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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Uma em cada duas crianças nos países em desenvolvimento diz que não estão seguras em casa




Dados fazem parte da pesquisa Pequenas Vozes, Grandes Sonhos do ChildFund Alliance, organização social parceira do ChildFund Brasil

Meses após as Nações Unidas terem tornado a violência contra as crianças uma prioridade global, a pesquisa chamada Pequenas Vozes, Grandes Sonhos, aponta que metade das crianças pequenas nos países em desenvolvimento dizem não estar seguras em suas próprias casas. Cerca do mesmo número de jovens americanas acreditam estar correndo risco na Internet.
As conclusões são parte da pesquisa recentemente liberada e patrocinada pela organização social ChildFund Alliance, com cerca de 6.000 crianças de idades entre 10 e 12 anos, em 44 países ao redor do mundo. Também foi feita uma pesquisa paralela com 1.353 crianças americanas, de idades entre 6 e 18 anos em regiões altamente empobrecidas, encomendada pelo ChildFund International, o membro norte-americano do Alliance.
De acordo com a sexta pesquisa anual Pequenas Vozes, Grandes Sonhos - realizada através de entrevistas individuais em pesquisas de campo e online nos Estados Unidos – 46 por cento das crianças das nações em desenvolvimento afirmam que acreditam que as crianças correm maior risco de serem lesadas em casa, a segunda maior resposta da pesquisa depois de “caminhando sozinhas pelos lugares” (55%). (As crianças podiam escolher mais de uma resposta.)
Em pesquisa paralela, as crianças norte-americanas afirmam que acham que as crianças estão menos seguras andando pelas vizinhanças (citado por 64% dos entrevistados) e em parques (45%). Quase o mesmo número (44%) dizem que as crianças não estão seguras online. Quase nove em dez crianças americanas (89%) dizem que as crianças não estão em risco de perigo em casa.
“Em todo o mundo os governos têm se comprometido coletivamente em proteger as crianças contra a violência através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que foram adotados em setembro passado. E os resultados desta pesquisa esclarecem como as crianças veem os perigos que confrontam sua geração,” disse Anne Lynam Goddard, presidente e CEO do ChildFund International. “Enquanto muitas crianças estão expostas a várias formas desprezíveis de violência – trabalho forçado perigoso, tráfico sexual e sequestros, entre elas – também sabemos que a segurança delas está regularmente ameaçada nos lugares em que deveriam se sentir mais seguras: em casa e na escola. Estas constatações servem como um lembrete pontual do grau de comprometimento que devemos assumir para manter as crianças seguras.”
Os resultados da pesquisa refletem uma variação significativa entre as diferentes nações. No país africano da Guiné, por exemplo, somente 4 por cento das crianças dizem que as crianças estão em risco de serem lesadas em casa, enquanto no Togo, 94 por cento das crianças dizem que estar inseguras na própria residência.
