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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Percentual de famílias inadimplentes alcança o maior patamar em 7 anos



Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias endividadas alcançou 58,4% em setembro de 2017, uma alta de 0,4 ponto percentual na comparação com o mês de agosto. A proporção daquelas famílias inadimplentes, ou seja, com dívidas ou contas em atraso, também cresceu em setembro de 2017.



Na comparação mensal passou de 24,6% para 25% das famílias, o maior patamar desde maio de 2010, como explica a economista da CNC, Marianne Hanson. "Aumentou o percentual de famílias endividadas. Aumentou também o percentual de famílias que tem dívidas ou contas em atraso. E aumentou o percentual de famílias que disseram que não tinham condições de pagar estas contas e dívidas que estão em atraso e que, portanto, ficariam inadimplentes. Aumentou para 10,3%. Então este é o maior patamar da série histórica da nossa pesquisa iniciada em janeiro de 2010."

Segundo ela, a alta taxa de desemprego ajuda a explicar a maior dificuldade das famílias em pagar suas contas em dia e o maior pessimismo em relação à capacidade de pagamento. Marianne Hanson enfatiza também que é apenas com o planejamento dos gastos que o consumidor vai conseguir se livrar da inadimplência.
"A gente sempre recomenda que, especialmente em tempos difíceis como este, em que a taxa de desemprego continua elevada, os reajustes salariais vem sendo pequenos, a necessidade de ter um planejamento financeiro eficiente aumenta."



A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor aponta que para 76,4% das famílias que possuem dívidas, o cartão de crédito permanece como a principal forma de endividamento, seguido dos carnês (16,2%) e crédito pessoal (10,3%). Os dados foram coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.





Nível de endividamento


Embora a proporção de famílias que se declararam muito endividadas tenha registrado alta na comparação entre os meses de agosto e setembro – de 14,2% para 14,4% –, na comparação anual o índice manteve-se estável. A proporção de famílias que se consideraram pouco endividadas entre agosto e setembro também aumentou 0,5 ponto percentual. Na comparação anual, no entanto, teve decréscimo, saindo de 22,9% em setembro de 2016 para 22,5% no mesmo mês deste ano.




Prazo de endividamento

O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,3 dias em setembro de 2017, superior aos 63,2 dias de setembro de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,3 meses, sendo que 34,1% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre aquelas endividadas, 22,4% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.







Cintia Moreira

Fonte: Agência do Rádio Mais 





NADA MAIS IMPORTANTE!



 Gosto de escrever crônicas. No entanto, raramente consigo pois a urgência e a arrogante importância das pautas cotidianas consomem meu tempo. Hoje, não.


       Aconteceu no centro de Porto Alegre, em local inesperado e hora imprópria, proporcionado por uma única protagonista. E duvido que a maior parte dos transeuntes tenha prestado qualquer atenção ao que estava em curso.

       A personagem cobria-se com andrajos. A pele, envelhecida, visivelmente não se encontrava com água há muito tempo. Todo seu aspecto, dos cabelos aos pés, dava a impressão de se tratar de pessoa egressa de um sanatório para doentes mentais.  Sentada ao meio-fio, ignorando o mundo que fluía ao seu redor, com um rasgado sorriso de felicidade, a mulher pintava as unhas dos pés descalços.

       Foi um flash, um instante fugaz, colhido pela retina enquanto o carro descia a movimentada rua. Mas nunca esquecerei a imagem de alguém que perdeu tudo, inclusive a razão, sem perder a vaidade. A mais bela metade da humanidade estava ali representada, num espetacular, eloqüente e silencioso comício da feminilidade.

       Pode parecer estranho, mas me senti, como homem, homenageado por aquele gesto aparentemente tão impessoal e fútil quanto deslocado. Mulher mãe, filha, esposa, namorada, amante. Mulher sadia ou enferma; bem cuidada ou maltratada. Vaidosa, dengosa e valente. Não há no mundo nada mais importante nem mais interessante do que a mulher.

       Quantas lutas não encontraram lenitivo no vazio daquela loucura? Quanto abandono, traição e combate desigual não a conduziram ao precipício da demência? Mas a vaidade, mulheres que me lêem, a tudo resistiu. Quantas pessoas não terão passado ali e visto nada além de uma expressão da moléstia? E no entanto – insanos! – aquelas mãos sujas escreviam nos pés encardidos, com pincel e esmalte, uma poesia de rara beleza.

       Leitor fugaz daqueles versos eternos, deixo aqui minha própria homenagem ao que eles expressam. E fique a pauta política inteira para amanhã!





