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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Nutricionista Adriana Stavro fala da importância da nutrição durante a amamentação

 

A Semana Mundial da Amamentação é comemorada todos os anos de 1 a 7 de agosto para incentivar a amamentação e melhorar a saúde dos bebês em todo o mundo.


A amamentação proporciona uma experiência única para mãe e filho. O aleitamento é o comportamento parental que somente a mãe pode fazer pelo bebê, criando uma conexão física e emocional ímpar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS)recomenda iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos de vida e continuar de forma exclusiva até 6 meses de idade. Alimentos nutritivos complementares devem ser adicionados ao longo da amamentação, por até 2 anos ou mais.

O leite humano (LH) é um fluido dinâmico especialmente adequado ao bebê, tanto em sua composição nutricional quanto nos fatores bioativosnecessários para a saúde e o desenvolvimento adequado. O LH possui centenas de moléculas distintas que protegem contra infecções, inflamações e contribuem para a maturação imunológica, desenvolvimento de órgãos e colonização microbiana saudável. A composição do LH é determinada por fatores genéticos, estilo de vida, dieta e idade da mãe. Além disso, a composição de macronutrientes do LH varia ao longo da lactação.

Segundo a nutricionista Adriana Stavro, durante os primeiros seis meses o bebê é alimentado apenas com LH, e depende da mãe para todos os requisitos nutricionais. A alimentação da mãe determina a qualidade do leite. A demanda de nutrientes nesta fase são maiores e podem ter um impacto negativo para mãe e filho se não forem atendidas. Por isso, planejaras refeições é importante. Frutas frescas, vegetais, leite e derivados, peixe, aves, nozes, grãos integrais, feijão e lentilha são fundamentais.

Quanto comer - Pode ser necessário ingerir de 500 a 600 calorias a mais por dia. No 6º mês, quando o bebê começar a comer outros alimentos, a mãe produzirá menos leite e poderá reduzir sua ingestão calórica.

• Álcool - É melhor evitar. Não existe quantidade segura de álcool para bebês.

• Cafeína - Se seu neném não estiver dormindo bem ou estiver irritado, diminua ou evite, pois a cafeína passa para o leite. Os recém-nascidos são mais sensíveis à substância.

• Alergias - Os alimentos mais comuns que causam alergias são laticínios, soja, trigo e ovos. Manter um diário alimentar pode ajudar identificar quais alimentos estão causando desconforto.

• Água - A água é responsável por 85-95% do volume total de leite. Existe uma crença generalizada que o aumento da ingestão de água aumentará a produção de leite, mas vários estudos mostraram que forçar a ingestão de líquidos além do necessário não tem efeitos benéficos na lactação. Beba de 40 a 50 ml por kg de peso ao dia.

• Alimentação variada - O sabor dos alimentos também é transferido para o bebê através do leite. Isso pode influenciar na aceitação do bebê por novos alimentos durante o desmame, e as primeiras experiências com a alimentação.

• Proteína - Inclua alimentos proteicos de 2 a 3 vezes ao dia, como carne e aves (magras) peixes, ovos, laticínios, feijão, nozes e sementes.

• Frutas, verduras e legumes - Coma 5 porções. A OMS recomenda no mínimo 400g ao dia.

• Carboidratos - Inclua grãos integrais, pães, massas, cereais e aveia

• Dietas vegetarianas- São compatíveis com a amamentação. Porém a mãe precisará tomar um suplemento de vitamina B12, para garantir a demanda.


Os benefícios maternos da amamentação incluem:

• Mães que amamentam se recuperam do parto mais rápido. O hormônio oxitocina, liberado durante a amamentação, atua para retornar o útero ao seu tamanho normal e pode reduzir o sangramento pós-parto.

• Pesquisas mostraram que as mulheres que amamentaram apresentam taxas reduzidas de câncer de mama e ovário.

• Alguns estudos apontaram que a amamentação pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo 2, artrite reumatoide e doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão e colesterol elevado. 



Estima-se que o aumento da amamentação possa evitar 20.000 mortes maternas a cada ano devido ao câncer de mama

Os benefícios do aleitamento para o bebê:

• Riscos reduzido de:

• Asma
• Leucemia (durante a infância)
• Obesidade (durante a infância)
• Infecções de ouvido
• Eczema (dermatite atópica)
• Diarreia e vômito
• Infecções respiratórias inferiores
• Enterocolite necrosante (uma doença que afeta o trato gastrointestinal em bebês prematuros ou bebês nascidos antes das 37 semanas)
• Síndrome da morte súbita do lactente (SMSL)
• Diabetes melitos tipo 2 (na adolescência e vida adulta)
• Gastroenterite
• QI mais elevado


Amamentar pode salvar mais de 800.000 vidas a cada ano, sendo a maioria crianças menores de 6 meses.

A lactação é um momento biológico que mereceatenção especial com a alimentação e com algumas vitaminas e minerais que exigemdemanda aumentada, confira:

Ferro - Confira a lista de alimentos fontes: 


• Carne vermelha
• Vegetais verde-escuros, como brócolis, espinafre e couve
• Leguminosas: grão-de-bico, lentilha e feijão
• Tofu
• Cereais integrais, como aveia e quinoa
• Uva passa

A vitamina C - Ajuda a aumentar a absorção do ferro não-heme (dos vegetais), por isso, inclua na mesma refeição alimentos fontes de vitamina C 


• Caju
• Goiaba
• Manga
• Morango
• Pimentão
• Tomate
• Laranja
• Tangerina
• Acerola
• Limão

Por outro lado, evite consumir alimentos ricos em cálcio (leite e derivados), café e chás na mesma refeição pois eles prejudicam a absorção do ferro.

