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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Transtornos alimentares e suas influências



Elaine Lopes, psicóloga graduada pela Universidade Católica de Santos e também especialista em transtornos alimentares e obesidade, fala sobre as características dos diferentes tipos de distúrbios e como eles podem afetar o cotidiano


A maneira com que o indivíduo se relaciona com seu próprio corpo e com sua mente é um fator que, na maioria das vezes, define como ele irá lidar com as diversas áreas de sua vida. Quando sente dificuldade em encarar suas angústias ou, até mesmo, pequenas questões do dia-a-dia, pode optar por descarregar suas frustrações na maneira como se alimenta. Por isso, é extremamente importante ficar atento às mudanças bruscas nos hábitos alimentares daqueles que estão próximos, pois podem ser um indicativo de que esteja sofrendo de algum distúrbio.

Os transtornos alimentares possuem características diferentes, mas todos podem trazer consequências que afetam o desenvolvimento pessoal, social e profissional, pois fazem com que a pessoa se preocupe exacerbadamente com sua imagem e isso passa a ser sua prioridade. Assim, passam a se sentir culpadas quando se alimentam ou se tornam fixadas em determinado tipo de alimentação. Além disso, existe também quem sofre de compulsão por comer, onde se perde o controle sobre o que é consumido e tem a sensação de insatisfação constante.

A bulimia, por exemplo, é caracterizada pela necessidade de expulsar do organismo aquilo que se considera excessivo e que pode prejudicar a manutenção do físico e o emagrecimento. Nesse processo de expurgo comumente são utilizados laxantes, indução de vômito ou, até mesmo, prática de exercícios em excesso. “A pessoa bulímica geralmente possui um pensamento perfeccionista e extremamente autocrítico e o ato de se alimentar está carregado de emoções com as quais ele não sabe lidar”, explica Elaine Lopes. Muitas vezes o indivíduo também sente vergonha de admitir o que come e é muito comum que ele esconda a comida. Outro fator preocupante é o sentimento de culpa que o invade após esses episódios podendo levá-lo, em casos extremos, ao suicídio.

Já a anorexia se caracteriza, principalmente, pelo temor intenso de adquirir peso. Nesse caso, há a recusa de manter o peso mínimo considerado saudável para sua idade e altura. Existe a rejeição de ingerir alimentos, pois acredita que já está acima do peso. De acordo com Elaine, as exigências e a cultura da beleza que se estabelecem atualmente em nossa sociedade fazem com que a pessoa desenvolva uma imagem distorcida de si. “Ela passa a se enxergar de uma maneira totalmente diferente do que realmente é. Desta forma, começa a buscar alternativas para chegar àquela forma física que acredita ser a ideal e deixa de se alimentar de forma saudável”, ressalta.

Mas também existem aqueles que se tornam obcecados em alimentação saudável e sofrem da chamada ortorexia. Essa condição ainda não é reconhecida pelos manuais diagnósticos e estáticos de transtornos mentais e consiste na busca excessiva por hábitos alimentares saudáveis. “Por demonstrarem uma preocupação demasiada em consumir apenas alimentos saudáveis, os ortoréxicos acabam excluindo alguns grupos de seu cardápio, sem fazer a substituição adequada. Desta forma, ficam suscetíveis a diversas enfermidades”, alerta a psicóloga.

Assim como a falta de alimentação ou obsessão por alimentos saudáveis, a compulsão por comida também é um transtorno que deve ser tratado de forma adequada. “Esse distúrbio pode ser identificado quando se observa a perda do controle sobre o que é consumido, comer sem limites, mastigar e engolir rápido e esconder seus hábitos alimentares. Todos esses comportamentos, em sua maior parte, são acompanhados da culpa, pois existe a consciência de que não há necessidade de comer tanto”, afirma Elaine. Além disso, a compulsão pode ser o gatilho para desencadear outros transtornos como anorexia e bulimia nervosa. “É preciso o auxílio da psicoterapia para identificar o que causa essa compulsão e tratá-la, para que não evolua”.

