por conhecidos; 9,3% fariam uso de produtos não-convencionais caseiros e 3,8% disseram que procurariam informações on-line sobre como proceder. Entre os métodos caseiros citados, destacaram-se o leite materno (3,5%), creme dental (3,3%) e o óleo de cozinha (2,3%). 

Segundo o estudo, a falta de informação pode elevar a taxa de mortalidade nos casos de queimaduras. "Os familiares e socorristas podem, na maioria das vezes, salvar vidas prestando corretamente os primeiros socorros às vítimas, evitando a automedicação e o uso de substâncias caseiras", afirma Rafaela Rizotto. O presidente da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), José Adorno, ressalta que o primeiro cuidado com o ferimento é fundamental para o sucesso do tratamento. "Qualquer substância que seja passada sobre a pele queimada vai irritá-la e pode fazer com que a queimadura piore, inclusive evoluindo de um grau para outro. Há também o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus presentes nesses produtos, já que a barreira natural do organismo – a pele – está danificada", esclarece.

De acordo com Adorno, o tratamento vai depender da gravidade da ferida, localização, profundidade, extensão, presença ou não de infecção, agente causador da queimadura, estado nutricional do paciente, idade e presença de doenças crônicas degenerativas. No entanto, antes de chegar ao hospital ou unidade de saúde, algumas medidas simples podem ajudar a aliviar  a dor e conter o ferimento.

A orientação da Sociedade Brasileira de Queimaduras é que, imediatamente após o acidente, deve-se resfriar o local com água corrente; retirar acessórios (como anéis, colares, relógios etc), pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses objetos podem ficar presos; tomar comprimido analgésico para o alívio da dor; cobrir o ferimento com pano ou toalha limpa e dirigir-se à emergência (UPA) ou chamar socorro médico (SAMU). Não é indicado o uso de gelo nas lesões, furar as bolhas, tocar a área afetada com as mãos ou utilizar qualquer produto no local sem orientação médica. 

O cirurgião plástico Luiz Henrique Calomeno informa que mais de dois terços dos acidentes com queimaduras acontecem dentro de casa e, por isso, houve um aumento considerável de casos durante a pandemia. "As pessoas estão cozinhando mais e com o agravante do uso indiscriminado de álcool em gel em altas concentrações, que são ainda mais inflamáveis", alerta. Ele aconselha que, dentro de casa, seja dada preferência à lavagem de mãos com água e sabão, para diminuir o risco de acidentes.

Outro agravante, segundo Calomeno, é que muitas pessoas não procuram cuidados médicos por pensar que não terá atendimento por conta da alta ocupação hospitalar nessa época ou ainda com medo de se infectar com a Covid-19 dentro das unidades de saúde ou hospitais. "As queimaduras estão dentro do hall de emergências que serão sempre atendidas, independente de pandemia ou não", assegura o cirurgião.

 

Novas técnicas medicinais para o tratamento de queimaduras no Brasil 

Enxertos sintéticos vêm sendo estudados e testados para cobrir temporariamente áreas da pele afetadas por grandes queimaduras. Eles protegem contra infecções e perda de líquidos e podem ser apresentados em forma de spray, gel, espuma ou membrana. É o caso da pele de tilápia e do mel de abelhas, que foram estudados pelas jovens curitibanas.

O trabalho mostra que a pele da espécie de peixe tilápia possui características e morfologia semelhantes à pele humana, mas com cicatrização mais rápida - de 16 dias, em vez de 21. Com maior aderência à ferida, evita contaminação externa e desidratação, além de demandar trocas menos frequentes do curativo. A pele de tilápia pode ser deixada sobre a ferida por dias e, conforme a situação, até a cicatrização completa, o que pode reduzir o sofrimento do paciente. A técnica também tem um custo mais baixo se comparada aos demais tratamentos. 

Outro componente que vem sendo utilizado para tratar queimaduras é o mel (de grau médico, orgânico, livre de toxinas e esterilizado). Apresentado nas formas de tubo, gel e curativos, possui efeito antibactericida, cicatrizante e ainda diminui o edema local e a cicatriz. As estudantes pesquisaram que o tratamento com mel de abelha pode substituir os antibióticos tópicos, pois promove a formação de novos vasos sanguíneos e estimula as células do sistema imune. Além de ser natural, possui baixo custo.  