 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar
+.







Pediatras cobram medidas para a proteção das crianças e dos adolescentes brasileiros



Os pediatras brasileiros acabam de divulgar um manifesto em defesa da infância e da adolescência no Brasil. O documento, aprovado nesta semana, já foi encaminhado a algumas das principais autoridades brasileiras – nas esferas municipal, estadual e federal – agrupa um conjunto de reivindicações com foco no atendimento na oferta de serviços públicos de qualidade às crianças e aos adolescentes, bem como na garantia de sua segurança e proteção.

LEIA A ÍNTEGRA DO MANIFESTO EM DEFESA DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES

Ao todo são 17 itens de pauta, que dependem da vontade política de gestores e tomadores de decisão para serem implementados, mas que se colocados em prática podem ajudar a reescrever a história do País, defende a presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dra Luciana Rodrigues Silva.  

Diante dessa agenda, a entidade que congrega os pediatras brasileiros espera que o Mês de Outubro não seja pautado apenas pela compra de presentes e pela efemeridade das comemorações do Dia 12. “Que seja, sim, um marco, um momento oportuno, para começar um novo tempo, com consequências positivas para as futuras gerações de brasileiros”, conforme cita o manifesto.

AGENDA PÚBLICA - Os itens foram agrupados em quatro grandes eixos. No campo da Saúde, os pediatras cobram, por exemplo, a oferta de leitos de internação na rede pública em número necessário ao atendimento de crianças e de adolescentes em casos de tratamentos eletivos, bem como a garantia de medicamentos e outros insumos fundamentais ao bom atendimento nos hospitais, postos de saúde e outros serviços. 

Também é ressaltado que o pediatra, por sua formação e capacitação, seja devidamente valorizado e ocupe o papel central na assistência às crianças e aos adolescentes.

Na área dos direitos humanos e sociais, são exigidas providências para a garantia de acesso ao ensino de qualidade, preferencialmente em período integral (em todas as fases do aprendizado); e a garantia de apoio às mulheres para promoção do aleitamento materno. Com respeito à segurança pública, os pediatras pedem que as crianças e os adolescentes, bem como seus espaços preferenciais de frequência (escolas, centros esportivos, núcleos comunitários etc.), sejam objeto de atenção especial por parte das autoridades policiais para que não se repitam episódios de mortes e sequelas geradas por conflitos com criminosos.

Na esfera das relações sociais e familiares, a cobrança de proteção da criança e do adolescente, garantindo-lhes as condições ideais ao seu pleno desenvolvimento. Para tanto, a SBP defende que a população pediátrica não seja exposta a elementos com conteúdo sexual e violento e que promovam comportamentos impróprios, como o consumo de álcool e outras drogas, o que é hoje possível nos lares com o fim da Classificação Indicativa para televisão, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2016.


CONTRA OS ABUSOS - “Nós, médicos pediatras, comprometidos historicamente com a defesa dessa população, recusamo-nos a ficar em silêncio diante tamanhos abusos e omissões. A criança é o único ser em situação de vulnerabilidade absoluta, que ruma em direção à aquisição de sua autodeterminação, tornando-se, aos poucos e ao longo do tempo, cada vez mais autônomo. Se a sociedade organizada não a proteger em sua integralidade, a criança chegará em sua vida adulta marcada por vieses pessoais e sociais e irremediavelmente corrompida”, alerta a presidente.

Na avaliação da SBP, que organizou o documento divulgado a partir de consulta junto a lideranças da especialidade, o País sofre as consequências de uma profunda crise política, econômica e social. Porém, ressalta a SBP no texto do manifesto, é preciso que todos os segmentos da sociedade (incluindo o setor empresarial, trabalhadores, magistrados, políticos, entre outros) se unam, efetivamente, em torno da defesa ampla, integral e sem concessões do “maior patrimônio nacional: seus mais de 60 milhões de crianças e adolescentes, jovens com até 19 anos”.

Na avaliação da presidente da SBP, com as recentes ações de combate à corrupção “o Brasil tem a oportunidade de escrever o seu futuro”. No entanto, como ressaltou, o País não pode limitar seu olhar a um acerto de contas com o passado. “É preciso estender essa esperança a partir de uma atenção máxima às crianças e aos adolescentes brasileiros, oferecendo-lhes perspectivas de cidadania, de inclusão, de respeito, de educação, de saúde e de proteção, em todas as circunstâncias”, ressaltou dra Luciana Rodrigues Silva.




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