Segundo Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da
Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo
(FGV-SP), há atualmente no Brasil 230 milhões de smartphones ativos. O número é
superior ao de habitantes que, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), está em 210 milhões.
A psicóloga infantil do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção), Niusa Paiva Barreira, comenta que a popularização dos smartphones
trouxe benefícios positivos, como o fácil acesso às informações e a
possibilidade de comunicação com pessoas que estão distantes. “Contudo,
principalmente entre as crianças e adolescentes, o uso destes equipamentos
precisa ser regulado para não se tornar um transtorno”, comenta.
Segunda a especialista, os pais precisam estar atentos desde cedo
para que os filhos não tornem o uso do celular uma compulsão, prejudicando o
convívio social e suas tarefas diárias. “A faixa etária em que cada criança
deve começar a usar estes dispositivos móveis deve ser determinada pelo
responsável. Contudo, é primordial que os pais estabeleçam desde muito cedo
limites para a utilização”, recomenda a psicóloga.
A coordenadora do Serviço Social do Seconci-SP, Ângela Nogueira
Braga da Silva, corrobora a afirmação da psicóloga e destaca que ao estabelecer
limites desde cedo para o uso destes equipamentos, os pais estão mitigando a
possibilidade do surgimento de outros problemas recorrentes entre os jovens: o
isolamento social e a ansiedade causada pelo uso inadequado do aparelho.
A psicóloga salienta que os adultos precisam ser indutores de boas
práticas, isso porque não adianta proibir o filho de usar o celular durante o
jantar, por exemplo, se os pais estão conectados à internet o tempo todo. “O
ideal é estabelecer um horário para utilização e os pais também respeitarem
esta regra”.
A especialista destaca ainda que é importante sempre oferecer uma
alternativa prazerosa à criança que faça com que ela opte por desconectar do
celular. “Opções de lazer e esportes, atividades ao ar livre e artísticas são
ferramentas poderosas neste processo e que, na maioria das vezes, têm boa
aceitação entre os jovens”.
A psicóloga pondera a importância de se observar também a conduta
dos filhos, isso porque mudanças bruscas de comportamento podem ser sinais de
distúrbios mais sérios e indícios de que o jovem precisa de ajuda profissional.