Doenças relacionadas às estações mais frias podem agravar sintomas em miastênicos

A bactéria pneumococo e os vírus Influenza e H1N1 figuram entre os desencadeadores de problemas respiratórios, mais comuns no outono e no inverno, e podem potencializar os sintomas relacionados à miastenia


A Miastenia Gravis (MG), doença rara e de difícil diagnóstico, pode acometer pessoas em qualquer faixa etária, desde o nascimento até a terceira idade. Por ser autoimune e afetar a junção neuromuscular, a fraqueza e a fadiga da musculatura esquelética estão entre os principais sintomas, mas em alguns casos, a evolução da miastenia pode provocar fraqueza respiratória. Muitas vezes, esses sintomas se confundem com outras comorbidades, em especial nos idosos, dificultando o diagnóstico em pessoas acima de 60 anos e aumentando a progressão da doença.

“Durante o outono e o inverno, as dores articulares tendem a aumentar e podem se tornar mais intensas em pacientes miastênicos, que já apresentam fraqueza muscular. É necessário redobrar os cuidados e prevenir também as doenças respiratórias, mais comuns nessa época do ano, evitando a disfasia (alteração na fala e compreensão) e o aumento da dificuldade em eliminar secreções orais, típicas da gripe e das alergias”, explica o Dr. Eduardo Estephan, médico neurologista e diretor científico da Abrami (Associação Brasileira de Miastenia).

Segundo o artigo científico denominado “Miastenia Gravis: implicações Anestésicas”, publicado na revista Brasileira de Anestesiologia, a fraqueza respiratória isolada ou combinada com a paralisia da deglutição é a complicação mais temida, bastante comum na crise miastênica. Além da fadiga, a presença de infecção - principalmente respiratória - pode levar à insuficiência grave, mesmo nos pacientes sem queixa anterior.

De acordo com o Dr. Eduardo Estephan, embora a doença se manifeste com mais frequência em mulheres abaixo dos 50 anos, a Miastenia Gravis pode acometer pessoas de qualquer faixa etária, apresentando características diferentes em cada uma.

A Miastenia neonatal (transitória) ocorre em 20% a 50% dos recém-nascidos de mães miastênicas. Dificuldade para a sucção, alterações respiratórias e faciais e pálpebra caída (ptose) são sintomas que podem aparecer logo após o nascimento ou entre 12 e 48 horas depois. A Miastenia Infantil ou congênita é decorrente de uma alteração genética e é rara quando a mãe não tem a doença, sendo mais comum em homens e com evolução de baixa mortalidade. Apenas 4% dos casos de miastenia ocorrem antes dos 10 anos de idade e 24% depois dos 20 anos. A Miastenia Jovem acomete mais mulheres do que homens e acontece por uma desordem autoimune, diferente da forma infantil, que apresenta um componente genético. Nesse caso, a doença tem um curso lento, com tendência à remissão.

Em adultos, a incidência é de aproximadamente 1 a cada 20.000 adultos, e mais comum em mulheres com menos de 50 anos. Após essa idade, há uma equivalência entre homens e mulheres, porém a doença tende a ser mais agressiva em homens, com baixa remissão e alta mortalidade. Em 3/4 dos pacientes que apresentam ptose (pálpebra caída) ou diplopia (visão dupla) como sintomas iniciais, a doença pode se generalizar com fraqueza da musculatura da faringe, resultando em outras complicações. 

“Aproveitando a chegada do outono, vale ressaltar a importância da vacinação, que é recomendada, em geral, para miastênicos idosos e não idosos. Deve ser considerada a imunização contra a gripe sazonal e H1N1 e contra pneumococo, bactéria considerada uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, entre outras doenças”, reforça o especialista.


Vacinas Contra Covid-19 e Gripe: qual é o tempo de espera entre uma e outra?

Tanto a gripe quanto a covid-19 afetam o sistema respiratório e podem trazer complicações, sequelas e levar à morte. Portanto, as vacinas diminuem os riscos à saúde e, no caso dos pacientes miastênicos, elas podem ter um efeito menor devido ao comprometimento do sistema imunológico. Mesmo assim, a recomendação é que todos sejam imunizados contra as duas enfermidades.

Geralmente, a campanha de vacinação contra a gripe prioriza os idosos. Neste ano, devido à pandemia, eles foram transferidos para uma segunda etapa para que não haja conflito com o calendário de vacinação contra a Covid-19.

O grupo de pessoas acima de 60 anos deve começar a ser imunizado a partir de 11 de maio, quando a maioria já estiver protegida contra o coronavÍrus, de acordo com as expectativas. Já os indivíduos com comorbidades ou deficiências permanentes receberão a vacina entre os dias 09 de junho e 09 de julho.

