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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Fisioterapeuta ensina exercícios no tratamento do Câncer de Mama


Complicações pós-operatórias, aderências teciduais ou fibroses são evitadas com tratamento fisioterapêutico especializado


O câncer de mama é o principal tipo de câncer na mulher, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos novos casos a cada ano. Segundo dados da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), um a cada quatro tipos de câncer que afetam as mulheres é o de mama, e apresenta um bom índice de cura quando diagnosticado no início. Geralmente, o tumor se apresenta como nódulos e pode atingir a axila e até mesmo outros órgãos, chamado metástases.

Segundo a fisioterapeuta Alessandra Sônego, especializada em Saúde da Mulher pelo HC-FMUSP, a fisioterapia deve ser realizada em todas as fases do câncer de mama e durante todo o tratamento, seja ele quimioterápico, radioterápico, pré-operatório, pós-operatório e até mesmo nos cuidados paliativos. “No pós-operatório, independente da cirurgia, é necessário acompanhamento fisioterapêutico para evitar aderências teciduais ou fibroses e melhorar o aspecto da cicatriz e minimizar o edema. Se houver esvaziamento ganglionar na axila, são realizados exercícios miolifocinéticos, para evitar o aparecimento de linfedema, restrições ao movimento do braço e do pescoço e, consequentemente, outras sequelas”, explica.

Em razão da fadiga oncológica pós-tratamento, é indicado que a paciente realize uma série de exercícios específicos para estimular o metabolismo, para promover disposição no retorno às suas atividades do cotidiano. No pós-operatório recomenda-se realizar alguns exercícios para evitar as complicações cirúrgicas, pois, após o procedimento, é possível surgir dificuldades de movimentação do ombro, dor em região do braço, ombro, mama e pescoço, inchaço da mama e do braço, formigamento do braço e vermelhidão da mama.

Conheça alguns dos exercícios propostos pela fisioterapeuta Alessandra, que podem ser realizados em casa, como complemento do tratamento convencional.
  1. No pós-cirúrgico imediato, os exercícios devem ir até a altura do ombro ou respeitar o limite imposto pelo médico cirurgião. Comece fazendo movimento de cabeça, incline para a direita, esquerda, para frente e para trás, se conseguir faça circundação com a cabeça.
  1. Aproxime as duas mãos e faça o movimento de abrir e fechar os cotovelos, com abertura e altura até o ombro. Faça movimento de abrir e fechar os cotovelos por 10 vezes.
  1. Eleve o braço esquerdo sobre o ombro oposto e com a mão direita, toque no cotovelo para realizar o estiramento do ombro. Segure por 30 segundos. Faça 3 vezes de cada lado.
  2. De pé ou sentada, com os braços estendidos à frente, segure um bastão ou um cabo de vassoura na altura do peito, leve este para cima até altura do ombro para baixo, para a direita, para o centro e para a esquerda. Repita 10 vezes.
  1. Segure o bastão para trás e movimente até o seu limite de alcance. Repita 10 vezes.


 


Alessandra Sônego - fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher pelo HC-FMUSP, atuante nas áreas de reabilitação dos músculos do assoalho pélvico e obstetrícia na clínica Athali Fisioterapia Pélvica Funcional. Especialista em acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa pela FACEI (2011). Site: http://www.athalifisioterapia.com


"Touca Inglesa" evita queda de cabelos durante tratamento quimioterápico e reduz índices de depressão entre pacientes


Especialista explica como técnica que utiliza um aparelho médico com touca gelada para resfriar o couro cabeludo ajuda a criar uma barreira que protege os folículos capilares; Procedimento é seguro para mulheres diagnosticadas com câncer de mama e seus bons resultados geram reflexos positivos à autoestima, colaborando diretamente para eficácia no tratamento da doença


Após receber o diagnóstico de câncer, surgem as mais variadas dúvidas sobre as formas de tratamento e seus efeitos colaterais. No caso das mulheres, um dos mais temidos é a perda de cabelos ocasionada pela quimioterapia. Essa aflição, muitas vezes, se sobrepõe inclusive aos resultados positivos da terapêutica e leva a um elevado risco de problemas secundários como autoestima baixa, ansiedade, estresse e depressão. Segundo especialistas, o impacto psicológico é ainda maior quando se trata de câncer de mama, a neoplasia maligna que mais atinge o sexo feminino, correspondendo a 28% do total de novos casos todos os anos entre este grupo - um universo que representará 60 mil pessoas diagnosticadas somente este ano, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

"É preciso destacar que mulheres com câncer de mama passam por um turbilhão emocional que tem início no momento em que descobrem a condição e continua, com altos e baixos, ao longo de todo o processo de tratamento. O diagnóstico desse tipo de tumor, em especial, gera inseguranças relacionadas aos desdobramentos que a doença provocará na imagem da paciente. Por isso, é preciso garantir não apenas que seja realizado o devido acompanhamento da condição em si, como também atentar aos aspectos psicológicos", explica o Dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) - Grupo Oncoclínicas.

Neste sentido, um procedimento que aumenta as chances de preservação dos fios nos processos de quimioterapia têm sido considerado um importante aliado para a melhora do equilíbrio emocional em mulheres em tratamento contra o câncer de mama. A técnica, chamada de Crioterapia ou Scalp Cooling (em inglês), consiste no uso de da chamada Touca Inglesa, um dispositivo que resfria o couro cabeludo, levando à contração dos vasos sanguíneos e, desta forma, cria uma espécie de capa protetora que preserva os folículos capilares.