Ácidos gordurosos de omega-3 - O cérebro e outros tecidos neurais, incluindo a retina, são amplamente compostos por fosfolipídios, ricos em ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, especialmente o ácido docosahexaenóico (DHA). O feto e o bebê recém-nascido dependem de um suprimento materno de DHA. Os peixes gordurosos como salmão, anchova, robalo, truta, linguado, atum e sardinha são as principais fontes.

As mulheres que amamentam são aconselhadas a não comer mais de duas porções por semana de peixes para reduzir a exposição a poluentes e metais pesados, incluindo mercúrio, que podem prejudicar o desenvolvimento do bebê

Vitamina A - A Vitamina A é um micronutriente essencial para vários processos metabólicos, como ciclo visual, crescimento, reprodução, sistema antioxidante e imunológico. Apresenta especial importância durante os períodos de proliferação e rápida diferenciação celular, como no período neonatal e infância. As fontes de incluem queijo, folhosos verde-escuros, frutas e legumes de cor laranja,fígado, gema de ovo e óleos de peixes.

Vitamina D - A vitamina D ajuda o corpo a absorver cálcio, importante para ossos e dentes saudáveis. A principal fonte é através da ação da luz solar na pele.

Vitamina B2 - A vitamina B2 também conhecida como Riboflavina, ajuda a liberar energia dos alimentos e a manter a saúde das membranas mucosas, como as da boca e do intestino. É encontrada em levedura, fígado, vegetais folhosos (couve, brócolis, espinafre, repolho, agrião, entre outros), ovos, carne, semente de girassol, ervilha, soja, leite e frutos do mar.

Vitamina B12 - A vitamina B12 ajuda a produzir glóbulos vermelhos e mantém o sistema nervoso saudável. A vitamina B12 está presente nos alimentos de origem animal, especialmente nos peixes de água fria e profundas, como salmão, truta e atum. Fígado, carne de porco, carne vermelha, leite e derivados e ovos também são fontes.Dietas vegetarianas e veganas provavelmente precisam de suplementos devitamina B12.

Cálcio- O cálcio é essencial durante a lactação, porque é necessário para a produção de leite. Além disso é importante para a mãe manter sua saúde óssea. Leite e derivados, soja, tofu, sementes de gergelim, sardinha, folhas verdes escuras (espinafre, couve, agrião, rúcula, brócolis, quiabo), grão-de-bico são fontes deste mineral.

Magnésio - O magnésio é importante para a saúde óssea, função muscular e nervosa. As principais fontes alimentares são cereais, leite e derivados, vegetais, batatas e carnes.

Zinco - É um micronutriente necessário à reprodução, diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade. É encontrado em muitos alimentos, incluindo carne vermelha, leite, queijo, ovos, frutos do mar, cereais integrais, nozes e leguminosas. 



Interação de Vitamina A, ferro e zinco

É reconhecida a interação entre o metabolismo da vitamina A, do ferro e do zinco, pois a deficiência de um desses nutrientes pode prejudicar a utilização dos demais pelo organismo humano.

O zinco é utilizado para a síntese hepática e secreção da proteína responsável pelo transporte da vitamina A. Portanto, em situações de deficiência de zinco, a produção desta proteína está reduzida, resultando em carência secundária da vitamina A, que é caracterizada pelos baixos níveis séricos de retinol.

A deficiência de ferro também influencia os níveis séricos de retinol, pois a carência de ferro pode comprometer o funcionamento normal da mucosa intestinal, dificultando a absorção da vitamina A proveniente da dieta e prejudicando a sua biodisponibilidade.

 



Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta
Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.

  

Crescem alertas sobre necessidade de superar a Covid-19 sem descuidar de outras doenças

Especialistas explicam como identificar sinais do corpo que não podem esperar a pandemia passar 


Cinco meses da pandemia da Covid-19 no Brasil e talvez o tema saúde nunca tenha sido tão falado e, ao mesmo tempo, tão negligenciado como agora. Em um ano atípico por conta da pandemia, é importante esclarecer quando é o momento certo de procurar atendimento médico, quando outras partes do corpo dão sinais de que não estão funcionando bem. A queda de mais da metade do número de atendimentos em hospitais especializados em vários estados já acendeu a luz amarela sobre o risco de uma terceira onda da pandemia gerada pelo agravamento de doenças não diagnosticadas ou que tiveram o tratamento interrompido durante a quarentena. 

O primeiro passo para evitar dores e complicações desnecessárias é entender os sinais. Dores no mesmo local por mais de três dias, falta de ar, dificuldade na fala, formigamento, sangue na urina, febre e vômitos são algumas características que não podem ser negligenciadas. Em alguns casos, o adiamento do atendimento médico pode ter consequências irreversíveis, como no caso de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que a cada hora perdida de tratamento representa a morte de 120 milhões de neurônios.


