Pesquisar no Blog

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Febre do Mayaro: Novo vírus transmitido pelo Aedes Aegypti


A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa causada pelo vírus MAYV, transmitido inicialmente pelo mosquito silvestre Haemagogus. O primeiro caso foi identificado nos anos 50, em Trinidad, no Caribe, e pouco tempo depois já acometia algumas pessoas na região norte do Brasil. Porém, recentemente, com o aparecimento de diversos casos em outras regiões e estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, levantou-se um alerta sobre o risco de epidemia, principalmente por haver indícios de que ele possa ser transmitido pelo Aedes Aegypti também, uma vez que o mosquito já é o vetor urbano de outras arboviroses – vírus transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos - como a Dengue, o Zika Vírus e a Febre Chikungunya.

De acordo com relatos médicos, após a observação de alguns pacientes, é possível que o Mayaro esteja há mais tempo em circulação, sendo seu quadro clínico muito semelhante ao da Chikungunya e ambos os vírus pertencem à família Togavirus e ao gênero Alfavirus, diferenciando-se apenas pela espécie. O vírus Mayaro apresenta ainda duas variações: subtipo D, presente no Brasil, Trinidad, Guiana Francesa, Suriname e Peru; e subtipo L, presente no norte do Brasil.

Devido à similaridade de sintomas com as outras doenças, como Dengue, Febre Amarela e, principalmente, Chikungunya, a única forma de diagnosticar a Febre do Mayaro é por meio de exames laboratoriais. Os principais sintomas apresentados são: febre alta de início imediato e inespecífica, dores intensas e nas articulações, que podem persistir por meses, dores musculares, manchas vermelhas pelo corpo, intolerância à luz e náuseas.

Quanto ao ciclo de transmissão, a Febre do Mayaro apresenta uma evolução muito parecida com a Febre Amarela. Um mosquito com o vírus infecta um macaco ou humano, que uma vez infectado torna-se hospedeiro e pode contribuir para a disseminação da doença, caso outro mosquito o pique. Vale lembrar que somente a fêmea do mosquito faz parte desse processo, pois o macho alimenta-se de néctar e seiva de plantas.

Assim como as outras viroses transmitidas pelo Aedes Aegypti, até o momento não há tratamento, então recomenda-se apenas repouso, hidratação e ingestão de alimentos saudáveis. Qualquer medicamento para alívio dos sintomas deve ser indicado pelo médico que diagnosticar a doença, mas em todos os casos as aspirinas são drogas contraindicadas. A prevenção da picada de mosquitos infectados continua sendo o melhor remédio. Ao transitar por áreas silvestres, proteja-se. O uso constante de repelentes – Icaridina, DEET e IR 3535, recomendados pela Organização Mundial da Saúde - e roupas compridas são também fatores de proteção, pois o ideal é reduzir ao máximo a exposição do corpo.  

A grande pergunta que fica é: Como um mosquito pode transmitir tantas doenças? O Aedes Aegypti é um inseto adaptável e muito próximo do ser humano. Para se ter uma ideia, ele surgiu na África e chegou aqui na época da colonização. Com o passar do tempo adaptou-se ao ambiente urbano, pois há muitos locais para se proliferar. Além disso, é um mosquito flexível em termos de nutrição, visto que se alimenta a qualquer hora e não apenas no período noturno como outras espécies. Ele é resistente e oportunista, portanto, é muito difícil erradicá-lo. Com isso, os vírus sofrem mutações e adaptam-se ao Aedes também.

É importante lembrar que embora seja praticamente impossível acabar com o mosquito, a consciência de cada um pode ajudar a aumentar o controle sobre os focos de disseminação da espécie, com medidas simples como não deixar vasos ou outros recipientes com água acumulada, fazer a limpeza constante de terrenos e caixas d’água, armazenar pneus e garrafas em locais protegidos da chuva, entre outros.





Dr. Marcos Antônio Cyrillo - diretor clínico e infectologista do Hospital IGESP


Junho laranja e vermelho alerta para a anemia e a necessidade da doação de sangue


Uma doação de sangue pode salvar 4 vidas, alerta Hemomed


No mês mundial de alerta para a doação de sangue, o Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, maior centro privado de atendimento ao câncer no país, destaca que uma doação de sangue pode salvar quatro vidas.

