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segunda-feira, 7 de março de 2016

O Zika vírus, gravidez e riscos: ginecologistas orientam mulheres gratuitamente em 8 de març





Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo e a Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva promovem palestras gratuitas sobre a saúde feminina.

O Teatro Folha, no Shopping Higienópolis, será palco da ação que terá alguns dos mais renomados médicos especialistas do Brasil falando de temas como Higiene Genital Feminina; Câncer de Mama; Endometriose; Pré-natal; Sexualidade; Infertilidade e Preservação da Fertilidade; DST e HPV; Menopausa e Cuidados Estéticos; e Anticoncepção.

Todas as participantes ainda receberão uma rosa em referência ao Dia Internacional da Mulher. Confira a programação.

Horário
Tema
09:00
Ginecologista: o médico da mulher? – Dr. Cesar Fernandes, presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), professor titular da Faculdade de Medicina do ABC
10:00
Higiene feminina: mitos e fatos – Dr. Paulo Giraldo, presidente da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e professor titular da Unicamp
11:00
Anticoncepcionais: qual o melhor método? – Dr. Jarbas Magalhães, vice-presidente da SOGESP
12:00
Sexualidade feminina: do pudor ao poder – Dr. Eliano Pelini, chefe do setor de saúde e medicina sexual da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC)
13:00
Pré-natal: parto normal, cesárea, zika vírus – Dr. Coríntio Mariani Neto, diretor do Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros
14:00
A menopausa e os cuidados estéticos – Dra. Marisa Patriarca, professora de Ginecologia da UNIFESP
15:00
DST e HPV: como prevenir? – Dra. Adriana Campaner, chefe clínica de Patologia Genital Inferior e Colposcopia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
16:00
Endometriose: será que eu tenho ou vou ter? – Dr. Paulo Ayrosa, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo
17:00
A mulher contemporânea e o adiamento da maternidade – Dr. Newton Busso, presidente da Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva (SPRH) e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo


Evento SOGESP/SPMR | Dia da Mulher
Local: Teatro Folha – Shopping Higienópolis
Endereço: Av. Higienópolis, 618 - Consolação, São Paulo - SP
Data: 8 de março de 2016
Horário: 9h às 18h
Evento Gratuito
Mais Informações: (11) 3884-7100

Basta de violência contra a mulher




A Constituição Federal do Brasil de 1988 declarou igualdade entre homens e mulheres. Apesar dessa conquista, na prática, ainda há um abismo entre as disposições do direito e da proteção e a efetiva igualdade de gêneros. Para avançar no enfrentamento da violência como um grave problema de saúde pública relacionado a gênero e vulnerabilidade. A lei Maria da Penha 11.340/2006, visa à proteção da mulher e da família e define violência como “Qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
No artigo 5º, da lei Maria da Penha e a lei 13.104/2015, dispõe sobre o fenômeno do “feminicídio”, e reconhecem como, crime hediondo e com agravantes, situações específicas de vulnerabilidade. Apesar desses dispositivos, essas Leis ainda não asseguraram redução da incidência da violência.
Os dados dos primeiros dez meses de 2015 mostram a magnitude da violência. Do total de 63.090 denúncias de violência contra a mulher, 31.432 corresponderam a denúncias de violência física (49,82%), 19.182 de violência psicológica (30,40%), 4.627 de violência moral (7,33%), 1.382 de violência patrimonial (2,19%), 3.064 de violência sexual (4,86%), 3.071 de cárcere privado (1,76%) e  332 envolvendo tráfico (0,53%).
Os atendimentos registrados no 180, em 2015, revelaram que 77,83% das vítimas possuem filhos e 80,42% presenciaram ou sofreram a violência. Essa realidade posiciona o Brasil nos primeiros lugares entre os países com maior índice de violência contra a mulher. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que avaliaram um grupo de 83 países mostram que entre 1980 e 2013 foram assassinadas 106.093 mulheres, 4.762 só em 2013. O país tem uma taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo.
O Mapa da Violência de 2015 mostra que dos 4.762 homicídios de mulheres registrados em 2013, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo a maioria desses crimes (33,2%) cometidos por parceiros ou ex-parceiros. Evidências mostram que a cada sete feminicídios, quatro foram praticados por pessoas que tiveram ou tinham relações íntimas de afeto com a mulher. Estimativas do Mapa da Violência 2015, com base em dados de 2013 do Ministério da Saúde, alertam para o fato de a violência doméstica e familiar se constituir a principal forma de violência letal praticada contra as mulheres no Brasil.
Quanto à abrangência desse fenômeno, apesar da maior incidência de casos acontecerem nas classes sociais menos favorecidas, a violência é um fenômeno presente em todas as camadas. O Mapa da Violência 2015 também mostra que em dez anos o número de mortes violentas de mulheres negras aumentou 54%, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Os motivos podem ser os mais diversos: ciúmes, ressentimento, inveja, prepotência, machismo, competição, frustração, rejeição, e em alguns casos, os atos de violência não possuem motivo.
Apesar de alguns avanços na conquistas por direitos das mulheres, existem muitas perguntas que ficam sem repostas. Por exemplo, Por que a violência ainda é vista por muitos como um fenômeno cultural instituído e aceitável? Que fatores contribuem para essa triste realidade? Por que a violência ainda é vista por muitos como um fenômeno cultural instituído e aceitável?
Enquanto não encontramos repostas para as questões acima, ressalto que o “dia da mulher” deve ser discutido todos os dias do ano, assim, vamos conquistar a igualdade de diretos.


Raquel Xavier de Souza Saito - coordenadora da Pós-graduação em Saúde da Família da Faculdade Santa Marcelina, Autoridade Sanitária da Vigilância Epidemiológica (Supervisão Técnica de Saúde de Itaquera) – Prefeitura Municipal de São Paulo. 


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