Os participantes da pesquisa foram solicitados a dar suas percepções a respeito do por que acreditam que os adultos maltratam as crianças. Os jovens das nações em desenvolvimento estão dividas quanto à razão principal, com 40 por cento falaram que “os adultos têm poder” e 35 por cento consideram ser por “culpa da criança”. Da mesma forma, 32 por cento citam a “punição” como estando por trás do abuso.
Na Austrália, 70 por cento dos entrevistados dizem que os adultos lesam as crianças devido às drogas ou intoxicação. Na França, 60% acreditam que o abuso é o resultado de seus pais terem sido maltratados quando pequenos.
“Esta pesquisa anual nos lembra da honestidade e clareza na forma com que as crianças veem o mundo ao redor delas,” disse Goddard. “Estas verdades frequentemente apontam para as áreas em que a maioria necessita de nossa atenção.”
Quando perguntadas sobre o que elas fariam para melhor proteger as crianças se elas fossem os líderes de seu países, uma entre cinco (22%) nos países em desenvolvimento disseram que puniriam os abusadores enviando para a prisão, enquanto 20 por cento disseram que aprovariam, fortaleceriam ou aplicariam melhor as leis destinadas a proteger as crianças.
Uma em cada três (32%) crianças americanas concorda com a ênfase em aprovar e/ou fazer cumprir leis que as protejam de forma mais eficaz.
No Afeganistão, uma em cada três jovens (32%) diz que se fosse o líder de seu país exigiria que as crianças completassem sua educação. Trinta e nove por cento das crianças vietnamitas dizem que desestimulariam o mau comportamento exemplificando com o bom comportamento.
Quanto à coisa mais importante que as crianças acreditam que os adultos – especialmente os pais e cuidadores – podem fazer para mantê-las mais seguras nas nações em desenvolvimento estão grandemente divididas. Quase uma em cada cinco (18%) diz que os adultos devem ouvir o que as crianças têm a dizer. As próximas respostas mais populares: Educar outros adultos sobre o por que as crianças merecem um tratamento melhor (13%); relatar casos de lesões contra as crianças (11%); e promulgar leis mais fortes para proteger os direitos das crianças (10%).
Mais de uma em três entrevistados nos Estados Unidos (35%) concordam que os adultos devem ouvir mais as crianças, com um quarto (23%) dizendo que as lesões devem ser relatadas às autoridades competentes.
Na nação asiática do Timor-Leste, cerca de dois terços das crianças (64%) dizem que os adultos devem “amar mais as crianças”, enquanto uma em quatro entrevistados no México (25%) e Libéria (25%) dizem que os adultos devem certificar de que as pessoas que lesam as crianças sejam punidas. Cerca de um terço das crianças americanas (35%) acreditam que ouvir o que as crianças têm a dizer é o mais importante, com 24 por cento dizendo que os adultos devem relatar às autoridades as lesões contra as crianças.
“Como nos anos passados, as crianças que participaram desta pesquisa são aquelas cujas vozes são raramente ouvidas e cujas opiniões são raramente procuradas,” disse Goddard. “Estes resultados não apenas fornecem um fórum para que algumas das crianças mais vulneráveis do mundo nos digam coletivamente o que veem, mas também suas ideias nos dão orientações importantes de como devemos moldar nossos esforços para melhor atendê-las.”

