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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Doença ocupacional

Operadores de telemarketing têm risco elevado de perder a audição

 

O setor de telemarketing emprega milhares de brasileiros. Mas ao mesmo tempo em que gera oportunidades de trabalho, principalmente para os mais jovens, também traz riscos à saúde auditiva. Estudos mostram que os operadores de call center podem ter a audição prejudicada, por falta de orientação ao exercer seu ofício, o que vem chamando a atenção de médicos otorrinos e fonoaudiólogos. 

Como doença ocupacional, a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) pode atingir trabalhadores expostos por um longo período de tempo, a ruídos acima de 80 decibéis (medida do som). Uma carga horária de oito horas de trabalho, por exemplo, com exposição contínua a esse volume, pode danificar as células da orelha interna gradativamente.  

O que mais preocupa é a rotina dos atendentes de telemarketing, que no ambiente de trabalho precisam usar fone de ouvido unilateral, com o volume variando de 60 a 90 decibéis. O fone unilateral pode causar danos irreversíveis à audição se não for usado corretamente. Estudos comprovam que muitos atendentes desenvolvem perdas auditivas unilaterais progressivas, que depois podem vir a ser bilaterais. 

A fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia e Vendas na Telex Soluções Auditivas, dá orientações para se evitar os danos à audição. "O operador de telemarketing precisa lembrar de sempre revezar o lado de colocação do fone, da orelha direita para a esquerda e vice-versa. Além disso, precisa dar pausas de pelo menos 10 minutos para cada hora de trabalho; e manter o volume do fone baixo, em torno de 60 decibéis, nível normal de uma conversa. Precisa também realizar exames audiométricos anualmente para checar seu nível de audição", aconselha. 

Sobre o uso correto do headset (tipo de fone utilizado na função), muitos operadores revelam que não fazem a troca de orelha por hábito, por sentirem maior conforto com o fone em determinada orelha; ou ainda por terem a sensação de ouvir melhor de um lado do que de outro. O uso excessivo do fone em apenas uma orelha pode esgotar a energia mental. 

Além disso, a maioria dos funcionários de call center revelou que prefere aumentar o volume do fone para ouvir melhor o cliente do outro lado da linha telefônica, visto que normalmente o ambiente de trabalho é bastante ruidoso. Tais descuidos podem causar danos cada vez maiores à audição do atendente, comprometendo a qualidade de seu trabalho e seus anseios de melhoria profissional no futuro. 

"É importante que haja um controle rígido quanto às medidas preventivas em relação à saúde auditiva do operador de call center. Quando já existe perda de audição, a solução pode ser o uso de aparelho auditivo. Quanto mais rápida for descoberta a perda auditiva, melhor", alerta a fonoaudióloga. 

Depois da orientação de um otorrinolaringologista e de um fonoaudiólogo, é indicado o tipo e modelo de aparelho que atende melhor às necessidades do paciente. Atualmente, há uma diversidade de próteses auditivas, pequenas e discretas. Os aparelhos da Telex, por exemplo, são adequados para diferentes graus de perda de audição, tem várias cores e modelos, design moderno e tecnologia de ponta, que possibilita, inclusive, a conexão com celular, TV, notebook e outros eletrônicos, via bluetooth. 


Consequências da perda auditiva:

  • Não existe tratamento clínico ou cirúrgico para recuperação das células ciliadas, responsáveis pela audição. Quando elas morrem, não podem ser regeneradas. O problema é irreversível;
  • Se tratada, a perda auditiva não provoca incapacidade para o trabalho; mas se não for tratada, pode ocasionar dificuldades na realização das tarefas;
  • Em geral, a reabilitação é feita por meio de ações terapêuticas e uso de aparelho auditivo.

Após redução por conta da pandemia, número de transplantes de córnea deve ser retomado no Brasil; conheça mais sobre a cirurgia

Segundo oftalmologista, a córnea possui vantagens em relação a outros órgãos e tecidos quando o assunto é transplante. Ainda assim, a realização do procedimento foi afetada pela pandemia e, atualmente, possui uma das maiores listas de espera do país

 

O número de pacientes à espera de algum órgão ou tecido no Brasil beira os 50 mil, segundo dados recentes do Ministério da Saúde. Destes, cerca de 19 mil são apenas de pessoas que aguardam por um transplante de córnea - a segunda maior fila de espera do país. A pandemia afetou diretamente a captação e o transplante desse tecido, de modo que, dentre todos os tipos de transplantes, o de córnea foi o que sofreu a maior queda, com uma redução de 56% de 2019 para 2020, de acordo com o relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. (ABTO). 

Localizada na parte frontal do olho, a córnea é uma camada transparente que exerce um papel fundamental na visão, atuando como uma lente que, além de proteger, também é responsável por garantir a entrada de luz para a formação das imagens sobre a retina. Segundo o oftalmologista Dr. Marcello Fonseca, apesar de ser indicado somente em casos mais graves, o transplante desse tecido possui certas vantagens quando comparado a outros procedimentos semelhantes. 

“Quando falamos de transplante, um dos maiores riscos é a rejeição do órgão ou tecido pelo organismo do receptor. No caso da córnea, ela possui uma especificidade importante, pois, diferentemente de um rim ou um fígado, por exemplo, ela não possui sangue. Uma vez que as células e os anticorpos responsáveis pela defesa imunológica estão nele localizados, dificilmente a córnea implantada no paciente será identificada como um “intruso”, o que reduz a probabilidade de rejeição”, explica o cirurgião à frente do Instituto da Visão de Curitiba (iVisão). 

Composta por 5 camadas, a córnea representa uma extensa área do globo ocular, e, portanto, são diversas as motivações que podem levar à necessidade de um transplante. Dentre elas, estão possíveis traumas ou doenças oculares que alteram o seu formato, como o ceratocone - condição que afeta a estrutura da camada mais espessa da córnea, o chamado estroma, o qual assume um formato cônico e ocasiona o desenvolvimento de miopia e astigmatismo, que se agravam conforme o tempo.  

