A Semana Mundial da Amamentação é comemorada todos os anos de 1 a 7 de agosto para incentivar a amamentação e melhorar a saúde dos bebês em todo o mundo.
A amamentação proporciona uma experiência única
para mãe e filho. O aleitamento é o comportamento parental que somente a mãe
pode fazer pelo bebê, criando uma conexão física e emocional ímpar.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS)recomenda iniciar a amamentação nos primeiros 60 minutos
de vida e continuar de forma exclusiva até 6 meses de idade. Alimentos
nutritivos complementares devem ser adicionados ao longo da amamentação, por
até 2 anos ou mais.
O leite humano (LH)
é um fluido dinâmico especialmente adequado ao bebê, tanto em sua composição
nutricional quanto nos fatores bioativosnecessários para a saúde e o desenvolvimento
adequado. O LH possui centenas de moléculas distintas que protegem contra
infecções, inflamações e contribuem para a maturação imunológica,
desenvolvimento de órgãos e colonização microbiana saudável. A composição do LH
é determinada por fatores genéticos, estilo de vida, dieta e idade da mãe. Além
disso, a composição de macronutrientes do LH varia ao longo da lactação.
Segundo a
nutricionista Adriana Stavro, durante os primeiros seis meses o bebê é
alimentado apenas com LH, e depende da mãe para todos os requisitos
nutricionais. A alimentação da mãe determina a qualidade do leite. A demanda de
nutrientes nesta fase são maiores e podem ter um impacto negativo para mãe e
filho se não forem atendidas. Por isso, planejaras refeições é importante. Frutas
frescas, vegetais, leite e derivados, peixe, aves, nozes, grãos integrais,
feijão e lentilha são fundamentais.
• Quanto comer -
Pode ser necessário ingerir de 500 a 600 calorias a mais por dia. No 6º mês,
quando o bebê começar a comer outros alimentos, a mãe produzirá menos leite e
poderá reduzir sua ingestão calórica.
• Álcool - É melhor evitar.
Não existe quantidade segura de álcool para bebês.
• Cafeína - Se seu neném não
estiver dormindo bem ou estiver irritado, diminua ou evite, pois a cafeína passa
para o leite. Os recém-nascidos são mais sensíveis à substância.
• Alergias - Os alimentos mais
comuns que causam alergias são laticínios, soja, trigo e ovos. Manter um diário
alimentar pode ajudar identificar quais alimentos estão causando desconforto.
• Água - A água é
responsável por 85-95% do volume total de leite. Existe uma crença generalizada
que o aumento da ingestão de água aumentará a produção de leite, mas vários
estudos mostraram que forçar a ingestão de líquidos além do necessário não tem
efeitos benéficos na lactação. Beba de 40 a 50 ml por kg de peso ao dia.
• Alimentação
variada -
O sabor dos alimentos também é transferido para o bebê através do leite. Isso
pode influenciar na aceitação do bebê por novos alimentos durante o desmame, e
as primeiras experiências com a alimentação.
• Proteína - Inclua alimentos
proteicos de 2 a 3 vezes ao dia, como carne e aves (magras) peixes, ovos,
laticínios, feijão, nozes e sementes.
• Frutas, verduras e
legumes -
Coma 5 porções. A OMS recomenda no mínimo 400g ao dia.
• Carboidratos - Inclua grãos
integrais, pães, massas, cereais e aveia
• Dietas
vegetarianas- São compatíveis com a amamentação. Porém a mãe precisará
tomar um suplemento de vitamina B12, para garantir a demanda.
Os benefícios
maternos da amamentação incluem:
• Mães que amamentam
se recuperam do parto mais rápido. O hormônio oxitocina, liberado durante a
amamentação, atua para retornar o útero ao seu tamanho normal e pode reduzir o
sangramento pós-parto.
• Pesquisas mostraram
que as mulheres que amamentaram apresentam taxas reduzidas de câncer de mama e
ovário.
• Alguns estudos
apontaram que a amamentação pode reduzir o risco de desenvolver diabetes tipo
2, artrite reumatoide e doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão e
colesterol elevado.
Estima-se que o
aumento da amamentação possa evitar 20.000 mortes maternas a cada ano devido ao
câncer de mama
Os benefícios do
aleitamento para o bebê:
• Riscos reduzido
de:
• Asma
• Leucemia (durante
a infância)
• Obesidade (durante
a infância)
• Infecções de
ouvido
• Eczema (dermatite
atópica)
• Diarreia e vômito
• Infecções
respiratórias inferiores
• Enterocolite
necrosante (uma doença que afeta o trato gastrointestinal em bebês prematuros
ou bebês nascidos antes das 37 semanas)
• Síndrome da morte
súbita do lactente (SMSL)
• Diabetes melitos
tipo 2 (na adolescência e vida adulta)
• Gastroenterite
• QI mais elevado
Amamentar pode
salvar mais de 800.000 vidas a cada ano, sendo a maioria crianças menores de 6 meses.