“Entre as duas imunizações, é importante priorizar a vacina contra a Covid-19 e, na sequência, tomar a vacina contra a influenza, respeitando o prazo indicado entre as duas. Esse intervalo é importante para evitar efeitos colaterais inesperados ou até uma resposta imunológica menos eficiente, embora saibamos que nos pacientes imunossuprimidos o efeito das vacinas pode ser menor”, explica o Dr. Eduardo.


Vacina Coronavac / Butantan

A indicação é aguardar de 14 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose desta mesma vacina.

É necessário esperar mais duas semanas para ser imunizado contra a gripe, que exige apenas uma dose.

 

Vacina AstraZeneca / Oxford

Nesse caso, a ordem da vacinação muda, pois o prazo entre a primeira e a segunda dose é de três meses. É indicado que, após a primeira dose desta vacina contra a Covid-19, a pessoa aguarde duas semanas para receber a vacina contra a gripe. A segunda dose da vacina contra a covid-19 será aplicada somente após dois meses e meio, não havendo interferência entre as duas.

 


Dr. Eduardo Estephan - Médico neurologista do Ambulatório de Miastenia do Hospital das Clínicas e do Ambulatório de Doenças Neuromusculares do Hospital Santa Marcelina, ambos de São Paulo.

https://www.miastenia.com.br/abrami/


Você sabe o que é lipodistrofia?

 Especialista explica sobre a lipodistrofia ginoide, a conhecida celulite

O uso de insulina também pode ocasionar a doença

 

Lipodistrofia é a disposição anormal da gordura no corpo, seja pelo aumento (hipertrofia) ou pela diminuição e ausência (atrofia) da gordura. Algumas formas podem ser hereditárias e estarem relacionadas a síndromes. Mas também pode ter relação com doenças como o HIV e a esclerodermia. A lipodistrofia causada pelo uso da terapia antirretroviral vem se tornando cada vez mais frequente em todas as regiões do mundo, sendo um dos distúrbios frequentes em pacientes infectados pelo vírus HIV. Além disso, outros medicamentos sistêmicos e locais (como insulina e corticoide) podem causar alteração da deposição da gordura.

O diagnóstico é, principalmente, clínico. A investigação inicia com perguntas genéricas e específicas para entendimento das queixas do paciente e conhecimento dos seus antecedentes pessoais e familiares. Dessa forma é possível identificar fatores que favoreçam o seu desenvolvimento e até condições hereditárias e genéticas.

O cirurgião plástico Dr. Fernando Amato explica que durante a consulta é importante uma avaliação corporal completa para caracterizar a distribuição anormal de gordura. Medidas antropométricas como o índice de massa corporal (IMC - relação entre peso e altura) e exames complementares como RX, ultrassom, densitometria, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem auxiliar no diagnóstico.

Muitas doenças sistêmicas associadas à lipodistrofia necessitam de equipe médica multidisciplinar, como o infectologista, nos portadores de HIV, e o endocrinologista, em doenças metabólicas”, comenta Dr. Amato.

 

Lipodistrofia Ginoide (LDG) – Conhecida popularmente como celulite, a LDG é uma alteração estrutural e inflamatória do tecido subcutâneo que causa modificações na pele, deixando-a com aquele aspecto ondulado da epiderme, semelhante à “casca de laranja” em algumas áreas do corpo. “O problema atinge até 90% das pacientes, praticamente em todas as etapas da vida, começando pela puberdade”, explica o especialista.

A LDG pode ser tratada com diversos procedimentos. Entre eles estão a lipoaspiração, que pode liberar as traves do subcutâneo; lipolaser, que pode soltar as traves e estimular o colágeno; lipoenxertia, que consiste no preenchimento do subcutâneo com gordura, melhorando o aspecto de depressão; e os bioestimuladores de colágeno (Radiesse, Sculptra, Elleva, Ellanse), que melhoram o aspecto com o estímulo da produção do colágeno. Dr.Fernando conta que o mais importante é saber quando utilizar essas opções e associá-las sempre que possível!

 

Lipodistrofia por insulina - O manejo do diabetes mellitus pode ser responsável por eventos adversos cutâneos, incluindo a lipodistrofia, que se desenvolvem no local das injeções de insulina.

Um artigo da Divisão de Diabetes, Nutrição e Doenças Metabólicas, do Departamento de Medicina do Hospital Universitário Sart Tilman, na Bélgica, explica que a infusão contínua de insulina subcutânea e injeções de análogos de insulina com uma sequência de aminoácidos alterada em comparação com a insulina nativa pode causar lipodistrofia em pacientes diabéticos.