Neste sentido, o avanço da tecnologia também contribuiu para modernizar o procedimento e torná-lo menos arriscado para os pacientes, principalmente, em relação às chances de rejeição do tecido transplantado. “Antigamente, quando a indicação de tratamento era o transplante, a única opção era o chamado “penetrante”, visto que a córnea era substituída em sua totalidade, independente de qual camada estava comprometida. Hoje, com o transplante lamelar, tornou-se possível substituir apenas a parcela que apresenta alguma deficiência, o que vem contribuindo para reduzir ainda mais as possibilidades de rejeição - as quais já eram incomuns”, esclarece.
 

A visão após o transplante

No que tange à recuperação, por se tratar de um procedimento ainda invasivo, o transplante de córnea permite a recuperação gradativa da visão ao longo de meses, variando de acordo com cada caso. Nesse período, devem ser evitados comportamentos de riscos que podem causar algum tipo de trauma nos olhos, além do constante acompanhamento pós-operatório com o oftalmologista e o controle com medicamentos imunossupressores para garantir a aceitação do novo tecido pelo organismo.  

Sobre a qualidade da visão, o Dr. Marcello ressalta que, assim como na cirurgia de catarata, por exemplo, o transplante de córnea não se configura como uma cirurgia refrativa, ou seja, ele não busca eliminar o uso de óculos ou lentes de contato. “O principal objetivo do transplante é permitir que, com ou sem ajuda, o paciente consiga ter uma visão adequada. A correção ou eliminação do grau, por sua vez, exige outros tipos distintos de tratamento”, completa.

 

Lista de espera e a importância da doação

Outro fator que agrega vantagem ao transplante de córnea é o fato de que esse tecido possui maior resistência e durabilidade, podendo manter-se hábil para ser implantado até cerca de 6 horas após o falecimento de uma pessoa. Contudo, se por um lado a córnea possui características que facilitam o seu transplante e o próprio procedimento tem evoluído para uma operação tecnicamente mais otimizada, a complexidade da cirurgia parece estar mais associada às questões logísticas, éticas e emocionais relacionadas à lista de espera e à doação do tecido.  

“Trata-se de um momento delicado, que envolve o luto e as emoções de familiares que acabaram de perder um ente querido. Mas cabe à equipe médica realizar essa abordagem da maneira mais acolhedora possível, ressaltando a relevância que a doação de um órgão pode fazer na qualidade de vida de outra pessoa.”, aponta o Dr. Marcello. 

No Brasil, o banco de olhos é uma instituição nacional, embora regionalizada, de modo que cada estado possui uma fila própria. Para adentrar a lista de espera, o paciente deve, primeiro, passar pela avaliação do oftalmologista e a gravidade e urgência de cada caso pode impactar na posição ocupada na lista de pacientes que aguardam uma doação.  

No iVisão, o transplante de córnea é realizado em um centro cirúrgico próprio, com uma média de 5 procedimentos mensais - número que foi afetado por conta da pandemia. Com a redução da incidência, internação e letalidade da Covid-19, a expectativa é de que as taxas de doações e transplantes aumentem nos próximos meses, reduzindo a fila de espera.
 

Covid-19 e hospitais lotados: "É importante manter a calma diante de diagnóstico e sintomas de resfriado, além de evitar se expor ao pronto atendimento", conta especialista

  • Coordenador Médico da Amparo Saúde, Dr. Lucas Gurgel, orienta sobre considerar a necessidade real de recorrer ao atendimento presencial, e aponta dicas diante novo surto da Covid-19 e influenza (H3N2) 
  • A Amparo Saúde, especializada em atendimento coordenado e APS, viu o número de agendamentos de consultas quase quadruplicar na segunda semana do ano

 

O final de ano e a entrada de 2022 foram marcados pela superlotação de prontoatendimentos (PA) e hospitais, diante do crescimento exponencial de casos de influenza (H3N2) e da nova variante Covid-19, a Ômicron. O cenário traz grandes desafios ao sistema de saúde como um todo, e especialistas têm alertado sobre qual a melhor forma de agir neste momento e a importância de avaliar a ida presencial aos hospitais e pronto atendimento de forma cautelosa e responsável. 

De acordo com o SindSaúde-SP, a cada 100 fichas, no mínimo 80 são de pacientes que apresentam sintomas gripais, sendo sua grande maioria, casos leves sem necessidade de intervenção. Mesmo assim, a espera por atendimento médico presencial somado ao tempo total de permanência do paciente no PA devido também a realização de exames, pode chegar a 10 horas no total ou mais. Com isso, o Dr. Lucas Gurgel, que atua como Coordenador Médico na Amparo Saúde, empresa especializada em atendimento coordenado e APS, percebeu um aumento de quase 4 vezes na demanda por consultas e elaborou dicas e informações com base nas novas recomendações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta semana. Confira:
 

1 - Primeiro de tudo, é fundamental ter em mente que não se deve deixar desesperar nestes momentos de sintomas ou de diagnóstico positivo. Este é um dos principais fatores que estão levando as pessoas aos PAs e contribuindo para as superlotações, e que podem ser evitadas com um pensamento responsável de cada paciente. A Covid-19 é uma doença que afeta diretamente o nosso sistema nervoso, mas não podemos deixar que isso seja o fator determinante.

 

2 - Se o paciente está apenas com sintomas leves, uma consulta de telemedicina é o mais aconselhável e trará todas as recomendações necessárias, sem precisar que o paciente coloque-se em risco em hospitais e também exponha outras pessoas ao vírus. Optar pelo uso da telemedicina, que já foi comprovada como alternativa extremamente eficaz durante a pandemia, também garante que o paciente não "fure a fila" de quem realmente precisa de atendimento presencial - além de não sobrecarregar as equipes médicas do local.
 

3 - Em caso de sintomas leves, estar exposto a ambientes com muitas infecções e doenças, como hospitais, pronto socorros e PAs, pode ser muito prejudicial aos pacientes e, por isso, os atendimentos via telemedicina são os mais indicados nessas situações. É importante lembrar que no local terão pessoas com outros tipos de doenças contagiosas.

