Que tudo mudou já não é mais novidade. Sabemos que, com a chegada da tecnologia e das redes sociais e, principalmente, por estarmos na era da informação, passamos a viver na sociedade do conhecimento. Nela, organizações são ecossistemas em transformação, com decisões descentralizadas.
Com o cenário de pandemia, intensificou-se a
necessidade de ampliar competências comportamentais de liderança. Gerenciar com
compaixão é um novo formato que transcende o modelo convencional, porque o
líder compassivo tem uma visão sistêmica e integrada. Por isso não conduz
somente pela cabeça, razão, poder ou ego. Também envolve o coração, a alma, a
intuição, a colaboração e a interdependência em sua gestão.
A liderança compassiva compreende que tudo faz
parte do todo e que os resultados da sua equipe são parte do seu resultado. É
um olhar mais humano e altruísta, compreendendo que o papel do líder é estar a
serviço para que sua equipe seja psicologicamente segura e atinja resultados de
alta performance.
É uma mudança de comportamento onde se lidera
"de dentro para fora". Liderar a partir da atenção plena, da escuta,
do diálogo e da colaboração para obter mais satisfação, confiança, alta
performance e uma gestão mais humanizada.
O líder precisa flexibilizar-se para navegar
entre as polaridades e acessar o seu poder feminino. Estou falando de
equilíbrio de energias e não de disputa de gêneros. O futuro da gestão tem que
ter força, mas tem que ter amor e cuidado .
Nilima Bhat, autora do livro Liderança Shakti,
traz o olhar e a importância do equilíbrio das energias masculinas e femininas
nos ambientes de trabalho. Segundo ela, Shakti, é o poder da criação, de amor
que alimenta todas as criações e que dá vida à consciência. É você,
independente do seu gênero, acessar o seu poder pessoal, a sua fonte infinita
de criatividade e ser fiel a ela.
Pense em Hitler, tinha força e influência
masculina que colocou em risco a humanidade. Pense em Gandhi, Mandela, Lincoln,
Sheryl Sandberg e Paula Bellizia que conseguiram combinar a força com o amor e
o cuidado. Para a liderança compassiva com o poder feminino, neste momento,
precisa acionar Shakti, a sua fonte infinita de energia criativa e inteligência
amorosa.
A nova gestão precisa ser alquimista corajosa
para saber navegar nesse ambiente volátil, complexo, ambíguo e incerto. Além
disso, deve transcender o ego (self), ser menos de si mesmo e adicionar
aspectos da energia feminina.
Raj Sisódia, autor do livro Capitalismo
Consciente, fala de um novo estilo de liderança que deixa de ser menos voltado
ao indivíduo. Para isso é preciso ampliar força, entusiasmo, visão de longo
prazo e flexibilidade para adicionarmos o amor e cuidado, inteligência
emocional, sistemas inteligentes, inteligência espiritual. A chave está no
equilíbrio.
A liderança compassiva é uma condução capaz de
ativar as energias femininas e masculinas, integrando-as para navegar entre as
polaridades para tomadas de decisões. Precisa utilizar-se e não ter medo de
navegar entre as polaridades do poder feminino para co-criar com uma visão
sistêmica impermanente com foco no desenvolvimento de sustentabilidade dos
negócios. O futuro da liderança está na evolução do humano e nas relações
baseadas em amor.
Ligia Costa -
especialista em Liderança, Inteligência Emocional e Propósito. Fundadora do
Thank God it’s Today, é graduada em Marketing pelo Mackenzie e pós-graduada em
Gestão Organizacional e Relações Públicas pela ECA (USP). Certificada em
Neurociência, Inteligência Emocional e Mindfulness pelo SIYLI (Search Inside
Yourself Leadership Institute), metodologia para executivos que iniciou dentro
do Google. Professora de Habilidades Socioemocionais na FGV | EESP; Certificada
em Mindfulness pelo GNH (Gross National Happiness Center) no Butão; Master
Coach formada pelo ICI e membro do ICF (Institute Coaching Federation). Ligia
Costa foi executiva de multinacionais por 18 anos, estagiou no Vale do Silício
na Lucas Arts e teve passagem por grandes empresas como: Ogilvy Mather, Neogama
BBH e Brasil Telecom. Dirigiu o marketing do Yahoo! na América Latina,
liderando equipes em mais de 8 países.