Ou seja, quando o rodízio de áreas onde a insulina é aplicada não acontece ou quando uma agulha é utilizada diversas vezes, ocorre uma distribuição anormal da gordura nessa região. Além do surgimento de nódulos, inchaço e endurecimento da pele, a lipodistrofia também retarda a absorção da insulina pelo corpo, sendo assim, muito prejudicial ao diabético.

Nestes casos, a recomendação é não aplicar a insulina na região em que a condição já apareceu e intercalar os locais das injeções dentro da área do corpo escolhida.

 

Lipodistrofia trocantérica – A que mais incomoda as mulheres já que acúmulo de gordura fica localizado na região do culote.

“Neste caso, o tratamento pode envolver lipoaspiração, dermolipectomias - remoção cirúrgica do excesso de pele, podendo associar lifting glúteo e lifting de coxas - drenagem linfática feita por um profissional de confiança do médico cirurgião e fisioterapia dermatofuncional. Vale lembrar que uma boa forma de prevenir a gordura localizada é mantendo um estilo de vida saudável com boa alimentação e atividades físicas diárias”, ressalta Dr. Fernando Amato.

Para pacientes que apresentam lipoatrofia (redução significativa de gordura nas pernas, braços, bumbum e rosto), o tratamento de correção pode ser feito mediante lipoenxertia - técnica de cirurgia plástica que usa a gordura do próprio corpo como preenchimento.

“Durante o procedimento, é realizada lipoaspiração em partes do corpo com mais gordura acumulada como barriga, costas ou coxas. Depois de tratada, essa gordura é enxertada na região pretendida com agulhas finas.      O procedimento pode até ser feito com anestesia local, com ou sem sedação e a recuperação é bastante rápida. Os sintomas mais comuns no pós-operatório são dor discreta e controlável, pequeno desconforto, inchaço ou hematoma”, explica o cirurgião plástico.

Segundo Dr. Fernando, os impactos causados pelas deformidades corporais incluem depressão, prejuízos nas relações sociais e a má aceitação da própria imagem corporal. “Neste caso, mais do que um tratamento estético, a cirurgia plástica pode ajudar a reconstruir a autoestima dessas pessoas, contribuindo para o seu bem-estar e qualidade de vida. É uma questão que vai muito além da imagem.”, conclui o cirurgião.

 


Dr. Fernando C. M. Amato Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).

https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/


Dia Mundial da Malária traz consciência sobre doença que ainda tem grande impacto no Brasil

Brasil está entre os três países que concentram 80% dos casos na América

 

Dia Mundial da Malária acontecerá no domingo, 25 de abril, o que torna esse um bom momento para aprender mais sobre essa doença potencialmente fatal.

O Brasil junto com Venezuela e Colômbia correspondem por 80% dos casos de Malária na América. Mesmo com a pandemia em 2020, de janeiro a junho, foram registrados 1.049 casos importados de outros países no Brasil com maior ocorrência nos estados de Roraima e Amazonas segundo dados do Sivep-Malária do Ministério da Saúde. De janeiro a junho de 2020, o Brasil passou seis semanas em surto, mas na maioria das semanas analisadas o número de casos ficou abaixo do esperado para o período.

A malária é causada por um parasita unicelular do gênero Plasmodium. Mais comumente, o parasita é transmitido aos humanos por meio da picada de um mosquito. Como os parasitas que causam a malária afetam os glóbulos vermelhos, as pessoas também podem ser infectadas pela exposição a sangue infectado, inclusive da mãe para o feto, por meio de transfusões de sangue e do compartilhamento de agulhas usadas para injetar drogas.

“A malária é uma doença grave e representa um risco de vida. Embora seja evitável e curável, quase metade da população mundial está em risco” afirma a Dra. Stacey Rizza, especialista em doenças infecciosas na Mayo Clinic em Rochester, Minnesota. 

Os sinais e sintomas da malária geralmente começam algumas semanas após a picada do mosquito infectado. No entanto, alguns tipos de parasitas da malária podem permanecer inativos no corpo humano por até um ano. Algumas pessoas que têm malária experimentam ciclos de “ataques” de malária. Um ataque geralmente começa com tremores e calafrios, seguidos por febre alta, sudorese e, finalmente, retorno à temperatura normal.

“A boa notícia é que a malária não é contagiosa, o que significa que não pode ser transmitida de pessoa para pessoa como um resfriado ou gripe”, declara a Dra. Rizza. “É também uma doença curável e há muitos esforços preventivos e de tratamento em andamento, como a prevenção de picadas com o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e comprimidos antimaláricos para os viajantes. Todos eles ajudam a controlar e prevenir a doença".