Confira outros aspectos a serem observados em áreas importantes da saúde:


Neurologia - Perda de força, fraqueza ou formigamento de um lado do corpo podem ser sinais de AVC

A médica Lívia Figueiredo, neurologista e coordenadora do serviço de neurologia do Hospital Marcelino Champagnat, explica alguns sintomas que necessitam de atendimento imediato, em função de serem sinais indicativos de AVC, a segunda maior causa de morte no Brasil. Alteração da fala ou dificuldade em pronunciar as palavras, boca torta, alteração de visão podem ser sintomas de AVC e o serviço médico tem que ser procurado de forma imediata, de preferência em um local que tenha atendimento especializado em neurologia. Também não dá para ignorar características que surgem subitamente como: perda de força, fraqueza ou formigamento de um lado do corpo. “O AVC tem tratamento e quanto mais cedo for iniciado, maiores as chances de recuperação e menores as sequelas. A cada hora perdida de tratamento, 120 milhões de neurônios morrem. Então o AVC é uma emergência, não pode esperar”, ressalta. A médica confirma ainda que há estudos recentes que apontam algum aumento de incidência de AVC em pacientes que têm Covid-19. “O tempo frio aumenta a preocupação com o coronavírus e com o maior risco de AVC, por conta da constrição dos vasos sanguíneos. Também merece atenção a crise convulsiva, seja a primeira ou uma mudança no padrão de crise de quem já tem, precisa ser investigado porque pode haver alguma doença por trás que esteja causando essa alteração”, acrescenta.


Cardiologia - Falta de ar e dor no peito que irradia para os braços e o queixo exigem atendimento imediato

A médica cardiologista do hospital Marcelino Champagnat, Lidia Zytynski Moura, possui na ponta da língua as principais características de problemas cardíacos que precisam de um atendimento especializado. “A piora da falta de ar, dor no peito, em especial, as dores que irradiam para os braços e para o queixo e, principalmente, desmaios”, explica. “É importante que diante desses sintomas você procure seu médico quer seja por telefone  ou via telemedicina, principalmente em caso de piora”, recomenda. Ela também defende que pacientes que já possuem doenças cardíacas ou doenças crônicas precisam redobrar os cuidados neste período. “É importante manter os seus tratamentos, manter-se atento à glicemia, se for diabético, manter-se atento aos níveis de pressão arterial se você for hipertenso e tomar a medicação exatamente conforme foi prescrita pelo médico”.


Cirurgia geral - Dor no lado direito da região abdominal pode ser caso cirúrgico

Para o médico Wagner H. Sobottka, cirurgião geral e coordenador do serviço de emergência do Hospital Marcelino Champagnat, qualquer pessoa com dor na região abdominal do lado direito deve procurar o pronto atendimento. “Quanto antes for feito o diagnóstico, antes será realizada a cirurgia, um tratamento cirúrgico mais eficiente e o paciente fica menos tempo internado, facilitando a recuperação no pós-operatório”, esclarece.

Segundo ele, uma infecção no cólon, uma colecistite aguda, diagnosticada precocemente possui um tratamento cirúrgico muito efetivo com baixo índice de complicação. “É preciso sempre prestar atenção aos seguintes sintomas abdominais: náuseas, vômitos, dores abdominais, febre, diarreia, mudanças no funcionamento do intestino”, destaca. No caso de dores na parte superior do abdômen, a dor pode estar relacionada às pedras nas vesículas (pancreatite aguda). Já na região inferior direita do abdômen, se associado à febre, falta de apetite e mal-estar, o quadro pode ser de apendicite. “Apendicite aguda pode trazer complicações e um quadro infeccioso grave, que apresenta um risco de mortalidade se não for tratado adequadamente”, alerta.


Urologia - Forte dor na região lombar e aumento na frequência urinária associados à febre podem ser sinais de cálculo urinário

O médico urologista Mark Neumaier explica que, além dos riscos para a saúde, negligenciar os sinais de problemas nessa região acarretam em um sofrimento desnecessário, em função da dor gerada.  Alguns sinais de alerta para doenças do sistema urinário são: sangue na urina, incontinência urinária, forte dor na região lombar e febre. “Dor nas costas, na altura das costelas, de forte intensidade e muitas vezes associada ao aumento da frequência urinária. Esse sintoma é muito comum e relacionado ao cálculo urinário. Se não for reconhecido e tratado pode trazer consequências, inclusive, irreversíveis”, informa. O médico também faz um apelo sobre o aumento de pessoas trabalhando home office e o risco para a saúde. “Tenho notado que muitas pessoas deixam de se levantar, passam mais tempo sentadas, inclusive, deixam de se hidratar adequadamente, e isso favorece algumas doenças específicas como infecção urinária. A cada hora sentado, procure levantar, estipular metas de ingestão de líquidos. Pelo menos dois litros e meio de água por dia”, indica.


Ortopedia -  Uma dor que dura mais de três dias e não melhora deve ser atendida por um especialista

O ortopedista, especialista em cirurgia de coluna, Antônio Krieger, também vê com preocupação as consequências do isolamento social e do home office para a integridade da coluna vertebral. “Nem toda casa tem a ergonomia e o escritório perfeito para que se possa trabalhar durante seis, oito horas sentado. O desktop que permitia uma visão na mesma altura do monitor foi trocado por um notebook que muitas vezes exige uma flexão do pescoço e com isso começaram a surgir sintomas de cervicalgia, dor no pescoço e dor lombar”, aponta.

Sobre a dúvida de quando ir ao hospital ele diz que os sintomas que o paciente precisa estar bastante atento são: uma dor que dura mais de três dias e não melhora. “Seja uma dor na cabeça ou nas costas, tomou um analgésico e melhorou, não é o caso de buscar o hospital. Agora uma dor que já durou três dias, uma semana, uma dor limitante, que não lhe permite ficar longos períodos em pé ou sentado, perda de força nos membros, precisa”, compara.

