O mundo financeiro está mudando e o ambiente bancário do
Brasil não é uma exceção. Em 2019, o Banco Central do Brasil regulamentará
efetivamente “open banking” no país. A Europa já o adotou e muitos bancos nos
EUA, na Austrália e na Ásia estão dispostos a fazer o mesmo. Embora os bancos
tradicionais, as “fintechs” e outras instituições financeiras talvez tenham que
correr para cumprir com as novas regras, a situação é cada vez mais benéfica
para os clientes e empresas que usam os prestadores de serviços de pagamento.
O “open banking” está abalando o setor de serviços
financeiros e abrindo novos caminhos e oportunidades para os bancos e
provedores de serviços de pagamento (PSPs). O levantamento “2018 Global
Payments Insight Survey: Cross-Vertical,” feito pela ACI Worldwide (NASDAQ:
ACIW) e pela Ovum, conduzido com 1.032 bancos globais, 51 do Brasil, revela que
87% de todos os bancos têm uma estratégia clara para o desenvolvimento de APIs
abertas, um aumento em relação aos 59% de um ano atrás. O estudo afirma também
que 76% dos comerciantes e 74% do faturamento de organizações têm uma
estratégia clara de aproveitamento de dados dos clientes e outros serviços que
têm sido disponibilizados pela da iniciativa “open banking”.
Para os detentores de conta, o “open banking” é uma
maneira segura de compartilhamento de informações bancárias por meio de
ecossistemas digitais que integram as informações de muitas instituições
bancárias. Para os bancos e provedores de pagamento, o “open banking” permite
mais criatividade com os serviços que oferecem aos consumidores. Isso também
ajuda a criar um ambiente bancário mais competitivo, em que os bancos e PSPs
têm novas maneiras de acessar clientes, expandir seu público-alvo e,
finalmente, melhorar sua receita.
Com o “open banking”, as instituições financeiras devem
melhorar a experiência do usuário. Na Hungria, por exemplo, um banco está
usando uma solução de pagamentos universal para garantir que os clientes possam
acessar dados de saldo em tempo real em todos os canais de serviços bancários
24 horas por dia, 7 dias na semana. Além de oferecer uma experiência mais
conveniente ao cliente, o banco também está reforçando a proteção do cliente,
usando um programa de gestão proativa de riscos que realiza monitoramento em
tempo real para garantir a máxima segurança em contas de clientes.
Com isso em mente, é seguro dizer que o processo de
implementação do “open banking” não pode ser interrompido, uma vez que
representa o futuro das operações bancárias e infinitas possibilidades de
negócios. O panorama de serviços financeiros está se tornando um ambiente
firmemente centrado no consumidor. De 2019 em diante, veremos no Brasil a
implantação de tecnologias que colocam o controle nas mãos dos consumidores. A
proliferação de sistemas de pagamento em tempo real continuará a cultivar um
ambiente em que as novas tecnologias podem ser desenvolvidas, e veremos isso
mais amplamente com a adoção de tecnologias de “solicitação de pagamento” e a
contínua modernização dos métodos de pagamento já estabelecidos.
Marco Bravo - vice-presidente na América Latina da
ACI Worldwide