A lactação é um
momento biológico que mereceatenção especial com a alimentação e com algumas
vitaminas e minerais que exigemdemanda aumentada, confira:
Ferro - Confira a lista de
alimentos fontes:
• Carne vermelha
• Vegetais
verde-escuros, como brócolis, espinafre e couve
• Leguminosas:
grão-de-bico, lentilha e feijão
• Tofu
• Cereais integrais,
como aveia e quinoa
• Uva passa
A vitamina C - Ajuda a aumentar
a absorção do ferro não-heme (dos vegetais), por isso, inclua na mesma refeição
alimentos fontes de vitamina C
• Caju
• Goiaba
• Manga
• Morango
• Pimentão
• Tomate
• Laranja
• Tangerina
• Acerola
• Limão
Por outro lado,
evite consumir alimentos ricos em cálcio (leite e derivados), café e chás na
mesma refeição pois eles prejudicam a absorção do ferro.
Ácidos gordurosos de
omega-3
- O cérebro e outros tecidos neurais, incluindo a retina, são amplamente
compostos por fosfolipídios, ricos em ácidos graxos poliinsaturados de cadeia
longa, especialmente o ácido docosahexaenóico (DHA). O feto e o bebê
recém-nascido dependem de um suprimento materno de DHA. Os peixes gordurosos
como salmão, anchova, robalo, truta, linguado, atum e sardinha são as
principais fontes.
As mulheres que
amamentam são aconselhadas a não comer mais de duas porções por semana de
peixes para reduzir a exposição a poluentes e metais pesados, incluindo
mercúrio, que podem prejudicar o desenvolvimento do bebê
Vitamina A - A Vitamina A é um
micronutriente essencial para vários processos metabólicos, como ciclo visual,
crescimento, reprodução, sistema antioxidante e imunológico. Apresenta especial
importância durante os períodos de proliferação e rápida diferenciação celular,
como no período neonatal e infância. As fontes de incluem queijo, folhosos
verde-escuros, frutas e legumes de cor laranja,fígado, gema de ovo e óleos de
peixes.
Vitamina D - A vitamina D ajuda
o corpo a absorver cálcio, importante para ossos e dentes saudáveis. A
principal fonte é através da ação da luz solar na pele.
Vitamina B2 - A vitamina B2
também conhecida como Riboflavina, ajuda a liberar energia dos alimentos e a
manter a saúde das membranas mucosas, como as da boca e do intestino. É
encontrada em levedura, fígado, vegetais folhosos (couve, brócolis, espinafre,
repolho, agrião, entre outros), ovos, carne, semente de girassol, ervilha,
soja, leite e frutos do mar.
Vitamina B12 - A vitamina B12
ajuda a produzir glóbulos vermelhos e mantém o sistema nervoso saudável. A
vitamina B12 está presente nos alimentos de origem animal, especialmente nos
peixes de água fria e profundas, como salmão, truta e atum. Fígado, carne de
porco, carne vermelha, leite e derivados e ovos também são fontes.Dietas
vegetarianas e veganas provavelmente precisam de suplementos devitamina B12.
Cálcio- O cálcio é
essencial durante a lactação, porque é necessário para a produção de leite.
Além disso é importante para a mãe manter sua saúde óssea. Leite e derivados,
soja, tofu, sementes de gergelim, sardinha, folhas verdes escuras (espinafre,
couve, agrião, rúcula, brócolis, quiabo), grão-de-bico são fontes deste
mineral.
Magnésio - O magnésio é
importante para a saúde óssea, função muscular e nervosa. As principais fontes
alimentares são cereais, leite e derivados, vegetais, batatas e carnes.
Zinco - É um micronutriente
necessário à reprodução, diferenciação celular, crescimento, desenvolvimento,
reparação tecidual e imunidade. É encontrado em muitos alimentos, incluindo
carne vermelha, leite, queijo, ovos, frutos do mar, cereais integrais, nozes e
leguminosas.
Interação de
Vitamina A, ferro e zinco
É reconhecida a
interação entre o metabolismo da vitamina A, do ferro e do zinco, pois a
deficiência de um desses nutrientes pode prejudicar a utilização dos demais
pelo organismo humano.
O zinco é utilizado
para a síntese hepática e secreção da proteína responsável pelo transporte da
vitamina A. Portanto, em situações de deficiência de zinco, a produção desta
proteína está reduzida, resultando em carência secundária da vitamina A, que é
caracterizada pelos baixos níveis séricos de retinol.
A deficiência de
ferro também influencia os níveis séricos de retinol, pois a carência de ferro
pode comprometer o funcionamento normal da mucosa intestinal, dificultando a
absorção da vitamina A proveniente da dieta e prejudicando a sua
biodisponibilidade.
Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e
Fitoterapeuta
Especialista em Doenças
Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein -
Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.
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