O dia 27 de janeiro
é reconhecido internacionalmente como o “Dia Internacional em Memória das
Vítimas do Holocausto”. A data foi instituída pela Assembleia Geral da ONU,
em 2005, como forma de lembrar a libertação do maior campo de concentração
nazista (Auschwitz Birkenau), pouco antes do final da Segunda Guerra Mundial,
em 1945.
Para
marcar a data, sobreviventes da última geração que viveu o holocausto estarão
reunidos em Porto Alegre relatando suas histórias de vida marcadas pelo sofrimento
e pela esperança. O evento pelo “Dia Internacional em Memória das Vítimas do
Holocausto” será realizado na quarta-feira, 27/01, às 18h30, no Museu da
UFRGS ((Av. Osvaldo Aranha, 277).
Organizada pelo
Museu da UFRGS, com apoio da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, da
SIBRA, do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, da B’nai B’rith/RS e do
Projeto Room 28, o evento tem o objetivo de ressaltar a importância da
memória como forma de reflexão para evitar que acontecimentos lastimáveis
como esse se repitam.
No
evento, os sobreviventes do Holocausto Bernard Kats, Curtis Henry Stanton,
Max Wachsmann Schanzer e Johannes Melis apresentarão relatos de todo
sofrimento vivenciado durante a 2ª Guerra Mundial.
Bernard
Kats, judeu, holandês, tem 79
anos e tinha 3 anos quando a Holanda foi invadida. Após a morte de seu
pai, Bernard e sua irmã foram entregues numa organização da comunidade
protestante reformista (calvinista) criada para proteger os perseguidos.
Passaram por sete endereços diferentes, ficando em alguns deles só por uma
noite. Trocaram seus nomes, sua filiação e, assim, conseguiram se salvar. No
pós-guerra, com a ameaça de um novo conflito armado devido à “guerra fria”,
sua mãe decidiu emigrar ao Uruguai em 1953. No ano de 1970, Bernard veio, a
trabalho, morar em Porto Alegre.
Curtis
Henry Stanton, judeu, alemão,
tem 86 anos. Aos 12 anos, quando começou a 2ª Guerra Mundial, era ofendido
pelos colegas na escola por usar a estrela de David. Sua família e ele foram
para o gueto de Lodz (Polônia). Seus pais morreram em campos de concentração.
Depois da guerra, reencontrou seu irmão e primos do seu pai na Inglaterra,
onde viveu até 1958. Veio a Porto Alegre transferido pela empresa para a qual
trabalhava.
Max
Wachsmann Schanzer, judeu,
polonês, tem 87 anos. Tinha 11 anos quando começou a 2ª Guerra Mundial e sua
família foi confinada no gueto Shredlice, na Polônia. Em 1943, durante uma
seleção no campo, seus pais e a pequena irmã de cinco anos, foram levados em
vagões de gado, para o campo de extermínio de Auschwitz, onde morreram nas
câmaras de gás. Ele e mais três irmãos foram levados para campos de
concentração de trabalhos forçados. Foi, então, que passou a ser chamado não
pelo nome e, sim, pelo número que lhe deram: 25861. Em 1945 foi libertado pelos
russos. Passou pela Alemanha, França, Argentina e Bolívia, chegando ao Brasil
em 1954.
Johannes
Melis, católico, holandês, 77
anos. Nasceu na cidade de Roermond, ao sul da Holanda. Seu pai era membro da
resistência holandesa, treinado para desarmar equipamentos e foi
escafandrista. Salvou famílias de judeus, escondendo-os em sua casa.
Corajosamente, também, salvou pilotos ingleses, canadenses e americanos. Sua
família veio para o Brasil em 1951, e Johannes naturalizou-se brasileiro.
Essas
são algumas histórias que serão relembrados no evento que terá entrada franca
e não há necessidade de inscrição prévia. Para mais informações, acesse: www.ufrgs.br/museu ou pelo fone (51) 3308-3390. Além dos
sobreviventes do Holocausto, o evento contará com a participação de
autoridades de diversas associações e instituições.
PROGRAMAÇÃO
18h30 – Abertura
19h – Relatos e memórias dos sobreviventes
20h – Reflexão pela paz com o Grupo de Diálogo
Inter-religioso de Porto Alegre
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