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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Páscoa: mão de obra temporária deve aquecer contratações




Assim como ocorre em outros anos, a Páscoa, que neste ano será comemorada no começo de abril, já gera demanda de contratações temporárias por parte das empresas - ainda no mês de janeiro o quadro de colaboradores aumentou consideravelmente, tanto na indústria alimentícia como no comércio.
Há diversos segmentos em que grande parte do faturamento é sazonal e a produção concentra-se em determinadas estações do ano. Um bom exemplo são os chocolates na Páscoa, as flores no Dia das Mães e os panetones no Natal.
As datas comemorativas são muito bem vindas e esperadas pelo varejo e indústria, pois ajudam os segmentos a cumprirem suas metas de vendas e, por consequência, geram muitos empregos e movimentam a economia nacional.
Mas é preciso se preparar com antecedência para atender as demandas de produtos. Além da compra de matérias-primas e manutenção do estoque, é necessário programar a contratação de mão de obra extra a tempo de treinar e integrar os novos colaboradores que serão de extrema importância para o aumento da produção e entrega nos prazos prometidos.
Após o período de pico de produção e vendas, se torna inviável manter todos os colaboradores e, é justamente por essa razão que as empresas optam por contratar mão de obra temporária.
O trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular, permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços, como os exemplos citados anteriormente.
A prática é regulamentada pela Lei nº6.019 e o Decreto 73.841. A mesma lei condiciona o funcionamento da empresa de trabalho temporário ao prévio registro no Ministério de Trabalho e Emprego, ou seja, somente empresas com o registro podem atuar como prestadoras de serviços de trabalhos temporários.
Só é possível contratar mão de obra temporária nas seguintes situações: atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente, como por exemplo, férias, licença-médica, licença-maternidade; ou para atender a necessidade de acréscimo extraordinário de serviços, como os períodos de aumento de produção em razão de datas comemorativas.
Vale lembrar que hoje em dia o trabalho temporário é vantajoso tanto para as empresas que contratam quanto para o trabalhador que ganha experiência e, em muitos casos, acaba sendo efetivado pela tomadora de serviços.
Para a empresa são inúmeros os benefícios ao optar por esse tipo de contratação - a redução de custos em relação ao regime CLT é uma delas. O RH interno fica isento dos processos de recrutamento e seleção, já que a agência de trabalhos temporários é a responsável pelo recrutamento, seleção do pessoal e contratos.
Além disso, no período em que esses colaboradores temporários estão desempenhando suas funções, os gestores podem descobrir novos talentos para fazer parte do quadro fixo. Ao término do período determinado por lei, a empresa tomadora pode efetivar o funcionário sem a obrigação de pagar nenhuma taxa extra para a empresa prestadora.
Apesar do grande número de vagas disponíveis nesses períodos e das vantagens para as empresas, muitos ainda têm dúvidas se realmente vale a pena optar por essa modalidade de trabalho. É preciso muita atenção por arte dos trabalhadores e das empresas também. Embora em menor número comparado a outros tempos, ainda é uma realidade o trabalho temporário sem registro. Essa prática é ilegal e representa um risco para quem trabalha e para quem emprega por tempo determinado.
A empresa que optar pela contratação do trabalhador temporário deve buscar uma prestadora de serviços especializada nessa modalidade e certificar-se de que a agência é idônea e que tem os documentos que asseguram seu credenciamento legal. São eles: Certificado de Registro de Empresa de Trabalho Temporário - emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Contrato Social registrado na JUCESP, Certidões Negativas, Certidão de Regularidade no FGTS, entre outros.
É importante avaliar também outros aspectos da empresa, como a qualificação técnica da equipe, clareza nos demonstrativos de custos e preços pré-estabelecidos dos serviços, além da capacidade que a prestadora tem em gerenciar o relacionamento com a contratante e valorizar seus diferenciais.

