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Oftalmologista
esclarece as principais dúvidas e cuidados com os olhos
As doenças oculares
geralmente aumentam durante o inverno por conta da baixa umidade e clima seco,
por isso é muito importante saber identificar os sintomas, prevenir e cuidar
corretamente.
O Dr. Marcelo Brito, médico oftalmologista, aponta
as principais doenças dos olhos que ocorrem na estação e os principais
cuidados. Confira:
RESSECAMENTO
O ar
externo frio e o ar interno aquecido geralmente têm menos umidade do que outros
ambientes. No inverno, você pode sentir a pele seca, lábios rachados e olhos
secos devido a essa baixa umidade. Os ventos frios do inverno também podem secar
os olhos.
Para
minimizar o ressecamento durante o inverno, mantenha-se hidratado e aumente a
ingestão de ômega-3. Você também pode usar um umidificador em sua casa para
melhorar a qualidade do ar interno.
LACRIMEJAMENTO
Enquanto
algumas pessoas sentem falta de lágrimas no inverno, outras têm o problema
oposto. O excesso de lágrimas e olhos lacrimejantes pode ocorrer devido ao ar
frio, ventos cortantes ou alergias sazonais. Preste atenção quando seus olhos
lacrimejarem para determinar a causa.
Se
seus olhos começarem a lacrimejar quando você sair ou quando o vento soprar em
sua direção, use óculos de sol ou de proteção. Se houver lacrimejamento
excessivo dentro de casa, isso pode representar alergia, e pode ser necessário
um medicamento para alergia e colírios apropriados para reduzir o efeito das
alergias sazonais. Se você não conseguir determinar a causa de seus olhos
lacrimejantes, especialmente se alterar sua visão, consulte um oftalmologista.
SENSIBILIDADE
À LUZ
Os
céus de inverno podem parecer escuros e sombrios, mas o gelo cria muitas
superfícies reflexivas que podem aumentar drasticamente a quantidade de luz. Se
você tem olhos sensíveis, pode sentir ainda mais necessidade de piscar,
desconforto e outros sintomas na luz brilhante do inverno.
Alguns
indivíduos desenvolvem uma nova sensibilidade à luz durante o inverno devido a
uma condição conhecida como “cegueira da neve”. Sempre proteja seus olhos ao
sair ao ar livre por longos períodos de tempo, inclusive ao caminhar ou
realizar outras atividades rotineiras.
VERMELHIDÃO
As
condições severas do inverno podem causar vermelhidão, sensibilidade e
inflamação na área dos olhos. Pode haver inchaço das pálpebras. Você também
pode notar espasmos nas pálpebras ou tiques involuntários se seus olhos ficarem
particularmente irritados.
Essa
vermelhidão pode resultar de olho seco, alergias sazonais ou cegueira da neve.
Para reduzir o desconforto dos olhos inflamados, aplique uma compressa fria
como um pano úmido e tome um analgésico de venda livre. Se os sintomas
persistirem, consulte um oftalmologista para determinar a causa da irritação.
QUEIMADURA
Quando
você imagina uma queimadura solar, provavelmente imagina vermelhidão e bolhas
na pele, mas longos períodos de exposição à luz também podem danificar seus
olhos. As queimaduras de sol e a cegueira da neve (ceratite por luz) geralmente
ocorrem simultaneamente. Se você notar um aumento na sua sensibilidade à luz,
seus olhos podem ter sofrido danos UV, especialmente se você também sentir
coceira ou dor.
Você
é mais vulnerável a danos UV ao participar de atividades ao ar livre em
altitudes elevadas. Se você sentir os sintomas de queimaduras solares nos
olhos, consulte seu oftalmologista. O tratamento pode diminuir o desconforto
agudo e diminuir o risco de complicações a longo prazo, incluindo perda de
visão e degeneração macular.
MUDANÇAS
DE VISÃO
Embora
muitos problemas de saúde ocular no inverno resultam do aumento da luz ou da
diminuição da umidade, você também pode experimentar condições oculares causadas
pela temperatura fria. Temperaturas extremamente baixas fazem com que os vasos
sanguíneos dentro e ao redor dos olhos se contraiam, e essa constrição pode
causar alterações imediatas na visão, como embasamento e visão dupla. Essas
mudanças são mais prováveis de ocorrer quando você fica ao ar livre por longos
períodos de tempo em temperaturas bem abaixo de zero.
Se
você notar alterações na visão enquanto estiver no frio, vá para uma área
quente o mais rápido possível. Se sua visão normal não retornar após 30 minutos
ou mais, procure atendimento médico.
Se
você tiver algum dos problemas sazonais listados acima, consulte um
oftalmologista. Enquanto alguns problemas de saúde ocular desaparecem à medida
que as temperaturas aumentam, outros podem se tornar mais desconfortáveis e
potencialmente perigosos sem atenção médica.
“Especialistas
dizem que aproximadamente 80% de todo o aprendizado vem das vias visuais. No
entanto, uma em cada quatro crianças com erro refrativo corrigível não o
corrigiu adequadamente”, alerta o Dr. Marcelo Brito.
Por
isso, é recomendado que as crianças façam seu primeiro exame oftalmológico aos
6 meses de idade. Outro exame deve ser feito aos três anos e novamente antes do
início da primeira série. Se uma criança não estiver em risco, ela pode
continuar tendo seus olhos examinados todos os anos até os 18 anos.
Crianças
com fatores de risco para problemas de visão podem precisar de seu primeiro
exame oftalmológico antes dos 6 meses de idade e podem precisar de exames
oftalmológicos com mais frequência ao longo da infância.
“Para
manter uma vida inteira de visão saudável, adultos de 18 a 60 anos devem fazer
um exame oftalmológico abrangente pelo menos uma vez a cada dois anos. Adultos
mais velhos (com 65 anos ou mais) devem fazer exames oftalmológicos anuais.
Adultos "em risco" devem fazer um exame pelo menos uma vez por ano,
ou conforme recomendado pelo seu médico”, complementa.
Para
finalizar, o oftalmologista ensina como limpar os olhos corretamente:
-
Mergulhe uma flanela limpa ou algodão em água morna e coloque-a na pálpebra
fechada por 5 a 10 minutos.
-
Massageie suavemente as pálpebras por cerca de 30 segundos.
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Limpe as pálpebras com algodão ou cotonete. Pode ajudar a usar uma pequena
quantidade de xampu de bebê na água. Limpe suavemente ao longo da borda de suas
pálpebras para remover quaisquer crostas.
Fonte:
Marcelo Brito - Médico Oftalmologista
CRM:
18871/RQE:415
Instagram:
@dr.marcelobrito