O ortopedista Thiago Fuchs, que atua nas áreas de cirurgia de joelho e quadril, diz que as mudanças na vida, nos hábitos e rotinas, nessa época de pandemia, vão impactar em aumento nos problemas ortopédicos. Nas articulações de carga, como o joelho e o quadril, é importante procurar o médico em caso de dores articulares relacionadas aos movimentos ou de ficar muito tempo sentados. “Aquela dor que lhe incomoda todos os dias, aquela dificuldade de calçar os sapatos ou realizar atividades simples do dia a dia são sintomas e sinais clínicos que não devem ser deixados de lado e que, algumas vezes, quando se passa muito tempo daquele sinal ou sintoma, o tratamento fica muito mais difícil, complicado e, muitas vezes, necessita de uma cirurgia”, afirma.

 

 

Hospital Marcelino Champagnat

 

Homens estão se cuidando menos ainda durante a pandemia

Especialistas indicam que houve uma redução de mais de 54% na procura por atendimento emergencial


Durante o último mês de julho, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) realizou uma pesquisa com mais de 700 urologistas associados e constatou que a procura por cirurgias eletivas urológicas caiu 50% durante a pandemia. O resultado provocou uma preocupação ainda maior por parte dos especialistas, principalmente com os homens, que geralmente se cuidam menos que as mulheres quando o quesito é saúde.

"A probabilidade de homens terem doenças do coração, câncer, diabetes, colesterol elevado, hipertensão e obesidade é uma tendência preocupante, por isso afirma-se que no Brasil, em média, os homens vivem sete anos a menos do que as mulheres", afirma o uro-oncologista, Dr. Daher Chade.

Segundo o especialista, com o surgimento da pandemia, aconteceram diversas mudanças drásticas na vida de muitas pessoas, afetando a saúde física, psicológica e social. "Através da pesquisa da SBU com especialistas, ficou nítida o quão alarmante está a agressividade dessa doença (Covid19), pois os atendimentos assistenciais para outras especialidades diminuíram de forma significativa: mais da metade dos pacientes que necessitavam de tratamento cirúrgico deixou de ser operada."

Dr. Chade conta que o surgimento da Telemedicina facilitou o processo de atendimento, e que deve ser utilizado pelos pacientes em diferentes estágios, pois o tratamento ou a assistência devem continuar para o bem-estar e a qualidade de vida do paciente. "Apesar das recomendações para evitar o ambiente hospitalar, precisamos ressaltar que a assistência emergencial continua sendo realizada e que a telemedicina é uma opção segura e que deve ser utilizada para atender todos os casos", completa o médico.

 

Técnica usa inteligência artificial para diagnosticar a COVID-19 e prever risco de complicações

 Sistema automatizado desenvolvido por pesquisadores da Unicamp, da USP e colaboradores se baseia na análise do padrão de moléculas do plasma sanguíneo de pacientes (imagem: divulgação)

 

Um método que permite diagnosticar a COVID-19 em cerca de 20 minutos – com baixo custo e sem a necessidade de reagentes importados – foi descrito por pesquisadores brasileiros em artigo divulgado na plataforma medRxiv, ainda sem revisão por pares.

O sistema usa algoritmos de inteligência artificial capazes de reconhecer em amostras de plasma sanguíneo de pacientes um padrão de moléculas característico da doença. Segundo os autores, também é possível identificar, entre os casos confirmados, os indivíduos com maior risco de desenvolver manifestações graves, como insuficiência respiratória.

O projeto é apoiado pela FAPESP e envolve pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade de São Paulo (USP), além de colaboradores no Amazonas.

“Nos testes feitos para validar a metodologia, conseguimos diferenciar as amostras positivas e negativas com um acerto de mais de 90%. Também fizemos a diferenciação entre casos graves e leves com acerto em torno de 82%. Agora, estamos iniciando o processo de certificação junto à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, conta à Agência FAPESP o professor da Unicamp Rodrigo Ramos Catharino, coordenador da pesquisa.

Segundo ele, o exame, quando em operação, poderia custar em torno de R$ 40 por amostra, cerca de metade do preço de custo do RT-PCR, método considerado padrão-ouro para diagnóstico da COVID-19.

O trabalho vem sendo desenvolvido no Laboratório Innovare de Biomarcadores, durante o doutorado de Jeany Delafiori, e integra uma linha de pesquisa que combina técnicas de metabolômica e aprendizado de máquina para buscar marcadores capazes de auxiliar o diagnóstico de doenças como zikadengue hemorrágicafibrose císticadiabetes e outros distúrbios metabólicos.

O grupo trabalha em parceria com o Laboratório de Inferência em Dados Complexos (Recod) do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, coordenado pelo professor Anderson Rocha e conta com a participação de seu colaborador Luiz Claudio Navarro.

“O projeto contou com a participação de 728 pacientes – sendo 369 com diagnóstico de COVID-19 confirmado clinicamente e por RT-PCR. As amostras de indivíduos não infectados foram usadas para comparação, como uma espécie de grupo controle. No caso de alguns pacientes que desenvolveram complicações e precisaram ser internados, foi coletada uma segunda amostra de sangue. De modo geral, entre os casos confirmados, havia indivíduos com sintomas leves e graves”, conta Delafiori.