Alessandra Vieira Martins - gestora de recursos humanos e gerente comercial na Perfil Humano RH, empresa especializada em recrutamento e seleção. www.perfilhumanorh.com.br

A FEBRE DO PLANETA, A ÁGUA, E A ECOECONOMIA




O planeta está altamente febril e humanidade é o próprio vírus causador. Ou nós nos tornamos um bom hospedeiro, ou nós seremos eliminados
Os Jogos Olímpicos ainda não começaram. Entretanto, todos os dias a imprensa noticia recordes e mais recordes. Infelizmente, não são superações humanas para serem festejadas e sim sinais mais do que evidentes dos imensos desafios que a humanidade tem e terá até o findar do século XXI.
O clima está mudado e mudando. O motor climático, devido ao aquecimento global, persegue, tal qual um carro de corrida, novas e indesejadas marcas: a maior temperatura registrada nos últimos 78 anos, o maior período de seca e, subsequentemente, a maior chuva medida desde que se iniciou a série histórica.
As razões para esses fenômenos, que acontecem há pelo menos três décadas, vêm sendo alertadas pela comunidade científica internacional e apresentadas em artigos científicos ou em relatórios como os do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), fundado em 1988.
Entretanto, as sociedades, em especial a brasileira, ainda não se aperceberam que o aquecimento global associado ao desmatamento desmedido turbinaram o clima de tal forma que os eventos climáticos estão e ficarão cada vez mais extremos.
Caso aconteça neste ano de 2015 o fenômeno de aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico, denominado El Niño, poderemos esperar uma significativa alteração no ciclo das chuvas, tal qual aconteceu nos anos de 1997 e 1998. Infelizmente, isso trará uma amplificação ou mesmo uma prorrogação da seca no Sudeste brasileiro.
Diante da magnitude dos atuais desafios, as sociedades deverão repensar, reinventar e alterar todos os modelos de vida e de consumo até então vividos  – se elas mesmas desejarem continuar sobrevivendo.
Esta não é uma afirmação alarmista ou de cunho apocalíptico. É uma constatação mais do que evidente de que o planeta não suporta este nível de demanda de mais de sete bilhões de seres humanos.
O Sudeste Brasileiro, e em especial a Grande São Paulo, nunca viveu uma situação tão crítica em relação ao clima e à água, devido ao aumento populacional e, consequentemente, o consumo. Diante da realidade só existem duas posturas: atacar as raízes do problema ou empurrar com a barriga até onde der.
Soluções existem. Porém, não são soluções únicas ou mesmo mágicas. A primeira envolve a mais que óbvia constatação de que o modelo de urbanização no Brasil está falido. Não faz o menor sentido uma cidade matar seus rios e passar a depender exclusivamente de águas de outros mananciais cada vez mais distantes. Este é o caso de toda cidade brasileira que cresce.
Os índices de tratamento do esgoto doméstico urbano e industrial no Brasil são vergonhosos. E desta forma os rios estão sendo mortos a cada dia que passa. É uma grande incoerência nossa utilizar os rios como transportadores de toda a ordem de sujeira.
A ocupação de áreas de mananciais é outra incomparável idiossincrasia brasileira.
A ausência de bons planos diretores, ou mesmo a falta de fiscalização associada ao oportunismo político populista de alguns têm permitido que áreas vitais para a saúde hídrica dos rios e represas e, consequentemente, da população, sejam deterioradas em uma velocidade nunca prevista outro agravante é a verticalização das cidades, sem regras que norteiem e incentivem a “construção verde”, que defende os sistemas de captação, armazenagem e reuso das águas pluviais, aproveitamento da luz solar, equipamentos eficientes, telhados vivos etc.
Também é necessário que uma parte do terreno seja cedida ao poder público para o alargamento das ruas e calçadas – ou as cidades serão estranguladas em si mesmas. As cidades, assim como as áreas de mananciais, cada uma a seu modo, devem ser reflorestadas.
Além disso, não é possível desperdiçar nos vazamentos da rede de entrega de água o tanto que se perde no Brasil. Em alguns estados o índice de perda supera os 50%.
O Brasil é um país abençoado pela natureza sobre diversos aspectos. No quesito água, detemos aproximadamente quase 12% de toda a água potável disponível para consumo humano do planeta. Talvez seja essa fartura que não nos permitiu até agora aprender como devemos preservá-la e utilizá-la com sabedoria. É uma questão ética e ao mesmo tempo de sobrevivência para todos.
Quando se fala em sustentabilidade, uma das máximas é: pense globalmente e haja localmente. O clima da Terra depende de diversos fatores. Hoje já se sabe que o desmatamento da Amazônia, aproximadamente 20% da cobertura original, está interferindo no ciclo hidrológico do sudeste brasileiro, uma vez que isso interfere na evaporação e na umidade que chega ao sudeste.
Ao analisarmos o desmatamento da Serra da Cantareira, podemos identificar que a capacidade de aproveitamento das águas da chuvas diminuiu significativamente. Assim, desta forma, os poderes executivos federal, estadual e municipal devem de uma vez por todas abandonarem eventuais divergências partidárias e trabalharem conjuntamente com os poderes legislativo e judiciário para preservar o presente e garantir o futuro.
O planeta está altamente febril e humanidade é o próprio vírus causador. Ou nós nos tornamos um bom hospedeiro, ou nós seremos eliminados. Em suma, a humanidade deve planejar e empregar os avanços científicos para poder melhor usufruir as áreas florestais, rurais e urbanas buscando o benefício de todos e garantindo, assim, o seu próprio futuro no planeta.

