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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Fórmula para felicidade


 
As pessoas buscam cada vez mais "essa tal felicidade", considerada hoje mais importante que outras realizações pessoais. Afinal, quem não quer ser feliz? A Dra. Catia Rodrigues, mestre em Psicologia Social e Campo Simbólico (Ciências da Religião), educadora e autora de diversos livros, dá dicas para entendermos melhor o tema.

Segundo ela, a felicidade para algumas pessoas está ligada às condições, situações externas e ou genéticas desfavoráveis são capazes de interferir diretamente na felicidade. Já para outras pessoas, a autonomia existencial é quem vai determinar se serão felizes ou não.

A explicação é simples: estão mais ligadas aos sonhos do que nas ilusões de expectativas. Os sonhos, nos incentivam a criar e realizar grandes coisas. Já as expectativas, via de regra, são frustrantes.

Podemos conhecer alguns pontos que nos ajude a minimizar as dificuldades para sermos felizes. Saber diferenciar a esperança da expectativa, começar a desfrutar o momento, ter gratidão e diminuir os clichês são alguns dos temas abordados pela doutora.

Confira seis dicas que podem melhorar a sua percepção e pensamentos.

1) Sonho - nos incentiva a criar e a realizar grandes coisas. Invista neles com esperança. Abandone a ansiedade e faça planos.

2) Expectativa X Esperança - enquanto a primeira frustra pela ansiedade de que algo aconteça logo a outra promove e incentiva as realizações.

3) Desfrute mais a vida – cada momento da nossa vida é único e não voltará mais. Desfrute do tempo e das situações cotidianas. Há sempre uma lição a ser aprendida.

5) Tenha mais gratidão - reconhecer que a vida proporciona coisas boas o tempo todo é importante.

6) Diminua os clichês – as pessoas são diferentes, não precisamos repetir comportamentos, podemos fazer do nosso jeito.




O que move o corpo, antes aquece o coração


Conseguimos dimensionar o valor daqueles que desempenharam para nós o papel de pais quando temos a oportunidade de sermos responsável por outro alguém. Várias situações que, no papel de filho, criticávamos, acabamos por repetir, sem sequer perceber, em consequência das nossas referências. Há expectativa de que possamos sofisticar um pouco mais a lida com essa responsabilidade à medida da experiência de ter vivido a ‘saga de ser filho’ e denunciar (algumas vezes, só em pensamento), tudo o que julgávamos errado, anunciando uma educação mais aderente ao nosso tempo. Mas, quase sempre, em cada posto que ocupamos, entramos como aprendizes, lançando mão, em boa parte, somente das nossas referências.

São inúmeras as situações que resultam dessa alteração de papéis. Uma delas, quase unânime, é a de que éramos bons filhos diante do tipo de educação à qual éramos submetidos, pois a tarefa de educar prescindia de um rigor, chegando ao limite da punição física. Porém, quando buscamos resgatar essa memória com os nossos pais, nem sempre as coisas conferem. Talvez seja porque “quem bate esquece, mas quem apanha, jamais”. É humano buscar as referências para utilizar em nossas atitudes cotidianas. Porém, é inteligente que essa referência se atualize, a partir de uma revisão histórica.

A geração que hoje frequenta o ensino básico é interativa por essência - e inclusiva pelas características próprias do estilo de comunicação e relacionamento inerentes às comunidades virtuais as quais pertencem. Logo, as iniciativas que desconsideram esse perfil tendem a fracassar por falta de conexão com a atualidade. A resposta: "faça assim porque sou seu pai" não encontra eco.

 Autoridade, nesse contexto, passa muito mais pelo respeito (necessariamente bilateral) do que pelo medo. Cada criança ou jovem necessita de limites restritivos para se constituir socialmente, mas, também, limites preservados, que assegure a construção saudável da sua intimidade e, por sua vez, da sua identidade. Adultos que invadem os espaços de intimidade daqueles pelos quais respondem, vigiando para punir, constroem uma relação frágil de confiança, impedindo a experiência prática de agir, assumindo as consequências pela sua ação. Essa experiência permite exercitar as escolhas. Afinal, viver é fazer escolhas

Preservar a intimidade não nos isenta de acompanhar, dialogar e, sempre que possível, participar da vida daqueles pelos quais somos responsáveis. A sabedoria popular já preconiza que o que diferencia o remédio e o veneno é somente a dose.

Como cada ser humano é único (podemos evidenciar em uma família com vários filhos, que o que foi adequado para um, pode ter deixado sequelas profundas em outro), a alquimia que ajusta a dose adequada acontece na ação de quem participa de perto, ajudando na arte de fazer as melhores escolhas. O que aniquila as relações é a indiferença, pois a atividade educativa necessita de energia (amor ou ódio) para que a aprendizagem aconteça. E aí, incontestavelmente, o que nos move, antes aquece o coração. 






