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quarta-feira, 3 de abril de 2019

Pais podem aproveitar a Páscoa para ensinar educação financeira às crianças

A partir dos três anos de idade já é possível ensinar aos pequenos, noções básicas sobre o valor e importância do dinheiro 


Aprender a lidar com o dinheiro é uma atividade que deve começar cedo. Com a Páscoa chegando e os preços dos ovos e chocolates nas alturas, os pais e familiares podem aproveitar essa época do ano e ensinar às crianças um pouco mais sobre o orçamento doméstico e educação financeira, sem deixar de lado a celebração da data. "A partir dos três anos de idade, já é possível ensinar aos pequenos, noções básicas sobre o valor e a importância do dinheiro", afirma Luciana Ikedo, especialista educação financeira e investimentos, sócia-proprietária do escritório Ikedo Investimentos, em São José dos Campos.

Segundo ela é importante, por exemplo, mostrar às crianças de onde vem o dinheiro da família, que ele é fruto de muito trabalho e, por isso, deve ser economizado e gasto com muita sabedoria e cautela. "Muitos pais evitam levar as crianças às compras, mas, este é um momento importante e que, se partilhado, pode ser muito bem aproveitado. É essa a hora de, por exemplo, explicar a eles o custo daquele ovo temático do personagem infantil favorito, em relação ao preço das barras de chocolate", ensina Luciana. "Este é, inclusive, um momento em que o comércio aproveita a oportunidade para aumentar os seus lucros vendendo ovos de chocolate por preços altos para quem não se planejou", acrescenta a especialista.

Estipular quanto a criança poderá gastar com o ovo de Páscoa e incentivá-la a economizar, também é uma dica importante e que ainda estimula o consumo consciente. "Ao desistir de gastar todo o dinheiro em um único item e substituí-lo por um mais em conta, a criança percebe que com o restante poderá realizar outra atividade, comprar outro produto ou ainda poupar e realizar algum sonho a longo prazo", reforça a especialista. Outra sugestão seria incentivar a compra de produtos caseiros ou até mesmo realizar a própria fabricação dos ovos de Páscoa. "Pesquisar com pequenos produtores de bairro os preços dos ovos é uma saída e ainda estimula a economia colaborativa. Além disso, se a família tiver o perfil, o momento de fazer o seu próprio ovo em casa pode ser não só um de aprendizado, com o cálculo de quais e quantos ingredientes comprar, etc., mas também de muita diversão", enfatiza Luciana.

Além de fazer os ovos em casa, outra alternativa bem prática é comprar chocolates em quantidades maiores, por preços mais competitivos, e improvisar embalagens de presentes menores. Segundo ela, um pacote de bombons de uma grande marca, com 50 bombons, por exemplo, custa em média R$ 40,00 (R$ 0,80 a unidade). Já um saquinho com 5 bombons, considerando a embalagem, custaria em torno de R$ 5,00. "Quando comparamos com um ovo de páscoa de 80g, o valor médio seria de R$ 20,00, ou seja, quatro vezes mais. Libere a sua criatividade nesse processo e, neste momento de retomada econômico, valorize o dinheiro tão difícil de ganhar", explica. O mesmo conselho vale para quem tem mais condições econômicas. "Um presente personalizado reflete cuidado e carinho com quem o recebe e pode ser ajustado ao nosso orçamento", finaliza Luciana.