Sobre o ChildFund International
O ChildFund International é uma agência de desenvolvimento e proteção infantil que atende 20 milhões de crianças e membros das famílias em 30 países. Durante 75 anos, temos ajudado as crianças desfavorecidas, excluídas e vulneráveis do mundo a sobreviver e prosperar para atingir seu pleno potencial e se tornarem líderes de mudança duradoura. Como membro do ChildFund Alliance, criamos ambientes de apoio em que as crianças podem florescer. Mais informações sobre o ChildFund, visite www.ChildFund.org.

Sobre o ChildFund Alliance
O ChildFund Alliance é uma rede de 12 organizações focadas no desenvolvimento infantil trabalhando em 58 países ao redor do mundo. Com um faturamento anual de mais de $500 milhões, o ChildFund Alliance ajuda uma estimativa de 15 milhões de crianças e seus familiares a superar a pobreza.
Fundado há 75 anos, nossos membros são organizações sem fins lucrativos que trabalham diretamente com crianças, famílias e suas comunidades. Alliance procura falar com uma voz global para, com e em nome das crianças. Nossa visão é um mundo em que as crianças exerçam seus direitos e alcancem seu potencial.

Ortopedista alerta para os cuidados com o mergulho em água rasa no verão





Acidentes deixam pessoas paraplégicas ou tetraplégicas e em 90% dos casos os pacientes são jovens entre 10 e 25 anos



Rios, piscinas e mares; locais que no verão sempre estão repletos de pessoas que buscam alívio nas águas, diante do calor quase que insuportável. Mas o que poucos sabem é que um simples lugar de lazer pode oferecer sérios riscos para quem não toma os cuidados necessários. No Brasil, por exemplo, é alto o número de pessoas que sofrem acidentes em águas rasas, principalmente pelo famoso “mergulho de cabeça”.
Dados do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas mostram que a 4ª causa de lesão medular no Brasil é causada por mergulhos em água rasa. Além disso, 60,9% das pessoas que sofrem uma lesão por bater a cabeça ao realizar um mergulho ficam ou paraplégicas ou tetraplégicas. Em 90% dos casos, os pacientes são jovens entre 10 e 25 anos.
O ortopedista e especialista em coluna pelo Hospital das Clínicas de São Paulo, Dr. Rogério Vidal, diz que traumas graves podem ser causados, por um simples mergulho em locais desconhecidos.
“O calor propicia um aumento no número de pessoas nesses locais de água rasa e existe esse perigo escondido ligado ao mergulho, principalmente porque muitas pessoas não conhecem o local que vão mergulhar. Dependendo da pancada, a pessoa pode sofrer graves lesões na coluna vertebral”.
Segundo o especialista, em alguns casos a pessoa pode carregar uma paralisia definitiva.
“Alguns traumas na coluna, em função desse mergulho de cabeça, pode levar a pessoa a ficar paraplégica ou tetraplégica. Dependo do grau da lesão na coluna, pode ocorrer uma interrupção parcial ou total das conexões nervosas do cérebro para os membros”, alerta Dr. Rogério.
O ortopedista comenta ainda que já viu pacientes morrerem depois de fazer um mergulho de cabeça.
“Já vi casos em que a pessoa não resistiu aos ferimentos e morreu após esse tipo de mergulho em águas rasas. Por isso é fundamental a pessoa primeiro conhecer o lugar, antes de fazer qualquer tipo de mergulho. Em quase todos os casos, a pessoa que está nesse momento de lazer não consegue visualizar o fundo do rio, ou do lago e nem imagina a profundidade e o perigo”, conclui o especialista.

Dr. Rogério Vidal de Lima - especialista em Coluna pelo Hospital das Clínicas – SP, membro da SBOT - Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, membro da Sociedade Brasileira de Patologias da Coluna e ainda da International Affiliate Membership of AAOS – American Academy of  Orthopaedic Surgeons. www.rogeriovidal.com.br