O maior fator de risco para o desenvolvimento da malária é viver ou visitar áreas onde a doença é comum. Essas áreas incluem regiões tropicais e subtropicais da África Subsaariana, Sul e Sudeste Asiático, Ilhas do Pacífico, América Central e norte da América do Sul. O grau do risco depende do controle local da malária, das mudanças sazonais nas taxas de infecção e das precauções tomadas para evitar picadas de mosquito.

Em janeiro de 2020, um novo protocolo brasileiro para tratamento de malária foi publicado, o Guia de tratamento da malária no Brasil. Para cada espécie parasitária, um esquema de tratamento é necessário. Protocolo vai de encontro com Plano Nacional de Saúde (PNS) 2020-2023, cuja meta é de reduzir para, no máximo, 94 mil o número de casos autóctones de malária até 2023, uma redução de 50% em relação ao ano de 2018, acompanhando a Estratégia Técnica Global para Malária da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como meta a redução de pelo menos 90% dos casos e óbitos no mundo até 2030 em relação a 2015, a eliminação de malária em pelo menos 35 países e evitar a reintrodução da malária em países livres da transmissão.

Vacina está sendo testada em projeto piloto de dois anos que já distribuiu 1,7 milhão de doses em Gana, Quênia e Malauí. 

Saiba mais sobre a malária, incluindo as potenciais complicações da doença e medidas de prevenção que podem ser tomadas para garantir a segurança.

 


Mayo Clinic


Doença Renal Crônica: nefrologista alerta para a importância da prevenção

Hipertensão arterial e diabetes mellitus estão entre as principais causas da doença, que pode ser evitada com a conscientização da população sobre as medidas preventivas

 

As altas taxas de mortalidade dos portadores de Doença Renal Crônica (DRC) têm preocupado especialistas em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é que mais de 10 milhões de pessoas tenham a doença. Os números chamam a atenção, principalmente porque medidas simples de prevenção podem ser adotadas para evitar o diagnóstico. Por conta da baixa imunidade provocada pela doença, os pacientes estão entre os grupos mais vulneráveis à Covid-19. O alerta é da nefrologista do Grupo Assim Saúde, Giovana Breda, que ressalta ainda que a necessidade de sessões de diálise frequentes e o acompanhamento médicos ambulatorial podem dificultar a manutenção do distanciamento social adequado, em especial, pelo deslocamento à unidade de saúde.  

"Ao mapearmos os nossos atendimentos nos últimos 3 anos, constatamos exatamente essa realidade. Entre os mais de dois mil pacientes portadores de diabetes e hipertensão acompanhados pelo programa de medicina preventiva da operadora, cerca de 3% evoluíram para a doença renal crônica. Dessa parcela, observamos que aproximadamente 80% não desenvolveram as formas mais graves da doença, o que representa, ao mesmo tempo, ganho na qualidade de vida e redução do risco de morte prematura”, ressalta a médica. 

A especialista destaca medidas simples e essenciais para manter a boa saúde dos rins, como beber água, praticar exercícios físicos com regularidade, não fumar, ter uma alimentação balanceada, reduzir o consumo de sal nos alimentos e somente utilizar medicamentos com indicação médica. Outras medidas envolvem além dos exames de rotina, a adoção de um estilo de vida mais saudável, com o acompanhamento periódico realizado por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos.

 “Prevenir significa tratar e controlar os fatores de risco modificáveis, como diabetes, hipertensão, obesidade, doença cardiovascular e tabagismo, e o tratamento deve estar de acordo com as normatizações e orientações preconizadas pelo Ministério da Saúde. O uso de medicamentos somente deve ocorrer com orientação médica, mantendo o cuidado específico para os agentes que podem apresentar risco de ocasionar lesão nos rins”, alerta Giovana.

 

 

Assim Saúde


Células-tronco: Conheça seus principais benefícios à medicina

 Material biológico é uma das alternativas no tratamento de diversas doenças, entre elas diabete do tipo I, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, Parkinson e Alzheimer

 

As células-tronco são unidades microscópicas indiferenciadas, que tem a capacidade de auto reprodução, transformando-se em novas células que podem dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo. Elas renovam-se por meio da divisão celular, mesmo após longos períodos de inatividade, e, por isso, tem sido cada vez mais utilizada pela medicina para o tratamento de diversas doenças.

Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP , explica que elas são classificadas entre dois grupos principais: as adultas e as embrionárias. "As do primeiro tipo estão presentes no indivíduo após o nascimento e podem ser retiradas do dente de leite, sangue ou tecido do cordão umbilical, tecido adiposo e da medula. Já as embrionárias estão presentes no interior de embriões recém-fecundados", comenta.