 

4 - Sobre o isolamento social: o ideal é evitar a exposição social enquanto ainda estiver com sintomas. É recomendado esperar os sintomas desaparecerem antes de sair do isolamento, independentemente da quantidade de dias que se passaram, e ir fazendo testes ao longo destes dias até sair um resultado negativo.
 

5 - Quando procurar atendimento presencial? Se a pessoa continuar com sintomas após dez dias de isolamento, o recomendado é continuar até 14º dia - já podendo considerar, a partir do décimo, o atendimento presencial - neste caso, para a possibilidade de haver alguma complicação.
 


Amparo Saúde


Náuseas e enjoos da gestação: é possível evitar?

Obstetra seleciona dicas de ouro para que futuras mamães tenham uma gestação tranquila

 

A gestação é um período de intensas mudanças no corpo feminino e as náuseas e vômitos da gravidez fazem parte de uma condição comum, que pode trazer grande impacto na qualidade de vida das mulheres durante os três primeiros meses. Estima-se que 70% a 85% das grávidas sofrem com esses sintomas¹´². A causa é imprecisa e pode ser multifatorial. Em linhas gerais, está relacionada com os hormônios placentários, as dificuldades na adaptação evolutiva e até com a predisposição psicológica. E pode ficar um pouquinho mais complicado. Algumas mulheres, entre 0,3% a 2,0%, desenvolvem a forma grave do enjoo, chamada de hiperêmese gravídica. 

“Na forma leve comum de náuseas e vômitos da gravidez, a gestante mantém os sinais vitais, com exame físico e exames laboratoriais normais, e a gravidez tem seu curso normal, já na condição de hiperêmese gravídica ocorre a perda de peso, acima de 5% do peso corporal pré-gestacional, desidratação e alterações de eletrólitos, pode levar a gestante à hospitalização. Os fatores de risco para a condição incluem história de enjoo, enxaqueca, história familiar dessa condição ou antecedente de hiperêmese gravídica em gestação anterior”, explica a especialista Profa. Dra. Roseli Mieko Yamamoto Nomura (CRM-SP: 59.590).

 Para amenizar esses incômodos a obstetra selecionou dicas valiosas. Confira:

 

1.   Invista em polivitamínicos 

A prevenção é um aspecto importante do tratamento de náuseas e vômitos na gestação. Mulheres que utilizam polivitamínicos durante a gestação parecem ser menos propensas a necessitar de atendimento a condição³. Nutrientes como a vitamina B6 são importantes nos primeiros três meses e período de maior incidência de náuseas e vômitos e podem ajudar a diminuir ambos sintomas.

 

2.   Gestante, fracione suas refeições daqui em diante 

Durante a gravidez, recomenda-se que a dieta materna seja fracionada, em refeições pequenas e frequentes, a cada 1 a 2 horas, para evitar o pleno enchimento do estômago. E evite alimentos condimentados e gordurosos. Um estudo mostrou que as refeições proteicas são mais propensas a aliviar os sintomas de náuseas e vômitos do que as refeições gordurosas ou com carboidratos⁴.

 

3.   Medicamentos podem ser aliados seguros quando o enjoo não passa 

Os anti-histamínicos de primeira geração são amplamente estudados para o tratamento de náuseas e enjoos e incluem: dimenidrinato, meclizina e difenidramina, pois têm menos efeitos colaterais maternos ou melhor perfil de segurança fetal. O American College of Obstetricians and Gynecologists, Royal College of Obstetricians and Gynaecologists e a Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada recomendam anti-histamínicos para o tratamento para náuseas e enjoos da gravidez. Mas é importante consultar seu médico ou um especialista em saúde antes de se medicar.

 

                                            

Referências consultadas

1. Woolhouse, M. Complementary medicine for pregnancy complications. Aust Fam Physician, 2006; 35(9):695.

2. Einarson, T. R.; Piwko, C.; Koren, G. Quantifying the global rates of nausea and vomiting of pregnancy: a meta analysis. J Popul Ther Clin Pharmacol, 2013; 20(2):e171-83.

3. Czeizel, A. E. et al. The effect of periconceptional multivitamin-mineral supplementation on vertigo, nausea and vomiting in the first trimester of pregnancy. Arch Gynecol Obstet, 1992; 251(4):181-5.

4. Jednak, M. A. et al. Protein meals reduce nausea and gastric slow wave dysrhythmic activity in first trimester pregnancy. Am J Physiol, 1999; 277(4):G855-61.

Questão de saúde pública, hanseníase ainda é causa de preconceito e discriminação

Desde 2016, o Ministério da Saúde realiza a campanha Janeiro Roxo, de conscientização sobre a hanseníase. Doença milenar – segundo registros médicos, uma das mais antigas da história da humanidade –, a hanseníase é uma enfermidade infecciosa e contagiosa que evolui de forma crônica e atinge pessoas de qualquer faixa etária. Ela afeta, principalmente, nervos, mucosas (como a boca, por exemplo), olhos e pele, mas é passível de diagnóstico precoce e tratamento. Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo no ranking de todos que ainda registram casos da doença. Em razão disso, a condição é tratada como questão de saúde pública e tem tratamento gratuito pelo SUS.

Segundo Boletim Epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde no início de 2021, de todos os casos registrados nas Américas em 2019, 93% foram no Brasil – o que mostra a importância do combate à doença enquanto ameaça à saúde pública. O diagnóstico tardio representa maior ônus para o sistema de saúde e, principalmente, um grande ônus para o doente que, além de enfrentar todos os problemas desencadeados pela doença em si, passa a conviver também com o medo da rejeição.

O estigma causado pela hanseníase - que, entre outros enganos, diz que as pessoas doentes “perdem” partes do corpo - é um fenômeno observado em todo o mundo, provocado principalmente pelas incapacidades e deformidades causadas pelos casos graves da doença. Não há perda de partes do corpo em casos de hanseníase. Além disso, em razão de puro desconhecimento, esse estigma causa discriminação e preconceito com a doença e o doente.