Grupo Ikedo

SOLIDARIEDADE VERSUS ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL


        Aqui em Porto Alegre, uma estudante de 25 anos vende trufas no Centro Histórico. Vem daí o sustento dela e o do pai adotivo (que produz as trufas), bem como o custeio das mensalidades do curso de Psicologia. A dura condição de vida da jovem não fez parar a mão criminosa que há duas semanas lhe tomou a féria de R$ 280,00. Desesperada, a moça usou a rede social para contar sua história e promoveu uma vaquinha que, em duas semanas, recolheu R$ 7 mil. Que fez ela, tendo em mãos a solução para tantos de seus problemas? Saiu a ajudar pessoas que, em outras vaquinhas, expressavam suas dificuldades e apelavam à anônima solidariedade dos que ainda se percebem humanos. Já foram ajudados, entre outros, uma criança com câncer e um estudante que vende latinhas com o intuito de comprar um computador para redigir seu trabalho de conclusão de curso. Isso é solidariedade. A história está contada em ZH do dia 1º de abril, na coluna do jornalista Paulo Germano.
        Tenho uma sobrinha que mora há uns poucos anos nos Estados Unidos. Em meados de 2018, foi diagnosticada com câncer no cérebro.  Tumor agressivo, mas susceptível de tratamento com uma tecnologia nova, experimental. Os cuidados médicos e hospitalares eram incompatíveis com o orçamento familiar. Uma vaquinha criada por amigos arrecadou, rapidamente, doações que ultrapassaram 100 mil dólares e lhe permitiu iniciar o tratamento. Isso é solidariedade.
Vejamos agora o que acontece quando o Estado se mete. Desde Vargas, os políticos brasileiros acenam com o Estado de Bem-Estar Social. É incalculável o número de zeros que precisariam ser adicionados a um outro algarismo significativo para representar o quanto de dinheiro da sociedade já foi arrecadado com essa finalidade. No entanto, nosso IDH precisa engatar primeira marcha para subir, resfolegando, uma ladeira com inclinação de 1%. País pobre, com taxa de investimento que precisa quebrar cofrinhos para chegar a 16% do PIB ao ano, só proporciona bem-estar social para sua elite. Esse tipo de Estado, que orienta as políticas públicas no Brasil, mostrou estar para os objetivos a que se propõe assim como o machado está para a cirurgia de fimose. Fez o Estado agigantar-se sobre a sociedade e gastar em si os recursos arrecadados para a promoção do tal bem-estar. Com isso, empobreceu a nação, inibiu o crescimento econômico e a geração de renda sem a qual miséria e desemprego se tornam produtos naturais. 
        Paradoxalmente, parcela significativa da sociedade, distribuída em todos os estratos sociais, mantém para com o Estado relação de desejo, uma forma de amor em que não é difícil perceber sinais de sua natureza erótica.
        O sonho do Estado generosamente provedor gerou o Estado aproveitador e os aproveitadores do Estado, criando um sorvedouro de recursos efetivos e um buraco negro onde desaparece a virtude da solidariedade. Esta magnífica virtude social não é antagônica à dimensão individual do ser humano, mas é, sempre como virtude, compatível com a vida em sociedades livres. Há mais justiça onde a solidariedade se manifesta, onde as pessoas voluntariamente se ajudam, onde iniciativas da comunidade buscam promover a ascensão social, onde a  moça que vende trufas socorre quem precisa, onde pessoas doam dinheiro para uma jovem com câncer. Há uma energia poderosa na solidariedade que se manifesta livremente como ato da vontade. Leva uns a atravessar o planeta para ajudar povos distantes em suas catástrofes. Outros a serem médicos sem fronteiras. Também aqui em Porto Alegre, tivemos recentes exemplos de empresários custeando a conclusão de um túnel; de outros entregando dezenas de viaturas, armas e munições para a Brigada Militar; e de um outro, ainda, doando à Santa Casa de Misericórdia meios necessários para construir diversos andares de um novo hospital.  
        A solidariedade anima valores imateriais que determinam mudanças mais profundas do que quando as pessoas, numa perigosa “teologia” do Estado, cuidam apenas de si mesmas confiando em que ele cuidará de todos.

 

Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Escritores e ilustradores brasileiros são reconhecidos na Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália


Selecionadas pela FNLIJ, seis obras literárias Positivo compõem catálogo internacional


Seis obras de literatura infantil publicadas pela Literatura Positivo em 2018 foram selecionadas para participar da Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália, entre os dias 1º e 4 de abril. Os livros compõem o catálogo “NLIJ's Selection of Brazilian Writers, Illustrators and Publishers”, produzido especialmente para a participação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) na feira. 

Para a composição desse catálogo de seleção da FNLIJ, distribuído durante a 56ª edição da Feira do Livro Infantil de Bolonha, foram selecionados 82 livros de autores brasileiros. Todos foram lançados no ano passado por editoras nacionais ou estrangeiras sediadas no Brasil. O Catálogo contempla apenas livros de autores brasileiros e está separado por categorias: Ficção para Crianças, Para Jovens, Livro sem Texto, Livro de Não-ficção, Poesia, Histórias Recontadas e Literatura Secundária.

Dentre as obras da Literatura Positivo, foram selecionadas: “Bichos da noite”, de Mariana Ianelli com ilustrações de Odilon Moraes; “Casa de passarinho”, de Ana Rosa Costa e ilustrações de Odilon Moraes; “Um livro pra gente morar”, com organização de Silvia Oberg e ilustrações de Daniel Cabral; “Só de brincadeira”, de Leo Cunha e ilustrações de Anna Cunha; “A flor do mato”, de Marcelo Pimentel; e a nova edição de “Uma história pelo meio”, de Elvira Vigna. Além disso, o livro “Os trabalhos da mão”, de Alfredo Bosi com ilustrações de Nelson Cruz, vencedor do último Prêmio Jabuti, também está presente no catálogo, por ter recebido o prêmio FNLIJ 2018 na categoria de obra de não ficção. 


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