Quando se trata das adultas, existem dois tipos: as células-tronco mesenquimais são capazes de se diferenciar em células de tecidos sólidos, como músculos, ossos, cartilagem e gordura e as hematopoiéticas, que estão presentes no sangue, na medula óssea e conseguem transformar-se em células sanguíneas como hemácias, glóbulos brancos, entre outras.

"Esse material biológico tem sido uma das alternativas para a medicina regenerativa no combate a diabete do tipo I, lesão medular e da córnea, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, além de doenças neurológicas, como Parkinson e Alzheimer", explica o médico. O especialista destaca que também possuem o potencial de auxiliar no tratamento de tumores malignos.

Com tantas terapias em desenvolvimento por meio das células-tronco, muitas pessoas têm armazenado esse material como forma de cuidado com a saúde. Dr. Nelson explica que esse armazenamento é feito através do congelamento. "As células são coletadas de sua região de origem, como por exemplo do tecido do cordão umbilical de um recém-nascido e levadas ao laboratório em um meio de cultura próprio, que impede que elas sejam contaminadas por bactérias. No laboratório elas são separadas, multiplicadas e então armazenadas em tanques com nitrogênio líquido à - 196 °C", comenta.

O médico afirma ainda que está cada vez mais comum entre os pais a opção pelo armazenamento do cordão umbilical de seus filhos recém-nascidos. "Por meio delas, no futuro, eles poderão usar as suas próprias células para tratar determinados males, caso seja necessário", aponta.


 

Criogênesis

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Hipertensão eleva riscos de trombose em infectados pelo coronavírus; casos em jovens preocupam

Aumento do número de pessoas mais novas diagnosticadas com pressão alta se deve principalmente ao sedentarismo e à má alimentação


O administrador Gustavo Loesch descobriu a hipertensão aos 29 anos em exames de rotina. Acima do peso e com dieta alimentar desequilibrada, precisou adotar um novo estilo de vida, além do uso da medicação indicada pelo cardiologista, para controlar a pressão arterial. “Perdi peso, cortei gorduras, reduzi o consumo do sal e faço uso de medicamento contínuo há mais de oito anos”, conta.

Segundo dados do Vigitel, do Ministério da Saúde, houve aumento em 14% dos diagnósticos de hipertensão arterial em adultos jovens (entre 20 e 44 anos) nos últimos 10 anos. Para a cardiologista e coordenadora do serviço de Check-up do Hospital Marcelino Champagnat, Aline Moraes, entre os motivos desse aumento estão o estilo de vida mais sedentário e o maior consumo de sal. No entanto, também impactou nesse aumento o crescimento do número de jovens que têm realizado a aferição da pressão arterial e a adoção de valores mais baixos para caracterizar normalidade – hoje sendo os famosos “doze por oito” (120 x 80 mmHg). 

“Via de regra, a hipertensão arterial é assintomática, e a pressão pode ficar mais elevada em situações de estresse e dor e ser uma resposta normal do organismo. Por isso, as avaliações periódicas são fundamentais, quando não se tem sintomas”, ressalta a médica.


Jovens hipertensos e a Covid-19

A Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz divulgou um relatório que mostra que o crescimento das taxas de hospitalizações por Covid-19, no mês de março, em pessoas com faixas etárias de 30 a 59 anos superou o aumento global da doença. Considerando todas as idades, o crescimento de casos chegou a 700%, se comparado a janeiro, enquanto em jovens essa escalada passou de assustadores 1.000%. Essa é mais uma preocupação das autoridades de saúde, já que a hipertensão é um dos agravantes para os infectados pelo coronavírus.

Ao longo da pandemia, profissionais de saúde e pesquisadores têm tentado compreender os motivos dessa piora dos pacientes hipertensos. Estudos indicam que a Covid-19 é uma doença que modifica respostas metabólicas, inflamatórias e de coagulação, gerando o comprometimento de vários órgãos, incluindo o coração. Pessoas que já tenham alterações crônicas do coração ficam, então, mais suscetíveis a ter evolução mais grave da doença. 

Especialista em hipertensão, a cardiologista Aline Moraes reforça que o aumento da pressão arterial pode fazer alterações como a hipertrofia do músculo cardíaco, o que pode aumentar o risco de trombose. “Em alguns pacientes hipertensos, notamos que há uma espécie de engrossamento que o coração faz para dar conta da pressão mais alta e que dificulta o relaxamento do coração. Quando essa hipertrofia é considerável, ela pode gerar também aumento dos átrios. Essas alterações podem fazer o paciente reter mais líquido nos pulmões, provocar arritmias e aumentar o risco de trombose - todos problemas muito associados à pior evolução da Covid-19”, reforça. “Quem já sofre com pressão alta precisa manter os níveis bem controlados com medicação e um estilo de vida saudável, além de tomar todos os cuidados já conhecidos como uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento social para evitar a contaminação do coronavírus”, conclui.