O contágio se dá de uma pessoa para a outra, por meio de convivência muito próxima e caso haja contato, também muito próximo, e prolongado com as secreções expelidas por alguém que tenha a doença (gotículas de fala, tosses ou espirros). Importante salientar que tocar a pele de um portador não transmite a hanseníase, e a maioria das pessoas possui uma boa resistência contra o causador da doença, a Mycobactherium leprae, sendo, portanto, resistente a ela.

A forma inicial da hanseníase pode se manifestar apenas como uma mancha (geralmente mais clara que a pele, podendo ser também acastanhadas ou avermelhadas) com perda de sensibilidade local. Há outros sintomas comuns, entre eles a sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, áreas da pele com aparência normal, mas com alteração da sensibilidade e da secreção de suor, caroços e placas em qualquer local do corpo e força muscular reduzida (dificuldade para segurar objetos, por exemplo).

Qualquer pessoa, de qualquer sexo ou idade, pode ter hanseníase. Contudo, em razão de centenas de estudos realizados, hoje se sabe que existe, sim, um componente genético associado à doença (o que torna algumas pessoas mais suscetíveis a ela). Desta forma, o entendimento da comunidade médica é que parentes de pessoas com a doença têm mais chance, proporcionalmente, de contrair a doença.

Quando curados, os pacientes de hanseníase podem ter sequelas que vão desde a diminuição da sensibilidade no local das lesões até deformidades e incapacidades físicas irreversíveis, quando a condição atinge níveis mais graves.

O cuidado mais importante a ser tomado pelo portador dessa enfermidade é iniciar o tratamento assim que a doença for diagnosticada, para evitar sequelas. Os demais cuidados variam com o grau e local das lesões, sendo as lesões em nervos as mais relevantes. É imprescindível que todos os pacientes com os sintomas citados acima e aqueles que convivem ou conviveram com pessoas com diagnóstico de hanseníase sejam examinados no mínimo uma vez ao ano por um dermatologista, para que o profissional mapeie possíveis alterações. Assim, é possível manter um controle da doença e a qualidade de vida do paciente monitorado.

 

Rossana Vasconcelos - dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.


“Flurona”: especialista fala sobre infecção de COVID-19 e Influenza em conjunto

Pneumologista explica a doença e como se proteger

 

O ano de 2022 começou com uma notícia que deixou o mundo inteiro em alerta: o primeiro caso de um paciente com Covid-19 e gripe ao mesmo tempo havia sido identificado em Israel. A baixa adesão à vacinação contra o vírus da influenza ao longo de 2021, o relaxamento das medidas de distanciamento nos últimos meses e as festas de fim de ano, que coincidiram com a chegada de uma variante mais transmissível, ajudaram a criar o cenário para que a “flurona” aparecesse.  

A preocupação geral se deve à semelhança dos sintomas das duas infecções. Segundo o pneumologista Daniel Fonseca Espinola, membro da Doctoralia, “os dois vírus afetam o trato respiratório e causam tosse, coriza, espirros e dor de garganta, que são mais comuns a essas doenças, além de febre, dores de cabeça e no corpo, fadiga e mal estar, específicos de quadros virais”. Além disso, de acordo com o especialista, as infecções simultâneas podem aumentar os casos com necessidade de hospitalização, já que estas costumam intensificar os sintomas do paciente.  

Apesar da dupla infecção ter ganhado um nome, cientistas afirmam que não é uma nova doença. Na realidade, é comum ter coinfecções, pois “quando o indivíduo desprotegido contrai algum vírus, neste caso a Covid-19, seu corpo fica debilitado, portanto, mais vulnerável a outros micro-organismos como a influenza ou até mesmo a nova variação da gripe suína, H3N2”, explica o pneumologista.  

E em caso de suspeita de coinfecção, “é importante buscar testes e atendimento médico quando há indícios de um quadro respiratório agudo, garantir o esquema vacinal completo da Covid-19, a vacinação contra Influenza, e continuar com as medidas de distanciamento e proteção de vias aéreas”, finaliza o especialista.

 

Doctoralia

Como diferenciar os sintomas de Influenza, Ômicron e Flurona?

Especialista do Hospital Paulista alerta para principais sinais de cada doença e destaca importância de manter distanciamento e uso de máscara


Um novo termo tem se popularizado nos últimos dias: "Flurona". A palavra tem sido utilizada para descrever os casos de infecção simultânea ou coinfecção por Covid-19 e gripe.  

Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, explica que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não se trata de um novo vírus, mas uma contaminação concomitante de dois vírus diferentes.  

Conforme a especialista, Flurona vem da junção da palavra gripe em inglês (“flu”) com o Coronavírus (“rona”). O termo, segundo a médica, serve para descrever uma situação mais comum do que se imagina.

“Infectar-se por dois vírus não é uma situação rara de acontecer. Isso é comum, principalmente em períodos como o que estamos passando, com números elevados de pessoas com Covid-19 e Influenza, ambas doenças de fácil transmissão.”

Dra. Cristiane afirma que, como consequência dos dois tipos de vírus, é possível que, em alguns casos, o paciente apresente sintomas das duas doenças ao mesmo tempo.

“Em ambos os quadros, os sinais tendem a ser muito semelhantes, porém, no caso da Covid, eles podem mudar de acordo com a variante. Atualmente, a Ômicron já é responsável pela maioria dos casos no Brasil.”

 

Confira os sintomas mais comuns em cada caso:

 

Influenza A (H3N2 de cepa Darwin) -- Febre alta, tosse, garganta inflamada, calafrios, fadiga e dores de cabeça, no corpo e nas articulações. “Nos últimos meses, esse tipo de gripe contribuiu para um aumento de infecções em um período atípico no Brasil. Isso preocupa, pois torna a mucosa nasal mais exposta a outros vírus, como o da Covid-19”, explica a médica.

 

Variante Ômicron -- Cansaço extremo, dores pelo corpo, na cabeça e inflamação na garganta e febre.

 

Flurona -- Tosse seca, febre, cansaço e perda do paladar ou do olfato, além de dores de cabeça, garganta inflamada, olhos vermelhos ou irritados.  

