Duas pessoas podem
ter o mesmo tipo de dor, mas uma efetivamente "doer" mais do que a
outra. Sabe por que? Porque nossas dores estão conectadas com situações e
memórias que trazem mais ou menos apego e conexão!
Segundo a fisioterapeuta Fresia Sá, que realiza um
trabalho com foco em saúde integrativa, algumas dores podem ser maiores do que
as outras, mesmo que sejam mais simples e até mais amenas, se olharmos pelo
lado clínico. Mas por que isso acontece? “Nossas dores estão conectadas com
situações e memórias que trazem mais ou menos apego e conexão. Enquanto uma dor
de cabeça pode ser suportável e passar facilmente para algumas pessoas, para
outras pode ser um tormento e remeter a tempos mais difíceis, mesmo que de
forma inconsciente”, explica ela.
Frésia lembra: “tudo que vivemos deixa marcas no
nosso corpo, seja nas memórias conscientes, seja nas células de determinados
tecidos. Algumas técnicas que usamos conseguem detectar essas memórias e
descobrir se há informações que envolvem aquela dor ou doença que teima em não
ir embora, e que podem estar nos afetando silenciosamente”.
Pelo fato de nossas dores e doenças estarem,
normalmente, conectadas a emoções vividas, é quase impossível comparar
situações: “duas pessoas diferentes podem ter reações à dor totalmente opostas.
Em uma, será apenas a dor em si, em outra, um universo inteiro de sensações,
medos, angústias. Por isso o tratamento de dores crônicas precisa levar em
consideração o histórico, o sistema familiar, a complexidade de cada pessoa”,
enfatiza a fisioterapeuta.
Algumas dores, mesmo iguais, realmente são maiores
do que as outras
“Quando algo nos dói mais do que esperamos, é
preciso investigar: algo a mais existe aí, pode ter certeza”, explica Fresia:
“talvez algum fato que aconteceu na infância, talvez algum sentimento reprimido,
algo que nos faz sentir mais do que simplesmente a dor, mas todo o histórico de
conexões que ela traz à tona. Da mesma forma que para alguém que teve um trauma
com água é muito mais difícil aprender a nadar, para alguém que teve um evento
traumático que resultou na dor será mais difícil encontrar a cura. Porque ela
está conectada não apenas às reações químicas e físicas do organismo, mas ao
conjunto de reações emocionais ligadas ao fato em si”.
Portanto, se você tem alguma dor de “estimação”,
aquela que nunca vai embora ou, se vai, volta rapidinho, que não tem causa
aparente e que te impede de viver um dia a dia saudável, investigue! Descubra
se ela não está conectada a alguma memória traumática ou a alguma crença que
você gerou, e que a mantém na sua vida como se fosse necessária. A dor nunca é!
Ela é um alerta, se não de um fator físico, de um processo emocional ou
psíquico que precisa ser tratado. Buscar ajuda para ter uma vida melhor é
possível. Muito mais do que isso, é fundamental.
Fonte: Biointegral Saúde