Retrospectiva e Perspectivas do setor de Saúde





A ‘vida’ dos consumidores com os planos de saúde nunca foi fácil. Na década de 1990 os contratos eram extremamente leoninos, com glosas hoje inadmissíveis, como AIDS, doenças infectocontagiosas, doenças crônicas, limites de dias de internação no ano, rescisão unilateral. O perfil dos consumidores também era muito diverso: 90% dos contratos eram individuais ou familiares e representavam 20 milhões de brasileiros.
Surge então a judicialização da saúde, à mercê do CDC – Código de Defesa do Consumidor -, aprimorada com a Lei 9656/98, com a ANS, pelo Estatuto do Idoso e “zilhões” de novos tratamentos.
Como sabemos que uma lei não muda um comportamento social, o sistema continua colapsado, com variantes, obviamente. Na verdade, o que muda um comportamento social é a discussão de uma necessidade emergente naquela Sociedade. Ocorre que, diante da absoluta falta de estrutura, seja das Operadoras, seja da saúde pública, hoje constatamos um caos mais difícil de ser solucionado, pois falamos de mudança de comportamento.
A primeira mudança ocorrida na Sociedade é que os cidadãos aprenderam, de uma forma certa ou não, que para serem atendidos basta ir ao Pronto Socorro. Reflexo da perda do médico de família. Resultado? Atendimentos emergenciais lotados sem real necessidade e comprometendo, inclusive, o atendimento dos casos verdadeiramente graves. Na verdade, o que deveria ensejar a busca de uma consulta médica (de difícil marcação, ressalve-se) acarretou lotação hospitalar.
Mas, não é só isso. Esses atendimentos geram custos totalmente desnecessários às Operadoras, pois exames são pedidos, tratamentos desnecessários são dados e assim por diante. Inexiste, em qualquer País do mundo, um coeficiente leito/paciente que suporte essa busca desenfreada aos hospitais por conta de gripes, dores de cabeça e etc.
É fato que no Brasil temos Operadoras com três milhões de associados e que deveriam ter (pela OMS – Organização Mundial de Saúde) disponibilidade de 4 leitos para cada 1.000 associados. Imaginem: 12 mil leitos. Piada! Isso não existe. Imaginem então quando se procura um Hospital por qualquer coisa. E essa realidade não é alterada com a edição de uma Lei. Será necessária uma ampla campanha de esclarecimento.
A segunda causa desse colapso mescla a maior longevidade do brasileiro com a evolução da medicina. É óbvio que a rápida, crescente e cara evolução da Medicina contribuiu em muito para a maior longevidade de nossos cidadãos, mas não podemos esquecer que junto a isso temos melhores condições básicas, como o atendimento multidisciplinar dos programas médicos envolvendo o cuidado de tudo que não é grave, mas é necessário cuidar: higiene, alimentação, vida mais saudável.
Ocorre que como o Brasil oferece direito universal à saúde e a indústria da medicina internacional cada vez oferece mais e mais ‘milagres’ de oferta de ‘prolongamento de vida digna ou não’, os médicos e cidadãos querem o mais moderno, o mais novo, independentemente de comprovação, inclusive.  Não se recrimina essa busca desenfreada à vida. É da natureza do ser humano.
O século XXI ficará marcado como o século dos medicamentos. Mais e mais descobertas. Mais e mais curas. Mais e mais esperanças. E, com isso, mais e mais pedidos desses tratamentos. É direito do paciente. Mas, temos medicamentos que custam até R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), seis doses. Essa conta tem que ser paga pelas Operadoras e, obviamente, vai acabar no colo do Consumidor.
É por isso que, na pesquisa divulgada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) feita pelo Datafolha, a negativa de fornecimento de medicamentos aparece como o primeiro lugar de reclamação e insatisfação dos Consumidores, seguida dos incessantes aumentos das mensalidades.
A terceira causa desse colapso decorre, obviamente, da crise econômica. Infelizmente, muitas pessoas estão perdendo seus planos de saúde, seja por conta do desemprego ou de corte de custos familiares / empresariais. E essa realidade está migrando essas pessoas aos SUS, que já detecta aumento de atendimentos em 5% neste ano que passou. Essa realidade não mudará enquanto o Brasil não retomar o curso da economia.
A quarta causa desse colapso decorre do fechamento de venda de contratos individuais ou familiares. Incrível! Os consumidores levaram décadas para formarem direitos básicos, como aumentos regulamentados, tratamentos dados, rescisões proibidas.
O tiro saiu pela culatra.
Justamente por conta dessas garantias, as Operadoras deixaram de vender esses contratos, lançando no mercado novos modelos que podiam ser rescindidos, ter aumentos e com auxílio da ANS, na elaboração do Rol de Procedimentos, negar os tratamentos mais modernos.
Incrível que só a ANS (boazinha) não percebe isso. Como precursora da área no Direito, sinto-me cansada de remar, remar e voltar aos problemas básicos. Não foi à toa que a 4ª maior Operadora do Brasil quebrou. E pior, quebrou tendo a ANS no controle de suas contas desde 2009.
Algo está errado. Os consumidores, os médicos e Operadoras, todos estão insatisfeitos. Quem falta aqui que está silencioso sem reclamar? Quem mais está ganhando, os hospitais, clínicas, laboratórios e indústria farmacêutica.
É curioso. Hospitais passam a ter filiais ou franquias, tal qual lojas de departamentos (estas fechando). Clínicas e Laboratórios lotados, inclusive os dos Hospitais. Indústrias farmacêuticas rindo à toa. Pena que elas não conseguiram pegar as pílulas de São Carlos. Ainda.

osana Chiavassa - advogada especializada em Direito na área da Saúde

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