O que (ainda) é preciso saber sobre o acessório
A otorrinolaringologista Milena Costa destaca alguns pontos para ajudar no uso correto desse artigo que entrou na rotina para ficar
A principal certeza que se leva da pandemia, pelo menos por enquanto, é que a máscara é o mais ‘recente’ item do cotidiano. Inclusive sem data para ir embora ou deixar de ser usada. Utilizá-la é fundamental, mas fazer isso da maneira correta pode ser ainda mais imprescindível. Pensando nisso, a otorrinolaringologista Milena Costa separou algumas atitudes, pontos e dúvidas que ainda pode ser recorrentes quando o assunto é o uso das máscaras de proteção.
1. Qual máscara escolher?
Com a obrigatoriedade do uso das máscara, esse novo item começou a ser muito mais fabricado. Por ser uma ferramenta de segurança, é preciso que a máscara siga alguns critérios para que esta desempenhe sua função adequadamente. Uma das circunstâncias a ser levadas em conta na hora de escolher a máscara é o tecido. “Quanto mais fechada a trama do tecido e mais camadas tiver a máscara melhor,” diz a otorrinolaringologista Milena Costa.
2. Máscara no lugar certo
Outro ponto que precisa ser reforçado é que não cobrir adequadamente o nariz e a boca ou colocar a máscara no queixo e no pescoço, além de ser ineficiente e não proteger, contamina essas regiões. “O conceito principal é a partir do momento em que se coloca a máscara, ela não deve ser mais manipulada. A não ser na hora de tirá-la, o que deve feito pelas alças que ficam atrás da orelha. Nunca manipular ou ajeitar a máscara, porque se está encostando na parte externa e consequentemente também contaminando a mão.”
3. A hora de trocar - e com higiene!
Dar atenção não só para o uso, mas também para a necessidade e a importância da troca da máscara é outro aspecto fundamental. “As pessoas devem ter mais de uma máscara. E é preciso tirar o conceito de que se pode usar a mesma máscara várias vezes ou por vários dias. Ela é individual e não deve ser dividida”. Segundo a especialista, é aconselhado fazer a troca a cada duas horas, em média, ou se a máscara ficar úmida. “O intuito da máscara também é não permitir, em caso de tosse ou espirro, que as gotículas se dispersem no ambiente. Se for espirrar que seja na máscara, mas cuidado ao manipulá-la e depois encostar na face,” diz. E nada de deixá-la jogada pela casa.
A médica lembra ainda que depois da troca, a máscara de pano deve ser colocada dentro de um saco plástico fechado até o momento da lavagem, e não ficar exposta de forma inadequada no ambiente. “Uma vez chegando em casa se pega as máscaras que foram usadas e as coloca em solução desinfetante. Que pode ser água sanitária”. Milena explica que se for máscara descartável, é interessante colocar em um saquinho fechado e depois jogar no lixo. “Assim, diminui as chances de uma possível dispersão do vírus. Mesmo as máscaras descartáveis devem ser eliminadas corretamente,” afirma Milena.
4. Exercício: com ou sem máscara?
“O exercício físico deve ser feito com máscara, principalmente agora que as academias estão abertas”. A médica ainda salienta que mesmo durante o exercício físico na rua o uso da máscara é obrigatório e necessário. “Infelizmente, dá sensação de falta de ar, mas já existem alguns modelos de máscaras voltadas para o esporte, que são bem acopladas. Porém, não tem uma maneira de diminuir a sensação de sufocamento e o exercício deve ser feito de máscara,” afirma.
5. Criança usa máscara?
No caso dos pequenos é indicado que usem máscaras a partir de dois anos de idade. A otorrinolaringologista explica que essa faixa etária está relacionada com crianças que, teoricamente, já sabem manipular o item de segurança. “Menores de dois anos tendem a ficar manipulando a máscara e isso pode ser até pior, por exemplo, ao colocarem a mão nos olhos. Além disso, crianças menores que essa idade não conseguem usar muito bem a máscara por longos períodos”.
Dra. Milena Costa - Médica otorrinolaringologista formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, com residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e fellowship de pesquisa em Rinologia pela Stanford University, na Califórnia.
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