Todas as amostras foram analisadas em um equipamento conhecido como espectrômetro de massas, capaz de discriminar as substâncias presentes em fluidos corporais. Como explicam os pesquisadores, esse conjunto de moléculas encontrado no plasma sanguíneo retrata os diversos processos metabólicos ativos no organismo.

“Nos concentramos nas moléculas de baixo peso molecular, como os aminoácidos, os pequenos peptídeos e os lipídeos. Elas surgem na parte final dos processos metabólicos e, portanto, estão mais diretamente ligadas aos sintomas que os pacientes estavam manifestando no momento da coleta”, explica Delafiori.

Parte das amostras foi então usada pela equipe do IC-Unicamp para ensinar um método de inteligência artificial a reconhecer padrões de metabólitos encontrados nos casos positivos e nos negativos, bem como diferenciar os padrões dos casos leves e graves. A outra parte foi usada em um teste cego, cujo objetivo foi avaliar o acerto final da análise feita pelo sistema.

Segundo os dados do artigo, o método alcançou 97,6% de especificidade e 83,8% de sensibilidade para o diagnóstico da doença no teste cego. Já em relação à análise de risco para manifestação grave a especificidade foi de 76,2% e a sensibilidade foi de 87,2%.

“Sensibilidade [também conhecido como sensitividade] é o parâmetro que indica o quão sensível o método é para detectar a presença ou ausência da COVID-19. Já especificidade tem a ver com a capacidade de diferenciar a COVID-19 de outras condições de saúde. Esses dois parâmetros, quando analisados em conjunto, determinam a taxa de acerto”, explica Delafiori. “Ainda estamos trabalhando para melhorar a taxa de acerto do exame, à medida que novas amostras de pacientes são coletadas por nossos colaboradores.”

De acordo com Rocha, o algoritmo desenvolvido é capaz de incorporar conhecimento na medida em que analisa novas amostras, o que tende a se refletir em uma melhora na performance com o passar do tempo. “Se hoje ele tem uma taxa de acerto em torno de 90%, é provável que acerte ainda mais quando chegar a milhares de pacientes analisados”, afirma o pesquisador.

A equipe do IC-Unicamp também criou um software para automatizar todo o processo de análise e gerar, no final, um relatório que informa para o médico se o paciente tem a COVID-19 e se apresenta risco de complicações.

“Esses biomarcadores preditores de evolução da doença podem, por exemplo, ajudar o médico da assistência básica a decidir se o paciente que testar positivo pode ser mantido em isolamento domiciliar ou se deve ser transferido para um centro de maior complexidade”, comenta Rinaldo Focaccia Siciliano, médico assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC-FM-USP) e da Unidade de Controle de Infecção Hospitalar do Instituto do Coração (InCor), um dos coautores do artigo.

Na avaliação de Siciliano, o método tem mostrado um bom desempenho para detectar tanto os casos leves, nos primeiros dias de sintomas, como também os mais avançados, de pacientes que já apresentam falta de ar na admissão ao hospital. “A vantagem de ter vários centros participando do projeto, com diferentes perfis, é a variabilidade das amostras. Isso permite que seja possível aplicar a metodologia em diferentes cenários, tanto ambulatorial quanto hospitalar”, diz.

Outro avanço apontado pelo pesquisador é a possibilidade de diagnosticar precocemente a doença por meio de uma amostra de sangue, mais fácil de ser coletada do que a secreção nasal usada no teste de RT-PCR. “A coleta com swab [cotonete comprido inserido no fundo do nariz] requer equipe bem treinada e sala apropriada, pois há risco de dispersão de aerossóis contaminados com o vírus. E o teste sanguíneo atualmente disponível só é capaz de detectar anticorpos alguns dias depois do surgimento dos sintomas.”

Modelo otimizado

Enquanto a maioria dos testes laboratoriais analisa no sangue os níveis de algumas poucas substâncias, o sistema computacional desenvolvido pela equipe da Unicamp é capaz de olhar, ao mesmo tempo, para milhares de variáveis e extrair interconexões diretas e cruzadas entre elas: por exemplo, quais substâncias estão aumentadas e quais estão diminuídas em indivíduos com uma determinada doença.

“Para tornar isso possível, trabalhamos nos últimos três anos no desenvolvimento de um modelo matemático que seja explicável, ou seja, que nos permita não apenas fazer uma predição correta como também saber quais variáveis o sistema está olhando para fazer essa predição. Isso possibilita, após a identificação de um primeiro conjunto de biomarcadores, selecionar os mais significativos e otimizar o processo de análise. Além disso, os dados gerados podem ser usados pela área de metabolômica para desvendar o mecanismo da doença”, explica Navarro.

No caso da COVID-19, o grupo chegou a um conjunto de aproximadamente 30 metabólitos que funcionam como uma assinatura da doença. De acordo com Delafiori, o diagnóstico positivo foi associado, por exemplo, a uma redução no nível de lisofosfatidilcolinas – fosfolipídios derivados de glicerol que contêm fosfato na sua estrutura. “Essas moléculas são precursoras de surfactantes pulmonares [compostos que reduzem a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração] e protegem o órgão de infecções oportunistas. A diminuição dessas espécies foi reportada previamente em pacientes com síndrome respiratória aguda grave”, conta.

Também se observou nos casos positivos, diminuição nos derivados de colesterol, que foi ainda mais pronunciada nos pacientes que evoluíram para a forma grave. “Alguns estudos reportam redução nos níveis de colesterol à medida que o paciente com COVID-19 evolui para um desfecho negativo”, diz a pesquisadora.