Acedriana Vicente Vogel - diretora pedagógica da Editora Positivo


É possível casar e morar em casas separadas?


A configuração das famílias tem mudado ao longo dos anos, tanto no Brasil quanto em outros países. Uma dessas mudanças, cada vez mais comum, são os casais que decidem morar em casas separadas. O movimento tem até um nome: Living Apart Together (LAT), cuja tradução seria algo como “morando separados, porém juntos”.

Esse modelo de relacionamento não é novo. Há estudos de mais de 20, 30 anos sobre o tema. Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, viver em casas separadas é um fenômeno relacionado às mudanças da sociedade. “É um movimento de pessoas que querem ter relacionamentos afetivos íntimos e de longo prazo, mas que rejeitam por vários motivos o modelo tradicional, preferindo manter seu espaço, privacidade ou independência”.  



Razões práticas

 
Em países como Estados Unidos, Canadá e em alguns países da Europa, é muito comum encontrar casais que optam por morar em casas separadas. Segundo um estudo sobre o tema, a maioria dos casais que escolhe este modelo de relacionamento, o faz por razões práticas. “Entre os mais jovens, os motivos estão mais ligados aos estudos ou ao trabalho, por exemplo. Outra explicação, de acordo com a pesquisa, é que os mais jovens usam como uma espécie de experiência inicial para depois decidir se irão ou não morar juntos”, comenta Marina.

Já para os casais mais velhos, as razões são diferentes. “Entre os divorciados e viúvos, os motivos estão mais relacionados aos filhos dos relacionamentos anteriores, ao desejo de manter a independência ou ainda ao medo de passar por novas decepções amorosas. Há ainda aqueles que querem morar separados para resistir às normas tradicionais do casamento e viver uma relação mais aberta e liberal”, ressalta a psicóloga.



Será que funciona?

 
Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, o modelo de viver em casas separadas pode funcionar bem para alguns casais. “Cada casal tem seu próprio jeito de estabelecer como esse modelo irá funcionar. É possível ter projetos e objetivos em comum, mesmo vivendo em casas diferentes. Não é o espaço físico que estabelece a identidade conjugal e sim como o casal constrói sua dinâmica, seu funcionamento, além claro da qualidade do vínculo afetivo”.



Longe dos olhos, mas dentro do coração 

 
Denise e Marina comentam que uma das principais vantagens de viver em casas separadas é deixar espaço para sentir saudades e não vivenciar a rotina, que para alguns casais pode ser algo visto como um complicador dentro de uma relação afetiva.

“Sem dúvidas, quem vive em casas separadas tem alguns benefícios em comparação com os casais que vivem juntos. Em geral, como o tempo a dois é reduzido, esses casais tendem a aproveitá-lo de uma forma mais intensa do que aqueles que moram juntos. Outro ponto é que o funcionamento deste tipo de relação pode lembrar um namoro, com mais tempo dedicado ao casal e menos distrações ou problemas cotidianos”, comenta Marina.



Desafios e desvantagens

 
“Por outro lado, esse modelo traz alguns desafios. Um deles é a criação e educação dos filhos, que pode ser mais complicada ou desafiadora. Inclusive, pode até ser que esse casal enfrente conflitos em relação a ter ou não filhos, justamente por viver desta forma. Um outro conflito que pode surgir é o ciúme”, cita Denise. 

Outra desvantagem é a questão financeira. “O casal terá custos em dobro para viver em casas separadas. Assim, é mais comum que esse modelo de casamento seja uma opção para pessoas com mais estabilidade financeira, que já foram casadas ou ainda para aquelas que simplesmente preferem ter seu próprio espaço, por diferentes razões e que possuem condições financeiras para viver desta forma”, ressaltam as especialistas.



Um novo modelo de amor?

 
“A sociedade vive um processo intenso de transformações no que diz respeito à família e ao casamento. Estamos num momento de transição, ou seja, as pessoas estão procurando novas maneiras de viver a dois. Isso é um fato. Viver em casas separadas é um modelo que pode funcionar dentro deste novo contexto social”, diz Marina.

“Para que qualquer relacionamento afetivo dê certo são necessários alguns ingredientes. Morando junto ou cada um na sua casa, é preciso deixar claro quais são os combinados e o que cada membro do casal espera do outro. O mais importante é viver o amor em sua plenitude e ter satisfação dentro deste relacionamento”, concluem as terapeutas.




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