A especialista destaca que as principais diferenças entre os sintomas da Influenza e da Ômicron estão relacionadas à evolução do quadro. “No caso da Influenza, o início é súbito, com manifestações importantes: nas primeiras 48 horas há febre alta e dor no corpo, melhorando ao longo do tempo. Essa gripe dura sete dias, em média.”  

A Covid, por sua vez, apresenta uma evolução mais progressiva. “Ela pode começar com sintomas leves, como febre baixa e discretas dores no corpo, que costumam ficar mais importantes com o passar do tempo. Em casos moderados, a febre e a tosse são persistentes, bem como a fraqueza muscular e a falta de apetite. Já nos casos graves, a falta de ar e a queda da saturação do oxigênio são mais frequentes.”

 

Prevenção 

Além do aumento nos casos de Covid, principalmente pela variante Ômicron, o Brasil ainda enfrenta um surto de Influenza em diversas capitais.  

De acordo com a otorrino, o aumento dos casos de Covid se deve à facilidade de transmissão da nova variante, além da redução das medidas de proteção. Sobre os casos de gripe, Dra. Cristiane explica que o aumento pode estar ligado à linhagem Darwin, que não está incluída na composição das atuais vacinas em uso no hemisfério Sul.  

Para prevenir ambas as infecções, incluindo a coinfecção Flurona, a especialista recomenda o uso de máscaras faciais, principalmente as do tipo PFF2 ou N95; evitar aglomerações e praticar a desinfecção frequente das mãos com álcool gel 70%, ou, preferencialmente, a lavagem com água e sabão; manter o distanciamento social; e evitar compartilhar objetos de uso pessoal. 

Segundo a médica, a maioria dos casos graves ocorreu em pacientes não vacinados contra a Covid-19, por isso a vacinação é a mais importante medida de proteção.  

“Devemos nos vacinar, completando todas as etapas de imunização indicadas pelo Ministério da Saúde, além de manter as recomendações de distanciamento e evitar aglomerações. Não é momento de afrouxar os cuidados, mas intensificá-los para que, no futuro, possamos sair dessa”, finaliza a médica.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Saiba dos cuidados necessários com a saúde bucal em tempos de Covid-19

Especialista explica os cuidados adequados com a higiene bucal para evitar doenças e destaca a importância de fazer a troca da escova dental após infecção pela Covid-19


Em tempo de pandemia, o cuidado com a higienização das mãos é primordial para evitar o risco de contágio pelo novo coronavírus. No entanto, é preciso estar atento também à saúde bucal, que tem impactos em todo o corpo, já que a boca pode ser uma porta de entrada para bactérias e outros microrganismos. A cirurgiã-dentista e coordenadora do curso de odontologia da Faculdade Pitágoras, Carolina Lage, explica que doenças bucais podem ser agravantes para a Covid-19. “Qualquer doença que acomete a boca gera riscos para todo o organismo porque essas doenças podem ter envolvimento de bactérias, fungos e até mesmo vírus. E estudos mais recentes, publicados em revistas de referência para a odontologia como o Journal of Clinical Periodontology, trazem associações de doença periodontal à maior gravidade da Covid-19”, pontua a dentista. 

Carolina Lage explica que doença periodontal é uma inflamação que acomete a região ao redor do dente, o periodonto, e que alguns estudos a associam a uma maior gravidade em casos de coronavírus. “É uma doença inflamatória considerada uma comorbidade. Pessoas com doenças periodontais, caso contaminadas pela Covid-19, correm um risco 3 a 4 vezes maior de desenvolver casos graves. Importante ressaltar que a doença periodontal não causa Covid-19, mas pode agravar o quadro se a pessoa for infectada pelo vírus”, explica a profissional da saúde. 

A especialista reforça que problemas bucais podem repercutir em todo o corpo, levando a algumas situações extremas como infecções generalizadas. “Infecções da cavidade bucal podem cair na corrente sanguínea. Além disso, a cavidade bucal tem íntima relação com outras estruturas corporais como a cavidade nasal e fossa craniana. Ela também se comunica com os tratos digestório e respiratório e, ainda, com o coração por meio das veias e artérias. Toda e qualquer alteração na saúde bucal pode desencadear em problemas sistêmicos. Manter a saúde bucal é imprescindível”, alerta a docente.

Outro ponto de atenção é com a troca da escova dental. Uma dúvida muito comum é se quem teve Covid-19 precisa trocar a escova. A professora conta que a troca da escova de dentes deve acontecer sempre que se adoece, independentemente de ser coronavírus ou outra doença. “A indicação é trocar a escova após a recuperação da doença. Toda vez que temos qualquer tipo de doença respiratória ou que tenha envolvimento de vírus ou bactérias, eles podem ficar alojados na escova de dente. Ela é um local úmido que permite a fácil proliferação de fungos e bactérias. Se você não trocar a escova, o vírus pode ficar armazenado nela e corre o risco de ter uma reinfecção”, alerta a dentista. Outra indicação da especialista é que, independe de doenças, o ideal é que as escovas sejam trocadas de três em três meses ou quando as cerdas não estiverem mais eficientes.  

E para manter a boca saudável, a professora destaca outros pontos além da escovação. “Usar fio dental e visitar regularmente o cirurgião-dentista são cuidados fundamentais para manter a saúde bucal. Mesmo em tempo de pandemia é importante manter as visitas regulares ao dentista”, conclui Carolina Lage.
 

 

Faculdade Pitágoras

https://www.pitagoras.com.br/

 

Kroton

https://www.kroton.com.br/


Janeiro Verde: 10 mitos e verdades sobre câncer do colo do útero que você precisa ficar de olho

No mês de conscientização da doença, que tem como principal causa o HPV, é preciso combater a desinformação. Especialista comenta informações relevantes sobre o tema

 

Câncer do colo do útero é assunto sério, mas a boa notícia é que ele pode ser evitado quando alguns cuidados são colocados em prática, como a vacinação de meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 a 14 anos contra o HPV - doença que ocorre em quase 99% dos casos por causa do Papilomavírus Humano. 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) é estimado que durante o triênio 2020/2022 hajam 16.590 casos de câncer do colo do útero no Brasil ao ano. De acordo com a Dra. Larissa Gomes, oncologista da Oncoclínicas São Paulo, as lesões pré malignas podem ser diagnosticadas precocemente evitando o aumento dos casos de neoplasia em si.  

