Planejamento é a palavra de
ordem para manter a saúde das crianças nas férias de verão. Rever os horários e
adaptar a rotina das refeições, sem prejuízo, é o primeiro passo para encontrar
alternativas que possam garantir o bem-estar dos pequenos. A dica é
da chefe do Serviço de Pediatria do CHN (Complexo Hospitalar de Niterói),
Christine Tamar, que ressalta: “A saúde não entra de férias.”
A seguir, Tamar lista sete
cuidados que os pais devem ter com a alimentação das crianças durante o período
de férias escolares.
Sem
perder a rotina
O ideal, mesmo nas férias, é
que as crianças façam três grandes refeições: café da manhã, almoço e jantar,
além de três lanches entre essas refeições maiores. “Mas sem substituir um
lanche por uma guloseima em frente à televisão”, orienta Tamar.
Estímulo
saudável
Estimule seu filho a
consumir alimentos saudáveis. Vá ao mercado, à feira ou à quitanda com ele.
Escolha os alimentos junto com ele e, depois, peça para que ele ajude a
preparar a comida com você, nem que seja só lavar as verduras de uma salada.
Certamente seu filho vai sentir mais prazer em comer aquilo que ele mesmo
ajudou a preparar.
Refeição
em família
Fazer as refeições em
horários regulares e em família é extremamente saudável, não só para o corpo,
mas para o fortalecimento emocional de seu filho. E, sempre que possível,
desligue a TV durante as refeições para estimular o diálogo entre vocês.
Praia
O cuidado com a alimentação
na praia precisa ser redobrado, pois muitos alimentos vendidos pelos ambulantes
podem oferecer riscos à saúde. Em contrapartida, não se deve deixar a criança
ficar brincando horas na areia sem se alimentar e se hidratar adequadamente.
Por isso, é importante ficar atento à comida para observar se ela está
devidamente armazenada, na temperatura correta e sem exposição ao sol ou à
poeira. Prefira os alimentos cozidos e fritos, de preferência os que foram
feitos na hora.
Fast-food
Se a criança tem um hábito
alimentar saudável e o consumo de fast-food for esporádico e
equilibrado, o ideal é limitar o consumo e negociar com os pequenos apenas idas
quinzenais à lanchonete. É o que recomenda Tamar. “Mas, vale lembrar, esses
alimentos são ricos em calorias e gorduras. Um sanduíche, acompanhado por
batata frita e refrigerante, tem em torno de 1.500 Kcal, o que corresponde a
boa parte do que deveria ser ingerido em um dia”, complementa.
Refrigerantes
e salgadinhos
A dupla costuma ser pedida
com bastante frequência pelas crianças durante as férias. Quanto ao refrigerante,
Tamar reforça que é uma bebida composta por muitas substâncias artificiais e
contém valor nutricional quase nulo. Já os salgadinhos, a médica recomenda que
sejam consumidos, no máximo, três vezes na semana, em dias alternados, levando
em consideração os alimentos que foram consumidos no dia. “Hoje é possível
encontrar opções integrais, como salgadinhos assados, preparados à base de
milho, ricos em fibras, gorduras poli-insaturadas e livres de corantes
artificiais, com menor quantidade de carboidratos”, indica Tamar.
Sinceridade
e respeito
Seja sempre sincero com seu
filho sobre o que ele está comendo. E lembre-se de que ele também tem paladar e
que deve ser respeitado quando diz que não gosta de determinada comida.
Fique
alerta aos sintomas de intoxicação alimentar
De acordo com a Dra. Tamar,
os sintomas da intoxicação alimentar são bem parecidos com os de uma virose:
indisposição, dor abdominal, flatulência, vômitos, distensão abdominal (barriga
inchada) e diarreia. Às vezes, também pode haver febre. A má notícia
é que não há muito que fazer além de ingerir bastante líquido e repousar.
Isso porque o maior risco da
intoxicação é que a criança fique desidratada, por causa da perda de
líquidos. Diminuição da diurese, que é o volume de urina, olhos encovados e
turgor da pele (quando a cútis perde a elasticidade e fica mais marcada, como a
de pessoas mais velhas) podem indicar desidratação.
Além disso, quando falta
líquido no organismo, o coração bate mais rápido e as mucosas ficam secas.
Nesse caso, os pais precisam dar o soro de hidratação oral e procurar um médico
para receber orientação. Às vezes, quando a criança vomita tanto que nem
consegue tomar o soro, é preciso levá-la a uma unidade de saúde para receber a
solução pela veia.