 


Hospital Marcelino Champagnat


Para o Dia da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, WW Vigilantes do Peso lista alimentos que agravam e que ajudam a controlar a doença

 Nutricionista do programa explica os malefícios e benefícios do consumo frequente de certos nutrientes e vitaminas

 

O dia 26 de abril foi instituído como o Dia da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial e tem como objetivo conscientizar a população dos graves riscos da doença. Para apoiar esse movimento, o WW Vigilantes do Peso separou duas listas: uma com os alimentos e ingredientes que podem agravar quadros de hipertensão arterial – quando consumidos em excesso – e outra com aqueles que podem ajudar a controlá-lo. Confira:


Alimentos que pioram o quadro

·         Ultraprocessados: A maioria é pobre em nutrientes e possui grande potencial inflamatório. "Ultraprocessados têm quantidades muito grandes de sódio, açúcares e gorduras trans. Consumi-los em excesso prejudica todo o funcionamento do corpo, incluindo a pressão arterial", alerta o nutricionista do WW Vigilantes do Peso, Matheus Motta.

·         Frituras: As frituras são ricas em gordura saturada e sinônimo do colesterol "ruim", o LDL – do inglês, low density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade. Por isso podem causar o entupimento das artérias e, consequentemente, a hipertensão. O recomendado é trocar a frigideira e o óleo pela assadeira ou então utilizar fritadeiras elétricas, mais conhecidas como air fryer.

·         Carne vermelha: Não é proibido para quem possui hipertensão, mas deve ser consumida com cautela. Assim como as frituras, o consumo de carne vermelha em excesso pode entupir as artérias e acarretar graves problemas de hipertensão e doenças cardiovasculares. As carnes magras são mais indicadas para quem tem condições crônicas. "O peito de frango, em comparação com a carne vermelha, tem de 30% a 40% de gordura a menos e 15% menos calorias", comenta o profissional.

·         Sal: Ao mesmo passo em que o sal é essencial para o equilíbrio dos líquidos no corpo, o consumo excessivo é perigoso para quem sofre de hipertensão. "É essencial que hipertensos busquem nas embalagens a indicação de que aquele alimento tem ‘baixo teor de sódio’, ou seja, em torno de 140 mg ou menos", sugere o nutricionista. O ideal é que o consumo diário de sódio não ultrapasse dois gramas, o que equivale a aproximadamente uma colher de chá de sal de cozinha. 

·         Óleo de coco: Ainda existem muitas polêmicas envolvendo os benefícios e prejuízos do óleo de coco para a saúde. Como a gordura dos óleos vegetais pode acumular-se rapidamente no corpo, contribuindo para o ganho de peso ao longo do tempo, é preciso avaliar o risco do consumo exacerbado desse ingrediente. "O óleo de coco é rico em gordura saturada, o que está associado a um risco maior de problemas cardíacos", explica o nutricionista.

·         Açúcar: Apesar dos alertas em relação ao consumo excessivo de sal, o açúcar também pode contribuir com o agravamento de quadros de hipertensão de forma indireta. "Consumir açúcar o tempo todo contribui para o aumento do peso. O excesso de gordura corporal pode acarretar em hipertensão, diabetes, problemas nas articulações e colesterol alto", alerta Motta.


Alimentos e ingredientes que contribuem para o controle da doença

·         Frutas cítricas: Acerola, laranja, goiaba, limão e outras frutas cítricas são ricas em vitamina C, que ajuda a manter a imunidade em dia e o funcionamento regular do corpo, incluindo a pressão arterial. Mas o nutricionista alerta: a ingestão de vitamina C não blinda o corpo contra infecções. "O nutriente diminui as chances de adoecer, mas não é milagroso. O ideal é manter uma alimentação equilibrada, com alimentos que tenham vitamina C e outros minerais benéficos para o corpo".

·         Vitamina A: Assim como a vitamina C, a vitamina A e betacarotenos também atuam como antioxidantes e podem ajudar a controlar ou evitar doenças crônicas, como a hipertensão. Essa vitamina também ajuda na melhor circulação do sangue. Manga, melancia, mamão, cenoura, abóbora, couve e espinafre são alguns exemplos.