"O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres no Brasil, em algumas regiões chega a ser o segundo. O exame Papanicolau, por exemplo, é uma maneira de identificar as lesões pré-malignas antecipadamente. O diagnóstico precoce é fundamental para que possamos agir o mais rápido possível para evitar o diagnóstico em estágios mais avançados.", comenta. 

Mas, mesmo com as mais diversas informações sobre a doença, é preciso ficar de olho quanto às fake news, que podem atrapalhar no entendimento do câncer do colo do útero e influenciar negativamente no diagnóstico precoce. Abaixo, a Dra. Larissa Gomes lista quais são os principais mitos e verdades sobre o tema:

 

Qualquer mulher ativa sexualmente pode ter HPV 

Verdade. Qualquer mulher que tiver relações sexuais pode ser exposta ao vírus. Apesar do HPV ser um vírus autolimitado - no qual a infecção é resolvida até os 30 anos - é estimado que 8 em cada 10 mulheres tenham contato com o vírus alguma vez em suas vidas, porém a grande maioria devido a sua imunidade consegue combater a infecção sem desenvolver uma doença ou lesão.
 

O câncer do colo do útero não é prevenível 

Mito! O câncer do colo do útero é uma doença que pode ser prevenida através do rastreamento e diagnóstico precoce com a rotina ginecológica/Papanicolau ou através da vacinação contra o papilomavírus humano - HPV, protegendo assim contra os seus subtipos de alto risco (16 e 18).
 

Toda mulher com HPV terá câncer do colo do útero 

Mito! Pelo HPV promover uma infecção autolimitada, menos de 10% das mulheres irão desenvolver de fato o câncer do colo do útero. Aquelas pacientes que apresentam algum grau de comprometimento de sua imunidade como, portadoras do HIV, transplantadas ou sob tratamento que afetam a sua defesa podem facilitar a reprodução do vírus. Por isso, mais uma vez, a vacinação contra o HPV se faz essencial.

 

O Papanicolau é uma maneira de identificar o câncer do colo do útero 

Verdade. O exame, realizado dos 25 aos 64 anos de idade (anualmente e depois a cada três anos) é uma maneira de identificar lesões pré-malignas ou de realizar um diagnóstico precoce, ou seja, em estádio inicial. É importante ressaltar que a rotina ginecológica deve ser realizada mesmo se a mulher já for vacinada.

 

Os sinais da doença podem demorar para aparecer 

Verdade. Na maioria dos casos, o câncer do colo do útero é assintomático, mas pode ser possível notar dor na relação sexual, sangramento ou, ainda, secreção vaginal com odor, quantidade ou aspecto diferente do usual. Quando a doença está avançada, a paciente pode apresentar dores mais intensas em região pélvica, alterações urinárias ou intestinais, perda de peso não justificada ou dores nas pernas e costas, ou cansaço extremo relacionado a perda sanguínea (anemia).

 

Usar preservativos impede a transmissão do HPV 

Mito. O vírus pode ser transmitido através de outras regiões da genitália, uma vez que também estão expostas durante a relação sexual. É estimado que a camisinha consiga proteger em até 70% o contágio do HPV. Além disso, vale ressaltar que o uso de preservativos pode evitar outras doenças sexualmente transmissíveis, por isso seu uso é fundamental. A vacinação contra o HPV é capaz de proteger contra lesões pré malignas e neoplasias de colo uterino, vulva, vagina, ânus e cabeça e pescoço.
 

Mulheres jovens não precisam se preocupar com o câncer do colo do útero 

Mito! Apesar da maioria dos casos ocorrer após os 40 anos, é importante ressaltar que ele pode acontecer em qualquer idade e por este motivo, é recomendado que se faça o exame do Papanicolau a partir dos 25 anos ou quando a mulher começa a ter relações sexuais. Devido a falta de aderência a vacinação e aos exames ginecológicos de rotina, vemos um aumento dos casos em paciente jovens, o que mais uma vez nos mostra que a prevenção é fundamental desde cedo.
 

Sangramento durante a menopausa pode ser um sintoma de câncer do colo do útero

Verdade. O sintoma deve ser avaliado por um especialista, pois pode ter outras causas relacionadas, sendo o câncer do colo do útero uma delas.
 

Quem toma a vacina contra HPV não precisa usar camisinha 

Mito! A vacina contra o HPV não protege contra os mais de 150 subtipos do vírus, mas previne contra os tipos 16 e 18, que causam mais de 70% dos casos de câncer do colo do útero. É fundamental utilizar preservativos para evitar não só o HPV, mas também outras doenças sexualmente transmissíveis, além da realização periódica de exames preventivos.
 

Menos de 10% das mulheres infectadas pelo HPV podem desenvolver câncer do colo do útero 

Verdade. Apesar do HPV nem sempre evoluir para o câncer do colo do útero, é fundamental marcar consultas periodicamente com o ginecologista para acompanhamento. Por isso, é importante ter atenção e cautela.


Janeiro Roxo alerta para conscientização sobre a hanseníase

Doença estigmatizada ainda é cercada por mitos, mas tem tratamento e cura

 

Ao longo dos tempos, a hanseníase foi cercada por mitos e preconceitos. Neste ano, para a campanha comemorada no dia 30, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu o tema “Precisamos falar sobre Hanseníase”, devido a necessidade de informação sobre a doença. O objetivo é o de reduzir a detecção de novos casos, abordar incapacidades físicas - especialmente entre crianças -, e combater o estigma e discriminação em países endêmicos. 