Sergio Luiz Pereira - engenheiro e escritor, Prof. Dr. Livre-Docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e coautor do livro “A Empresa Ética em Ambiente Ecoeconômico”, lançado em agosto de 2014 pela Editora QuartierLatin SP.  É também palestrante e consultor em Ecoeconomia, professor da FEA da PUC-SP e dos programas de MBA.

Hábitos de higiene equivocados aumentam chances de contaminação das lentes de contato



Especialista revela os 8 erros mais comuns

Hábitos de higiene estão diretamente ligados à contaminação das lentes de contato e de suas caixinhas. Pesquisadores da Universidade de New South Wales, em Sidney (Austrália), estudaram a rotina de 119 usuários de lentes para correção visual e chegaram à conclusão de que 66% dos recipientes usados para armazenar o produto estavam altamente contaminados por fungos e bactérias. Depois de alguns ajustes, perceberam que o problema estava relacionado basicamente a três hábitos equivocados: não lavar as mãos antes de pegar a lente de contato; não secar bem a caixinha ao lavá-la; e usar soluções de limpeza de outro fabricante. As complicações resultantes vão desde simples irritações até graves infecções oculares.
No Brasil, estima-se que cerca de dois milhões de pessoas façam uso de lentes de contato. Trata-se de um número que tende a crescer rapidamente, já que pelo menos metade da população a partir dos 18 anos precisa de correção visual. Daí a urgência em aprender a usar lentes de contato da forma mais correta possível. De acordo com Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, as pessoas em geral costumam negligenciar a saúde ocular, como se a visão fosse um bem durável. Sendo assim, não é surpresa saber que muitos usuários de lentes de contato não cultivam hábitos de higiene apropriados para os cuidados diários com os olhos, com as lentes, nem com as caixinhas em que são guardadas.  “Os cuidados são simples e seguem regras de bom-senso. Mesmo assim, ainda é muito alto o número de pacientes que recorrem a tratamentos depois de vacilar na higiene diária”.
Neves revela os oito erros mais comuns em relação aos cuidados com as lentes de contato:
1.      Enxaguar as lentes com água da torneira. “A água de grandes capitais, como são Paulo, é uma das mais bem tratadas do mundo. Mesmo assim, é um erro quando o paciente lava suas lentes com água de torneira ou do chuveiro, achando que não faz mal. Embora tratada, a água potável não é estéril nem livre de microrganismos que podem atingir a córnea e causar uma infecção.”
2.      Umedecer a lente com saliva. “Às vezes, a pessoa sente-se incomodada com as lentes de contato e, na ausência de material de higiene apropriado, toma iniciativa de reposicionar a lente, umedecendo-a com saliva ou água comum. Apesar de considerar uma ‘emergência’, novamente, é uma péssima ideia. Quando o paciente passa saliva na lente é como se a estivesse mergulhando numa banheira de bactérias. Nesses casos, ou a pessoa usa soro fisiológico, ou recorre às lágrimas artificiais para limpar os olhos e as lentes numa emergência. Em último caso, é preferível jogar a lente fora.”
3.      Reaproveitar solução de limpeza. “Por mais que haja toda uma tendência à reciclagem e ao reuso de materiais, esse não é o caso. Quando o paciente resolve usar mais de uma vez a solução de limpeza das lentes de contato, está procurando problemas. Outra vez, é como se estivesse mergulhando suas lentes numa banheira de bactérias antes de colocar nos olhos novamente. Basta um arranhão microscópico na córnea para essas bactérias promoverem uma infecção que pode resultar até mesmo na perda da visão.”