Já os níveis de glicerolpídios – reportados previamente desregulados na síndrome respiratória aguda grave – estavam aumentados nas amostras de pacientes com a doença.

“Após essa etapa de validação bioquímica dos biomarcadores – que permitiu, por exemplo, descartar moléculas associadas ao uso de um medicamento anti-inflamatório que não tinham relação com a doença – combinamos as variáveis restantes em pares. Essa nova técnica que estamos introduzindo no modelo aumenta a acurácia da análise e a torna possível de ser feita com diferentes equipamentos de espectrometria de massas”, conta Navarro.

Na avaliação de Catharino, a metodologia poderia ser aplicada em qualquer laboratório público ou privado equipado com um espectrômetro de massas. Enquanto protocolam o registro na Anvisa, os pesquisadores pretendem aumentar ainda mais a diversidade das amostras analisadas no contexto da pesquisa para melhorar a performance do sistema.

O grupo conta com a colaboração de pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, da Fiocruz Amazônia e de diversos hospitais associados ao projeto.

Além da nova metodologia para diagnóstico, o projeto prevê a pesquisa dos mecanismos envolvidos nos distúrbios de coagulação sanguínea – entre eles a alteração na capacidade das plaquetas de se agregar – que têm sido associados à COVID-19. Essa parte da investigação é coordenada pelo professor da USP José Carlos Nicolau. O trabalho descrito no artigo também conta com apoio da FAPESP por meio de auxílios concedidos à professora da USP Ester Sabino e aos professores da Unicamp Wagner José Fávaro e Fabio Trindade Maranhão Costa.

O artigo Covid-19 automated diagnosis and risk assessment through Metabolomics and Machine-Learning pode ser lido em www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.07.24.20161828v1.

 

 



Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/tecnica-usa-inteligencia-artificial-para-diagnosticar-a-covid-19-e-prever-risco-de-complicacoes/33778/

 


Entenda quais exames uma mulher de 40 anos deve fazer

Ter a mamografia em dia é fundamental, mas outros exames são igualmente importantes para diagnosticar precocemente, acompanhar e prevenir também outras doenças. Não precisamos estar necessariamente em outubro para que você saiba que a mamografia é um dos exames que a mulher, ao chegar aos 40 anos, deve fazer. Mas e quanto aos outros?

Falar sobre exames está ligado diretamente a prevenção, algo que devemos ter em mente sempre, além do outubro Rosa, mas durante todo o ano!

Apesar do câncer de mama ser o mais frequente nas mulheres (depois do câncer de pele), a atenção não deve estar focada somente para este tipo. Outras ocorrências também são bem comuns, como por exemplo, aqueles que acometem o colo do útero, do estômago e do intestino.

 

A mamografia é só um dos exames

 

Porém, não se atentar para essas doenças, ter a mamografia em dia e, de repente, passar por um infarto agudo ou um acidente vascular cerebral (AVC). Isso porque todas se assustam com essas doenças mais temerosas, mas não se preocupam para a principal causa de morte no mundo: as doenças cardiovasculares.

Com a finalidade de orientar sobre os cuidados com sua saúde, trago alguns dos exames mais importantes aos quais a mulher de 40 deve ser submetida, além da mamografia.

Claro que a escolha dos procedimentos só deverá ocorrer após uma avaliação clínica individual. Assim, trago apenas algumas sugestões para esclarecer a importância de cada um deles.

 

Estes são os exames mais importantes

 

O exame colpocitológico, conhecido como papanicolaou, é fundamental para diminuir a incidência do câncer do colo uterino. Ele detecta algumas alterações nesta região antes de elas virarem câncer. Hoje, existem algumas opções mais modernas de exames, como a captura híbrida de HPV e a genotipagem do HPV, cujas intenções são similares, mas o bom e velho “papa” já ajuda bastante!

Para as mulheres de 40 que já entraram na menopausa, exames como a densitometria óssea são importantes para identificar alterações na composição do osso, como por exemplo osteopenia ou osteoporose. Com isso, é possível realizar um acompanhamento melhor para evitar fraturas na terceira idade. Ainda para aquelas no climatério, um perfil hormonal ajuda a entender melhor essa fase e como é possível aliviar melhor seus sintomas.

Outro exame que pode ser solicitado nessa faixa etária, sendo mais comum esse tipo de solicitação ocorrer para pacientes após os 50 anos, é a colonoscopia. Através deste procedimento é possível localizar lesões, como pólipos intestinais que caso não forem retirados, podem causar o câncer colorretal. Uma alternativa mais fácil, porém, não a ideal, é a pesquisa de sangue oculto nas fezes.

 

Fique atenta também aos exames laboratoriais

 

Alguns exames laboratoriais são fundamentais, como por exemplo, a glicemia (para diagnosticar diabetes) e colesterol total e suas subdivisões. Quando há diabetes ou dislipidemia, o risco de doença cardiovascular aumenta.

Para as fumantes, indica-se fazer um Raio-X do tórax, que permitirá visualizar possíveis alterações pulmonares. Já para as portadoras de diabetes, dislipidemia ou hipertensão, entre os exames a serem feitos deve estar um eletrocardiograma, que permite checar como está o coração.

As ultrassonografias, incluindo a transvaginal, não são indicadas de rotina. No entanto, se forem feitas, permitem uma avaliação da área em específico, sem riscos associados ao exame. Mas, atenção: o ultrassom de mamas não substitui a mamografia!