Hoje, graças ao avanço da ciência, a enfermidade tem cura. Para o coordenador e especialista no curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Wilder Moggi, é importante saber sobre o modo de reconhecê-la, além dos procedimentos que podem ser adotados para a recuperação. “Embora o contágio se dê pelas vias respiratórias, a hanseníase evolui de forma lenta no organismo. Por esse motivo, torna-se uma doença crônica, no qual é possível observar lesões na pele e mucosas, atrofia de mãos e pés e uma acentuada diminuição na força muscular”, explica o docente. 

Quando o médico bacteriologista norueguês Gerhard Hansen descobriu o bacilo Mycobacterium Leprae, a bactéria passou a ser conhecida como hanseníase, o que causou a exclusão do convívio social de pessoas contaminadas que eram levadas para confinamento em colônias. A molécula se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais levam em torno de cinco anos, de acordo com informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). 

 

Reconhecimento e tratamento da doença 

De acordo com Moggi, a detecção e o tratamento precoces são essenciais para que o paciente evolua sem sequelas e para diminuir a chance de transmissão para outras pessoas, em especial aquelas com quem convive regularmente. “Um dos sinais e sintomas são: manchas avermelhadas, nodulações ou caroços, ressecamento dos olhos, câimbra, formigamento e perda de sensibilidade e diminuição da força muscular. Quando os casos não são tratados no início dos primeiros indícios, a doença pode causar sequelas progressivas e permanentes.”, ressalta. 

No mês de conscientização, um dos grandes desafios é informar que o tratamento ocorre de forma simples e gratuita, com a integração de serviços de saúde para seu combate. “É fundamental o diagnóstico em estágio inicial para começar a terapia com antibióticos, que pode ser realizada sem custos em postos de saúde da região do portador, durante seis meses. Assim, é possível interromper a cadeia de transmissão e impedir complicações e incapacidades do enfermo”, explica o especialista.

 


Anhanguera

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Kroton

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Cuidados no verão: as 6 doenças comuns da estação

Médica clínica e nutróloga do Vera Cruz Hospital, Gisele Figueiredo Ramos, dá dicas preciosas para se evitar e tratar as patologias típicas da época

 

Verão, crianças em férias escolares. Para animar e entreter os filhos, muitos pais planejam passeios ao ar livre, viagens e muitas atividades. A estação é a mais quente do ano, regada a frequentes chuvas e mudanças na temperatura, o que pode fragilizar o organismo e deixá-lo mais vulnerável para algumas patologias. 

Para que a diversão não termine mais cedo, a médica clínica e nutróloga do Vera Cruz Hospital, Gisele Figueiredo Ramos, alerta a população para algumas doenças comuns nessa época. “Atendemos pacientes com quadros de intoxicação alimentar, desidratação e até queimaduras do sol. No Vera Cruz Hospital, temos a melhor estrutura de atendimento, com exames e profissionais altamente capacitados para um diagnóstico mais preciso e que resulta em um tratamento mais efetivo”, destaca. 

Entre as doenças mais recorrentes no verão está a intoxicação alimentar, que atinge cerca de 600 milhões de pessoas no mundo todos os anos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Seus principais sintomas são vômitos, diarreia, náuseas, dor abdominal e cólicas, e podem surgir horas após a ingestão de um alimento contaminado. “As temperaturas elevadas desta época do ano dificultam a conservação dos alimentos e facilitam a proliferação de bactérias. É recomendado beber água potável e evitar alimentos crus, mal cozidos ou em conserva, como palmito e molhos a base de maionese”, exemplifica. 

A desidratação também aparece frequentemente nos prontos-socorros. Os sintomas são aumento da sede, fraqueza, hipotensão arterial, cansaço e sonolência, tudo devido à baixa concentração de água e sais minerais no corpo. E os dados do DATASUS fazem um alerta: no primeiro trimestre do ano, cerca de 30% das internações na rede pública de saúde de SP são de pessoas com esse quadro. Segundo Gisele, os casos acontecem principalmente em crianças e idosos. “No verão, ocorre aumento dos casos de diarreia, que são gastroenterocolites virais e que podem levar aos quadros de desidratação. Priorize uma alimentação mais leve e hidratação com água de coco ou sais de reidratação oral”, pontua. 

A queimadura de pele também está na lista, e seu descuido a longo prazo pode levar ao desenvolvimento do câncer de pele, que representa 33% dos novos diagnósticos de câncer registrados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) a cada ano no Brasil. No primeiro momento, o excesso de exposição solar pode causar quadros graves de queimaduras com lesões avermelhadas e até bolhas. Dor, ardência, sensação de queimação, coceira, descamação, náuseas, vômitos e vertigem também podem estar presentes. “As queimaduras de sol acontecem de uma a seis horas após a exposição aos raios ultravioleta (UVA e UVB) e atingem o ponto máximo em 24 horas. A recomendação é evitar os horários de sol mais forte (entre 10h e 16h), sempre usar protetor solar com fator de proteção maior ou igual a 30, chapéu ou boné, guarda-sóis e beber muito líquido”. 

Em quarto lugar vem as micoses, oriundas da proliferação dos fungos devido à combinação de calor e umidade. A doença se manifesta em forma de manchas brancas que podem provocar coceiras e afetar o couro cabeludo. Para a médica, medidas simples podem evitar o surgimento da doença. “Secar bem as dobras do corpo após o banho, se necessário com secador frio (principalmente virilhas, axilas, espaços entre os dedos), não usar roupas úmidas em contato com a pele por muito tempo, usar chinelos em saunas, academias, vestiários e chuveiros públicos, não compartilhar objetos pessoais, evitar uso de sapatos fechados por muito tempo e uso do mesmo sapato por dias seguidos, além de cobrir espreguiçadeiras e bancadas de sauna com toalhas ou canga”, diz. 

Há duas doenças que estão ligadas aos banhos de mar ou piscina. A primeira é a Otite, cujos casos dobram no verão. A inflamação acomete principalmente o conduto auditivo externo e apresenta dor, coceira e a sensação de ouvido tampado. O tratamento é feito com antibioticoterapia tópica em gotas e analgesia, e, durante o tratamento, banhos de mar ou piscina devem ser evitados. 