Ainda segundo a psicóloga, geralmente é possível evitar os primeiros indícios de transtornos alimentares ainda na infância. “Nessa fase a criança sofre a influência direta dos pais, na sua criação e desenvolvimento. Por isso é fundamental cultivar a ideia de corpo saudável e bonito, independente da silhueta e do peso”, orienta. Desta forma, existe a possibilidade de impedir que a situação se agrave e evolua para um quadro de distúrbios mais severos.

É importante ressaltar que, para se classificar um transtorno alimentar, é necessário que haja a distorção da imagem corporal, ou seja: a forma que a pessoa se vê não corresponder a forma que ela de fato é. E ao observar sinais de que o problema já existe, é preciso procurar sempre um profissional para obter um diagnóstico exato e iniciar um tratamento, quando necessário. “A psicoterapia pode ser necessária para auxiliar a pessoa a lidar com as questões que desencadeiam esses distúrbios, algumas vezes deve ser aliada à psiquiatria e também ao acompanhamento de um nutricionista, que trará orientação sobre a maneira correta de se alimentar”, finaliza Elaine.




Elaine Lopes -  psicóloga, especialista em transtornos alimentares e obesidade, possui formação em Master Practitioner em PNL e Coach Sistêmico. Atualmente é sócia-proprietária e responsável pela divisão de saúde e bem-estar da Soar Desenvolvimento Humano. Emagreceu 28 quilos em um ano e utiliza as técnicas e ferramentas de Programação Neurolinguística (PNL) e Coaching que aplicou em seu processo de emagrecimento no curso Viva Leve, auxiliando pessoas a emagrecer e a ter maior qualidade de vida. Compartilha dicas de saúde e bem-estar em seu blog http://www.emagrecadedentroparafora.com.br e nas redes sociais: Instagram @emagrecadedentroparafora


Soar Desenvolvimento Humano


Adolescentes se beneficiam da cirurgia metabólica



Excesso de peso pode trazer transtornos emocionais maiores que os físicos


A obesidade é tratada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública, pois aumenta o risco para uma série de doenças crônicas como diabetes, pressão alta, alterações ortopédicas. Mas há dois aspectos psicológicos que envolvem a doença que são considerados tão prejudiciais quanto os demais - a rejeição e o preconceito.

No mundo atual é preciso ser magro, bonito e estar dentro de padrões considerados “normais” para ser aceito na sociedade. Assim, os obesos experimentam a baixa autoestima, que potencializa ainda mais a compulsividade, ansiedade, insatisfações e o medo de se expor. O obeso se acostuma a abrir mão dos prazeres e para ser aceito, se submete à inúmeras dietas, sem no entanto conseguir manter o novo peso adquirido. “Ele entra numa fase que chamamos de ‘efeito sanfona’, emagrecendo e engordando sucessivamente, porque não entende que a origem da obesidade é multifatorial”, explica o cirurgião especialista em cirurgia metabólica do Hospital São Luiz e da clínica Franco & Rizzi, Dr. Roberto Rizzi. De acordo com ele, como vários fatores influenciam na perda ou no ganho de peso - bloqueios emocionais, problemas físicos e até psicológicos, como a compulsão alimentar – é preciso que esse paciente seja olhado por uma equipe multidisciplinar, que poderá ajudá-lo a se identificar dentro de um novo corpo.

Hoje, os profissionais da saúde consideram que tanto do ponto de vista médico como emocional, a obesidade severa traz conseqüências extremamente graves. “Todos os pacientes relatam as dificuldades de estar acima do peso e, dentre elas, sempre citam o preconceito”, comenta Rizzi. Segundo ele, o fato de perder peso após a cirurgia significa para muitos pacientes um “renascimento”. E essa transformação é relatada por Gerson da Rocha, operado há alguns meses pelo cirurgião. Conta ele que emagrecer é “uma volta à normalidade”, e este é um dos principais benefícios de se sentir magro. “Não tem nada igual a voltar a ter a sua vida normal”, afirma. O peso, segundo o ex-obeso, trouxe uma série de complicações físicas e emocionais. “Hoje faço tudo, desde amarrar um sapato até dançar”.