Tanto para o câncer como para as doenças cardiovasculares, o mais importante é a prevenção primária. Já está comprovado que uma vida saudável, com sono em dia, atividades físicas constantes e alimentação adequada podem afastar essas enfermidades. Além, claro, de cessar o tabagismo.

É muito mais difícil tratar uma doença quando ela aparece. Assim, vamos cuidar de suas causas para dificultar o seu aparecimento. E fazer exames para acompanhar e identificar qualquer anomalia precocemente. 

 

 

Dr. Rodrigo Ferrarese - O especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (cistos, endometriose), histeroscopias; ( pólipos, miomas), doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling, ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital, incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas, Diu...).  Mais informações podem ser obtidas pelo canal no YouTube e também pelo Spotify -https://linktr.ee/dr.rodrigoferrarese

 

HPV: crianças e adolescentes também precisar ser imunizados

A pediatra Isabella Ballalai ressalta a importância de os pais vacinarem os filhos contra o vírus que pode levar ao câncer¹

 

Alguns tipos de câncer são causados por agentes infecciosos como vírus. O mais comum é o papiloma vírus humano (HPV), responsável pelo câncer de colo do útero, ânus e outras localizações¹. A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir. Com exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por essa enfermidade no Brasil².

Mas por que vacinar crianças e adolescentes? A pediatra e atual vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), Dr.a Isabella Ballalai, explica que a vacinação contra o HPV poderia impedir que mais de 90% desses cânceres se desenvolvessem³. "Existem dois tipos de vacina contra o HPV. A quadrivalente, por exemplo, é recomendada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14. Todos os indivíduos nessa faixa etária deveriam receber a vacina. Hoje, sabe-se que a resposta imunológica à vacina é melhor quando aplicada até essas faixas etárias, o que não contraindica a sua aplicação para os demais", explica a médica.

A pediatra ainda esclarece por que é importante que os meninos também se imunizem. "Eles devem receber a vacina para sua proteção. O HPV tem sido relacionado a verrugas genitais, câncer de pênis, ânus e garganta. Além disso, por serem os responsáveis pela transmissão do vírus, ao receberem a vacina estão colaborando com a redução da incidência dos cânceres de colo do útero e de vulva nas mulheres. "

Além disso, o ato de vacinar os jovens contra doenças infectocontagiosas não tem influência na decisão de eles terem ou não atividade sexual futuramente, como muitos pais podem imaginar. "A hepatite B, por exemplo, é uma doença transmitida por via sexual e a vacina é aplicada em todos os bebês no momento do seu nascimento, ainda na maternidade4", exemplifica a Dr.a Isabella. Por isso, quando os adolescentes decidem ter uma relação sexual, eles o fazem independentemente de terem ou não recebido as vacinas necessárias e, por isso, é melhor estarem orientados com relação à prevenção de gravidez e DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), além de devidamente vacinados.

A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Pessoas que vivem com HIV e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos também têm indicação da vacina, oferecida gratuitamente nos postos de saúde¹.

 

 

Referências

1 Instituto Nacional de Câncer. HPV e outras infecções. Disponível em: http://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/hpv-e-outras-infeccoes. Acesso em: 19 de maio de 2020.

2 Instituto Nacional de Câncer. Câncer de colo do útero. Disponível em: http://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-do-colo-do-utero. Acesso em: 19 de maio de 2020.

3 Centers for Disease Control and Prevention - CDC. HPV Vaccine Safety and Effectiveness. Disponível em: http://www.cdc.gov/vaccines/partners/downloads/teens/vaccine-safety.pdf. Acesso em: 19 de maio de 2020.

4 Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) - Calendário de vacinação SBIM Criança. Disponível em: http://sbim.org.br/images/calendarios/calend-sbim-crianca.pdf. Acesso em: 19 de maio de 2020

 

Você sabia que a dor de cabeça pode estar relacionada a saúde bucal?

Cirurgiã-dentista esclarece como problemas bucais podem influenciar nesse tipo de incômodo

 

A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é um desconforto que atinge milhões de pessoas em todo o Brasil. Apesar de comum, existem várias causas para o problema, entre elas estão doenças bucais como bruxismo, infecções e problemas com a articulação responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, ou seja, quando há uma disfunção da articulação temporomandibular (DTM).

Segundo a Dra. Brunna Bastos, cirurgiã-dentista da GUM , marca americana de cuidado bucal, dores de cabeça persistentes, principalmente, as que afetam também a região da face podem ser sinal de algumas doenças bucais. Por isso, a especialista responde abaixo as principais dúvidas sobre o assunto:


Quais doenças bucais podem acarretar na dor de cabeça?

Bruxismo, ato de ranger os dentes e Disfunção Temporomandibular (DTM), como explicado acima, podem ser causas para uma dor de cabeça constante . Isso acontece porque a ocorrência de algum problema bucal pode afetar as terminações nervosas que permeiam toda a face, provocando dor na boca e até mesmo na cabeça.

"Para identificar se a dor de cabeça pode estar relacionada a esses problemas bucais, é importante observar alguns incômodos, como, por exemplo, acordar com dor na mandíbula ou na área das orelhas, dificuldade durante a mastigação, dor e/ou zumbidos no ouvido, entre outros sintomas. Sendo assim, vale relatar estes pontos ao dentista durante a consulta, para que ele possa fechar o diagnóstico", explica. Uma vez realizado o correto diagnóstico, ambas as doenças têm tratamento que minimizam muito a dor.