4.      Usar a mesma caixa de lentes de contato por muito tempo. “Se você não tem paciência para limpar e armazenar lentes de contato e caixinhas do modo mais seguro e higiênico possível, melhor considerar lentes descartáveis, óculos ou cirurgia ocular. As caixas que guardam as lentes de contato devem ser trocadas entre três e quatro vezes ao ano. Isso porque ela não está livre de contaminação ao longo do uso.”
5.      Tampar a caixinha das lentes quando ainda está úmida. “É comum encontrar usuários de lentes de contato que lavam as caixinhas com solução apropriada, mas não permitem que elas sequem completamente antes de tampá-las. É preferível comprar uma caixa nova, livre de contaminação, a recorrer a soluções caseiras como colocar na máquina de lavar louça ou ferver dentro de uma panela.”
6.      Usar lentes prescritas há muito tempo. “Tem gente que usa as mesmas lentes de contato prescritas há três, quatro, ou cinco anos. E tem sempre aqueles que usam por um tempo, param, e depois resolvem voltar a usar as mesmas lentes. Trata-se de um erro muito perigoso. Primeiramente, por conta da provável contaminação do material. Depois, porque o grau pode ter sofrido variações ao longo dos anos. Por fim, porque deve ter expirado o prazo de validade do conjunto (lentes, solução, caixa) – aumentando o risco de infecção se o paciente insistir em não passar por nova consulta e adquirir lentes novas.”
7.      Dormir com as lentes de contato. “Muitas pessoas acreditam que o pior só acontece com os outros. Assim, vão criando suas próprias regras, como usar as lentes de contato por um tempo prolongado ou ainda dormir com elas. Mas o risco existe e é grande. Quando estamos acordados, a córnea recebe oxigênio do ar e das lágrimas que lubrificam os olhos. Quando estamos dormindo, a córnea recebe menos nutrientes, lubrificação e oxigênio. Sendo assim, quando a pessoa não retira as lentes antes de dormir, ela está aumentando exponencialmente o risco de as lentes grudarem ou até mesmo arranharem a córnea. Caso haja microrganismos no local, uma infecção pode se instalar rapidamente.”
8.      Colocar as lentes de contato depois da maquiagem. “Um dos erros mais comuns entre as mulheres é fazer toda a maquiagem e, por fim, colocar as lentes de contato. Esse equívoco na ordem certa de fazer as coisas pode causar prejuízos à visão. Para evitar que as lentes sejam contaminadas, é importante que elas sejam colocadas antes da maquiagem e que sejam retiradas antes da remoção dos produtos de beleza. Outro detalhe importante: quem faz uso de lentes não deve usar maquiagem à prova d’água, já que, em caso de contato, a limpeza das lentes será bastante dificultada ou impossibilitada.”
Na dúvida, o especialista recomenda procurar um médico oftalmologista. “Os olhos têm de estar sempre claros e transparentes. Na presença de qualquer tipo de alteração ou desconforto, é importante revisar a rotina de higiene pessoal, lembrando que é preciso sempre lavar muito bem as mãos antes de tocar nas lentes e nos olhos, cuidar diariamente das lentes com solução apropriada, e usar lubrificante prescrito por um oftalmologista. Se ainda assim a irritação se prolongar, o paciente deve ser avaliado por um especialista.”

Dr. Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista com mais de 60 mil cirurgias realizadas, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) e autor do livro Seus Olhos. (www.eyecare.com.br)

"O circo é mais organizado que a Câmara dos Deputados"




