Recentemente, chegou a São Paulo o Museu da Empatia. Criado
em Londres, o projeto tem como objetivo desenvolver a empatia das pessoas e
fazê-las enxergarem o mundo com os olhos dos outros. Através da mostra
intitulada de “Caminhando em seus sapatos…”, os visitantes tem a experiência de
andar por alguns metros calçando sapatos de desconhecidos e ouvindo relatos
sobre suas próprias histórias.
Se a melhor definição sobre empatia é enxergar as coisas a
partir dos sapatos dos outros, o Museu captou exatamente essa ideia e criou
esse projeto literalmente a partir dessa expressão popular. Os visitantes podem
ouvir 25 depoimentos produzidos especialmente para proporcionar uma viagem
empática e sensorial.
Tudo isso ocorre dentro de uma instalação que faz referência
a uma caixa de sapatos gigante, onde estão pares de calçados disponíveis
acompanhados de histórias que abordam a diversidade do ser e seu pertencimento
comum à humanidade.
Enquanto caminha, é possível ouvir relatos que falam sobre
temas como superação, diversidade, violência social e direitos humanos. Há
ainda histórias que envolvem preconceitos, como LGBTfobia e gordofobia. É
possível ouvir também opiniões sobre educação, cultura, acessibilidade e direito
à cidade.
Uma pesquisa científica revelou que 98% das pessoas tem a
habilidade de criar empatia, mas são poucas as que conseguem alcançar o
potencial completo. Isso porque nós vivemos em mundo hoje tão individualista
que a empatia tem sido deixada de lado. Estudos recentes mostram que os níveis
de empatia nos Estados Unidos por exemplo, caíram quase 50%.
Essa iniciativa pela busca por empatia tem muito a ver com
Design Thinking, uma das metodologias mais usadas para inovação atualmente. A
técnica parte do pressuposto que precisamos internalizar três valores básicos:
empatia, colaboração e experimentação. É a partir desses conceitos que podemos
criar ou ressignificar qualquer coisa ou situação.
Basear-se nesses três valores significa mudar o modelo
mental, levantar da cadeira, ir para a rua. O Design Thinking estimula o
trabalho em grupos, a co-criação. Ele destaca ainda que é preciso ouvir o
outro, construir sobre a ideia dos outros e, é claro, arriscar e experimentar.
A empatia é uma premissa básica e um conceito cada vez mais
em ascensão. Contudo, embora seja muito falada, é pouco praticada. Isso porque
ser empático não é fácil. Empatia significa se colocar no lugar da outra
pessoa, compreender a perspectiva psicológica do outro como se fosse a sua.
Vale a pena experimentar essa vivência, que fica em São Paulo até 17 de
dezembro. Eu já fui e recomendo!
Mario
Rosa - gerente de negócios da Echos - Laboratório de
Inovação.