De
acordo com especialista, pacientes onco hematológicos podem sofrer
impactos psicológicos ao serem diagnosticados, com desenvolvimento de ansiedade
e depressão
A
medicina sempre foi conhecida como uma das ciências mais humanizadas1.
Exatamente por isso, reconhecer a dimensão desse atendimento passa a ser cada
vez mais necessário, principalmente quando se trata de doenças como o câncer. O
papel do médico vai além do diagnóstico e acompanhamento de um tratamento,
levando em consideração que a informação clara e o olhar para o lado emocional
dos pacientes pode ser um grande aliado no combate à doença.
Imagine, então, no caso do linfoma de Hodgkin
(LH), um câncer hematológico raro que incide principalmente na população entre
15 e 40 anos2. Qual a importância da figura do médico nesse momento?
De acordo com Dr. Guilherme Perini, médico
hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein em São Paulo, pacientes mais
jovens e em idade fértil, como mostra a incidência no caso deste linfoma, podem
ter ainda mais dificuldade em receber a notícia. “Cerca de 70%3
da população ainda não sabe o que são os linfomas, assim, é compreensível que
inicialmente o diagnóstico seja mais impactante” justifica.
Ainda segundo o Dr. Guilherme, alguns estudos
mostram o impacto de pacientes ao saber que têm câncer. “Um estudo
brasileiro evidenciou que pacientes onco hematológicos apresentaram impacto
psicológico ao serem diagnosticados, com desenvolvimento de ansiedade e
depressão. Essa é apenas mais uma evidência do que costumo
ver no consultório sobre a necessidade de uma maior conscientização sobre o
câncer”.
O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer com
estimativa de 2.5302 novos casos em 2018 no Brasil e, pelo número baixo de casos,
o conhecimento é ainda mais limitado: “poucas pessoas sabem dos seus altos
índices de cura e muito menos dos avanços no portfólio de tratamentos, como,
por exemplo, a chegada da terapia-alvo no Brasil”, pontua Dr. Guilherme.
Hoje em dia, sua taxa de cura chega a 80%3 ainda nas primeiras
linhas de tratamento e, ainda assim, outros 20% ainda tem opções promissoras,
como com o brentuximabe vedotina, princípio ativo da terapia-alvo, entre
outros.
A humanização em oncologia é uma realidade e tem
se tornado fundamental para os pacientes, já que o tratamento tem uma carga alta
tanto física quanto psicológica. Dr. Guilherme comenta
ainda a responsabilidade de acolhimento pela equipe médica, sendo o diálogo uma
ferramenta essencial. “Falar a respeito e divulgar mais informações sobre as
doenças são maneiras de amparar pessoas com LH e, dessa forma, todos nós
podemos contribuir. A proximidade e a confiança que se criam entre médico e
paciente oncológico é talvez a parte mais bonita desta área da medicina”, finaliza
o médico.
Para compreender mais sobre a doença, confira
o infográfico abaixo (também disponível em alta resolução):
Takeda Oncologia
Referências
1. Órgão Oficial
do Centro de Estudos – Departamento de Psiquiatria [Internet]. [cited 2018 feb 20]. Available
from: http://www2.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial02a.htm
2. Instituto Nacional de Câncer José
Alencar Gomes da Silva [Internet] [cited 2018 feb 20] Available from: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/linfoma_hodgkin
3. Associação Brasileira de Hematologia e Terapia
Celular [Internet]. [cited 2018 feb 20] Available from: http://www.abhh.org.br/imprensa/abhh-esclarece-linfoma-de-hodgkin-e-altamente-tratavel-e-curavel-2/