Problemas comuns como cárie e doenças gengivais podem causar dor de cabeça?

Importante lembrar que apesar da cárie e problemas gengivais serem doenças comuns, podem ser prevenidas com escovação e limpeza interdental diária, sendo esta última muito negligenciada e que pode ser realizada com o fio dental comum, ou de forma mais prática, com os flossers (fio dental com haste) e palitos interdentais siliconados, como os Soft-Picks, evitando-se assim o desenvolvimento e progressão destas doenças.

Uma vez que a cárie e a doença periodontal (problemas na gengiva) já estão estabelecidas e o tratamento não é realizado, o agravamento envolve os tecidos pulpares, atingindo as terminações nervosas do dente e ocasionando dores intensas localizadas ou abrangendo até mesmo dores de cabeça.


Como aliviar a dor?

Primeiro, é preciso avaliar os sintomas, que ajudam a entender se esta dor pode estar relacionada a um problema bucal ou não, ficando mais fácil determinar qual tipo de profissional deverá ser consultado, como por exemplo, um clínico geral, neurologista ou, no caso de sintomas próximos aos citados acima, um dentista. O profissional adequado conseguirá realizar o correto diagnóstico e atuar na origem da dor e tratamento do problema.

 



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Máscaras

O que (ainda) é preciso saber sobre o acessório

A otorrinolaringologista Milena Costa destaca alguns pontos para ajudar no uso correto desse artigo que entrou na rotina para ficar 

                                                                                     
A principal certeza que se leva da pandemia, pelo menos por enquanto, é que a máscara é o mais ‘recente’ item do cotidiano. Inclusive sem data para ir embora ou deixar de ser usada. Utilizá-la é fundamental, mas fazer isso da maneira correta pode ser ainda mais imprescindível. Pensando nisso, a otorrinolaringologista Milena Costa separou algumas atitudes, pontos e dúvidas que ainda pode ser recorrentes quando o assunto é o uso das máscaras de proteção. 


1.       Qual máscara escolher?

Com a obrigatoriedade do uso das máscara, esse novo item começou a ser muito mais fabricado. Por ser uma ferramenta de segurança, é preciso que a máscara siga alguns critérios para que esta desempenhe sua função adequadamente. Uma das circunstâncias a ser levadas em conta na hora de escolher a máscara é o tecido. “Quanto mais fechada a trama do tecido e mais camadas tiver a máscara melhor,” diz a otorrinolaringologista Milena Costa.


2.       Máscara no lugar certo

Outro ponto que precisa ser reforçado é que não cobrir adequadamente o nariz e a boca ou colocar a máscara no queixo e no pescoço, além de ser ineficiente e não proteger, contamina essas regiões. “O conceito principal é a partir do momento em que se coloca a máscara, ela não deve ser mais manipulada. A não ser na hora de tirá-la, o que deve feito pelas alças que ficam atrás da orelha. Nunca manipular ou ajeitar a máscara, porque se está encostando na parte externa e consequentemente também contaminando a mão.” 


3.       A hora de trocar - e com higiene!

Dar atenção não só para o uso, mas também para a necessidade e a importância da troca da máscara é outro aspecto fundamental. “As pessoas devem ter mais de uma máscara. E é preciso tirar o conceito de que se pode usar a mesma máscara várias vezes ou por vários dias. Ela é individual e não deve ser dividida”. Segundo a especialista, é aconselhado fazer a troca a cada duas horas, em média, ou se a máscara ficar úmida. “O intuito da máscara também é não permitir, em caso de tosse ou espirro, que as gotículas se dispersem no ambiente. Se for espirrar que seja na máscara, mas cuidado ao manipulá-la e depois encostar na face,” diz. E nada de deixá-la jogada pela casa. 

A médica lembra ainda que depois da troca, a máscara de pano deve ser colocada dentro de um saco plástico fechado até o momento da lavagem, e não ficar exposta de forma inadequada no ambiente. “Uma vez chegando em casa se pega as máscaras que foram usadas e as coloca em solução desinfetante. Que pode ser água sanitária”.  Milena explica que se for máscara descartável, é interessante colocar em um saquinho fechado e depois jogar no lixo. “Assim, diminui as chances de uma possível dispersão do vírus. Mesmo as máscaras descartáveis devem ser eliminadas corretamente,” afirma Milena.


4.       Exercício: com ou sem máscara?

“O exercício físico deve ser feito com máscara, principalmente agora que as academias estão abertas”. A médica ainda salienta que mesmo durante o exercício físico na rua o uso da máscara é obrigatório e necessário. “Infelizmente, dá sensação de falta de ar, mas já existem alguns modelos de máscaras voltadas para o esporte, que são bem acopladas. Porém, não tem uma maneira de diminuir a sensação de sufocamento e o exercício deve ser feito de máscara,” afirma.


5.       Criança usa máscara?

No caso dos pequenos é indicado que usem máscaras a partir de dois anos de idade. A otorrinolaringologista explica que essa faixa etária está relacionada com crianças que, teoricamente, já sabem manipular o item de segurança. “Menores de dois anos tendem a ficar manipulando a máscara e isso pode ser até pior, por exemplo, ao colocarem a mão nos olhos. Além disso, crianças menores que essa idade não conseguem usar muito bem a máscara por longos períodos”.






Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.


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