No Brasil, 1,8% da população doa sangue enquanto a meta da OMS- Organização Mundial da Saúde é de 3%. Ao mesmo tempo, 35 milhões de pessoas realizam transfusão de sangue. O mês de junho vermelho foi escolhido com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a necessidade de doação e agradecer aos voluntários pela atitude de salvar vidas.

                                                                               Junho laranja e vermelho alerta para a anemia e a necessidade da doação de sangue / Foto: Divulgação
                                  


Os hemocomponentes do sangue doado

Segundo o hematologista Adelson Alves, presidente do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia,após a doação, o sangue é processado, ou seja, separado e se transforma nos seguintes hemocomponentes: o plasma, as hemácias, o crioprecipitado e as plaquetas.

As hemácias são utilizadas em pacientes que fazem cirurgias ou com anemias graves e nas hemorragias; o plasma é aplicado em pacientes com distúrbio de coagulação; os crioprecipitados são transfundidos em pacientes com deficiência de um fator de coagulação específico ou falta de uma proteína chamada fibrinogênio e as plaquetas são usadas em pacientes com câncer ou que necessitem de transplantes.

Qualquer pessoa pode doar sangue desde que esteja com boa saúde de acordo com o hematologista do Hemomed, porém, existem algumas restrições que visam manter a saúde de quem doa e evitar riscos para quem recebe o sangue.

O presidente do Hemomed destaca as condições importantes a serem observadas na doação: estar em boas condições de saúde, ter entre 16 e 69 anos, ter peso igual ou maior que 50 quilos, não estar amamentando e não ser gestante e não ter feito tatuagem ou piercing nos últimos 6 meses. Ele informa ainda que o doador não pode ter tido hepatite após os 11 anos e não ser diabético com uso de insulina, estar alimentado aguardando pelo menos 2 horas após a refeição, ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas e não ter feito procedimento ou exames com utilização de endoscópio nos últimos 6 meses.


E por que é tão importante doar?

Para o hematologista do Hemomed,doar sangue é um gesto de solidariedade, respeito e cidadania. É oferecer ajuda sem interesse próprio sabendo que pode ser a única esperança de quem precisa. “O sangue e seus componentes são fonte vital para os seres vivos. Até hoje a ciência não conseguiu reproduzir esse elemento de forma artificial eficiente. Sem a doação, os atendimentos a politraumatizados e cirurgias do coração e transplantes não poderiam ser realizados”, destaca.


Anemia

No mês de junho, a cor laranja da campanha da OMS alerta para a conscientização sobre a prevenção e tratamento da anemia.

Segundo o hematologista Adelson Alves, presidente do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, a anemia é classificada em duas categorias: a hereditária ou a adquirida ao longo da vida. As hereditárias referem-se a alterações genéticas na fabricação do glóbulo vermelho como a Talassemia ou Anemias do Mediterrâneo comuns em indivíduos com ascendência italiana, portuguesa e libanesa ou ainda temos a Anemia Falciforme comum em africanos.

Nas anemias adquiridas, o hematologista destaca como causas carência de nutrientes, alterações da medula óssea como as leucemias ou outras doenças como a falta de ferro ou de vitamina B12, doenças renais crônicas e alterações da tireoide.

O tratamento indicado depende do tipo e da extensão da doença, podendo incluir reposição de vitaminas, cirurgias, transfusões de sangue e até o transplante de medula óssea.


No Brasil, 50% das crianças têm anemia

Dados da OPAS- Organização Panamericana de Saúde indicam que 40% a 50% das crianças brasileiras menores de 5 anos possuem anemia. Entre as gestantes a incidência é de 30% a 40%. Estudos no município de São Paulo apontam para o crescimento da anemia em crianças menores de 5 anos, que cresceu de 22% no ano de 1974, passando para 35% em 1984 e chegando a 46% atualmente.

Uma das maneiras de prevenir a doença é oferecer sais de ferro para suplementar a dieta. O Ministério da Saúde recomenda a medida para toda criança entre seis meses e 2 anos de idade.

