Você sabia que crianças e bebês sofrem com distúrbios do sono? E que esse problema, se não for tratado adequadamente, poderá comprometer o desenvolvimento do seu bebê?
Não importa a cor, classe social e a época. Se vc é, foi ou será mãe, já
viveu, está vivendo ou viverá este imenso “pesadelo”: A insônia do seu bebê.
Há uma estimativa que aponta que 30% das crianças com até 12 anos de
idade sofre com distúrbios do sono. Não importa qual seja a sua rotina diária,
ela está ligada ao comportamento noturno. E a estatística do problema aumenta,
quando se trata de bebês. Em torno de 40% tem algum distúrbio do sono; E nos
casos mais graves, este problema afetará diretamente o seu desenvolvimento.
Segundo a Dra. Gladys Arnez, neurologista infantil e da
adolescência, responsável pela clínica Neurocenterkids em São
Paulo, -A falta ou a interrupção do sono contínuo, esse despertar de
madrugada, o sono agitado, acaba tendo impacto negativo na vida da criança; no
seu desenvolvimento cognitivo, no seu desenvolvimento psicológico, na regulação
do humor, na atenção, na imunidade e no comportamento da criança. Tudo isso é
consequência da falta de qualidade do sono”.
As Causas:
As principais causas dos Distúrbios de Sono de bebês e da criança
são:
- Insônia
- Síndrome
das pernas Inquietas
- Distúrbios
do ritmo circadiano sono e vigília
Sobre a Insônia, a Dra. Gladys Arnez explica que
esta, nada mais é do que a dificuldade de iniciar o sono ou de mantê-lo com
qualidade. E para ser caracterizada como tal, precisa acontecer mais de três
vezes por semana.”
Diagnóstico e Tratamento
Pesquisas realizadas na década de 90, publicadas Comissão Nacional
de Pesquisas em Distúrbios do Sono, nos Estados Unidos, já apontavam que esses
distúrbios raramente eram diagnosticados nas consultas pediátricas.
Embora muitos pais não saibam, esse problema é sim é uma questão médica. E tanto os pais como o médico, tem como responsabilidade identificar os sintomas para um diagnóstico preciso.
A Dra. Glady Arnez faz um alerta:“É preciso tomar
muito cuidado com o diagnóstico em crianças, pois o desafio acaba sendo sempre
maior. O diagnóstico se torna bem mais difícil. É preciso uma análise completa
com os pais e cuidadores. Deve-se fazer um diário do sono e colher o maior
número de informações possíveis.”
Com relação ao tratamento, a Dra. Gladys explica que existem duas
linhas: a comportamental e a medicamentosa:
- Higiene
do Sono, que é o preparo do bebê/criança para dormir; manter uma rotina
para o banho, massagens, dar a última mamadeira. Mas o importante é que
tudo seja feito sempre no mesmo horário. É necessário ter uma rotina.
- Técnicas
Comportamentais; essas técnicas devem ser feitas em conjunto com a
família, os pais ou os cuidadores e pode exigir o auxílio de um
profissional
Já o Tratamento Medicamentoso é a intervenção com medicamentos, que deve
ser feita quando necessária, sempre acompanhado de um neurologista infantil,
até que o problema seja sanado. E os medicamentos devem ser feitos em conjunto
com a higiene do sono e as técnicas comportamentais.
“O bebê, dormindo sempre no mesmo horário, o cérebro, que está em
constante neuroplasticidade, aprendendo tudo, absorvendo tudo como uma
massinha, ele vai se acostumar a dormir todos os dias no mesmo horário. Nesse
ponto a criança, se estiver fazendo uso de medicamento, não precisará mais
usá-lo”- Completa a Dra. Gladys Arnez.
Dra. Gladys Arnez - médica
Pediatra e Neurologista Infantil e da Adolescência, especialista em Transtornos
Escolares e Comportamentais, mestranda em Neurociências com ênfase no
Tratamento do autismo e está à frente da Clínica Neurocenterkids, em Santo
André/SP.
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