A terapeuta Salma Cortez
explica o motivo dessa relação não subir a serra
Carnaval é o momento em
que as pessoas se preparam para realizar algumas fantasias que não se permitem
durante todo o resto do ano. Está inserido culturalmente que no decorrer desse
período, tudo é permitido. Podemos usar roupas mais provocantes, homens podem
se vestir de mulher e a paquera corre solta. Beija-se aqui, aperta-se dali e
isso não é julgado como libertinagem, já que a liberação sexual durante o
Carnaval é permitida.
É interessante retomarmos aqui as origens históricas do Carnaval. A palavra Carnaval em si relaciona-se a "Carro Naval" – Barco, no Antigo Egito e relaciona-se, em sua origem histórica, a uma maravilhosa celebração de transição da Natureza, onde o Homem se percebia sendo um com o Universo que se transformava e se recriava através de um processo inicial de desordem criativa, para que uma nova etapa de vida pudesse ter início.
É dentro deste contexto que entram a ausência de limites e regras típicas do Carnaval. No entanto, o que se perdeu é exatamente a noção de passagem para uma nova etapa de vida na qual o Caos tem uma função de transcendência. E é aqui que está o perigo da ausência de limites da festividade.
"O Carnaval pode ser em si um processo muito saudável se tivermos este nível de consciência, na qual temos a oportunidade de nos conhecer na ausência de limites, encarar nossos "demônios", vivenciar partes de nós que não nos permitimos no dia-a-dia estruturado por papéis e responsabilidades que nem sempre escolhemos como nossos", explica a terapeuta Salma Cortez.
Segundo a especialista, durante a maior comemoração festiva brasileira, os humores ficam mais amistosos e tudo que queremos é "ser feliz" e isso é direcionado aos excessos que podemos cometer sem sentir culpa, já que no Carnaval tudo é consentido. "Analisando este comportamento, podemos verificar que as pessoas se desprendem de alguns pudores que são preservados em seu dia a dia e aventuram-se em seus desejos reprimidos pela vida cotidiana, em que tal comportamento não é aceito para a maioria. Por isso, durante a folia, as pessoas querem mesmo é namorar com várias outras sem compromisso, apenas curtindo o momento de euforia, muitas vezes impulsionado pelo alto consumo de álcool, já que tem o aval do Carnaval para não sentir culpa pelos atos", afirma Cortez.
A terapeuta também informa que nada impede de grandes romances surgirem na data, pois para as surpresas do coração, não tem fantasia certa e nem marchinha ganhadora.
Então, vale o aviso: viva seu Carnaval e recrie-se no processo.
Salma Cortez -
formada em psicologia pela USP, mestre em Reiki e membro da SBDOF (Sociedade
Brasileira de Dor Orofacial). Terapeuta especializada em tratamento da DTM,
desenvolvimento da qualidade de vida e aprofundamento do autoconhecimento por
meio dos Florais Joel Aleixo e da EFT (Emotional Freedom Techniques ).