Um novo estudo, realizado por uma equipe da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sinaliza, no entanto, que poucas famílias seguem o conselho. Ou o seguem mal.Somente 5,6% das crianças de até 2 anos fazem essa suplementação, uma parcela muito abaixo da meta perseguida pelo Ministério da saúde.


Novos tratamentos para enxaqueca. Cura à vista?

 Foto: Banco de Imagens


Da toxina botulínica aos anticorpos monoclonais. Com novos tratamentos disponíveis, podemos falar que estamos perto da cura para enxaqueca?


Chegou ao Brasil, recentemente, o primeiro medicamento desenvolvido exclusivamente para o tratamento da Enxaqueca. A notícia é muito positiva, já que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 30 milhões de brasileiros sofrem desse tipo de dor de cabeça. Além disso, é considerada a décima doença mais incapacitante e acomete cerca de 15% da população mundial. 

O médico neurologista Dr. Gustavo Franklin afirma que o momento atual é promissor para pacientes que sofrem dessa doença. “Com certeza estamos presenciando um momento único no tratamento de enxaqueca, que podemos chamar até de revolução”. 

O chamado revolucionário medicamento é Erenumab, do laboratório Novartis. Esse medicamento é o primeiro a ser comercializado no mundo para enxaqueca, da classe dos anticorpos monoclonais. “Eles agem combatendo diretamente as substâncias que causam a enxaqueca, ou seja, atuam na origem da dor”, explica o especialista. Segundo ele, além desse, outras medicações com mecanismos de ação semelhantes, mas de outros laboratórios, também estão para chegar no futuro e os resultados dos estudos até então são promissores. 

Aqui no Brasil, o remédio recebeu o nome comercial de Pasurta e o tratamento com ele consiste na aplicação de injeções subcutâneas mensais. Os estudos realizados mostraram que pacientes com enxaqueca refratária, tiveram uma redução média de 50% nos dias de crise de cefaleia. “Inicialmente, o medicamento será indicado para pacientes resistentes a tratamentos anteriores. Mas, talvez, no futuro, posse ser usado em qualquer paciente com enxaqueca e como primeira escolha”, comenta o neurologista. 

E, embora não possam ser considerados uma cura, o surgimento cada vez de novos medicamentos e tratamentos nos dão a confiança – e a esperança- de que estamos na direção certa. 


Outras alternativas

O novo medicamento é promissor, mas ainda não é a opção mais acessível. Mas é importante saber que existem outras alternativas para tratar a enxaqueca reduzindo a intensidade e a frequência dos episódios para melhorar a qualidade de vida do paciente. “Além de medicamentos de baixo custo e de uso via oral, que ajudam a controlar a cefaleia, a toxina botulínica é um dos tratamentos mais recomendados atualmente”, comenta Franklin.

“A toxina botulínica, cuja marca mais popular é o Botox®, é uma substância que age inibindo a liberação de neurotransmissores envolvidos na dor, o que diminui ou interrompe completamente as dores”. O especialista comenta que esse tratamento pode ser realizado em qualquer paciente que sofra de enxaqueca, independente de já ter tentado outras alternativas. “No entanto, a eficácia é variável e pode ser necessário reaplicar a toxina com doses maiores para obter o efeito desejado”.

Também é importante ressaltar que esse não é um tratamento definitivo. “A toxina botulínica começa a fazer efeito entre 5 e 15 dias após a aplicação e tem duração média de 3 a 4 meses. Por isso, deve ser reaplicada após esse período, a partir de uma reavaliação da sua eficácia e ajuste da dose caso seja necessário”.


Quando a dor de cabeça pode ser mais do que uma enxaqueca?

Em alguns casos, a dor de cabeça pode indicar outras doenças além da enxaqueca. “É importante que o paciente fique atento àquela dor que o acorda de madrugada, quando é seguida por desmaio, quando aparece associada à fraqueza em um braço ou perna; dores súbitas, que atingem o máximo da intensidade rapidamente - tipicamente em menos de um minuto - dores intensas consideradas ‘a pior dor da vida’; acompanhadas defebre, vômitos e enrijecimento da nuca”. Em todas essas situações, é necessário investigar mais profundamente as causas por trás da dor.

Independentemente das características da dor, sempre é indispensável passar pela avaliação de um neurologista para receber o tratamento adequado.


Posts mais acessados