·         Peixes oleosos: Atum, sardinha e salmão são peixes com alta concentração de ômega-3. Esse nutriente ajuda na resposta inflamatória,  auxiliando a imunidade e o funcionamento do copo. O ômega-3 pode ajudar a controlar e evitar quadros como o de diabetes, hipertensão, problemas cardíacos, entre outros. 

·         Nozes, castanhas, abacate e azeite: são fontes de gorduras insaturadas, que atuam como fator de proteção contra doenças cardiovasculares pois ajudam a aumentar os níveis de HDL (colesterol bom). Lembrando que o consumo excessivo desses alimentos pode ser prejudicial. 

 


WW Vigilantes do Peso

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Traqueostomias e drenagens torácicas disparam no 1º trimestre de 2021

Números estão relacionados ao aumento de casos graves de Covid-19


Os números de traqueostomias e de drenagens torácicas dispararam no primeiro trimestre por causa do aumento de casos de Covid-19. Os dados, do serviço de urgência e emergência cirúrgica de nove hospitais de Campinas, Valinhos e Vinhedo, apontam que de janeiro a março deste ano, o número de traqueostomias aumentou 175% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o de drenagem torácica quintuplicou e, até o dia 18 de abril, já era igual ao total registrado durante todo o ano de 2020. Os dois procedimentos são utilizados em casos graves de Covid-19.

A drenagem torácica, também conhecida como drenagem pleural, é indicada em casos de pneumotórax, quando há ar entre as membranas que envolvem os pulmões, e também nos casos de derrames pleurais, quando há líquido ao redor dos pulmões. O pneumotórax é bastante associado à ventilação mecânica. Para fazer a drenagem, em ambos os casos, são utilizados drenos. “O aumento de drenos nos últimos meses está relacionado ao aumento dos casos de Covid-19 em ventilação mecânica e também à gravidade dos pacientes”, explica o cirurgião geral e de urgência e emergência, Bruno Pereira, CEO o Grupo Surgical, responsável por cirurgias e procedimentos de urgência e emergência nos nove serviços hospitalares.

De acordo com o cirurgião torácico e broncoscopista do grupo, Luiz Von Lorhmann Arraes, pacientes graves de Covid-19 apresentam a necessidade de altos parâmetros ventilatórios para manter a troca gasosa. “É como se o pulmão ficasse ´duro´ e precisasse de maior pressão, vindo do ventilador, para expandir”, afirma. “Essas necessidades de altos parâmetros têm consequências para o pulmão e favorecem o acontecimento de pneumotórax. As altas pressões e condições ruins do pulmão formam fístulas broncopleurais. Com isso, o ar escapa para a pleura e impede a expansão do pulmão”, completa. O dreno torácico funciona como um sistema de válvula que faz a retirada do ar do espaço pleural e permite a expansão do órgão novamente.

Segundo Arraes, o pneumotórax é um caso de urgência e precisa ser resolvido rapidamente, já que a demora no diagnóstico ou no tratamento pode evoluir para um pneumotórax hipertensivo, quando a pressão dentro do tórax aumenta muito, transformando-se numa emergência, que pode levar o paciente à morte. “A drenagem é feita à beira do leito mesmo, por um cirurgião geral ou cirurgião torácico. E, nos casos de emergência, como no pneumotórax hipertensivo, a pressão dentro do tórax pode ser aliviada por uma punção com agulha no tórax (toracocentese), até a drenagem torácica apropriada. O tempo que o dreno permanece depende muito da evolução do paciente e de suas condições clínicas”, esclarece.

O aumento das traqueostomias está relacionado, principalmente, ao maior tempo de intubação dos pacientes. Pacientes intubados por um período prolongado têm mais riscos de desenvolver uma estenose (estreitamento) de traqueia, que pode dificultar a passagem de ar aos pulmões ou, em casos mais graves, gerar insuficiência respiratória. Dessa forma, a traqueostomia reduz esses riscos e ajuda na ventilação. “A traqueostomia também é uma intervenção cirúrgica, em que abrimos um orifício no pescoço do paciente, por onde inserimos uma cânula para facilitar a passagem de ar para os pulmões”, explica Arraes.

Nos casos de Covid-19, a recomendação é de que a traqueostomia seja realizada mais tardiamente, após 15 a 20 dias de intubação. “Isso acontece por dois motivos principais. O primeiro é que os pacientes têm um quadro mais complicado e, dificilmente, são extubados dentro do tempo padrão. Só que podem melhorar depois desse período e, eventualmente, não precisar da traqueostomia. Outro ponto que consideramos é a exposição da equipe, já que o procedimento emite aerossóis e pode contaminar os profissionais de saúde envolvidos”, diz Pereira.

 


Grupo Surgical


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