Adolescentes se beneficiam da cirurgia metabólica
Se para um adulto enfrentar a obesidade é um transtorno, para o adolescente isso pode ser ainda pior. Nessa fase, ele já experimenta as transformações pelas quais passa o seu corpo e também busca a aceitação dentro de seu grupo. E sua aparência pode interferir diretamente em sua personalidade. E se além disso tudo esse jovem ainda tiver problemas de saúde, sua condição pode piorar, de forma geral.

Pensando na qualidade de vida desses jovens, desde 2013 o Ministério da Saúde aceita que, a partir dos 16 anos, eles podem passar pela cirurgia bariátrica e metabólica. E essa mudança da faixa etária, explica o cirurgião, segue consensos internacionais. “Porque o objetivo do tratamento cirúrgico é melhorar a qualidade de vida do paciente que está obeso, resolvendo os problemas de ordem física e psicossocial que o excesso de peso acarreta”, reforça Rizzi.

Assim, a cirurgia é considerada uma solução a ser indicada para o adolescente obeso grave pelos benefícios gerais que traz, independentemente da idade. “Obesidade é um tema que exige muita seriedade, assim quando a cirurgia é indicada e o paciente está bem preparado, se torna um excelente tratamento”, diz o especialista. Isso porque além de afastar as doenças relacionadas, o paciente operado ganha qualidade de vida.




Como manter carboidratos na dieta sem engordar



Granola sacia o organismo, garante fibras e energia sem comprometer a dieta


Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o carboidrato é um aliado do corpo, não deve ser retirado da alimentação e pode ser consumido no nosso cotidiano, desde de que seja de forma moderada e inteligente. Além de ser uma das principais fontes de energia, ele desempenha funções importantes no nosso organismo, como a nutrição das células do sistema nervoso central, músculos e fornece energia para as principais atividades do organismo.

Consumido de forma correta - por meio de alimentos ricos em amido e fibras como, por exemplo, a granola - ele previne o uso da proteína muscular, enquanto que uma restrição total na ingestão desse nutriente pode causar cansaço, fadiga, além de outros males.

A granola é um alimento composto, em sua maior parte, por carboidratos chamados de carboidratos complexos. Diferentemente dos carboidratos simples, que são as massas, grãos e farinhas refinadas, por exemplo, um carboidrato complexo, ingerido moderadamente, principalmente no café da manhã, pode fazer nosso corpo gastar mais energia para “quebra-lo” e nos munir com uma carga saudável de disposição, sem trazer ganho de peso.

No caso da granola, sua grande quantidade de fibras e baixos teores de gordura insaturada a tornam um dos mais completos carboidratos. Ingerida de forma moderada, de 2 a 4 colheres de sopa por dia, em iogurtes e leites, ela se torna uma aliada da boa alimentação.

“Consumir granola no seu café da manhã significa adicionar vitaminas e minerais antioxidantes na dieta. Além disso, a granola, como todo carboidrato complexo, demora mais tempo para ser digerida, isso mantêm a saciedade e ajuda a retardar a sensação de fome. Ou seja, ingerir a granola ao longo do seu dia contribui para manter-se num peso saudável”, explica a nutricionista da Grings Alimentos Saudáveis, Marilia Toledo.

Além disso, alimentos que são fonte de carboidratos como a granola, oferecem uma série de nutrientes importantes, como fibra, magnésio, manganês, selênio, ferro e zinco.

Além da granola, outras fontes de carboidratos complexos são aveia, arroz integral, farinha de trigo integral, grãos e sementes integrais, massas integrais, etc.



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