"Não há números apurados sobre a eficácia do uso desta técnica no Brasil, considerando que ela foi aprovada pela Anvisa no início de 2015. Contudo, pesquisas realizadas em vários países da Europa, onde sua aplicação já vinha sendo feita ao longo dos últimos anos, mostram que a redução da taxa de alopecia variou de 49% até 100% em mais de 2 mil pacientes avaliadas. Isso significa que a queda de cabelos foi nula ou praticamente imperceptível em boa parte dos casos", diz o Dr. Daniel.


Entenda como funciona a Touca Inglesa

Um capacete revestido por um gel em temperatura de 4º C é conectado por meio de um tubo a uma máquina que se assemelha a um circulador de ar.

 Colocado sobre a cabeça do paciente 60 minutos antes da infusão de quimioterapia, a touca permanece sendo usada durante toda a aplicação do quimioterápico e só é retirada cerca de uma hora após a aplicação completa do medicamento. Todo o processo dura em torno de três a quatro horas. "Esse dispositivo gelado causa uma sensação térmica de aproximadamente 15º C e, em geral, é bem tolerada. Em alguns casos pode haver queixa de dor de cabeça, tontura e sensação de frio, mas tais sintomas não são considerados como fatores que levem à disistência do procedimento pelos pacientes, graças ao bons resultados alcançados", ressalta o oncologista do CPO.

O resfriamento do couro cabeludo diminui o fluxo sanguíneo para a raiz de cada fio, fazendo com o que folículo capilar fique menos suscetível à agressão dos quimioterápicos e, portanto, menos propenso ao risco de queda. O especialista frisa que o nível de preservação do cabelo está relacionado ao tipo de quimiterápico empregado. Considerando as drogas mais fortes, que levariam à queda total dos fios, é possível reduzir o indíce de perda para 20% a 30%. "Isso significa que o uso de peruca ou lenços se torna desnecessário na maioria das situações, contribuindo amplamente para a autoestima das mulheres em tratamento", pontua o Dr. Daniel Gimenes.

A crioterapia pode ser aplicada em pacientes diagnosticados com outros tipos de câncer, tendo o mesmo potencial de eficácia, mas há restrições. A contraindicação acontece para quem tem câncer hematológico (que afeta o sangue), como leucemia e linfoma. Pessoas que apresentam alergia no couro cabeludo também não devem fazer o tratamento.


Por que usar a touca inglesa?

A queda de cabelo causa danos que vão muito além do aspecto visual. As consequências são graves e estão ligadas diretamente a problemas de autoestima, depressão e, em alguns casos, até desistência do tratamento. A possibilidade de prevenir ou minimizar a queda de cabelo durante a quimioterapia leva a uma mudança de atitude do paciente e na maneira como enfrentará o tratamento.

Esta alternativa é uma maneira efetiva de combater a queda de cabelo induzida pela quimioterapia e pode preservar total ou parcialmente o cabelo. Para o paciente isso significa manter a sua privacidade, melhorar a autoestima e autoconfiança e proporcionar visão e atitude mais positivas em relação ao tratamento e à cura.

No Brasil, desde 2013, já foram realizadas mais de 33 mil sessões com a tecnologia da touca inglesa.


A touca inglesa traz resultados?

Em mais de 50% dos casos, pacientes tratados relataram a diminuição da queda de cabelo a ponto de não precisar usar lenço ou peruca.


Dói usar a touca inglesa?

O resfriamento feito pela Touca Inglesa não causa queimaduras na pele. A sensação de desconforto de cada paciente varia de acordo com a tolerância ao frio e apenas 2% dos pacientes desistem do método por conta disso.


Existem contraindicações?

Por inibir a absorção das drogas na região do couro cabeludo, o resfriamento não é indicado nos casos de cânceres hematológicos, alergia ao frio, metástase manifestada no couro cabeludo e radioterapia na cabeça.


É um método seguro? A segurança e eficácia na redução da queda de cabelos foi comprovada por dezenas de estudos realizados pela empresa britânica Paxman Coolers ao longo de 21 anos e chancelada pelo estudo aprovado pelo FDA-USA.


Outubro Rosa 10 dicas para prevenção do Câncer de Mama



O Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que, entre todas os cânceres, o que mais atinge as mulheres é o de mama, devido a fatores hormonais. Quando detectado precocemente, pode ter boas chances de cura. Veja abaixo pequenas ações importantes para a prevenção, de acordo com João Bosco Ramos Borges, mastologista, ginecologista e obstetra da SOGESP.
 
  1. Tenha uma dieta equilibrada: consumir frutas, verduras e legumes regularmente ajudam a manter a saúde em dia.
     
  2. Diminua o consumo de alimentos embutidos.
     
  3. Pratique atividade física: além de manter o corpo saudável, traz bem-estar e disposição.
     
  4. Evite beber álcool, mesmo em quantidade moderada.
     
  5. Não fume. Além prejudicar os pulmões, cigarro aumenta o risco de câncer de mama.
     
  6. Cuidado com o peso: a obesidade também aumenta o risco de desenvolver a doença.
     
  7. Mulheres acima de 40 anos devem realizar a mamografia anualmente e ser examinada por um médico ginecologista ou mastologista.
     
  8. Dependendo do caso, reposição hormonal pode aumentar o risco de câncer de mama, portanto mulheres na menopausa devem consultar um médico para obter informações.
     
  9. Realizar o autoexame é sempre importante, mostrando autocuidado, autoconhecimento e pode até ajudar na descoberta de nódulos.
     
10.               A exposição ao sol ajuda na produção de vitamina D e reduz os riscos de câncer. Mas cuidado, não fique exposta entre 10h e 16h.

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