Para o deputado Tiririca (PR-SP), "O trabalho no circo era mais organizado que os primeiros meses na Casa Legislativa". "É doido. Nos primeiros três meses foi difícil, você vem de outra escola, você chega aqui [na Câmara] e assusta. Você vem de uma coisa toda organizada. Circo é uma coisa toda organizadinha, você tem hora para entrar, hora para sair. Aí você chega aqui o cara tá discursando e neguinho não tá nem aí. Até você entender que funciona assim [é complicado]" (1/1/15). Indagaram ao deputado se iria fazer seu primeiro discurso na Câmara neste segundo mandato? "Vamos sim, claro que não, vamos sim". É fácil perceber que o Tiririca também faz parte do processo de aceleração destrutiva (PAD) do Brasil. Esse modelo de organização política e social que foi inventado para nosso País está falido. Algo virá em seu lugar (espera-se que para melhor). O que se lamenta é que ninguém sabe a data nem a forma.
Tributo do esculacho à esculhambação. A presença do Tiririca na Câmara dos Deputados é o retrato do povo brasileiro que, por sinal, gosta e admira muito mais o circo que o Congresso Nacional. "O Brasil é esse circo não só por causa dos Palhaços lá do planalto [e do Congresso Nacional], mas principalmente pelo fato de sermos tão espectadores!" (Frederico Spaniol). Boa parcela dos eleitores só quer mesmo palhaçadas, só protestar, anular o voto, zombar, brincar, inclusive com a democracia - que deveria ser uma coisa muito séria. A eleição do Tiririca é um tributo do esculacho à esculhambação (como foram os mais de 100 mil votos dados ao Rinoceronte Cacareco em São Paulo, em 1959; os mais de 400 mil votos dados ao Macaco Tião, no RJ, em 1988; os quase 2 milhões de votos ao Enéas etc.). O triste é saber que o voto da avacalhação (do povo abestado) faz parte do processo destrutivo do Brasil. Reflexo da desmoralização da política brasileira.
Tiririca faz parte de um "negócio". Os partidos conquistam seus espaços eleitorais por meio do voto. Quanto mais o partido é votado, mais parlamentares elege. Quanto mais parlamentares, mais verba recebe do fundo de participação partidária. A política, sobretudo nas mãos das deploráveis lideranças nacionais (há poucas exceções), virou puro negócio. Os candidatos não são escolhidos (normalmente) pela competência ou pelas suas ideias, sim, pela perspectiva de votos que representa. Por força das coligações (outra aberração da política nacional!), um deputado bem votado leva dois, três ou mais deputados juntos. No final, candidato com 100 mil votos fica fora do Parlamento, enquanto outro com 20 mil é eleito (em razão das cotas partidárias obtidas nas urnas).
Distritão ou distrital? De aberração em aberração o Processo de Aceleração Destrutiva (PAD) vai se incrementando no Brasil "abestado". Com a redemocratização (1985) conseguimos uma democracia eleitoral, mas extremamente defeituosa, que está muito longe de ser uma democracia cidadã (como a dos países escandinavos, por exemplo). A reforma política urgente deve, pelo menos, corrigir os piores vícios da nossa democracia (só) eleitoral. Hoje a eleição para a Câmara segue o voto proporcional (cada partido, conforme seus votos, elege uma cota de deputados). Os três caminhos para a mudança desse sistema são: (a) voto distrital puro (divide cada Estado em distritos e cada distrito elege o seu deputado); (b) voto distrital misto (metade das cadeiras seguiria o voto proporcional e outra metade o distrital); (c) voto "distritão" (são eleitos os mais votados em cada Estado, independentemente do partido e sem se levar em conta os votos dados aos partidos).
Vantagens do "distritão". Essa terceira forma é muito interessante porque elimina automaticamente as coligações na eleição para deputados. Outra vantagem: pode reduzir o número de partidos com assento na Câmara. Isso dispensa acláusula de barreira e reforça a fidelidade do eleito ao seu partido. Mais um detalhe: por esse sistema, cada partido lançaria poucos candidatos (os mais viáveis eleitoralmente), porque o que importa é a concentração dos votos em cada candidato, não a dispersão (como é hoje). Atualmente cada partido busca a maior quantidade de votos possível, para fazer mais deputados. Por isso lança muitos candidatos. No "distritão", que elege os mais votados, quanto mais concentração de votos nos candidatos, melhor. A pulverização é pior. Com poucos candidatos, o uso do horário gratuito será mais racional. No sistema que estamos aqui cuidando, o Tiririca (só para exemplificar, pois espero sinceramente que ele deixe a política), mesmo eleito com um milhão de votos, não levaria mais ninguém junto com ele. Seria apenas um dos eleitos. Com isso se decreta o fim do voto proporcional assim como o fim das coligações na eleição para deputados. O "distritão" para ser uma boa alternativa, mas deve vir acompanhado de muitas outras mudanças como (a) fim do financiamento privado empresarial (ficando o atual financiamento público assim como o financiamento privado particular, limitado) e (b) limitação dos gastos de cada candidato.

Luiz Flávio Gomes - Jurista e Professor

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