Além da piscina, exposição prolongada ao sol, sauna, ar condicionado, exposição a aglomerações de pessoas e poeira são alguns fatores que predispõem à conjuntivite. A transmissão acontece pelo contato direto entre as pessoas, ou indiretamente, por meio de objetos contaminados. Os sinais são olhos vermelhos, lacrimejamento, secreção, coceira, sensação de areia nos olhos e pálpebras inchadas e grudadas ao acordar. “Ao se iniciarem os sintomas, lave os olhos com água filtrada ou soro fisiológico, troque as fronhas e as toalhas de rosto todos os dias, lave as mãos antes e depois de tocar os olhos. Também é importante procurar atendimento médico para avaliação”, orienta a especialista.

 


Vera Cruz Hospital


Cuidados com esportes descalço na areia

Os esportes na areia parecem que combinam com pés descalços. Mas, nem sempre essa deve ser a melhor escolha. O médico ortopedista, Dr. Bruno Takasaki Lee, a capital paulista, conta que para caminhar ou mesmo correr descalço só vale a pena quando os músculos do pé são treinados e preparados para tal.

“Cada pé contém 26 ossos, um quarto de todos os ossos do corpo, junto com 33 articulações e mais de 100 músculos e tendões. Isso significa que todos esses músculos, precisam ser estimulados lentamente para desempenharem bem a sua função. Saber andar e exercitar-se descalço leva tempo, paciência e as informações corretas”, avisa.

A areia, em relação a outros terrenos é menos vantajosa, apesar de absorver mais o impacto do que outros tipos de solo ela aumenta o contato do pé com o terreno, exercitar-se descalço pode levar a lesões em função do atrito ou mesmo contusões.

“A dica é usar sempre um tênis adequado. Além de proporcionar segurança e estabilidade durante a prática de atividades na areia, o tênis com o solado mais fino e maleável ajuda a potencializar e otimizar o treino”, finaliza o médico que deixa algumas dicas importantes.

  • Não faça o mesmo treino de rua: a areia exige mais, por isso a intensidade deve ser moderada para não sobrecarregar as articulações;
  • Em praias com terreno fofo, diminua a amplitude das passadas quando afundar o pé na areia, fazendo apoio na parte medial dos pés com o objetivo de joga-los para trás;
  • Depois da pisada, puxe a perna para cima com o quadril, se deslocando com menos energia e colocando menos força;
  • Mantenha o abdômen contraído, o tronco alinhado e os ombros relaxados mesmo quando for solicitada a força dos braços para impulsionar o corpo à frente.


Dr. Bruno Takasaki Lee - CRM: 120.229  - Ortopedista Especialista em Pé e Tornozelo. Médico formado e Especializado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Tendo praticado inúmeras atividades esportivas durante sua vida, o Dr. Bruno Lee integra seu conhecimento técnico ao esportivo, unindo o conhecimento anatômico, patológico e funcional para o alcance do melhor resultado no tratamento de suas patologias. Nos últimos anos, o Dr. Bruno Lee buscou continuamente o aperfeiçoamento nas técnicas minimamente invasivas para tratamento das patologias dos pés. Esta nova técnica, em sua opinião, revolucionou e continuará revolucionando o cuidado nas patologias do pé e tornozelo.


Janeiro Branco: cuide bem da saúde mental

Em tempos de prolongada pandemia, recolhimento e tantas perdas, é quase impossível não sofrer algum tipo de problema mental ou emocional. Difícil passar ileso por esses quase dois anos de mudanças e tantos desafios sanitários. Publicação recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) examina estudos e dados de países da região, para tentar compreender o impacto da pandemia sobre a saúde mental da população. E faz uma constatação relevante: no Brasil, mais de 40% dos cidadãos tiveram problemas de ansiedade.

No vizinho Peru, aumentaram em cinco vezes os sintomas de depressão e os canadenses que relataram altos níveis de ansiedade aumentaram 4 vezes. No caso brasileiro, o documento aponta, ainda aumento acentuado nos registros de violência doméstica. A psiquiatra Monia Bresolin, do corpo clínico do Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), entende que a indefinição sobre o fim da pandemia – com o reaparecimento de novas cepas de vírus – faz desse tempo um fator de estresse crônico, sobretudo em função das incertezas do que ainda está por vir. “Além do sofrimento pela perda de pessoas queridas, também trouxe mudanças econômicas, na forma de trabalho, estudos, relação sociais e familiares, o que exige uma adaptação a situações nunca antes vividas”, reflete a médica.

Mas como resistir a tanta pressão? “As recomendações para manter a saúde mental não são muito diferentes quanto à saúde física”, explica Monia Bresolin, listando, entre as principais atenções que se deve ter nesses momentos difíceis, a prática de atividade física regular, alimentação equilibrada, rotina de sono adequada, manter vínculos sociais positivos, manter equilíbrio entre lazer, trabalho, família, vida social e religiosidade. E buscar auxílio profissional em caso de necessidade.

Identificar essa necessidade de ajuda, porém, nem sempre é fácil. Mas a psiquiatra dá uma boa dica para distinguir o que é considerado comportamento “normal” daquele que exige uma maior atenção profissional: “Pode-se entender como ‘normal’ o padrão habitual da pessoa, levando em consideração sua trajetória de vida. E consideramos como merecedor de tratamento quando há alguma alteração de comportamento que cause sofrimento ou prejuízo significativo à pessoa.”

 

Nesse contexto mundial com tantas preocupações e poucas certezas, a médica destaca a importância não apenas de manter-se atentos a eventuais transtornos decorrentes dessa situação, mas, também, de buscar promover ainda mais a saúde mental.

Criada em 2014, a campanha Janeiro Branco tem por objetivo chamar a atenção para a necessidade de cuidar da saúde mental como importante fator de qualidade de vida. Afinal, mesmo antes da pandemia, conforme dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil já era o segundo país da América com maior número de pessoas depressivas (5,8% da população) e, também, o país com maior número de ansiosos do planeta: 9,3%. E considerando a pandemia de Covid-19, aumentam exponencialmente as possibilidades de aparecimento e agravamento do estresse crônico e transtornos mentais.


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